Yakusoku escrita por teffy-chan, Shiroyuki


Capítulo 48
Capítulo 48 - Suteki na Shiawase


Notas iniciais do capítulo

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Suteki na Shiawase - The Stand Up



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Nagihiko estreitou o seu abraço, sentido o corpo diminuto de Tadase encaixando-se contra o seu. Acariciou a base das costas dele levemente, e o sentiu arrepiar-se somente com isso. Sorriu para si mesmo, ao constatar o quanto ele era sensível, mesmo dormindo. Passou os dedos na testa dele, tirando do caminho os fios dourados que caiam sobre os olhos cerrados, e ficou admirando o semblante tranquilo e adormecido que ele trazia. Poderia ficar assim para sempre, apenas admirando Tadase, mas sabia que não era possível.

Mesmo que fosse domingo, e eles não tivessem aula, provavelmente a sua mãe deveria estar chegando de viagem há essa hora, e seria um desastre se ela desse de cara com ele e Tadase naquela situação.

Decidindo que levantaria primeiro, e prepararia o café da manhã dos dois, Nagihiko se desvencilhou com cuidado dos braços de Tadase, que estavam firmemente colocados ao seu redor. Foi uma tarefa complicada. As mãos dele ainda o seguraram por um momento, mas ele conseguiu se soltar, e com passos silenciosos como os de um gato foi para a cozinha.

Preparou um café da manhã completo, e ainda encontrou uma fatia de torta de frutas, a favorita de Tadase, no fundo da geladeira. Retornou ao quarto com uma bandeja, e ele ainda ressonava calmamente, agora abraçado ao travesseiro de Nagihiko, e parecia estar aspirando seu cheiro. Tinha um sorriso tão tranquilo no rosto, que o garoto teve receio de acordá-lo. Parecia até mesmo um anjo, dormindo dessa forma.

Colocando a bandeja de lado, Nagihiko se ajoelhou e engatinhou até onde Tadase dormia, inclinando-se na direção dele. Tocou a bochecha dele com o nariz, sentindo o seu aroma delicado, e sorriu para si mesmo. Era tão boa a sensação de poder fazer algo assim facilmente, que a felicidade parecia querer transbordar, sem caber mais em si.

Nagihiko deslizou então os lábios pela superfície macia, sentindo Tadase tremer involuntariamente com aquilo, e depositou um beijo no pescoço dele, bem sobre onde uma curiosa marquinha dava o ar de sua graça. Nagihiko parou para analisar a marca, e corou ao constatar do que se tratava. Havia se empolgado um pouquinho na noite anterior, era verdade, ainda mais depois de todas aquelas conversas embaraçosas ocasionadas por aqueles filmes estranhos, mas ao ver que havia sido entusiasmado o bastante para deixar marcas em Tadase, sentia-se extremamente embaraçado – mas ao mesmo tempo, curiosamente satisfeito com isso. Estava tão atrapalhado diante daquilo, que nem percebera que Tadase já havia acordado, e o encarava com aqueles sonolentos e escarlates olhos, e com um sorriso tranquilo no rosto.

— Ohayo, Fujisaki-kun – murmurou, com a voz arrastada de sono.

— Ah, ohayo, Hotori… - Nagihiko falou, sem conseguir conter um sorriso.

— É tão bom… - Tadase espreguiçou-se, ainda deitado, como um filhotinho de gato, e tocou levemente o braço de Nagihiko, apenas para garantir que ele estava ali -… acordar e ver você assim logo de manhã…

— Eu também acho isso. – Nagihiko sentiu seu coração acelerar, e sem hesitar, abraçou Tadase, caindo sobre ele no futon – Algum dia… algum dia, talvez, nós possamos fazer isso com mais frequência, sem precisar nos preocupar…

— Eu ficaria muito, muito feliz com isso! – o loiro exclamou, abraçando Nagihiko de volta, com os braços pesados por causa do sono e da preguiça. A barriga dele roncou audivelmente bem nessa hora, acabando com qualquer clima – E-estou com fome… - ele disse, embora fosse dispensável depois daquele grande aviso.

