Yakusoku escrita por teffy-chan, Shiroyuki


Capítulo 66
Capítulo 66 - Filament


Notas iniciais do capítulo

Filament - Yousei Teikoku


http://letras.mus.br/yousei-teikoku/filament/traducao.html



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/198965/chapter/66


Aproveitando o último dia de viagem do casal Fujisaki, Tadase resolveu passar na casa de Nagihiko antes de ir para sua própria casa. Não que ele estivesse muito ansioso em voltar pra casa, se dependesse do loiro, ele poderia viver pra sempre na casa do namorado, sem problema nenhum. Mas é claro que, depois de fantasiar por alguns minutos sobre como seria perfeito morar junto de Nagihiko e provar a deliciosa comida dele todos os dias, Tadase enfim despertou do seu mundinho de sonhos para a dura realidade, que insistia em lhe lembrar que os dois estavam apenas terminando o primário, ainda eram estudantes e não possuíam renda própria, então era óbvio que isso não seria possível.


– O chá está pronto, Hotori-kun - Nagihiko adentrou o próprio quarto, trazendo uma enorme bandeja com um bule de chá fumegante, duas xícaras, e um prato com biscoitos caseiros, e sobressaltou o loiro - Vai ser bom podermos tomar o chá em paz sem ter a Rima-chan pra beber tudo, e... o que você está fazendo?!
– Ahn... - Tadase titubeou, sem saber o que responder. Nesse momento ele havia deliberadamente se atirado de bruços na cama do mais alto, as mãozinhas agarradas ao lençol, apenas para poder sentir o cheiro de Nagihiko impregnado naquele tecido, e fantasiado sobre o quanto seria maravilhoso se ele pudesse dormir ali todos os dias também. Mas é claro que alguém tímido como Tadase jamais admitiria uma coisa dessas em voz alta - E-E-Eu só estava... a-arrumando o lençol pra você... q-quero dizer, ele estava todo enrugado, e...
– E precisava deitar na cama pra fazer isso? - Nagihiko depositou a bandeja na mesa-de-cabeceira, erguendo uma sobrancelha para o Rei e destruindo completamente a lorota deslavada do loiro - Você já devia saber que não é bom em contar mentiras, Hotori-kun, não vai me enrolar só com isso. Vamos, me diga, o que estava fazendo?
– Ah... é q-que... e-e-eu s-só estava... err... b-bom, é que eu percebi que a sua c-cama tem um cheiro bom, e... o seu c-cheiro, na verdade, então... e-então eu pensei que... s-se talvez eu ficasse deitado nela por bastante tempo, talvez... o s-seu cheiro poderia ficar em mim t-também... - Tadase balbuciou com muita dificuldade, torcendo as mãos nervosamente uma na outra, o rosto tão corado que ele parecia estar com uma febre de mais de 40 ºC
– O que?! - depois de conseguir decifrar o gaguejar o loiro e compreender o que ele queria dizer com aquilo, Nagihiko não pôde evitar de rir. Riu muito, à ponto de segurar a barriga com as mãos e se dobrar ao meio. Ouviu um "não ria de mim!" pronunciado pela voz adoravelmente envergonhada e irritada de Tadase, mas isso só o fez rir mais ainda. Depois que a crise de riso passou, o Valete enfim conseguiu reunir fôlego pra falar - D-Desculpe... me desculpe, Hotori-kun, não é engraçado, eu sei. É só que... bem, você não precisa fazer essas coisas. Se queria que o meu cheiro ficasse em seu corpo, não acha que seria muito mais fácil e rápido abraçar o próprio dono do cheiro? - ele sugeriu e, sem esperar por uma resposta, atirou-se em cima de Tadase, que ainda estava deitado de bruços na cama dele - Você vai ver, vou te abraçar tanto que você não vai mais conseguir tirar o meu cheiro do seu corpo, não importa quantos banhos tome - ele pronunciou com a voz baixa no ouvido do menor, enlaçando sua cintura
– E-E-Eu não quero t-tirar o seu c-cheiro de mim... - Tadase murmurou tão baixinho que duvidava se Nagihiko tinha ouvido, mas o Valete escutava cada palavra que ele dizia. Nagihiko enlaçou a cintura dele com mais força e, com uma das mãos, começou a percorrer seu abdômen, por vezes adentrando a camisa e tocando aquela pele lisa e quente com os dedos finos
