71 Edição Dos Jogos Vorazes escrita por Bia


Capítulo 8
Aliados


Notas iniciais do capítulo

Então gente os capítulos de dentro da arena são os mais difíceis pra mim e a minha semana de prova está chegando e por isso as qualidades dos cap. caem então talvez eu fique um tempo sem posta, até essa confusão da escola passar.



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Depois do encontro com o garoto do distrito sete andei por mais dez ou quinze minutos, o machucado em minha cintura não parava de sangrar e isso estava me assustando, foi então que por um milagre eu encontrei um pequeno riacho e a primeira coisa que fiz foi encher minha garrafinha e beber um pouco, estava morta de sede. Então fui cuidar do meu machucado, levantei a regata até a altura do machucado e uma careta se formou em meu rosto, o corte não era fundo, mas estava feio. Tirei a jaqueta da mochila e cortei-a de uma ponta a outra, grande o suficiente para dar uma volta na minha cintura, e ainda dava para vestir caso esfriasse, mas não cobriria muito meu corpo, lavei o ferimento e cobri torcendo para que o sangue parasse, assim que terminei com o machucado e comi um pedaço de carne seca um canhão soou e logo em seguida mais oito, nove mortos, poucos comparados a outras edições. Então a insígnia de Panem apareceu e um por um os rostos dos tributos foram aparecendo: o garoto do três, o garoto do cinco, a garota do seis, o garoto do sete com quem eu lutei, o casal do oito, a garota do dez e os garotos do onze e doze. O hino de Panem começou a tocar e uma estranha sensação de alivio me inundou, Winter ainda estava vivo por ai em algum lugar, o hino acabou e insígnia sumiu.

Encostei-me em uma árvore perto do riacho a fim de descansar, foi quando eu notei, a temperatura caiu bruscamente, quase cinco minutos depois do anuncio dos mortos eu estava tremendo, vesti a jaqueta, mas não adiantou muito, respirei fundo e abracei as pernas na esperança de que o frio passasse, sem resultados. Seria uma longa noite.


De alguma maneira consegui pegar no sono, talvez pelo fato de não ter dormindo bem a noite passada tenha ajudado. Quando acordei os primeiros raios de sol começavam a aparecer, eu ainda estava meio tonta graças ao sono, mas logo fiquei alerta estava sozinha e poderia aparecer um tributo a qualquer momento. Eu não tinha muitos recursos então apenas lavei meu ferimento que cicatrizava, devagar, mas cicatrizava, lavei o pedaço de jaqueta que usava como atadura e deixei em cima de uma pedra para secar, enquanto esperava comi mais um ou dois pedaços de carne seca, e agora não restava mais nada, eu sei que agora eu devia guardar comida o máximo possível, mas a fome falou mais alto e eu não sabia se havia algum animal para eu poder tentar caçar.


O dia foi passando rápido demais, algum truque dos idealizadores provavelmente, e apenas um canhão tocou, a cada minuto que passava a minha fome aumentava e com ela a dor no machucado e o calor não ajudava em nada, eu suava eu mal tinha forças para me mover, onde estava Kendrick? Será que ele não percebeu minha situação? Ele não deveria me mandar algo? Será que eu não tinha nenhum patrocinador? Ou ele só estava ocupado demais fingindo não ligar para tudo que estava acontecendo como sempre?

–Essa é a hora que você me manda alguma ajuda senhor mentor! – Ergui a cabeça para o nada e disse em um tom alto, mas não o suficiente para chamar atenção de algum tributo por perto, assim espero. Um pouco mais de um minuto um para quedas prateado aparece no meu campo de visão e vem caindo até parar bem embaixo dos meus pés, um sorriso apareceu em meu rosto, abri a caixinha que o para quedas trazia e lá havia um bilhete. “Aqui está garota e vê se para de reclamar. Kendrick” e junto com o bilhete três pãezinhos do meu distrito, meus olhos brilharam, eu não comia muito deles no nove, eram caros graças à quantidade de grão e a mão de obra usada para fazê-los, por isso meu pai comprava eles somente em ocasiões especiais. Saboreei um pão como se fosse o último, mas então algo chamou minha atenção, um barulho de luta e não era longe, joguei todas as minhas coisas dentro da mochila e amarrei o pano da jaqueta em volta da cintura de qualquer jeito, eu estava pronta pra correr quando o tiro de canhão me fez congelar e logo em seguida passos, era agora eu tinha que tomar uma decisão corre ou lutar, mas só tive tempo de tirara a adaga da bota quando a garota do doze apareceu entre as plantas.


Ela arfava e seus cabelos negros cacheados estavam bagunçados, havia arranhões por todo seu corpo que foram feitos por algum tipo de arma afiada, seu par de facas, que eu a vi arremessar perfeitamente no centro de treinamento estavam sujos de sangue em sua mão direita, é claro foi ela que matou o tributo, trocávamos olhar sem dizer uma palavra, então outro para quedas caiu entre nós, as duas acompanhamos o trajeto dele até cair no chão, eu não tirei os olhos do objeto.

–Para quem você acha que é? – Perguntei finalmente quebrando o silêncio.

–Não sei. – Ela respondeu sem tirar os olhos da caixinha.

–Talvez eles queiram que nós lutemos por ele. – Eu disse. A garota deu uma leve risada, meio sarcástica meio cansada e disse:

–É provavelmente querem isso.

Então uma idéia me veio à cabeça.