— Ah, sim, eu preparei nosso café da manhã… - Nagihiko se ergueu com um pouco de dificuldade, e trouxe a bandeja mais para perto. – Aqui, eu encontrei isso na geladeira – ele mostrou a torta de frutas, e os olhos de Tadase brilharam como os de uma criancinha.

Os dois comeram, da forma mais melosa que se pode imaginar. Dando comida um na boca do outro, por vezes derrubando na bandeja, rindo e brincando. Se alguém visse de fora, diria que se tratava de um casal recém-casado de um comercial de margarina. Estava tudo tão perfeito… que até dava medo.

Após terminarem a refeição, os dois levantaram. O pijama que Nagihiko emprestou à Tadase era demasiado grande, e ficava sobrando em algumas partes, fazendo com que o loiro parecesse ainda menor do que já era. O tecido escorregou pelos ombros magros, e Nagihiko percebeu que havia muito mais marcas vermelhas sobre a pele de Tadase do que ele poderia supor.

O loiro também pareceu reparar na mesma coisa, pois escondeu o peito rapidamente, corando na mesma hora. Parecia querer dizer algo, mas tudo o que fazia era gaguejar e balbuciar enquanto fitava a parede oposta.

— Ah, Hotori-kun, eu sinto muito… - Nagihiko disse a primeira coisa em que pensou, embora não sentisse tanto assim realmente. Na verdade, sentia uma pontinha de orgulho, de satisfação ou algo assim, por isso. Não parecia certo se sentir feliz, mas o fato de ter uma marca feita por ele mesmo naquele corpo deixava-o com a sensação de que Tadase pertencia a ele, e somente a ele. Nagihiko não conseguia evitar ser egoísta e possessivo quando se tratava de Tadase, talvez por ter sido privado disso por tanto tempo, e por um breve momento, teve vontade de deixar ainda mais sinais na pele alva do pequeno, como se isso fosse garantir que só ele o tocaria daquela maneira.

— Fujisaki-kun, está me ouvindo? – Tadase o chamou, e parecia que já estava fazendo isso há algum tempo. Nagihiko havia se perdido em pensamentos e nem havia o escutado. Quando percebeu, sorriu para ele, se aproximando lentamente para abraçá-lo.

— Desculpe, eu me distraí. O que você disse? – ele indagou, fechando os olhos e sentindo o perfume dele mais uma vez, enquanto envolvia a cintura de Tadase com os braços. Ele arfou, surpreso com aquela atitude inesperada, mas acabou por recostar a cabeça no peito do maior.

— Eu q-queria dizer que… q-que não tem problema… com isso – ele passou os dedos levemente por cima do sinal redondo e vermelho que manchava sua pele – por que… se for o Fujisaki-san, eu não me importo. V-você pode deixar q-quantas marcas q-quiser…

— Hotori-kun! – Nagi o afastou, pasmo – Você não deveria dizer essas coisas! – repreendeu, com o rosto esquentando.

— Por quê? – indagou curiosamente, fitando Nagihiko com aqueles olhos enormes e brilhantes. Pensou que talvez pudesse estar sendo ofensivo ao dizer aquelas coisas sem pensar, quando na verdade era exatamente o contrário. Nagihiko sentiu seu coração dar um salto ao ver Tadase com aquela face suplicante, pegando-o de guarda baixa.

— Porque se você disser essas coisas dessa maneira… - ele baixou a voz, erguendo o rosto de Tadase pelo queixo -… eu posso não ser capaz de me controlar… - acrescentou, e selou os seus lábios com os de Tadase antes que ele pudesse dizer qualquer coisa.

Eles moveram seus lábios em unidade por alguns segundos, concentrados apenas no calor um do outro, mas Nagihiko o afastou muito antes do que desejava.