– Ahn... F-Fujisaki-kun, o q-que está fazendo...? - Tadase mal conseguiu gaguejar, lutando para conter um gemido que sua garganta cismava em produzir ao sentir o toque do maior
– Você não queria que meu cheiro ficasse em seu corpo? Então... se for assim, eu preciso te abraçar e te tocar bastante, ou ficará apenas nas suas roupas... - o Valete sussurrou em resposta, como se falasse o óbvio. E novamente, sem esperar por resposta, deslizou as mãos para baixo, indo do abdômen para as coxas de Tadase, apertando-as com força por baixo do tecido grosso da calça
– F-F-Fu-Fujisaki-kun o que p-pensa que está f-fazendo?! Ahn.... n-não... n-não me t-toque aí! Ahh... e-espere, por favor, Fujisaki-kun! - Tadase balbuciou com dificuldade, sentindo o rosto esquentar cada vez mais, enquanto que a enorme vergonha que sentia se misturava com alguma outra sensação muito mais agradável
– Ehh, mas por que não?! - Nagihiko rebateu, como uma criança birrenta - Vamos lá, eu sei que você gosta...
– N-N-Não gosto n-nada... - o menor murmurou em resposta, torcendo pra que Nagihiko acreditasse
– Gosta sim... ou, do contrário, não ficaria todo arrepiado, e gemendo desse jeito - o maior provocou, e Tadase apertou os lábios com força, tentando impedir que sua boca deixasse escapar mais ruídos constrangedores - Vamos lá, você vive tocando e acariciando minhas pernas, deixe eu brincar um pouco com as suas também... - ele sussurrou com a voz rouca no ouvido de Tadase, mordiscando o lóbulo da orelha do Rei em seguida
– Ahhh...!! N-N-Não é i-isso... - o menor gaguejou com dificuldade - É só que... n-nessa posição, eu... n-não consigo ver s-seu rosto...
– Ah... era isso que você queria?! - Nagihiko falou, meio surpreso, e Tadase balançou a cabeça minimamente, confirmando - Por que não disse isso antes? - Nagihiko levantou-se, ficando de joelhos em cima da cama, com as pernas de Tadase ainda entre as suas, e o menor se virou devagar, ficando de barriga pra cima - Melhor agora?
– Sim... muito melhor - Tadase respondeu em voz baixa, deixando escapar um tímido sorriso. Ergueu uma das mãos, levando-a até o rosto de Nagi, e o trouxe mais para perto - Agora eu posso... ver o seu lindo rosto
– Você quer dizer, esse rosto que ainda parece de menina? - Nagihiko riu sem graça, apontando para o próprio rosto
– Não importa... é o rosto da pessoa que eu amo, então eu adoro olhar pra ele. Adoro seu rosto, seus cabelos.... s-suas p-pernas.... eu amo tudo em você, Fujisaki-kun - Tadase falou, mantendo a voz o mais firme possível, embora ainda estivesse irremediavelmente corado
– Eu também.... te amo muito, Hotori-kun, de verdade. Te amo mais que tudo no mundo... não sei nem o que faria se te perdesse - Nagihiko respondeu sem desgrudar os olhos dourados dos orbes escarlates dele, inclinando-se lentamente para baixo
– Você não vai me perder, Fujisaki-kun... vou ficar ao seu lado pra sempre. É uma promessa, lembra? - Tadase falou enquanto enlaçava o pescoço do mais alto, agora tão próximo que podia sentir a respiração dele batendo em seu rosto
– Claro que me lembro. Nós prometemos ficar juntos pra sempre... e é assim que vamos ficar - Nagihiko enfim terminou com a distância que os separava, e selou seus lábios nos de Tadase. Provou do delicioso gosto do menor, beijando-o devagar e lentamente, sem pressa nenhuma. Eles tinham a vida toda pela frente, para viverem juntos e felizes afinal, não tinha motivo pra se apressar. Sentiu uma das mãos de Tadase soltá-lo do abraço e passear por seu corpo, deslizando por suas costas, e desceu uma das mãos também, até o quadril de Tadase, ocasionalmente descendo um pouco mais e voltando a tocar suas pernas, enquanto aprofundava o beijo.


