Depois de passarem o resto da manhã ajudando a cuidar de Yoru (Tadase em especial, já que parecia ter se apiedado ao neko mais do que qualquer um ali) cada um voltou para sua casa na hora do almoço. Amu foi a primeira a deixar o Royal Garden, dizendo que ainda não tinha feito seu dever de casa e precisava se apressar ou não daria tempo de terminar as tarefas. Utau praticamente expulsou Yaya do lugar (mesmo que a ruiva tivesse mais direito de ficar ali do que ela, que nem sequer estudava em Seiyo) dizendo que Yoru precisava de silêncio e tranquilidade para repousar em paz, coisa que certamente não teria com a Às por perto, de modo que a ruiva recolheu-se à sua insignificância e voltou para casa muito contrariada. Nagihiko e Tadase despediram-se de Ikuto, Utau e Tsukasa logo depois, que ficaram na escola para acompanhar o estado de Yoru, desejando melhoras para o Chara, e também foram embora, sem rumo definido. Nagi pensou em voltar para casa, mas a idéia de passar o resto do dia com Tadase parecia muito mais atraente, e quando o loiro o convidou para ir almoçar na casa dele, encarando-o com aqueles olhos grandes e brilhantes, e aquele adorável rostinho corado, acabou de vez com a pouca força de vontade que ainda  existia no Valete, de modo que ele acabou seguindo junto com ele para a residência dos Hotori.