— Nós temos que ir logo, antes que a minha mãe apareça… - disse apreensivo, vendo o rosto de Tadase se contrair de contrariedade por ter sido interrompido.

— Tem razão… - concordou, arrepiando-se só de pensar na mãe de Nagihiko.

— Mais tarde nós continuamos… - Nagihiko sussurrou no seu ouvido, e foi o bastante para fazer o garoto se mexer muito mais rapidamente – Você deveria… sabe, colocar um casaco de gola alta… só para não aparecer… - ele disse um pouco constrangido, e então mexeu em uma gaveta da sua cômoda, tirando de lá o abrigo do time de basquete. Vestiu-o sobre a camisa que Tadase acabara de colocar, e puxou o zíper até em cima, escondendo completamente o pescoço do garoto. Era uma sorte que estivesse começando a ficar frio, pois assim ninguém questionaria o uso de casacos.

— Obrigado – Tadase sorriu docemente, feliz apenas por poder sentir o cheiro de Nagihiko no agasalho, e torceu intimamente para que aquele cheiro impregnasse em sua pele também, no tempo em que o usasse. Era um pensamento esquisito e vergonhoso… mas ele não conseguia evitar também.

Depois de terminarem de se arrumarem, Nagi convidou Tadase para sair e fazer alguma coisa, já que era domingo, e ele sugeriu que levassem Hotosaki para passear um pouco. Estavam indo a caminho da casa de Tadase para pegá-lo, tomando o cuidado de sair antes da mãe de Nagihiko voltar para casa, quando o telefone de Nagihiko tocou. Ele teve um terrível pressentimento, e o seu impulso inicial foi de arremessar o aparelho para longe, mas Tadase o aconselhou a atender, pois deveria ser importante.

Moshi moshi? – atendeu irritado, mas logo seu semblante passou para sério, preocupando Tadase, que juntou as mãos apreensivamente esperando para saber do que se tratava. Nagihiko respondeu com alguns “hai” e “entendo”, e enfim, desligou o telefone.

— Era o seu tio… - ele disse, e Tadase empalideceu, sentindo um arrepio.

— A m-minha mãe percebeu que eu estava fora??? – ele exclamou esganiçado, parecendo prestes a chorar.

— Você saiu escondido, Hotori-kun? – o garoto sobressaltou, quase derrubando o celular no chão. Não queria arrumar problemas com a mãe do garoto, ela parecia ser tão austera, ou talvez até mais, do que a sua própria.

— Não, eu pedi para o meu pai… - Tadase lembrou, e Nagihiko ficou um pouco mais aliviado – Se não é isso, o que foi então…?

— Tsukasa-san disse que o Ikuto o procurou, parece que Yoru está muito doente. Bem que eu reparei que a Temari e o Rhythm tinham sumido, eles devem ter sentido isso muito antes e foram vê-lo…

— É, o Kiseki também sumiu. Mas, eu não sabia que Shugo Charas ficavam doentes… - Tadase ponderou, intrigado.

— Eu também não, mas é melhor irmos ver do que se trata… pode ser algum outro problema com Batsu-tamas… - Nagihiko disse, e Tadase assentiu.

Os dois começaram a andar rapidamente na direção da escola e logo chegaram lá. Mesmo sendo domingo, alguns poucos clubes esportivos treinavam, e os dois guardiões passaram direto por eles até chegar ao Royal Garden. Amu já estava lá, parecendo meio preocupada, e Yaya tagarelava qualquer coisa pulando de um lado para o outro.

— Ah, vocês chegaram! – Amu exclamou, parecendo aliviada por ter alguém além de Yaya ali – Achei que não iriam vir.

— Nós só recebemos o chamado do Tsukasa-san agora. Ele disse alguma coisa sobre o que aconteceu? – Tadase indagou, seriamente.

