"Let's get it started (ha), Let's get it started, in here."

– Let's Get It Started, Black Eyed Peas

Rina's POV

Ainda no London Eye

"Isso só depende de você, meu amor."

Estávamos sentados lado a lado no carrinho, esperando o mesmo chegar até o chão. Não que aqui não estivesse ótimo, por favor, quem seria a idiota que desejaria deixar esse lugar? Serena Valentine não era essa pessoa.

"Nini..." chamei-o

"Oi amor." ele respondeu olhando para mim

"A gente bem que poderia continuar aqui, não acha?"

"E perder tudo o que planejei? Não mesmo." senti seu corpo deixar o local previamente ocupado, vendo uma mão se materializar em meu campo de visão. Opa, essa era a minha deixa para levantar também.

Percebi uma de suas mãos, a que não era ocupada pela minha, buscar algo em seu bolso, finalmente encontrando o que tanto buscava; a maldita bandana encarava-me, como se zombasse de mim pelo odor altamente desagradável que ela exalava. Xinguei Cat até sua décima quinta geração por ter aquele perfume.

"Vou ter que ser vendada mais uma vez?" reclamei em alto e bom som, deixando claro que não estava feliz com aquilo.

"Sinto muito, mas creio que sim."

"Só por que você fez esse biquinho lindo." respondi, mordendo sua bochecha logo em seguida.

Ele vendou-me mais uma vez, certificando-se de que não conseguia enxergar um palmo a minha frente; Senti seu corpo encostar no meu, abraçando-me por trás e beijando meu pescoço. Ao perceber a expressão em meu rosto ele riu, voltando a guiar-me pela rua, provavelmente indo em direção ao taxi que nos aguardava.

Andamos por um longo tempo, desviando sempre que alguém passava por nós. Ouvi um barulhinho de elevador, contastando que estávamos em algum prédio.

"Rina, você pode, por favor, parar de cantarolar?"

"Por quê? Isso te irrita?" perguntei, cantando um pouco mais alto dessa vez, ouvindo minha voz ecoar pelo ambiente desconhecido.

"Não, só acho que não combina com o lugar." ele respondeu. Poxa vida, só por que eu estava cantando Sex On Fire?

Mais uma vez pude sentir seu corpo atrás do meu, seus dedos trabalhando agilmente para desfazer o nó cego ali realizado. Pude perceber que o aroma emanado daquele lugar era muito mais puro do que onde estávamos previamente, algo digamos, natural.

Meus olhos foram libertos de sua prisão, com licença eu tenho o direito de reclamar daquela bandana do tinhoso, abri-os lentamente, contemplando a maravilhosa vista que tinha dali. Aquilo era tão bom quanto estar no topo do London Eye, só que com mais flores e árvores.

"É tudo tão... lindo." exclamei a última palavra em um sussurro baixo, quase inaudível. Niall sorriu docemente, abrindo seus braços para mim. Voltei meu corpo em sua direção, caminhando até ele e abraçando-o fortemente.

Senti uma de suas mãos apertar minha cintura, buscando meus lábios com os seus de maneira desesperada. Consenti que nosso beijo tomasse proporções mais intensas, desejando que nada acontecesse naquele momento, que o tempo parasse ao nosso redor e que ninguém entrasse ali.

Mas como o tinhoso estava do meu lado, vulgo bandana empestiada de perfume de vadia bebê, tinha que acontecer alguma coisa para me atrapalhar. É claro, a lei de Murphy adora tirar uma com a minha cara.

"Com licença," ouvimos uma voz pigarrear alto atrás de nossos corpos colados. "Estou interrompendo algo?" a mulher perguntou com um sorriso estampado no rosto.

Não, não colega. Não atrapalhou nada não. Só a possível produção de mini-duendes irlando-brasileiros que poderia acontecer ali a qualquer momento. Coisa básica sabe? Afinal, foi assim que seus progenitores deram vida à você, que estava fadada a interromper... Ah deixa pra lá.

Niall, que estava completamente vermelho, soltou um riso nervoso, passando a mão livre em seu cabelo, a outra ainda apertando minha cintura;

"Você pode, hum, providenciar aquilo que tinhamos combinado por telefone?" ele falou com a mulher, apontando um envelope vermelho ao seu lado. Ela saiu do terraço verde, deixando-nos a sós novamente. O único problema era que agora não tinha clima para mais nada. N/A/D/A.

"Então, o que exatamente estamos fazendo aqui?" perguntei sentando-me na toalha xadrez ali estendida.

"Bem, levando em consideração que já está um pouco tarde," ele começou, sendo interrompido por mim.

"Nini, ainda são dez e meia."

"Detalhes, detalhes... Posso continuar?"

"Por favor, deus dos Duendes."

"Resolvi trazer o almoço até nós, considerando o fato que se fossemos até o shopping não sairíamos vivos."

Ele sentou-se na toalha, tampando meus olhos com suas mãos, ao escutar passos no corredor. Alguns barulhos de talheres e uma bandeija batendo no chão depois, eu perguntei o que estava me comendo por dentro

"O que teremos então?"

"Veja você mesma." ele respondeu, tirando suas mãos de meu rosto, permitindo que eu visse os baldes de frango frito do KFC. A senhor, aquela manhã seria muito, mas muito boa.