- Tadaima... - Tadase falou ao entrar em casa, com a voz mais baixa do que o normal, talvez pela vergonha e o nervosismo de estar trazendo Nagihiko para casa, enquanto o maior vinha logo atrás dele, com certa dificuldade já que estava tentando se desvencilhar de Hotosaki, que parecia querer brincar com ele a qualquer custo - Ué? Okaa-san? - Tadase chamou, adentrando a cozinha da casa e voltando logo depois, parecendo confuso, e um pouco sonolento também
- O que houve Hotori-kun? Seus pais não estão? - Nagi indagou, ainda com Hotosaki pulando e cima dele
- Parece que saíram... que estranho, hoje é doming... ah, é claro! - o loiro exclamou, dando um tapa na própria testa - Eu me esqueci! Sayuri-san está para dar a luz, eles falaram ontem que iam sair cedo para ajudá-la
- Aquela sua prima que está grávida? - Nagihiko perguntou, e o menor confirmou com um aceno de cabeça. Em seguida pareceu finalmente reparar no cão que rodeava e pulava em cima de Nagihiko, pedindo atenção, enquanto o Valete afagava distraidamente a cabeça do animal, e por algum motivo se incomodou com aquilo
- Ano, Fujisaki-kun... s-será que pode levar ele lá pra fora? - o menor pediu, desviando o olhar
- Eh? Quer dizer o Hotosaki? - Nagi indagou confuso, apontando para o cão - Claro, mas... por que você...?
- Não importa, apenas tire "isso" daqui!! - Tadase gritou, assustando tanto o Valete quanto o cachorro, que pareceu entender que Tadase estava brigando com ele e ganiu, saindo da cozinha por conta própria, com a cabeça baixa, tristonho. Nagihiko fechou a porta logo que Hotosaki saiu, e voltou a olhar preocupado para o Rei
- Hotori-kun, você está bem?? O que foi que aconteceu? Você sempre adorou o Hotosaki, e ele nem fez nada de errado, o que deu em você?!
- Eu sei... sei que ele não fez nada de mal, e que eu sempre gostei dele, mas... - Tadase cambaleou um pouco, levando a mão à cabeça, como se isso pudesse parar com a estranha tontura que sentia - Desculpe... e-eu não sei o que deu em mim, apenas... senti algo ruim em relação à ele, um tipo de aversão talvez... não por ser o Hotosaki em si, e sim por cachorros. Eu sei que sempre adorei cães, mas... acho que não gosto muito deles agora ~nya...
- E-Espera aí... o que foi que você disse?! - Nagihiko exclamou, se aproximando alguns passos e duvidando se tinha ouvido corretamente
- Eu sei, é estranho logo eu parar de gostar assim de repente de cachor...
- Não estou falando dos cachorros! - Nagi interrompeu - Isso que você disse no final da frase... f-foi um miado??
- Eh? Claro que não! Eu não miei coisa nenhuma... ~nya... - só então Tadase pareceu perceber o que tinha dito, e levou as duas mão à boca, entre surpreso e envergonhado, como se isso pudesse não apenas impedí-lo de miar de novo como também anular os miados anterores
- Você está miando sim! - Nagihiko exclamou, apontando acusadoramente para o menor e o fazendo corar mais ainda - Hotori-kun... o que foi que deu em você?!
- E-Eu não sei ~nya... mas... acho que estou me sentindo um pouco tonto ~nya... - Tadase murmurou meio incoerente, com cada vez mais dificuldade tanto para controlar seus miados quanto para se manter de pé. Ele cambaleou alguns passos na direção de Nagi, segurando a camisa dele entre as mãozinhas trêmulas e apoiando sua cabeça no peito do maior
- Hotori-kun, você está queimando... você está com febre! - Nagi exclamou ao perceber o quanto a testa dele estava quente quando este apoiou a cabeça em seu peito - Droga, isso não explica os miados, mas parece que você ficou doente... você precisa de repouso!  Vamos, você vai se deitar e decansar agora mesmo! - Nagi exclamou, entre preocupado e autoritário e, antes que o loiro pudesse reclamar, Nagi o guiou até seu quarto, fazendo com que ele se deitasse na cama e o enrolando entre as cobertas
- Ahh essa não... como ele foi ficar doente assim de uma hora pra outra?! Ele estava ótimo ontem! - Kiseki exclamou, rodeando o dono do alto, e deixando Tadase ainda mais tonto - Ei Valete, você não fez nada estranho com o Tadase ontem à noite, não é?! - o Reizinho acusou, apontando para Nagihiko de um jeito que ele pretendia ser ameaçador
- Claro que não, se não eu estaria doente também, não é?! - Nagi respondeu
- Ei, rapazes... acho melhor darem uma olhada nisso - Temari falou séria, com os olhos pregados em Tadase. Os demais seguiram o olhar da Chara e se viraram para o loiro, à tempo de verem um par de orelhas felinas com pêlos dourados brotando no topo da cabeça do Rei
- Isso são... orelhas de gato?! - Rhythm exclamou, visto que seu dono tinha perdido a fala com o choque - Woooow que incrível! Nee, será que ele tem cauda também? Vamos conferir, Nagii! - ele exclamou, por algum motivo animado com isso
- Não vai conferir nada, pára com isso Rhythm!! - o Valete repreendeu, embora tivesse ficado intimamente curioso com a possibilidade - Mas como isso aconteceu...?
- É culpa daquele gato imundo!!! - Kiseki bradou, sobressaltando à todos - Aposto que ele pegou a doença do Yoru, por isso está assim!!
- O que?! Mas isso não é possível, humanos não podem pegar doenças de Shugo Charas! - Nagi exclamou
- Até ontem nós pensávamos que Shugo Charas também não podiam ficar doentes, mas olha só o que aconteceu com o Yoru - lembrou Rhythm
- Além do mais, essa é a única explicação plausível pra essa situação - Temari acrescentou
- Era só o que faltava... eu vou matar aquele gato de rua, juro que vou!! - Kiseki gritou furioso
- Deixe disso, Kiseki, não acha que cuidar do Hotori-kun é mais importante não? - Nagi indagou, erguendo uma sombrancelha
- Ah é... é verdade - o Reizinho murmurou, irritado por Nagihiko estar com a razão - Então eu vou falar com o Tsukasa e perguntar o que devemos fazer... mas depois eu mato o Yoru, eu juro que mato!!
- Hai, hai... - Temari revirou os olhos, já acostumada com aquela personalidade difícil do Rei dos Shugo Charas - Bom, acho que por enquanto o Tadase-kun precisa pelo menos de alguma coisa pra baixar a febre, não é?
- Ah, é verdade! Vamos buscar um remédio pra ele! - Rhythm concordou, com empolgação excessiva, e os dois saíram voando em direção ao banheiro da casa onde ficava o armário de remédios, enquanto Kiseki saía pela janela, ainda resmungando sobre o quanto Yoru era insolente em transmitir uma doença para seu dono.