— Bom, ele me contou que o Ikuto ligou para ele, dizendo que o Yoru acordou estranho, espirrando bastante, e com febre alta. Os dois estão com ele lá na sala do Tsukasa, ele está examinando. – Amu respondeu o mais calmamente que pode – Eu deixei as meninas em casa, fiquei com medo de que elas pegassem seja lá qual for a doença.

— É, tem razão… eu deveria dizer isso para o Rhythm e para a Temari, mas não sei onde eles foram… - Nagi disse.

— Ah, eles estavam aqui até agora a pouco – Amu respondeu – Temari foi com os dois tentar ajudar em alguma coisa, o Rhythm foi chamar a Eru, por que disse que ela era boa com coisas como doenças… embora eu não tenha tanta certeza disso… e o Kiseki fica voando por aí discursando sobre a força dos seus súditos e que eles deveriam cuidar mais da própria saúde… acho que ele está preocupado… – ela riu por último, e Tadase assentiu, rindo sem graça pela falta de jeito do seu Chara.

— Bom, isso de fato é algo preocupante… Eu nunca ouvi falar de Charas ficarem doentes… - Nagihiko ponderou por alguns instantes – e a Rima-chan, está onde?

— Ah, a Rima-tan… - Yaya pareceu surgir do nada, usando um tom de voz sombrio – A Yaya tentou ligar para ela… m-mas… Rima-tan fica realmente assustadora quando alguém tenta acordá-la cedo… k-kowaai… - a ruivinha tremeu, relembrando o fatídico episódio.

— E o que vocês fizeram ontem à noite? Você disse que tinha planejado uma festa, Yaya… - Nagi disse, curioso, começando a preparar um chá com as coisas que já estavam postas apenas como um hábito antigo. Tadase puxou a sua cadeira e sentou à mesa, ao lado de Amu.

— Ah, foi tão divertido, vocês perderam um festão!! –ela começou a contar, e Amu revirou os olhos para aquele exagero – Todo mundo se fantasiou e a gente foi pra casa da Utau!  - ela começou a narrar, agitadamente, gesticulando para ilustrar o que dizia – A Amu tava de bruxa… a Utau se vestiu de vampira, a Yaya foi de ursinho de pelúcia… o Kukai se vestiu de múmia… e o Ikuto, aquele sem graça, só fez o Chara change e ficou de nekomimi! Mas aí a Rima apareceu vestida de abóbora, por que a Yaya fez ela se vestir assim, e o Ikuto ficou abraçando ela a noite inteira, dizendo que ela era fofa e redonda. E o Kyou-kun, aquele amigo dele foi também, e ele se vestiu de vampiro, e parece que fez isso só pra fazer par com a Utau-chan, por que ficou debochando dela um tempão!! Ele levou a irmãzinha dele, que foi vestida de princesa! Ela estuda em outra escola, e é muito fofa! … Mas não tão fofa quanto a Yaya!! Ela adorou a Utau, e disse que queria que ela fosse a sua Onee-chan! E todo mundo se divertiu bastante!!

— Obrigado pelo resumo, Yaya… - Nagihiko disse com uma risada amarela, que a ruiva pareceu não perceber.

 Ela continuou a falar e falar sobre a festa, mas logo seus olhos espertos se focaram em outra coisa, e ela abriu um sorriso que mostrava todos os dentes.

— Nee… Tada-kyuunn… por que você está usando o casaco do Nagi, heeeiinn? – Ela se inclinou sobre a mesa, examinando melhor o loiro.

— Ahn? – Tadase, que até agora estava preocupado pensando no caso de Yoru, sobressaltou – D-do q-que está falando, Yuiki-san? Eu s-só estava com frio, e o Fujisaki-kun me emprestou, foi só isso!

— É, Yaya, isso é tão óbvio, pare de ficar inventando histórias! – Amu reclamou, aborrecida.

— He he he he he… mas entãaaao~ por que o Tadase fechou o zíper até em cima? – ela apontou, saltitando até estar bem perto dele. Tadase, corado até a raiz dos cabelos e desviando o olhar, praticamente se denunciava, e qualquer palavra que ele dissesse iria confirmar de vez qualquer teoria mirabolante da ás. Nagihiko achou por bem salvá-lo nesse momento, colocando-se protetoramente à sua frente enquanto servia o chá já pronto.

