Shadow of the Day escrita por Tsuki Lieurance Eriun


Capítulo 2
I: Eclipse


Notas iniciais do capítulo

E cá estamos nós o/ Eu queria esperar um pouco mais para postar, mas né, hoje é dia especial, e o único cap pronto que tenho é dessa, então.... Bora postar =DD
Enfim
Well, esse primeiro cap talvez será um pouco confuso, mas tudo será explicado conforme a história prosseguir, be sure ^^
Ah, aliás, ele se passa uns 10 anos depois do prefácio
Sem mais delongas, apreciem a leitura ^^



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Com o tempo, devido à separação, os guerreiros foram perdendo suas habilidades. Gerações se passaram, e as pessoas foram se esquecendo de seus místicos poderes, assim como da existência dos outros reinos. Ninguém cruzava o mar que os separavam, ninguém mais lutava.

Porém, a irmã mais nova da Grande Mãe não aguentou ver tamanho esquecimento. Achava as habilidades que antes tinham incríveis demais para se perderem. Tentou fazer com que os poderes ressurgissem, tentou fazer com que os diferentes povos voltassem a sentir a conexão com seu Elemento, mas foi em vão. Não tinha força suficiente para isso, quase perdeu todas as energias que tinha ao tentar. E essa não foi a pior parte de seu mal-sucedido plano. Sua irmã descobriu sua vontade, até então secreta. Temerosa de que algum dia ela obtivesse sucesso e mais guerras surgissem, a Grande Mãe expulsou a irmã de seus domínios, não sem certo pesar.

Chateada e se sentindo sozinha, a menor se refugiou em Kurotsuki, já que amava a noite. Os habitantes de lá logo perceberam toda a magnitude dela, e passaram a adorá-la como a deusa que era, ou fora um dia. Grata por sentir novamente o que era ter um lar, ela retribuiu o povo restituindo sua memória. Em seu castelo, construiu uma enorme biblioteca, onde guardou seus manuscritos, que continham todas as informações sobre os antigos guerreiros que ela conseguia lembrar. Assim, a dita lenda poderia reviver, e tornar-se real novamente.

Mas essa ação trouxe consequências inimagináveis. Alguns moradores do continente começaram a desacreditá-la, achar que era maluca por acreditar que qualquer um poderia despertar as habilidades de luta e domínio de elementos descritos nos livros de autoria da deusa. Em poucos anos, a descrença se tornou revolta. Passaram a acreditar que estavam melhor quando ela não existia, quando a dita memória dos ancestrais não se fazia presente. Então, decidiram destruí-la. Afinal, por mais que ela tivesse magia e fosse mais forte que eles, não era mais imortal. Porém, não havia somente revoltosos no continente. Havia também aqueles que a adoravam, alguns até sendo seus amigos devido a viverem em seu castelo. Uma batalha foi travada, e, em decorrência dela, a pequena deusa viu seu melhor amigo ser atingido fatalmente na sua frente. Desesperada, e irada com aqueles que a desafiaram, ela usou o que restara nela de seu poder para dar ao amigo o dom da imortalidade, além de, embora de maneira inconsciente, lhe despertar os poderes dos antigos guerreiros. Mais precisamente, dos guerreiros do Elemento regente de seu continente.

Porém, novamente, foi uma ação com consequências que ela nunca pensaria. Talvez efeitos colaterais seja um termo mais adequado. A pequena deusa consumiu praticamente toda a sua energia nesse ato, o que fez sua parte física desmaterializar-se. Dizem que sua alma se refugiou na mais brilhante estrela do céu de Kurotsuki, e ela ainda zela por aqueles a quem se afeiçoou. Quanto ao rapaz a quem foi dado o dom da imortalidade, ele acabou por ganhar mais que isso. Além de uma sanguinária sina...

–De novo você por aqui?

O rapaz quase pulou da cadeira onde estava sentado ao ouvir. Vincent estivera tão concentrado na leitura do livro, que por pouco não caiu de sua mão, que não percebera a aproximação de seu amigo. Voltou o olhar na direção dele, com uma expressão reprovadora.

–Faça isso de novo e não me responsabilizo se você acabar morto. – advertiu ele, se levantando para recolocar o livro na sua estante

–Espera, eu consegui te assustar? – questionou o primeiro – Eu nunca consegui sequer estar a metros de distância de você sem que notasse!