- Fujisaki-kun ~nya... - Tadase chamou fracamente, e Nagi sentiu um arrepio na espinha ao ouvir Tadase chamando seu nome daquele jeito meloso e duplamente fofo com um miado no final - Eu... e-estou com calor ~nya...
- Ahh, me desculpe Hotori-kun! Esqueci que você estava com meu agasalho, e ainda coloquei essas cobertas em você - Nagi lembrou, imediatamente tirando o cobertor de cima de Tadase e abrindo o zíper do casaco que ele usava, do qual o loiro se desvencilhou e jogou para um lado, com certa dificuldade devido à moleza que a doença misteriosa provocava em seu corpo. Novamente as marcas deixadas por Nagihiko ficaram expostas, agora um pouco mais claras, sinal de que estavam lentamente sumindo, mas curiosamente Tadase não pareceu se importar com isso agora, talvez não tivesse nem percebido na verdade. Nagihiko, no entanto, notou-as e desviou o olhar para o lado, embaraçado - Etto... t-talvez fosse melhor você tomar um banho pra esfriar seu corpo, já que sua temperatura ainda está bem quente, que tal?
- Só... se você for comigo ~nya... - o loiro murmurou, e Nagi sentiu seu coração dar um poderoso salto, mal ousando acreditar no que tinha ouvido
- C-Como é que é?! - ele exclamou incrédulo - Mas o que foi que deu em você Hotori-kun?!
– Eu não sei, mas... j-já tem um tempo que estou me sentindo assim estranho ~nya... c-com calor, e... c-com vontade de fazer essas c-coisas com você - Tadase confessou, abaixando a cabeça envergonhado - Não falei nada antes porque nossos Charas estavam aqui, mas... desde chegamos que estou me sentindo assim, com um calor absurdo, suando, e meu rosto queimando como se estivesse em chamas ~nya. E... t-também... e-está tão... tão quente aqui embaixo – ele disse, confuso, sem olhar para Nagihiko, que ofegou e corou furiosamente com a informação inesperada
- I-Isso mesmo, nossos Charas! Aonde eles estão?? - Nagihiko pôs-se de pé, tentando por tudo no mundo ignorar o que Tadase tinha acabado de falar. Se fosse o que ele estava pensando... Nagihiko gostaria muito dar um jeito naquele "calor", ah se gostaria... mas não podia fazer aquelas coisas com Tadase doente, ele não queria machucá-lo e acabar piorando ainda mais o estado de saúde do loiro. Então tentou concentrar seus pensamentos em qualquer outra coisa que não fosse o tal calor que Tadase (e agora ele mesmo) sentia - Aonde aqueles pequeninos foram?! Kiseki disse que ia falar com o Diretor.... droga, Tsukasa-san ainda está na escola, então deve demorar. Temari e Rhythm... eles falaram que iam buscar o remédio pra febre, mas.... ah, espera aí! - uma luz pareceu se acender na cabeça do Valete - É do Rhythm que estamos falando, aposto que ele não foi buscar remédio coisa nenhum, só inventou isso pra nos deixar sozinhos e se mandou! E Temari é uma menina, e meninas gostam dessas coisas... deve ter acabado concordando e indo com ele. Droga, esses Charas encrenqueiros... eu vou buscar o remédio pra febre, me espere aqui, Hotori-kun!