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"It's quite clear that I'm stuck here, So I'll devise a plan,

And cut out a door in my new living room floor."

– West Cost Friendship, Owl City

Harry's POV

Ainda no mesmo dia, O2 Arena, mais especificamente no estacionamento.

"If I was your boyfriend, never let you go. Keep you on my arms girl, you'd never be alone..." ouvi uma voz familiar cantar assim que entrei no ônibus. Não era possível que aquilo estava acontecendo: Cat estava deitada no sofá, fones de ouvido devidamente posicionados no local que deveriam estar, porém, tocando a música do artista proíbido, deixando claro que ele se tornara proíbido a partir do momento em que descobri a paixão passada de Cat por ele.

Seus olhos, anteriormente fechados, se arregalaram ao me ver ali parado em sua frente. Ela riu, descendo seu olhar até meus punhos fechados, claramente achando a situação hilária.

"Justin Bieber, Cat?" comecei a falar "Eu viro as costas por um segundo e você já está cantando as músicas de outro?"

Ela riu novamente, balançando a cabeça de um lado para o outro, fazendo um biquinho.

"Não é culpa minha que você vai me abandonar por três meses. Enquanto isso o Justin me faz companhia."

Vai lá com o filho da puta, então. Pensei comigo mesmo, sentando-me ao seu lado.

"O que você disse?" ela perguntou, jogando uma de suas pernas em cima de mim, automáticamente atraíndo minha atenção.

Merda. Eu não tinha pensado aquilo, e sim falado. Boa, Styles.

"Eu disse 'Namora o Justin, então.'" respondi voltando a olhar em seus olhos.

Ela mordeu o lábio inferior, olhando-me como se me analisasse atentamente. Seus olhos refletiam como os meus deveriam estar, um brilho indecifrável, impedindo que ambos desvendássemos nossas ações futuras. Eu é claro, aproveitava isso como uma forma de por meu plano em prática.

Retirando seus fones de ouvido e jogando-os do outro lado da sala, ela voltou a encarar-me, uma pergunta silenciosa em seu olhar.

"Paul te trouxe aqui, achando que era mais confortável para você dormir. Você estava desconfortável demais naquela cadeira, não pude evitar. E outra, logo iríamos fazer algumas passagens." respondi antes mesmo que ela falasse alguma coisa.

"Olha Harry eu..." ela falou ao mesmo tempo que ia recomeçando minha fala. Sorri.

"Cat, você tem que vir conosco."

"Como? Eu vou ser um atrazo na vida de vocês."

"Você tem que parar com isso." rebati levantando do sofá. Ótimo, hora de por o plano em prática.

"Hazza, por favor." ela falou baixo

"Cat, não me faça..." deixei minha frase perder seu rumo, colocando uma expressão de dor no rosto assim que seus olhos voltaram a me observar. Sentei em uma cadeira próxima a mim, tendo toda sua atenção naquele momento.

Levantou-se com certa dificuldade e veio em minha direção, dando pulinhos com um pé só, vendo que suas muletas não estavam ali. Seu rosto estampava preocupação, sinalizando que meu plano não tinha sido estragado pela minha péssima atuação. Palavras de Louis.

"Hazz? Baby, o que foi?"

"Eu não estou me sentindo muito bem, amor." respondi sofridamente.

"Vem aqui... Descanse um pouco." falou ela, pegando minha mão, tentando me arrastar até o sofá.

Segui suas ordens e levantei da cadeira. Novamente em meio a pulos, ela sentou-se no lugar mais uma vez, estendendo sua perna engessada e deixando a outra apoiada no chão, sinalizando para que eu deitasse nela. Normalmente nossas posições estariam invertidas, mas tinha que seguir com nosso plano.

"Você não deveria ter levantado rápido demais... Acabou ficando tonto." ela comentou, passando a mão em meus cachos.

"Não acho que seja tontura, Cat... Sério."

"O que pode ter sido então?" sua mão gelada percorreu toda a extensão de meus cabelos até chegar em minha testa. Bingo!

"Merlin Harry! Você tá quente*." ela exclamou espantada.

"Obrigada amor, eu sei que sou quente**."

"Não seu idiota, você está com febre."

"Viu só, eu disse que você tinha que nos acompanhar. A verdade é que ando me sentindo mal desde quarta-feira."

"Você deveria ter me avisado... Se eu soubesse, nunca teria perseguido Flora naquele dia e estaria cuidando de você." seu tom de voz era de culpa, e uma prega de preocupação aparecia por entre suas sobrancelhas. Céus, ela era adorável. Seu discurso contiunou após deixar um leve beijo em minha testa.

"Pode deixar que isso não vai acontecer novamente."

"Então você vem conosco?"

"Só se você ligar para o Paul agora e pedir para que ele traga minha bolsa aqui. Vou te dar um remédio para abaixar sua febre antes do show."

E eu achava que secador de cabelos só servia para a ação óbvia... Agora devia minha felicidade à ele.

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* & **: okay, vou confessar que isso soou muito melhor quando escrevi em inglês, *"Harry, you're hot." **"Thanks love, I know I'm hot.