— Yaya deveria cuidar mais da sua própria vida, não acha? – ele disse, com um sorriso tão calmo que dava arrepios – Ele disse que está com frio, não ouviu?

— Ora, mas… - ela ia argumentar, mas foi severamente interrompida.

— Será que eu devo ligar para a Rima e dizer que você mandou desejar um “bom dia” à ela? – ele a encarou firmemente, e Yaya, embora tivesse vacilado, não se deixou fraquejar por aquela ameaça.

— Yaya acha que estão escondendo alguma coisa aí!!!!

— Pare de viajar, Yaya! – Amu se impôs – Eu já disse, esses mangás estranhos que você lê estão te deixando maníaca!!

— A Yaya quer ver!!! – ela gritou, e num gesto puramente instintivo, ela avançou com a mão e puxou para baixo o zíper do abrigo. Tadase ofegou, quase perdendo o equilíbrio, e Nagihiko por pouco não conseguiu parar a garota, que fora bastante ágil e pulou para fora do seu alcance no mesmo segundo.

Tadase não escondeu o pescoço a tempo. As marcas estavam ali, evidentes para quem quisesse ver – e para quem não quisesse também. Yaya começou a gritar e berrar estridentemente, balançando o corpo de um lado para outro. Tadase fechou o casaco rapidamente, mesmo que fosse tarde demais, e Nagihiko o abraçou, lamentando por aquele fim.

— Waaaa~ a Yaya viu!!! A Yaya viu mesmo!!!!! Nagi deixou marcas de amor por todo o corpinho do Tadaaaaaaseee!!!!!!! – ela gritou, apontando dramaticamente para o loiro, que parecia querer sumir.

— Eu não vi nada. – Amu murmurou com os olhos vidrados, parecendo aquelas crianças que tinham os ovos do coração roubados – Eu não vi marca nenhuma. Nada aconteceu. – ela repetia como um mantra.

— Nyahaaa~ A Yaya viu mesmo!!! Ah, devia ter tirado uma foooto!!! Weeeee~ Aposto como as costas do Nagi também estão todas arranhadas!!!!!

— Não!!! – Amu elevou a voz uma oitava, e segurou a cabeça com ambas as mãos, tapando as orelhas – Eu não quero ouvir isso!! Tira essa imagem mental da minha cabeça!! Eu imaginei!!! NÃAAOO!!! EU NÃO QUERIA TER IMAGINAADO!!!!!!

— Gomenasai, Hotori-kun… - Nagihiko disse apenas, vendo a confusão que as duas garotas faziam por algo tão pequeno, e sentiu uma gota descer pelo seu cenho.

— Eu também lamento, Fujisaki-kun… - Tadase entoou no mesmo tom de voz conformado, e com a mesma gota na sua testa.

— Eu não vi nada. Eu não vi nada. Eu não vi nada. Nada. Nada. Nada aconteceu. Nada. – Amu se balançava para frente e para trás.

— Mwahahahahahhahhaha, Yaya-sama é tão esperta!!! Sabia que ia acontecer!!! Yaya-sama tem que contar para a Utau sobre como o plano dela deu certo!!!

— Plano? – Nagihiko captou aquela palavra no meio da gritaria histérica da ruiva, que não deu atenção a ele e continuou com seu discurso.

— Sim!!! A Utau riu da Yaya e disse que nunca daria certo!! MAS O YAOI SEMPRE VENCE!!! E TUDO ACONTECEU GRAÇAS AOS FILMES DA YAYA!!!!

Até Amu, que ainda tentava febrilmente se afastar da realidade, se calou depois daquela fala que escapou da ás. Os olhos de Nagihiko chisparam, e Tadase tentou segurá-lo, mas foi em vão, pois tão logo Yaya disse aquilo, uma afiada naginata se materializou na mão do valete, bem como flores de cerejeira de lado, nos cabelos.