Sem esperar por uma resposta, Nagihiko se dirigiu até o armário de remédios da casa e pegou o primeiro frasco rotulado como remédio para febre que encontrou, foi a cozinha e encheu um copo com água, e o levou de volta ao quarto de Tadase. E teve uma surpresa ao chegar lá: No pouco tempo em que Nagihiko esteve fora, o loiro já tinha tirado a camiseta que usava por baixo do casaco do time de basquete de Nagihiko, ficando com a parte superior do corpo totalmente exposta, estava com o zíper da calça aberto, deixando à mostra parte da cueca branca, e agora tentava tirá-la, com certa dificuldade por causa de uma certa cauda felina que havia surgido em seu corpo, e balançava freneticamente de um lado paa o outro.

Nagihiko engasgou ao ver aquilo e quase deixou o copo de água cair, segurando-o bem à tempo. Colocou o copo e o remédio em cima da cômoda rapidamente, e avançou na direção de Tadase, segurando seus pulsos frágeis com as mãos e o impedindo de se despir.

- Que pensa que está fazendo Hotori-kun?! Por que está tirando a roupa??
- Mas eu já disse que estou com calor ~nya... e se você não quer me ajudar a acabar com isso, então... e-então eu preciso te dar um... i-incentivo ~nya... - o menor murmurou, tentando inutilmente se libertar de Nagihiko, que sentiu uma sensação morna espalhando-se pelo seu corpo, como se o calor que Tadase sentia estivesse passando para ele
- M-Mas não é desse jeito que você vai resolver as coisas... você só está se sentindo assim porque está com febre, por causa dessa maldita doença de gato! - Nagi exclamou, soltando-o e indo até a cômoda para pegar o remédio - Aqui, tome. Seja bonzinho e tome o remédio para febre, sim?
- Só se... você me der na boca ~nya - Tadase respondeu, sentando-se na cama e encarando o maior nos olhos. Nagi arfou e corou um pouco diante daquela estranha chantagem, mas assentiu.

Tadase ergueu a cabeça, fechando os olhos e abrindo a boca, exatamente como fazia quando recebia seu chocolate semanal durante as tarefas do Valete, e Nagihiko depositou o comprimido entre os lábios rosados do Rei. Em seguida, ele mesmo colocou um bocado de água do copo na própria boca, mas sem engolí-la, colocou o copo de volta na cômoda ao lado e encaixou seus lábios entre os de Tadase, passando assim a água para o inteior da boca do menor para ajudá-lo a engolir o comprimido, e beijando-o ao mesmo tempo.

Logo a língua do Valete invadiu o interior da boca do loiro, tanto para ajudá-lo a engolir logo o remédio e empurrar o comprimido em direção à garganta, quanto para satisfazer o Rei, que parecia ansiar por mais, longe de estar satisfeito só com aquilo. Nagi envolveu o corpo diminuto e quente dele com uma das mãos, tocando em suas costas nuas, e com a outra acariciou seus cabelos, tocando ocasionalmente nas orelhas felinas recém-brotadas sobre seus cabelos. Sempre que tocava nelas, Tadase soltava um gemido particularmnte alto, dando a impressão de que tinha arranjado um novo ponto sensível. Ansiando por mais, o loiro começou a desabotoar a camisa do Valete, sendo surpreendentemente rápido dessa vez, e logo que terminou, atirou seus braços ao redor do corpo dele, colando seu peito nu no de Nagihiko, e fazendo com que o maior deixasse escapar um gemido rouco com aquilo.
No entanto, logo começaram a sentir falta de ar e foram obrigados a se separar um do outro, ambos ofegantes e com um filete de saliva escorrendo pelo canto da boca.