Enquanto sentia a língua de Nagihiko invadir sua boca, Tadase tentava abrir os botões da camisa dele, mas logo percebeu que teria tanto sucesso quanto das outras vezes que tentou fazer isso sem ajuda, então terminou por simplesmente levantar a camisa dele e tocar com as mãos delicadas o abdômen exposto. Nagihiko deixou escapar um gemido baixo dentro da boca do menor ao sentir aquele toque, e desabotoou com muito mais de rapidez e eficiência a camisa de Tadase, deixando à mostra seu peito liso e magro. Tocou-o com as mãos ágeis, provocando fortes arrepios no loiro, e lhe arrancando cada vez mais gemidos desmedidos. Estava prestes a interromper o beijo e trocar a mão pela boca, para provar o gosto da pele do Rei, quando um barulho estrondoso à porta chamou a atenção de ambos:


– MAS QUE DROGA É ESSA QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO?????!!!


Parada à porta do quarto se encontrava ninguém mais ninguém menos do que a mãe de Nagihiko. Os dois se separaram imediatamente ao vê-la, mas já era tarde demais, não havia mentira no mundo que pudesse explicar aquilo que eles estavam fazendo. A mulher parecia em completo estado de choque, e estava com uma cara de quem teria um ataque cardíaco a qualquer momento, ou que usaria o primeiro objeto cortante que encontrasse para matá-los, era difícil dizer. Por um momento fugaz, Tadase jurou que ela iria materializar uma Naginata, assim como o filho, e descarregar toda a raiva, frustração, angústia e o que mais estivesse sentindo agora em cima dele através da violência, mas então se lembrou que ela era uma adulta que não possuía, e nem sequer era capaz de ver Shugo Charas, e deu graças aos céus por isso. Embora esse pequeno detalhe não ajudasse em nada na situação deles.