— O QUE VOCÊ ESTÁ BERRANDO AÍ, PIRRALHA??? – ele apontou a arma para a garota que engoliu em seco, afastando-se de costas sem fazer movimentos bruscos. – FOI VOCÊ QUE FEZ AQUILO?!?!?!

— A-aquilo? A Yaya não sabe do que você está f-falando… na v-verdade… a Yaya é só um bebê… e… e… - ela deixou a frase solta no ar, e começou a correr tão rápido quanto suas pernas podiam aguentar.

Sem perder tempo, Nagihiko começou a correr atrás dela, com a naginata em punho. Tadase tentou acompanha-los, mas era óbvio que não tinha condições físicas para correr no mesmo ritmo que os outros dois. Amu também tentou intervir, mas estava com medo de ser acertada pela lâmina, e no fundo, achava que Yaya merecia aprender uma liçãozinha ou outra sobre invasão de privacidade.

Nagihiko gritava furiosamente enquanto corria atrás de Yaya, que não era mais rápida que ele, mas aproveitava-se do fato de ser menor para pular e desviar, subindo nas mesas e cadeiras, jogando-as na direção do seu adversário, usando os vasos de plantas para desviar a atenção. Tadase aproveitou a chance que teve quando Nagihiko errou um golpe por muito pouco, e abraçou-o por trás com toda a força que possuía.

— Pare com isso, Fujisaki-kun… - pediu, agarrado à Nagi com toda a força que possuía.

Ofegante e com o cabelo jogado sobre o rosto, Nagihiko paralisou por um momento, que poderia ser o suficiente para Tadase convencê-lo a voltar ao normal. Era impressionante o quanto ele ficava assustador quando fazia chara change com Temari no modo Nagihiko, muito mais do que quando era Nadeshiko. Yaya não deixou de perceber isso, pois embora Tadase houvesse conseguido segurá-lo, não ousou sair de trás da mesa virada que ela usava como uma barricada.

— M-mas ela… - Nagihiko murmurou incoerente, ainda com o sangue fervendo de irritação.

— Eu sei o que Yuiki-san fez, mas você não pode usar violência para ensinar a ela – Tadase argumentou, e Nagihiko pareceu se acalmar um pouquinho.

— Mas eu ia usar o lado da lâmina que não corta… - ele disse, como uma criança que é impedida de brincar, e Yaya tremeu, abaixando-se para ficar completamente escondida, voltando para espiar em um cantinho.

— Está tudo bem, Fujisaki-kun… - Tadase articulou em um tom de voz calmante, quase como se estivesse cantando uma canção de ninar – Solte essa naginata, e vamos conversar, está bem? – ele acariciou de leve o rosto de Nagi, afastando as mechas de cabelo que caiam sobre seus olhos.

— Ok… - Nagihiko afrouxou o aperto ao redor do cabo, relaxando os ombros aos poucos.

— Yeeeyy!!!! – Yaya gritou, saindo de trás da mesa. – Obrigaaada Tadaseee!!! Você salvou a minha vida com os seus poderes de uke…!!!!!!!

Sua fedelha……

Ela comemorou cedo demais. Assim que ouviu a voz estridente de Yaya, aquele brilho assassino e vermelho retornou aos seus olhos. Os braços de Tadase já não eram mais o suficiente para contê-lo, e ele avançou diretamente na direção de Yaya, que berrou como a garotinha que ela era e saiu correndo e tropeçando na direção oposta. Amu não sabia se fugia ou se fazia como Tadase e tentava segurar Nagihiko, mas sua hesitação não foi útil, e nem durou por muito tempo.

— Não, Fujisaki-kun!!