- Esse foi... o melhor remédio... que eu já tomei ~nya - Tadase miou, ofegante e sorridente ao mesmo tempo, limpando o filete de saliva que escorria pelo canto da boca com as costas da mão. E, sem mais aviso, subiu no colo de Nagihiko, com as pernas e as mãos apoiadas nas pernas do maior, e deu uma meia-volta exatamente como um gato faria, se preparando pra dormir
- E-Ei, Hotori-kun... o que está fazendo?! - Nagi exclamou, surpreso com o que Tadase estava fazendo, e se lembrando repentinamente do quando o loiro adorava tocar em suas pernas. Apoiou uma das mãos no ombro do loiro e a outra na cabeça, tentando impedí-lo de continuar subindo em cima dele, e sem querer seus dedos roçaram em uma das novas orelhas felinas do Rei com um pouco de força
- Nyaaaahhhnn! - Tadase soltou um gemido particulamente alto, misturado com um miado, ao sentir aquele toque, que parecia mil vezes mais intenso do que realmente deveria ser, balançando sua cauda de um lado para o outro com visível agitação, e Nagihiko afastou as mãos dele, assustado com o exagero de reação do menor, e preocupado que talvez pudesse tê-lo machucado sem querer
- D-Desculpa... você está bem??
- E-Estou ~nya... é que... i-isso foi mais forte do que eu esperava - Tadase respondeu, abaixando o rosto corado e tentando escondê-lo com a franja, lentamente se recuperando da intensa mistura de sensações que acabara de provar - E também... eu estou um pouco cansado, mas ainda quero ficar perto de você, então... acho que vou ficar aqui um pouco ~nya - o loiro falou como se fosse a coisa mais natural do mundo tirar um cochilo no colo de outra pessoa sem nem ao menos pedir permissão primeiro. Talvez fosse seu estado de sonolência, ou seus pensamentos que se tornavam cada vez mais felinos e animalescos, mas as mãos de Tadase estavam subindo cada vez mais, indo da coxa para um lugar mais em cima
- E-Espera aí, Hotori-kun... não que eu me importe de você domir no meu colo, mas.... s-se a sua mão continuar subindo assim, então eu... ahh... aahnnnn!! - Nagihiko deixou escapar um longo gemido involuntário antes que conseguisse terminar a frase
- Ah... fazia tempo que eu não ouvia o Fujisaki-kun fazer esse tipo de barulho ~nya. Geralmente sou eu quem faço ~nya - Tadase comentou com uma tranquilidade impressionante, como quem fala do tempo. E do mesmo modo que um felino faria, ele se enroscou e deitou no colo de Nagi, ronronando feliz.

Logo que ele se aquietou Nagihiko ergueu uma das mãos e começou a passá-la sob seus cabelos loiros, afagando sua cabeça no espaço entre as novas orelhas felinas do garoto. Sempre que as tocava acidentalmente, Tadase deixava escapar um ruído estranho, entre uma exclamação e um miado. Aparentmente seu novo corpo de homem-gato era muito mais sensível à esses pequenos toques do que antes. Nagihiko admirava distraidamente o rosto corado do menor em seu colo, sem poder deixar de pensar que ele tinha conseguido ficar ainda mais encantador e fofo do que o normal com aquele par de nekomimi e aquela cauda fofa e amarelada. Demorou um pouco para perceber que Tadase tinha aberto os olhos novamente, e suas pupilas agora tinham se tornado verticais, como as de um felino. Ele encarava Nagihiko nos olhos, observando-o aparentemente há algum tempo.