– Ano... Okaa-san, se acalme... e-eu posso explicar - Nagihiko colocou-se de pé, tentando se manter firme, embora fosse óbvio que não tinha como ele explicar aquilo
– Não precisa me explicar nada, eu sei muito bem o que eu vi, Fujisaki Nagihiko! - ela exclamou, e Tadase se encolheu, sentando-se na cama, segurando as costas do casaco do Valete com uma das mãos enquanto tentava ajeitar depressa suas próprias roupas - Pelos céus, com tantas meninas pra você escolher... sempre pensei que seria a Hinamori Amu, ou talvez até a Hoshina Utau... mas você vai e me escolhe logo ele?! – ela apontou para Tadase como se ele fosse uma poça de vômito nojenta, e o loiro se perguntou como raios ela teria chegado à conclusão de que um dia Nagihiko e Utau poderiam ter alguma relação desse tipo - Ele é um garoto, Nagihiko!! Tudo bem que é nanico, e não parece ser muito masculino... mas ele ainda é um garoto, como você!!!
– Isso não importa!! - Nagihiko gritou de volta - Okaa-san, isso não não importa pra nós. Eu... o Hotori-kun e eu...
– Não ouse terminar essa frase, seu moleque inconsequente!! - a mulher gritou, e dessa vez não apenas Tadase, mas Nagihiko se encolheu também - Você tem noção da gravidade disso? Tem alguma idéia de como isso poderia afetar a reputação de nossa família caso a imprensa descobrisse um absurdo desses?! O nome Fujisaki seria jogado na lama, e a culpa seria toda sua e desse pirralho anão!!! Pelos céus, pare de pensar um pouco só com a cabeça de baixo e perceba a gravidade do que você fez, seu irresponsável!!! - ela berrou, e Tadase nem sequer teve tempo pra tentar entender o que a mulher quis dizer com "pensar com a cabeça de baixo", pois ela continuou gritando - Isso está errado, e de muitas formas! Primeiro, vocês são apenas crianças que nem sequer terminaram o primário ainda! Segundo, a pessoa que deve ficar ao seu lado deve ser alguém refinado e de bom porte, e não um anãozinho qualquer! E terceiro e mais importante... vocês são garotos!!! Não tem como dois garotos ficarem juntos, isso é impossível, é um absurdo, e... isso é nojento! É completamente grotesco!!!
– Isso não é impossível!! - Tadase gritou antes que pudesse se refrear. Seu rosto ainda estava muito vermelho, e os olhos marejados, mas ainda assim brilhavam de determinação. Ele havia prometido enfrentar isso junto com Nagihiko afinal, não poderia deixar que o garoto passasse por isso sozinho agora que a mãe dele tinha descoberto a verdade! - Não é impossível... nem n-nojento... isso é completamente natural. Eu sei que somos dois garotos... e que isso pode parecer incomum, ou... e-estranho para a senhora... mas é a verdade. E-Eu... eu amo seu filho. De verdade, eu o amo de todo o coração e alma. E eu sei que... o Fujisaki-kun também g-gosta de mim, então...
– Cale essa maldita boca, seu fedelho!!! - a mulher o interrompeu, e Tadase voltou a se encolher, perdendo o restinho de coragem que tinha juntado - Amor... ora, francamente, isso não é amor! Vocês apenas chegaram na puberdade, descobriram coisas novas, e agora ficam fazendo essas obscenidades por aí!!
– Isso não é verdade Okaa-san! - Nagihiko exasperou-se, tentando desesperadamente encontrar uma forma de fazê-la entender - Eu realmente amo o Hotori-kun, sempre amei! Desde muito, muito tempo... desde sempre...
– Há quanto tempo? - ela interrompeu o filho - Há quanto tempo vocês... estão fazendo essas coisas...?
– Há... quase sete meses...
– Meu Deus, sete meses! - ela voltou a gritar, abafando o sussurro do filho - Como vocês conseguiram esconder isso por tanto tempo... como eu não percebi isso antes?! - ela começou a andar de um lado para o outro nervosamente - Agora escutem aqui: Eu não posso mudar o que já aconteceu, mas isso precisa parar, e agora. Vocês não podem mais ter esse tipo de relação, não podem nem mais se ver, estão me entendendo??
– Não!! - Tadase exasperou-se novamente - P-Por favor, não me afaste do Fujisaki-kun... eu não poderia viver sem ele! - Tadase se agarrou ao namorado, com medo de que ele pudesse evaporar a qualquer momento, e sentiu unhas afiadas como garras arranhar o topo de sua cabeça, ligadas à dedos fortes demais para pertencer á uma mulher puxá-lo pelos cabelos
– Afaste-se do meu filho, sua coisinha repugnante!! - ela puxou as mechas loiras de Tadase e o jogou de qualquer jeito no outro canto do quarto, afastando-o de Nagi - Nunca mais coloque essas suas mãos sujas e pecaminosas no meu precioso herdeiro, ouviu bem??
– Hotori-kun!! - Nagihiko correu até ele, mas antes que o alcançasse, sua mãe também o segurou pelos cabelos com a outra mão, impedindo-o de chegar até o Rei
– Afaste-se desse pirralho sujo, Nagihiko! Pense na sua posição como único herdeiro dos Fujisaki! - ela berrou, ainda mantendo o filho longe de Tadase
– Não interessa minha posição! Se isso significa que preciso me afastar do Hotori-kun, então eu não quero herdar nada, nem mesmo o nome Fujisaki!! - ele gritou de volta, tentando se libertar
– Não diga tolices, você é meu único herdeiro! - sua mãe gritou de volta - E quanto à você, seu rapazinho imundo... - ela olhou para Tadase com um profundo ódio nos olhos - Fique sabendo que vou contar aos seus pais sobre isso. Tenho certeza de que sua mãe concordará comigo sobre o quanto isso é grotesco, então vá se preparando. Agora fora da minha casa! Já!! - ela soltou Tadase, que pôs-se de pé e correu até a porta, mas hesitou por um instante, e olhou receoso para o Valete, preocupado em deixar Nagihiko sozinho com aquela mulher desequilibrada
– Não se preocupe, Hotori-kun, vai ficar tudo bem... pode ir - Nagihiko esforçou-se em dar um sorriso para o menor, mas mesmo assim uma lágrima solitária escorreu pelo rosto de Tadase. Ele assentiu minimamente, e voltou a correr para fora da casa, ainda ouvindo os gritos da mulher ao longe
– Ahh, vai ficar tudo bem sim, porque vocês nunca mais vão se ver, seus pirralhos irresponsáveis!!!