Vincent mirou o amigo de uma maneira assassina. Yan, com sua eterna aparência de adolescente imaturo, ressaltada pelo seu espetado cabelo azul, estava com a expressão lhe dizendo que a surpresa ainda não passara, tampouco a satisfação por isso. Ele estava vestindo uma camiseta azul escura, mesma cor de sua calça jeans cheia de zíperes, por baixo de um colete cinza-escuro, mesma cor de seus olhos.

–Você só me pegou desprevenido. – argumentou ele

–Nem me venha com essa desculpa. – rebateu Yan – Quando você era menor, você vivia se perdendo nessa biblioteca. E nem assim você deixava de perceber quando eu me aproximava.

Vincent deixou escapar um suspiro. Não poderia negar isso. Desde pequeno, adorava caminhar por entre as diversas estantes daquela biblioteca, isso para não falar quando se sentava no chão com diversos livros ao seu lado. E nem por isso deixava de perceber quando seu melhor amigo se espreitava na tentativa de assustá-lo.

–Ah! Já sei – exclamou o garoto de cabelos azuis, pulando para cima da mesa – Você estava distraído porque era justamente essa a intenção, não foi? – como o amigo ficou em silêncio, ele continuou – Foi sim... Você queria tirar aquela garota da cabeça, não é?

O suspiro de Vincent dessa vez foi mais profundo, além de ser perceptível que seu rosto estava levemente corado. Foi para o lado do amigo, embora fosse mais contido e não se sentasse na mesa, se limitando a se apoiar nela.

–Admito. – confessou o rapaz – Estou tentando não pensar nela. O eclipse está tão próximo agora... Mas as horas parecem que nunca passam... Então, decidi me refugiar na leitura. Como se eu tivesse obtido algum sucesso...

–Afinal, ela é tão linda... – completou Yan, colocando um tom sonhador na voz – E o sorriso dela é tão magnífico... E o olhar dela parece me prender... Eu sei disso tudo. Você sempre repetia essa ladainha quando conseguia achar uma maneira de ficar perto dela, nem que fosse por alguns minutos.

–Eu repito tanto assim? – questionou Vincent

Ao que o amigo assentiu, o rapaz ficou com o rosto ainda mais vermelho. Vendo isso, Yan começou a gargalhar, chegando a deitar na mesa de tão forte sua crise de riso.

–Ah, minha Deusa, eu nunca achei que fosse te ver com esse olhar constrangido por falar algum comentário sobre estar perdidamente apaixonado. – comentou ele

–O amor muda as pessoas, não é o que dizem? – justificou-se o outro

–Não tem como não acreditar quando você fica com aquele sorriso abobalhado. – emendou o primeiro

–Espero que, quando for a sua vez, o amor te dê um pouco de juízo. – concluiu Vincent, se direcionando a saída da biblioteca

Enquanto o rapaz caminhava em direção a ampla porta de madeira, Yan se limitava a agradecer mentalmente que o amigo não pudesse ler seus pensamentos, tampouco pudesse ver o que se passava em seu coração.



 O sol brilhava com toda a sua intensidade. Não havia nenhuma nuvem naquele céu perfeitamente azul. A garota colocou uma mão acima de seus olhos, tentando bloquear parte da luminosidade que fora direcionada a seu rosto devido a um vento que deslocou as folhas que antes a encobriam. Estava deitada embaixo de um grande carvalho, acompanhada de seu irmão. Ambos usavam roupas leves, considerando o calor habitual do continente. Ela vestia uma blusa branca, um short jeans e deixara seus pés descalços, visto que amava poder caminhar e sentir a grama debaixo de seus pés; já ele estava com uma camisa verde, bermuda bege e um par de tênis branco.

–Rachel! Juan!

Ambos se sentaram ao ouvirem a voz da amiga, que vinha caminhando na direção deles. Janet tinha curtos cabelos ruivos e olhos castanhos. Estava vestindo uma delicada blusa amarela, um short lilás e botas de cano curto brancas. Em sua mão, ela trazia um picolé, já consumido pela metade e derretendo rapidamente.