- Nee Fujisaki-kun ~nya - ele chamou com a voz melosa - O remédio pra febre parece estar funcionando, eu não estou mais tonto, mas... eu ainda sinto muito calor ~nya - ele reclamou, e Nagi notou que a respiração do Rei continuava ofegante e pesada - E-Eu... eu não aguento mais ~nya... e-está tão quente que... sinto como se meu corpo inteiro estivesse em chamas ~nya. Ao mesmo tempo, eu sinto uma vontade tão grande de ficar perto de você... uma vontade tão grande de... t-te tocar, te abraçar, e de nunca mais sair do seu lado... o que eu faço ~nya?
- Ahh Hotori-kun... e-eu adoraria dar um jeito nisso, mas... o caso é que você está doente - Nagihiko lembrou à contragosto, lutando com todas as fibras de seu corpo para se controlar e não fazer uma besteira - Tenho medo de acabar exagerando, e... passando dos limites... e-eu posso acabar fazendo algo que você não goste, ou pior, até te machucar, entende?
- Fujisaki-kun ~nya - Tadase apoiou uma das mãos na coxa direita de Nagi e a outra no peito dele, se erguendo com certa dificuldade, e desse jeito parecendo maior que o Valete - Hoje eu... eu quero... q-que você exagere e passe dos limites ~nya - ele falou como se implorasse, encarando Nagi com os olhos grandes e chorosos, e provocando uma grande variedade de sensações estranhas no interior do corpo do maior - E também... eu sei que você não vai me machucar ~nya. Isso porque... v-você me a-a-a-ama... não é ~nya? - ele perguntou, aproximando cada vez mais seu rosto do de Nagi. vendo que o Valete tinha ficado sem reação diante das ações dele, e demorava em responder sua pergunta, começou a ficar magoado e, abaixando a cabeça de novo, acrescentou - O-Ou será que... v-você não gosta mais de mim ~nya...?
- NÃO!!! - Nagihiko gritou ao perceber que sua falta de reação parecia ter magoado Tadase - C-Claro que eu gosto.... mais do que gostar, eu amo você, Hotori-kun, você sabe! Te amo mais do que tudo no mundo... eu sempre te amei, e sempre vou te amar - ele finalmente respondeu, e Tadase voltou a erguer a cabeça para encará-lo - É só que... eu fiquei surpreso com o que você falou, é só isso - ele explicou, e Tadase deu um tímido sorriso, aliviado que fosse apenas isso - Droga... eu sei que você está doente, e que eu não deveria fazer isso, mas... por que você tem que ser tão fofo, tão irresistível, tão atraente, tão... tão adorável... ainda mais com essas nekomimi... você ficou realmente uma gracinha com elas, sabia? - ele falou, acariciando as orelhas felinas e pontudas de Tadase, que soltou um miado misturado com um gemido diante do toque - Se você não fosse tão adorável e não transbordasse tanta fofura, eu... poderia resistir mais um pouco... droga, como você sempre consegue acabar com a minha força de vontade, hein Hotori Tadase?! - ele indagou e, sem esperar por uma resposta, tomou o menor em seus braços e o beijou outra vez.

Tadase sentiu aquele delicioso toque em seus lábios, no começo gentil e suave, mas que foi se tornando rapidamente mais intenso e mais sedutor. Sem hesitar, Nagihiko enlaçou o corpo do Rei com ainda mais força. Tadase  sentiu o maior tomar seus lábios para si com cada vez mais voracidade, tornando-se gradualmente mais selvagem e mais feroz, como se Nagihiko quisesse devorá-lo por inteiro. O Rei sentiu as mãos velozes do mais alto percorrerem  seu corpo diminuto velozmente, curiosamente tocando-o apenas nos lugares mais sensíveis, como se Nagihiko soubesse onde precisava tocar para provocá-lo e fazer Tadase gemer, miar e chamar pelo seu nome cada vez mais alto. Até mesmo sua cabeça, onde geralmente não causava grande reação, parecia se arrepiar por completo, como se uma onda de eletricidade percorresse seu corpo cada vez que Nagi tocava em suas orelhas felinas. Nagi desceu mais as mãos, indo até a cintura do outro garoto, e vez ou outra tocando-o mais embaixo, acariciando a nova cauda que o menor desenvolvera com as pontas dos dedos, enquanto invadia a boca do loiro com a língua, explorando e se apossando da cavidade bucal do garoto com certa pressa e urgência. Os beijos do Valete tornavam-se cada vez mais provocantes, mais sedutores... mais ardentes. Tadase podia jurar que iria morrer engasgado quando sentiu o maior enfiando a língua em sua garganta, mas por algum motivo acabou se sentindo muito bem com isso depois que se acostumou.

