Nameless escrita por Guardian


Capítulo 8
Erro? Paranoia?


Notas iniciais do capítulo

Ai caramba, mais de um mês de demora O____O
Desculpem-me... O cursinho está drenando as minhas forças...
Enfim. Voltando pro presente, com o querido Mihael ~



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 - Estou saindo – avisei pegando minha pasta, preenchida dos livros e dezenas dos papéis de anotações para as aulas que teria hoje, de cima da poltrona que tinha no meu quarto – Tente qualquer coisa, e já sabe, não sabe?

 - Sim – foi a única resposta que eu recebi dele, dada de uma maneira quase que desinteressada. Estava sentado no sofá onde tinha passado a noite, com um livro que eu o tinha deixado pegar na minha estante, em mãos. Não parecia muito interessado em seu conteúdo, pra falar a verdade.

 - Não quero encontrar nenhum morto por desnutrição no meu apartamento, então pode pegar o que quiser na cozinha para comer – falei de última hora, já com as chaves na porta, mas me lembrei de acrescentar um detalhe importantíssimo antes de sair - Menos chocolates.

 Não era prudente. Sabia muito bem disso.

 Mas eu não acredito que ele seja burro o suficiente para tentar alguma coisa. Por isso as únicas precauções que eu tomei foram ter a certeza de que ele não sairia do apartamento (a não ser que ele resolva usar a janela e cair do sexto andar, o que eu duvido), esconder muito bem minhas munições e armamentos e desabilitar todos os telefones, assim como o interfone.

 ...

 Caso alguém resolva me condenar por isso, digo apenas uma coisa: eu não ligo a mínima. Eu não o conheço, deixei-o viver por um capricho do momento, não tem porque confiar nele. Não totalmente, pelo menos. Porque se aquele jeito como ele reagiu à tudo o que aconteceu ontem não tivesse acendido uma mínima fagulha de... Consideração? Talvez esse não fosse o termo correto, mas enfim. Se não, eu o teria deixado amarrado e amordaçado até voltar.

 Ele pode andar pelos cômodos, comer e tem coisas para se distrair, então não há do que reclamar, certo?

 ...

 Talvez eu tenha me precipitado. Não, eu com certeza me precipitei. Mesmo que eu o tivesse deixado viver, deveria tê-lo entregue diretamente à Klaus, e não levá-lo para a minha casa! Ele provavelmente acabaria morto como testemunha ou então ficaria na mesma situação que eu, mas mesmo assim era o que eu deveria ter feito, no que eu deveria ter pensado ontem à noite.

 ...

 Ridículo. Eu não acredito que tentei ajudar um completo desconhecido assim...

 Bom, posso decidir o que fazer com ele quando voltar mais tarde.

~x~

 - E então, o que decidiu, Sr. Wright?

 A professora chamou a minha atenção ao fim de sua aula – diga-se de passagem, tediosa –, novamente após todos os outros se retirarem e deixarem a imensa sala apenas com nós dois lá.

 Decidiu? Mas do que é que ela... Ah, a proposta de estágio! Eu tinha até esquecido disso. Também, depois de dois serviços seguidos e um ruivo suspeito no meu apartamento, uma proposta de trabalho “normal” não parecia assim tão relevante.

 Eu aceitava? Ou não?

 ...

 Por que não?

 - Eu estava pensando em aceitar, senhora – respondi, olhando diretamente através das grossas lentes dos óculos dela, um pouco mais sério do que o necessário, acho.

 Ela pareceu genuinamente satisfeita com minha resposta. Até se permitiu um largo sorriso no rosto maquiado, o que acredite, era bem raro.

 - Isso é realmente ótimo! Tenho certeza de que será um importante passo para o seu sucesso, Sr. Wright.

 - Obrigado.

 - Entretanto... – tinha um “entretanto”? – Talvez o senhor devesse reconsiderar as roupas que usa, ao ir para o tribunal.

 Não pude evitar um pequeno sorriso de se formar com essas palavras. Ah, claro. Minhas roupas. Tenho certeza de que chamariam bastante atenção no meio de uma multidão de engravatados, cheios de formalidades e frescuras. O que me fazia perguntar de novo no motivo que me fez escolher Direito. Apesar que...

 ... Chamar atenção... Até que não era uma ideia ruim, em um ambiente desses. Quem sabe até não me fizesse chegar até...

~x~

 Um pensamento persistente de suspeita ficou importunando minha mente desde o momento que deixei o prédio universitário me dirigindo ao estacionamento, pensamento este que só foi se intensificando conforme eu me aproximava do meu prédio, ao final da tarde. Ele ainda estava lá?

 Era uma suspeita ridícula, já que não teria como ele conseguir sair, mas... E se eu tinha esquecido de algo? Eu estaria com problemas, grandes problemas. Problemas que eu mesmo acabei criando.

 De qualquer forma, me apressei a subir depois de deixar a moto no lugar de sempre, e ao girar a chave cinzenta na fechadura de mesma cor, já estava imaginando o que encontraria. Absolutamente ninguém ou companheiros daqueles que matei no dia anterior? Torci mentalmente para ser a segunda opção, porque pelo menos assim eu ainda teria uma chance de corrigir o erro. Excepcionalmente hoje tinha colocado um dos revólveres no fundo da pasta, então.

 Mas ao dar o primeiro passo para dentro, de imediato pude ver mechas vermehas por sobre o braço do sofá, em um contraste que chegava a ser interessante.

 ...

 Paranóia é perigosa mesmo...

 Um tanto quanto aliviado, me aproximei de onde ele estava deitado, um pouco surpreso por já estar dormindo. Era muito cedo ainda, caramba!

 Se bem que... Era uma boa hora para ligar para aquele cara, não era? Klaus poderia vir buscá-lo antes mesmo que anoitecesse, e então aquele possível risco não estaria mais nas minhas mãos. Não seria mais responsabilidade minha.

 Estava quase apertando a última tecla no celular para completar a ligação, quando reparei em uma coisa.

 - O quê? – era impressão minha ou ele parecia mesmo estar um pouco ofegante, e suando também?

 Não me diga que...

 Encostei a palma da mão em sua testa úmida, confirmando. Maravilha, estava com febre.

 Devia ser por causa do tiro, só podia ser.

 Acho que a ligação para aquele cara irritante terá que esperar um pouco.


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Notas finais do capítulo

Posso ser bem cara-de-pau agora? Meu aniversário é essa semana, então quem vai me deixar um review de presente? :)