A coisa é que, duas armas, vencem uma.

Jonh e Lestrade entraram, e Wolf colocou a arma no chão.

- Oh pelos deuses Jonh, bem na hora. - Jen disse abrindo um sorriso. Ela correu até o amigo para um abraço. Infelizmente ela ainda vestia a camisola do hospital, que um dia foi branca, mas agora estava mais para marrom com manchas vermelhas.

- Jennifer, você está bem? Está com alguma dor? Está... - Jonh não conseguia parar de se preocupar com a pequena Mars. Jennifer riu.

- Um pouco machucada, mas viva. - Ela disse, o abraçando novamente. Então Mars olhou para o lado, sorrindo para Lestrade.

- Com toda certeza, o melhor Detetive Inspetor de todos os tempos. - E abraçou o policial. Ele riu. Mas por dentro estava realmente feliz, talvez, só um talvez, ele tivesse feito Jennifer Mars confiar novamente na Yard, depois do que Davis, seu ex mentor, havia feito.

Não se orgulhava em dizer que um dia idolatrará aquele homem, mas era a verdade. Ele um dia se espelhara nele, mas agora só tinha nojo.

- Bem, você está bem, e viva. É isso que importa. - Foi o que Greg disse. Foi quando Jennifer se lembrou.

Sherlock!

- Jonh, temos que salvá-lo... Não posso... Se eu perde-lo eu... Não sei o que será de mim sem ele Jonh. - Jennifer disse, as lágrimas brotaram instantaneamente desde o momento em que se lembrou seu Deus estava prestes a se encontrar com Moriarty.

- Jen... - Jonh sabia que as probabilidades não eram boas. Ele conhecia Moriarty, talvez melhor que a pequena jovem. E, por esse motivo, ele sabia que Sherlock estava perdido.

- Eu não vou escutar se você falar a palavra desisto. Eu nunca desisto. NUNCA! - A garota gritou, caindo de joelhos.

- Eu acho melhor... Avisar a Yard que encontramos você... Estarei no carro. - Lestrade decidiu deixar os dois amigos terem uma conversa.

- Jonh... - Ela não conseguia enxergar, as lágrimas haviam lhe ocupado toda a visão. - Eu me lembro agora... Do que ele me disse quando eu estava deitada imóvel naquela cama de hospital. E eu não posso deixar que ele morra sem deixá-lo saber que... - ela parou de falar, os soluços não permitiam-lhe dizer mais nada.

- Jennifer, ele sabia, quando decidiu ir ao encontro de Jim, que ele nunca mais a veria. Mas ele está fazendo isso para salvá-la.

- MAS EU ESTOU SALVA! Você ao menos avisou a ele? Que eu estou bem? - Jonh negou. Ela pegou o celular do doutor e mandou:

Afrodite está salva, dê o fora daí! JW. E, antes de devolver o celular para Jonh, mandou uma mensagem para a única pessoa que ela pensou que poderia lhe ajudar:

Sherlock está em perigo, por tudo que é mais sagrado, ajude-o. J.M.

A chuva começara fazia alguns minutos. Sherlock e Moriarty se encaravam no meio da ponte que estava fechada naquele dia. Sherlock com o cd, Jim com o celular pronto para mandar o sinal de morte para Mars.

- Nos encontramos de novo, Sherlock.  - Mas o detetive não respondeu.

- Você não está brabo está? Oh, não.... Isso não é ódio. É dor. Você cometeu mesmo esse erro Sherlock? O erro de se apaixonar?

- O cd está aqui, agora, deixe-a ir. - Moriarty riu.

- Não achou que seria tão fácil, achou? - Holmes torceu o rosto, não compreendendo.  - Tão lerdo... O que aconteceu com você Holmes? Amoleceu?

- O trato era o cd, por Jennifer.

- O trato é você e o cd, por Jennifer. - Bem, claro que Sherlock sabia disso, ou melhor, tinha cogitado que fosse morrer ali, mas, pela primeira vez na vida, ele tinha esperança.

Jim Moriarty estava certo, ele havia amolecido.

Mas isso não era uma coisa ruim, como ele sempre achou. Aquilo estava lhe dando forças.

Então seu celular soou, dando sinal de uma mensagem.

Afrodite está salva, dê o fora daí! JW

Aquilo fez Sherlock rir.

- Onde eles estão? - Jennifer perguntou. Ela vestia o casaco de Jonh, estava de pés descalços e horrivelmente pálida. Os dois se preparavam para ir para o carro.

- Você acha que eu sou idiota o bastante para lhe dizer? - Eles estavam na porta, e, enquanto ele dizia isso, ele olhava para a Tower Bridge.

- Não achei que você fosse falar Jonh, mas sabia que você se entregaria de qualquer maneira. - Ela disse, abrindo um sorriso de vitória. Dentro do bolso do casaco se encontrava o revólver do velho soldado. Ela lhe deu um beijo na testa e saiu correndo na chuva à Tower Bridge.

Ela o salvaria. Ou morreria tentando. 

Não muito longe dali, havia um homem se preparando para a guerra. Não, guerra é a palavra errada, não haveria guerra, nem ao menos uma batalha. Mas ele sabia que tinha muito a perder, querendo admitir ou não, ele queria proteger o irmão mais novo.

Que Sherlock nunca saiba disso ou ele ficará impossível! Pensou Mycroft. Fazia poucos minutos que receberá uma mensagem do celular do Dr. Watson, mas quem a assinava era Jennifer Mars. Parando para pensar agora, aquela garota era um pequeno problema. Ou melhora, ela foi. Agora Mycroft a via como uma possível aliada. Alguma coisa nas atitudes da pequena jovem lhe faziam acreditar nela. E, alem de tudo, tinha a paixão que seu irmão nutria pela jovem. Era tão estranho para um Holmes amar que, quando isso acontecia, era necessário festejar. Era quase como um milagre dos céus, se algum Holmes acreditasse em alguma coisa maior que si próprio.

Talvez agora Sherlock fique menos... Ele começou a pensar mas riu. Não isso era impossível, ele nunca... Bem, não com essa garota, porque ela era igualzinha a ele.

Impossível.

Saindo para as ruas de Londres, armado e com um guarda chuva. Ora, não era porque estava prestes a salvar o irmão que tinha que perder a classe, no final de tudo, ele ainda era Mycroft Holmes.