Tadase atirou os braços ao redor do pescoço do maior, enroscando os dedos no cabelo dele, enquanto descia a outra mão, abraçando-o pelas costas e puxando lentamente sua camisa, afim de tirá-la, no que o maior logo percebeu, soltando-o rapidamente e livrando-se da própria roupa, sem interromper o beijo, e voltando a abraçar o Rei logo depois. Nagihiko enlaçou a cintura do loiro com força outra vez, puxando seu corpo para mais perto enquanto tocava a língua de Tadase com a sua com cada vez mais intensidade e rapidez. Aquele gosto doce era tão tentador que fazia Tadase querer senti-lo ainda mais profundamente, levando instintivamente sua língua a acariciar a do maior, em uma dança deliciosa. Entrando em um ritmo voluptuoso, as línguas brigavam por espaço, ora na boca de Tadase, ora na boca de Nagihiko. Por vezes, o maior mordia levemente a língua do loiro, o fazendo miar baixinho.

Quando começaram a sentir falta de ar, Nagihiko afastou-se um pouco, apenas o suficiente para respirar, ao mesmo tempo em que sentia a respiração descompassada e quente do Rei batendo em seu rosto. Assim que conseguiu puxar algum ar para dentro de seus pulmões, cravou a boca no pescoço do menor, começando a distribuir lentos e sedutores beijos por toda a extensão do corpo do loiro. Subiu um pouco, mordiscando as mais novas orelhas felinas de Tadase, arrancando um gemido longo e desmedido do menor. Conforme o ritmo ia aumentando, mais Nagihiko perdia o controle sobre si mesmo, e antes que percebesse já tinha deitado o corpo do menor sobre os lençóis da cama, ficando por cima dele. Apreciou o corpo diminuto abaixo de si por um momento, como se quisesse devorá-lo com os olhos, para então voltar a percorrer a pele macia dele com a língua, enquanto deixava as mãos passearem pelo tórax e abdômen do menor. Tadase observou o abdômen surpreendentemente vigoroso do Valete erguendo-se diante de seus olhos. Tocou seu tórax com as mãos pequenas, vendo-o se arrepiar por completo. Nagihiko percebeu também que até as mãos do garoto estavam ficando mais felinas, tendo agora as famosas "almofadinhas de gato" na palma das mãos, mas não se ateu à esse fato por muito tempo. As mãos de Nagihiko deslizaram até o cós da calça já aberta do Rei, e sentiu o arfar de Tadase quando ele percebeu aquilo.

- Eu posso? - Nagi perguntou num sussurro rouco e sedutor. No entanto, antes que Tadase respondesse, ouviu-se o barulho metálico de alguma coisa caindo no chão. Os dois viraram a cabeça na direção do barulho e viram que não estavam mais sozinhos: À porta, Tsukasa os observava, não parecendo nada surpreso com o fato de seu sobrinho ter pego a doença de um Shugo Chara, muito menos com a situação em que se encontrava. Na verdade, era como se até já esperasse por isso. Estava acompanhado de Ikuto, que ainda carregava um Yoru adormecido e debilitado em uma almofada em seus braços. E pra completar, seus Charas tinham vindo junto. Temari estava com a face inteiramente vermelha e escondia-se atrás de Kiseki, tampando o rosto com a capa real dele, que também parecia estar à procura de algum lugar para enfiar a cara e nunca mais sair de lá de tanta vergonha que sentia. Rhythm era o único que comemorava sabe Deus o que, festejando e dando cambalhotas no ar.