Tadase pulou na direção de Yaya, abraçando Nagihiko de frente e o contendo. Nagihiko ainda tentou se desvencilhar, mas não queria acabar machucando Tadase, e os dois acabaram caindo no chão. A naginata rolou para longe do alcance, e Nagihiko ia escapar nesse momento, para recuperá-la, mas Tadase pensou mais rápido, e subiu sobre o tronco dele, segurando-o pelas pernas.

— Kyaaaaaaaaaaaaa!!!!!!! – Yaya esqueceu completamente do perigo, gritando escandalosamente.

— Nãao!!! – Amu escondeu os olhos com as mãos, virando de costas para não ver nada, embora voltasse a espiar, incredulamente, a cada segundo.

Nagihiko ia empurrá-lo, mas Tadase segurou as duas mãos do valete acima da sua cabeça. Inclinou-se para frente, cerrando os dentes enquanto aguentava a força que Nagihiko fazia contra ele. Seus rostos se aproximaram, e as respirações dificultadas e entrecortadas se misturaram. Quando os olhos rubros e apreensivos encontraram os agitados orbes dourados, os dois se perderam um no outro. Nagihiko já não lembrava mais o que estava fazendo, e o chara change se desfez, fazendo evaporar a naginata e as sakuras. Seu peito subia e descia, com as batidas descontroladas do seu coração por conta de toda aquela agitação.

— Ora, ora o que vemos… eu estou todo preocupado aqui, e estes pirralhos aproveitando… - Tadase ouviu a voz de Ikuto ecoar acima dos gritos de Yaya pelo Royal Garden.

Como se um choque elétrico passasse por seus corpos, Tadase e Nagihiko se afastaram um do outro, pulando para se erguer o mais imediatamente possível. Com seus rostos irremediavelmente corados, e a respiração ainda descompassada, nenhum deles tinha coragem para se entreolhar.

Tsukasa e os outros haviam vindo pela passagem secreta que ligava o Royal Garden à sala do diretor, e por isso, chegaram sem que ninguém notasse suas presenças.

— Tadase! Que comportamento mais impróprio! Um Rei não expõe a sua intimidade abertamente dessa forma, tenha mais compostura!! – Kiseki gritou, com o rosto da mesma cor do seu manto.

— Ara, Nagihiko… e-eu não esperava por isso… - Temari soltou uma risadinha nervosa, escondendo o rosto com as mangas do seu kimono.

— É isso aí, Nagi! Yey~ - Rhythm foi o único a ficar animado, mostrando o dedo polegar levantado para parabenizar o dono por seja lá o que for que ele estivesse pensando que aconteceu.

— Vamos lá, crianças, não façam essas coisas em público! – Tsukasa repreendeu, sorrindo enigmaticamente com os braços cruzados.

— Kyaaaaaaaaa~ - Utau, que vinha mais atrás e só captou a uma parte da cena, estava mais ocupada em conseguir detalhes precisos de Yaya.

— N-nós não estávamos fazendo nada! – Nagihiko disse defensivamente, e Tadase assentiu, concordando. – A Yaya… ela…

— A Yaya não mandou ninguém se agarrar aqui não! – ela disse rapidamente, embora estivesse ainda com um sorriso estranho no rosto – A Yaya é um bebê, vocês não deveriam mostrar essas cenas vergonhosas assim na frente da Yaya!

— Como se você não assistisse coisa muito pior por aí, não é? – Nagihiko rosnou, e a ás se escondeu atrás das costas de Amu – Aqueles malditos DVD’s trocados…. – ele sibilou.

— Parem com isso!! – Eru foi quem apareceu, saída sabe-se lá de onde. Tinha um filete de sangue escorrendo pelo nariz, ainda sob o efeito da cena anterior, que ela rapidamente limpou. Vestia uma pequenina roupinha de enfermeira, idêntica a que a sua dona usava para se disfarçar – O paciente precisa de repouso!

— Ah! – Nagihiko se lembrou do problema inicial, e se impôs para frente, tentando ver Yoru.

