Em algum lugar perto de Long Island, uma garota andava com um grupo de mortais esnobes. Alguém a reconheceu, e a parou impedindo-a de continuar caminho com eles.

- Ligando... Transmitindo ao vivo em três, dois... – Disse um homem segurando uma câmera. Outro com o microfone, ficou ao lado dela, pronto para fazer o seu trabalho.

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Ligando na TV Hefesto, todos do Olimpo puderam ver.

- Bom dia, Olimpo. Aqui sou eu, Éolo, em mais uma transmissão. Não é uma época boa para nós, por isso hoje não falarei da previsão do tempo. – Disse ele, e então olhou para a garota – Estamos aqui com Rayssa Oliveira, filha de Apolo, sobrevivente ao ataque do Acampamento Meio-Sangue.

Ray olhou para a câmera confusa, e então sorriu desajeitada.

- Oi. – Disse ela para a câmera.

- Olha para mim, e não para lá, querida. – Corrigiu Éolo de leve, e então virou-se para ela – Rayssa, porque não fala um pouco de você e de suas experiências como meio-sangue?

­­- Ahm... Eu sou filha de Apolo. Nova conselheira do Chalé 7... – Ela se interrompeu um minuto – Se ele ainda existisse, é claro.

- Tocante. – Éolo assumiu um tom triste, e fez uma pergunta mais objetiva – Você conheceu os antigos doze da profecia?

- Sim.

- O que acha deles?

- Eu gosto muito deles. Conhecer eles foi muito legal. ­– Respondeu ela sorrindo nostálgica.

- Você os culpa pelo que aconteceu no Acampamento? – Perguntou Éolo. Ray abriu a boca, mas ele completou – Tendo em vista de que o filho de Hades acordou Cronos, e que a caçadora de Ártemis os fez perder tempo no Cassino Lótus.

- Eu... – Ela respirou fundo. O assunto do Acampamento era algo delicado – Não. Eu não os culpo. Menos querendo enfiar adagas no bumbum do Rodrigo.

- O que você pensa sobre a substituição dos Doze? Você concorda com Zeus? – Perguntou Éolo.

- Não, eu não concordo com Zeus. – Respondeu ela – Ele não pode substituir os doze. Mesmo eu sendo a conselheiro do Chalé 7, nem mesmo eu sou capaz de pegar o lugar da Flávia, muito menos a Megan! Não existe mais ninguém para ser os doze da profecia!

- Então o que você diz é... Que confiaria a segurança do Olimpo á eles? – Perguntou Éolo, que por dentro pensava o mesmo – Confiaria a sua vida nas mãos deles?

- Ahm... Não. Mas não é uma questão de escolha. – Respondeu ela franzindo o cenho – Não estou dizendo que eles vão ganhar. Mas estou dizendo que ninguém faria o serviço melhor do que eles.

Éolo assentiu entendendo o que ela queria dizer. A próxima pergunta feria a esperança que poucos tinham nos 12, mas ele teve que perguntar.

- Onde acha que os doze estão agora? – Perguntou ele. O coração de Ray se apertou. Os semideuses tinham perdido o Acampamento, seus irmãos, e agora os doze da profecia, já que ninguém ouvia mais falar neles.

Ray respirou fundo, e fez uma cara triste.

- Ahm... Eles... – Ray balançou a cabeça – Eu não sei. Mas... Devem estar em um lugar onde não têm caipiras, sabe? O Rodrigo não gosta de caipiras. E... A Bia gosta de ler, então... ­– Ela olhou para Éolo esperando que ele fizesse um sinal de que sua resposta estava certa, mas ele simplesmente permaneceu imóvel – Eu não sei.

- Bem... Acho que nós terminamos por aqui... – Ray puxou o microfone das mãos de Éolo no último minuto, e olhou diretamente para a câmera. Seu rosto mostrava tristeza, mas ela tentava parecer forte.

- Escutem... Amanda, Flávia, Rodrigo, Mateus, Vinícius, Rhamon e todos os verdadeiros doze da profecia. Nós precisamos de vocês. O Olimpo precisa de vocês. Zeus precisa de vocês. ­– Disse ela triste – Por favor... Nos ajudem. Não sumam.

­- Você tem algo mais a dizer? – Perguntou Éolo com paciência.

- Tenho. – Assentiu Ray e depois olhou para a câmera novamente. Seus dedos apertaram o microfone com força – Zeus... Com todo o respeito do mundo. O senhor vai se arrepender de ter trocado eles. Eles são nossa esperança. Dê uma outra chance para eles.

O cameraman disse “corta”, e a transmissão foi cortada.