- Fala sério, até numa situação dessas vocês estão fazendo essas coisas?! Isso que é fogo hein! - Ikuto exclamou, encarando-os de modo censurador, coisa que não combinava com ele - Ahh cara, eu aqui sofrendo e esses pirralhos em ritmo de lua-de-mel antes mesmo de casar... como a vida é injusta - ele acrescentou, e Nagihiko saiu de cima de Tadase o mais rápido que conseguiu, corando tanto quando o loiro. Puxou a camisa que jazia no pé da cama e vestiu-se rapidamente, e Tadase fez o mesmo, se atrapalhando um pouco mais com os botões e com o zíper da calça, visto que estava mais difícil de fechá-la por causa de sua nova cauda
- Vamos, vamos, crianças, não é hora pra isso... eu sei que vocês estavam sozinhos dessa vez, mas o Tadase está doente, não é? Então não podem ficar fazendo essas coisas agora! - Tsukasa falou num tom que pretendia ser para repreendê-los, mas o enorme sorriso que ele exibia arruinava completamente isso
- N-Não é nada disso que vocês estão... aaatchiiimmm!!! - Nagihiko começou o que seria a mentira mais deslavada de sua vida, mas foi forçado a interrompê-la pela metade devido à um poderoso espirro - Ai... acho que estou com alguma alergia... ~nya - ele levou as mãos à boca ao perceber o que dissera, arregalando os olhos em choque
- Ahh... Fujisaki-kun ~nya - Tadase chamou, ficando de joelhos na cama e apontanto para o topo da cabeça do Valete - Ali, na sua cabeça... nekomimi ~nya
- N-Não pode ser!! - Nagihiko correu até o espelho na cômoda de Tadase, que ficava ao lado do porta-lápis de metal que Ikuto tinha derrubado no chão ao entrar e causando aquele barulho estridente, e viu que de fato haviam nascido duas orelhas felinas em sua cabeça. E como se não bastasse, uma longa cauda arroxeada balançava alegremente de um lado para o outro na parte de trás do seu corpo - Mas que raios... como foi que eu fiquei assim ~nya?!
- Bom, eu diria que isso é meio óbvio Nagihiko-kun - Tsukasa falou calmamente - O Tadase aqui se apiedou do Yoru e passou mais tempo cuidando dele do que qualquer um aqui. Logo, acabou pegando a doença dele sem querer. E você, quando descobriu isso, deve ter ficado aqui pra cuidar dele, eu suponho, mas... de alguma forma as coisas acabaram... bem... resumindo, creio que a troca de saliva, fora outras coisas que prefiro não comentar, resultaram que você pegasse a doença dele também - Tsukasa concluiu, fazendo os dois Guardiões corarem diante daquela explicação detalhada demais
- E o que vamos fazer agora? - Temari perguntou preocupada, finalmente se recuperando do seu ataque de vergonha e saindo de trás de Kiseki - Os dois estão doentes, o Nagihiko não pode cuidar do Tadase-kun assim... e alguém precisa cuidar do Nagihiko também...
- Sem querer ofender, baixinha, mas parece que ele não estava cuidando nem antes, estava fazendo era outra coisa - Ikuto falou, e Temari voltou a se esconder, dessa vez atrás de Rhythm, que estava mais perto
- Agora, Temari-chan, os dois estão de quarentena! - Tsukasa respondeu a pergunta dela, finalmente assumindo um tom mais sério e uma pose de adulto responsável, que sinceramente, todos ali duvidavam se ele era ou não - Vocês dois precisam ficar isolados até melhorarem, e não poderão ir à escola até que isso passe para não passar essa doença para as outras crianças. E é melhor que fiquem o máximo de tempo possível longe dos seus Charas também, para evitar que eles se contaminem, entenderam?
- Hai, Tsukasa-san... - os dois Guardiões responderam em uníssono num tom desanimado de uma criança que fez besteira e estava sendo castigada. Era uma situação surreal aquela em que se meteram, e um tanto incômoda, era verdade, mas... se eles pudessem ao menos ficar juntos nessa quarentena, talvez não fosse tão ruim assim.