–Nossa, que calor! – comentou ela, sentando-se ao lado dos irmãos

–Fala como se não fosse esse o clima daqui. – apontou o garoto

–Acredite, Juan, mesmo vivendo aqui desde o dia em que nasci, eu nunca deixo de me surpreender com esse clima. – rebateu a recém-chegada, fazendo ambos rirem

–Às vezes eu realmente gostaria que aqui existisse noite... – a outra garota pensou alto

–Ah, não começa com isso de novo! – reclamou o irmão, voltando a se deitar na grama – Nada disso existe, Rachel. Noite, lua, estrelas... E o máximo de escuro que você vai poder ver na sua vida é quando chove.

–Mas não disseram que hoje a gente poderia ver isso? – interviu a ruiva – Não estão dizendo que vai haver um... Como é mesmo?...

–Eclipse. – respondeu Rachel

–São só boatos. – argumentou o moreno – Se lembra que teve uma época no ano passado em que diziam que o mundo ia acabar? Estamos aqui, não é mesmo?

–Mas dessa vez é verdade! – protestou ela – Lembra-se daquelas histórias que a vovó contava para nós? Uma delas falava que teria um eclipse aqui, em Prism!

–Pare de delirar, Rachel! – Juan voltou a se sentar, mirando a irmã de maneira reprovativa e levemente raivosa – Histórias são só isso, histórias.

–Veremos quando a noite chegar. – desafiou a morena, levantando-se em seguida e deixando-os sozinhos

O irmão não conteve um suspiro a vê-la seguindo a passos fortes, o que demonstrava que tinha sido atingida com sua descrença.

–Como a Rachel pode ser tão obsessiva por aquelas histórias? – pensou alto

–Ah, deixa ela acreditar no que quiser. – defendeu-a Janet, dando mais uma mordida em seu picolé – Quando chegar amanhã e nada dessa ‘noite’ tiver acontecido, ela vai aquietar esses pensamentos.

–Tomara. – o primeiro emitiu uma prece silenciosa inconscientemente – Porque acho que ninguém além de nós consegue aturar uma adolescente de 16 anos que acredita em histórias contadas para crianças dormirem.



 Olhou para seu relógio de pulso, talvez pela centésima vez naquela hora. Por que será que os ponteiros pareciam não se mexer quando mais se precisa ou quer tal ação? Rachel deixou um suspiro escapar. Estava sentada em um dos galhos altos do carvalho que, não há muito tempo atrás, discutia com o irmão sobre a possibilidade da existência da noite. Moveu o olhar para o céu. Tirando o fato de que o mesmo estava enevoado e emitia uma baixa luminosidade, contando que isso era normal nesse período do dia, nada de diferente tinha ocorrido.

Baixou a cabeça. Talvez... Talvez seu irmão, assim como as demais pessoas, estivesse certo. Talvez aquelas histórias, que tanto amava e acreditava, fossem apenas isso. Talvez a noite não existisse afinal, tampouco os demais continentes.

Então, por que havia algo dentro dela que lhe dizia que tudo aquilo era verdade? Por que havia aquela sensação de que ela fazia parte daquilo tudo?

De repente, percebeu que a luminosidade tinha baixado mais. Intrigada, voltou a mirar o céu. Uma faixa negra gradualmente tomava posse do sol. Um sorriso surgiu no rosto da morena, e se alargava conforme a escuridão passava a dominar o local. Os últimos raios de sol se dispersaram, e o céu estava de um tom de azul bem forte, quase negro. A noite estava instalada.

Mais radiante impossível, Rachel desceu do galho onde estava sentada, querendo observar aquele breu celeste do nível terrestre. Com suas boas habilidades físicas, que em geral deixava escondida dos demais, a descida foi rápida. E, pouco depois que seus pés voltaram a sentir a grama abaixo deles, um arrepio percorreu sua coluna. Conhecia aquela sensação, já tinha a sentido várias vezes. Não estava sozinha. E, no entanto, não estava com medo, tampouco incomodada.

–Finalmente nos encontramos, minha princesa.



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Notas finais do capítulo

Não ficou muito longo, mas né, dá pra aceitar -qq
Enfim
Huhu, espero que tenha deixado um suspense com esse final *u* *a Luana sabe o que vai acontecer* Nem, do jeito que essa aqui tá ficando diferente daquela primeira, to duvidando -qq *aham*
Tá, sem muito o que dizer, então reviews, please :3
Bjss e até o//



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