O pequeno gatinho estava deitado sobre uma almofada, que era levada por Ikuto. Respirava com dificuldade, e fazia um barulhinho parecido com um chiado. Seu nariz estava vermelho, assim como as bochechas, e suas orelhas estavam caídas.

— Aaaatchiimm, nyaa~ - ele espirrou, voltando a dormir logo depois, gemendo baixinho.

— Pobrezinho… - Tadase se apiedou, e acariciou de leve o gatinho, que ronronou muito fracamente, ainda ressonando.

— Não fale assim, Tadase! – Kiseki bradou – Um rei não deve sentir pena de um reles gato ladrão como esse! – ele cruzou os braços, mas era evidente que estava preocupado com Yoru.

— Ele está com um resfriado – Tsukasa disse apenas.

— Deve ser por ficar andando por aí à noite no frio, o inverno já está chegando… - Amu ponderou, ainda com Yaya escondida nas suas costas.

— Ele vai ficar bem? – Tadase indagou, aflito, ainda fazendo carinho nos cabelos bagunçados do neko.

— Sim, ele só precisa descansar, e tomar muito líquido – Temari foi quem respondeu, tranquilamente.

— Então, terminou tudo bem! – Yaya exclamou alegremente, mas quando percebeu o olhar irritado que Nagi lançava para ela, imediatamente se calou.

— Ainda não… - Tsukasa soltou as palavras, e sorriu de uma maneira bastante discordante, que não tinha nada a ver com a situação. Era como se ele soubesse, que algo estava para acontecer… e talvez, estivesse absolutamente certo.


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Notas finais do capítulo

Yoo, Shiroyuki desuuu o//
Postando hoje por que é o último dia do ano, eu precisava fazer uma aparição!! Capítulo bem leve e fuwa-fuwa, pra começar bem o ano n_n! Por que eu sei que é difícil de alguém ler hoje, afinal, todos tem festas de ano novo pra ir... só eu que passo a virada na internet mesmo... '-'
Bom, tenho alguns recadinhos importantes pra dar!
Primeiro! Para quem ainda não leu, eu fiz um Especial de Natal de Yakusoku, como um presente pra vocês leitoras lindas do meu kokoro! Principalmente para aquelas que cobram um... ahn... envolvimento mais sério, entre nossos queridos guardiões! Espero realmente que gostem te~hee
link: http://fanfiction.com.br/historia/309003/Let_Is_Snow_-_Especial_De_Natal/
E, para aqueles que também leem Revenge, a outra fic que eu escrevo com a senpai, ela escreveu um especial de Natal lá também, espero que vocês passem por lá!!
link: http://fanfiction.com.br/historia/309124/Revenge_Especial_De_Natal/
Etto... Quero agradecer à todas vocês, leitoras, e também as leitoras de outras fics que provavelmente nem vão ler isso, por terem acompanhado essa e muitas outras histórias no decorrer desse ano. Eu sei que eu sou confusa, acabo me enrolando, atrasando, ou esquecendo de postar (é, isso acontece) mas saibam que eu me divirto muito escrevendo, e fico muito feliz de saber que todos vocês leem aquilo que a minha mente insana e incopreensível cria! Muito Obrigada!!!!
E, além disso, quero agradecer especialmente à minha querida senpai, Teffy (espero que você esteja lendo isso daqui, ouviu bem?? ò_ó) por ter aturado as minhas crises, meus ataques de moe, e minhas fangirlizações durante toooooooodo esse ano! Eu fico realmente, reeeealmente muito feliz por ter me aproximado de você, e por termos nos tornados amigas, e também por escrever essas histórias com você. Espero que continuemos assim por muitos e muitos anos, e que eu possa contar com você nesse ano novo também ... Yoroshiku onegai shimasu, to, AKEMASHITE OMEDETOOU!!! Nyaha~ fiquei com vergonha de dizer tudo isso >/////
Melhor postar logo antes que eu me arrependa...
Bye bye, até o ano que vem, minna-san!! Feliz ano novo!



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