Em um dos corredores, Tadase esbarrou em um homem muito mais alto e mais velho do que ele, que o loiro reconheceu brevemente, mas continuou correndo sem nem mesmo responder à pergunta do homem de "ei, você está bem?". Depois que Tadase deixou a casa, o homem seguiu curioso até o lugar daonde vinham os berros incessantes da mulher, até que chegou ao quarto de Nagihiko.


– Ei Kaoruko, o que está havendo? Eu nunca te vi gritando tanto - o homem adentrou o quarto, preocupado - Por que o menino dos Hotori saiu correndo daqui daquele jeito... e por que você está segurando o Nagihiko pelos cabelos?!
– Ah, Atsushi - ela falou ao avistar o marido - Eu te conto o que o seu filho fez. O seu filho, e aquele pirralho com cara de santo... estavam se agarrando, aos beijos na cama
– O que?! - o homem paralisou, sentindo o queixo despencar. Depois de quase dois minutos tentando conceber aquela idéia, sem sucesso, ele perguntou - Mas o que você está dizendo, Kaoruko?! Eles são dois garotos...
– Exatamente! - a mulher gritou, finalmente soltando os cabelos do filho, que desabou sentado no chão, e apontando acusadoramente para ele - os dois são garotos, mas mesmo assim estavam fazendo aquelas obscenidades bem debaixo do nosso teto!!
– Ah... você tem mesmo certeza do que viu, Kaoruko...? - Atsushi indagou, ainda custando a acreditar que fosse verdade
– Ela está dizendo a verdade, Otou-san - Nagihiko pronunciou-se, os cabelos bagunçados por causa do tempo que sua mãe passou com a mão agarrada à ele - Eu e o Hotori-kun... nós estamos mesmo.... apaixonados - ele contou com certa dificuldade, temendo a reação do pai - Nós nos gostamos, então... é natural fazer isso com a pessoa de quem gostamos, não é?
– Ai meu Deus - o homem desabou na cadeira mais próxima, parecendo prestes a desmaiar - Isso é mesmo verdade Nagihiko...? - ele indagou, ainda torcendo pra que tivesse entendido errado, mas o filho confirmou com um aceno de cabeça - Céus... isso é tudo culpa sua, Kaoruko!! - por algum motivo ele resolveu culpar a esposa - Você cismou de fazer o menino usar vestidos desde pequeno, olha só no que deu!
– O que?! Como assim a culpa é minha, isso é uma tradição do seu lado da família!! - Kaoruko rebateu
– Não interessa, se ele usasse os kimonos femininos apenas enquanto pratica dança, como eu sugeri, isso não teria acontecido! Mas, nããããão, você cismou em fazer o garoto usar saia até enquanto frequentava a escola! É claro que só podia dar nisso, ele acabou ficando mais feminino do que devia!!


Enquanto os dois ainda discutiam, Nagihiko saiu sorrateiramente do quarto, e correu para o jardim, afastando-se o máximo possível do cômodo principal. Mesmo tão longe, ainda era possível ouvir os gritos dos pais sobre de quem era a culpa por ele gostar de garotos. Nagihiko sentou-se no chão frio, recostando-se em uma árvore, e tampando os ouvidos com as mãos, mas nem assim conseguia abafar o barulho dos gritos de seus pais. Duas criaturinhas vieram voando até ele, um menino e uma menina, ambos com um semblante preocupado.