–Que tal uma aliança. – Falei um pouco fria, para tentar não mostrar muito interesse, só não sei o porquê fiz isso. A garota pela primeira vez me olhou nos olhos.

–Como assim? – Ela perguntou.

–Agente poderia se aliar e dividir o que quer tenha ai dentro. – Expliquei. Ela me encarou desconfiada.

–Ah! Vamos lá! Nós duas estamos acabadas não seria uma luta interessante, duas garotas fracas tentando acertar a garganta da outra? Ninguém assistiria. Mas se nos tornamos aliadas podemos ficar mais fortes e quem sabe acabar com os carreiristas. – Quando proferi a últimas palavras os olhos cinza da garota brilharam, parece que ela adora uma luta. – Feito? – Perguntei estendendo a mão. – Ela saiu do lugar mancando, mostrando um baita machucado na perna.

–Feito. – A garota apertou minha mão.


No para quedas havia um spray e alguns pedaços de pano que a garota disse ser para fazer curativos, tirei o pedaço da jaqueta da cintura e ela aplicou o conteúdo no machucado, no inicio ardeu, mas depois uma sensação boa deu lugar a dor. Depois deu duas voltas com o pano no machucado cortando o mesmo logo em seguida com a faca, depois eu fiz um rasgo um pouco maior em volta do corte em sua perna e apliquei o remédio, ela se contraiu, mas depois relaxou como eu, fiz o mesmo que ela dando duas voltas no corte com o pano, com ela me dando instruções de como fazer isso, é claro.

–Então, nós somos amigas, digo aliadas e eu nem ao menos tenho certeza do seu nome. – Ela disse cutucando a atadura.

–É Summer. – Respondi. - E o seu é Gwen certo? – Perguntei. Ela apenas balançou a cabeça em concordância.

Conversamos bastante com o passar do dia e eu descobri algumas coisas sobre ela, que é a filha mais velha, irmã de dois garotinhos gêmeos, seu pai trabalha em um das minas de carvão do distrito e sua mãe fica em casa cuidando dela e dos irmãos, por exemplo, ela caça na floresta para ajudar em casa, tem treze anos e um namorado filho do ferreiro de lá e agora que ela está aqui ele está caçando para sua família.

–Isso é bem legal da parte dele. – Comentei.

–É sim. – Ela disse um pouco melancólica. Depois de conversarmos um pouco ofereci um pedaço de uns dos pães que ganhei, ela deu uma mordida e sua expressão de incrível satisfação.

–Oh! É uma delicia. – Ela disse entre mordidas.

–É mesmo. Mas vocês não tem esse tipo de coisa no doze? – Perguntei.

–Ah não, temos sim! A padaria do senhor Mellark vende os melhores pães do mundo, mesmo eu comendo só uma ou duas vezes. – Ela disse pensativa. – Mas um delicia mesmo são os bolos confeitados de tem por lá, pelo menos é o que eu escuto. – Gwen completou.

–E é a mulher do senhor Mellark que faz esses bolos?

–Aquela bruxa? De jeito nenhum! Nós achamos que seja o filho mais novo deles, Peeta.


A insígnia apareceu, era hora de saber quem havia morrido naquele dia, o primeiro a aparecer foi o garoto do dois, eu e Gwen trocamos um olhar assustado um carreirista morto no segundo dia? Isso era novidade e então a foto da garota do cinco apareceu e a minha nova aliada fez uma careta.

–Foi com ela que você lutou antes de me encontrar? – Perguntei sem olhar diretamente para ela.

–Aham. – Foi a única coisa que ela disse.

O hino começou a tocar, e quando acabou o frio insuportável voltou.

–Oh não! Não sei se agüento outra noite de inverno! – Exclamei.

–Você não tem um saco de dormir? – Ela perguntou um tanto quanto chocada.

–Não. – Respondi triste.

–Durma com o meu por enquanto, eu começo vigiando. – Ela disse colocando sua jaqueta. Eu a encarei, tudo bem éramos aliadas agora, mas isso não impedia que ela enfiasse uma faca em mim enquanto eu dormia. Mas eu precisava confiar nela então aceitei.


Encolhi-me dentro do saco de dormir enquanto Gwen sentava em uma pedra. Não dormi realmente, acordava as vezes alerta encarando minha parceira olhar para floresta escura, eu estava começando a pegar no sono pesado quando um barulho me chamou a atenção, olhei para Gwen, mas parece que ela havia pegado no sono.

–Gwen! Gwen acorda! – Sussurrei, e ela acordou, quando ela olhou em volta algo atrás de mim lhe chamou a atenção, a garota puxou a faca e correu. Me levantei o mais rápido o possível e peguei minha adaga, quando me virei ela apontava a faca para a garota loira do três que estava vesga olhando para a ponta da arma.

–Mas que diabos é isso?! – Perguntei.

–Ela estava tentando roubar nossas coisas. – Gwen disse colocando a lamina mais perto da garota.

–Por favor, não em matem! – A garota implorou.

–Nos dê um bom motivo. – Perguntei cruzando os braços. A garota pensou por um instante e então disse:

–Eu posso fazer armadilhas! Posso ajudar vocês. – Eu e Gwen trocamos um olhar e eu dei de ombros, ela poderia ser realmente útil.

–Tudo bem pode ficar. – Gwen suspirou. – Mas fique longe das nossas coisas!



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Notas finais do capítulo

E AI?