– Nagihiko... - Temari chamou com a voz aflita
– Acabou, Temari. Eles descobriram tudo... e reagiram pior do que eu pensava. Agora acabou de vez...! - Nagihiko murmurou para a Chara, tentando inutilmente conter uma lágrima
– Não fale assim, Nagi! Eles estão nervosos agora, mas... quem, sabe depois que se acalmarem, não acabam aceitando? - Rhythm tentou animá-lo, sem muito sucesso
– Isso mesmo! Além do mais, não é como se você nunca mais fosse ver o Tadase-kun, vocês estudam na mesma escola afinal, e vão fazer o ginásio juntos... ânimo, Nagihiko, muita coisa ainda pode acontecer! - Temari acrescentou, forçando um sorriso para confortá-lo, mas tudo que Nagihiko podia ouvir eram os berros de seus pais
– Aqui, é melhor você usar isso - Rhythm ativou o Chara Change, materializando os fones de ouvido de modo que tampassem as orelhas do Valete dessa vez, ao invés de ficarem pendurados em seu pescoço, como de costume. O fone começou a tocar uma melodia lenta e triste, que combinava perfeitamente com o estado de ânimo do Valete agora


Filament - Yousei Teikoku (Tradução)


Quanto mais eu preciso perder
Para ter os meus rápidos batimentos cardíacos perdoados?


Eu quero ver-te tanto que as minhas lágrimas
Não param de correr.

Tudo é parte da chave de conexão para o futuro.
Sentindo a nossa ligação dentro do meu corpo em colapso
Prometo mais uma vez te proteger.
Já não tenho medo da matança
Meu desejo já não irá se tornar realidade
Eu vivo apenas para proteger
Para que eu possa permanecer fiel a mim mesmo

Se acreditarmos uns nos outros então só há uma coisa que eu quero te dizer:

Eu vou te amar
Até o fim.

Eu faço de tudo para voltar para você
Em meu peito, que queima dolorosamente,
Um filamento de uma mentira proposta e um clamor ecoa.
Já não tenho medo da matança
Meu desejo já não irá se tornar realidade
Eu vivo apenas para proteger
Para que eu possa permanecer fiel a mim mesmo

Se esses meus sentimentos
Nunca serão perdoados...

Eu queria construir um paraíso com você.
Eu queria sorrir ao seu lado para sempre.
Eu queria acreditar no sentido da minha vida.
O futuro estava sempre me conduzindo em sua direção.

Quanto mais eu me sinto atraído por você, mais eu fico agoniado.

Tudo é parte da chave de conexão para o futuro.
Sentindo a nossa ligação dentro do meu corpo em colapso
Prometo mais uma vez te proteger


http://www.youtube.com/watch?v=r3r4Zjt86SA


– Obrigado, Rhythm... Temari... - Nagihiko murmurou, fechando os olhos - Hotori-kun... espero que ele esteja bem.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ohayoy minna! Teffy-chan~desu~
Vocês nem imaginam como eu chorei escrevendo esse capítulo.... é, agora a cosia ficou feia mesmo... e vão se preparando, porque tem mais problemas vindo por aí...
Ah sim, sobre a música do capítulo... suponho que a maioria deve conhecer ela por causa de Mirai Nikki, mas na época que escrevi esse capítulo nem tinha visto esse anime ainda, é que eu gosto muito dessa cantora mesmo, apesar de a maioria das músicas dela serem meio tristes, a melodia é muito linda e eu gosto do visual dela tbm XD Se puderem assistam o clipe até o final, aparece um garoto que parece muito com o Tadase no clipe, parece até que a música foi feita pra esse capítulo! *-*
O próximo capítulo também é comigo, tentarei postar semana que vem... continuem acompanhando por favor~
Deixem reviews onegai e façam duas autoras felizes!!! *o*