71 Edição Dos Jogos Vorazes escrita por Bia


Capítulo 7
E a 71ª edição dos jogos vorazes começou!


Notas iniciais do capítulo

Agora a coisa ficou séria!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/198598/chapter/7


Eu definitivamente não dormi, talvez tenha dado um cochilo ou outro durante a madrugada, mas não dormi. A adrenalina não deixava, os jogos começariam na manhã seguinte e eu não sabia o que esperar da arena, não sabia se iria sobreviver ou sequer passar do primeiro dia, sem contar que eu não conseguia para de pensar no Winter e naqueles beijos.

Mas o que quer que tenha acontecido eu teria que esquecer, agora iríamos para um jogo que valia nossas vidas e só um sairia, os dois juntos não poderiam ser poupados.

Quando me levantei dando uma olhada no espelho provavelmente levaria uma bronca de Arya, olheiras roxas enormes se formaram de baixo dos meus olhos me deixando com uma expressão triste, não que eu estivesse feliz. Depois que vesti a roupa que estava no quarto: uma regata marrom, calça verde musgo e um par de botas pretas parecidas com as que os pacificadores usavam. Alexis, Charysse e Kendrick estavam se arrumando para irem até onde os mentores tentavam nos conseguir alguma coisa e discutiam a melhor hora para mandar. Alexis que faz um esforço enorme para não chora me abraça forte e diz que fui a garota mais elegante que ele tava o prazer de trabalhar, Kendrick segura meus ombros e me olha diretamente nos olhos.

–Você consegue. – Foram as únicas palavras que ele proferiu. Charysse me lançou um olhar gentil e eu retribuo, e então eu fui encaminhada para o aerodeslizador que me levaria até a arena desse ano.

Sou recebida por uma mulher de branco com uma seringa, e antes que eu pudesse fazer qualquer pergunta ela injeta seja lá o quer for no meu braço.

–Seu rastreador. – É só o que ela diz. Sou encaminhada por uma avox para a sala onde poderia comer algo e lá encontro Arya a minha espera, ela me lança um sorriso e faz sinal para que eu sente, não estou com fome, mas não sabendo quando será minha próxima refeição consigo mandar algo para dentro.

A viajem foi rápida e quando o aerodeslizador aterrissou fomos para as catacumbas subterrâneas, Arya prende meu cabelo em um rabo de cavalo alto depois que escovei os dentes, esperei que ela me desse alguma jaqueta ou algum complemento para minha roupa.

–É, parece que é só isso. – Ela diz.

–Então não será frio lá? – Perguntei.

–Eu realmente não sei. – Ela responde dando de ombros.

Ficamos em silêncio em seguida, e a única coisa que me distrai é o movimento de seus enormes cílios quando minha estilista pisca, e é assim até uma voz anuncia que a hora chegou. Eu vou em direção ao um circulo de metal com Arya me acompanhando.

–Posso te fazer um pedido? – Pergunto antes de entrar no circulo.

–Claro. – Ela responde suave.

–Se o pior acontecer lá você poderia de vez em quando dar uma passadinha no nove e ver como está...

–Sua família. – Ela completou. Balancei a cabeça e ela abriu um sorriso. -Pode deixar.

E então eu entro no circulo e um cilindro de vidro aparece ao meu redor e eu começo a ser erguida. Faço de tudo para controlar meu pânico e então a luz do sol quase me sega campina o chão é de uma grama bem verde, bem na minha frente estava a enorme cornucópia e ao fundo uma floresta de pinheiros. Ficamos alguns segundos esperando e então os vidros que estavam ao nosso redor abaixaram.

–Senhoras e senhores está aberta a 71ª edição dos Jogos Vorazes. – Uma voz anuncia e então se escuta um apito alto e duradouro começamos a correr.


Os carreiristas são os primeiros a chegar ao grande chifre, se armam até os dentes e começam a perseguir os outros, o banho de sangue é intenso pelo canto do olho vejo a garota gigante do dois atirar uma flecha na têmpora da garota do seis, do outro lado vi o garoto do um matar a garotinha do dez em segundos com uma espada, mas o que mais me assustou foi seu olhar sanguinário. Eu não iria ficar lá parada esperando morrer então peguei uma mochila bem perto da Cornucópia e quando me preparava para entra na floresta vi o garoto do cinco caído no chão e ao seu lado uma adaga, corri até ele e peguei a adaga o mais rápido que pude, mas a carrancuda do dois me viu e estava vindo em minha direção com uma flecha posicionada no arco pronta para atirara em mim, não me lembro de correr tão rápido em toda minha vida, mas sabia que ela não atiraria enquanto eu estivesse em movimento pois não podia se dar ao luxo de perder uma flecha então continuei correndo até alcançar a floresta, quando cheguei entre as primeiras árvores olhei para trás e a garota atirou a flecha.

Só tive tempo de me esgueirar para trás de uma árvore e ver a flecha voar do meu lado esquerdo. Voltei a correr o mais rápido que consegui sem diminuir o ritmo até que minhas pernas começaram a reclamar, eu estava aterrorizada, e se aquela garota estiver me perseguindo? E se tiver um tributo muito mais forte e bem armado do que eu por perto? Corri mais alguns minutos e então desabo no chão de cansaço, decido então checar o que há dentro da minha mochila azul marinho, nada de mais apenas uma jaqueta, uma garrafa de água vazia e alguns pedaços de carne seca. Guardei a adaga na bota, dei uma boa olhada em volta e ainda ofegante continuei minha jornada, enquanto caminhava me perguntei quantos tributos haviam morrido, eles só anunciam as mortes com os tiros de canhões a noite quando o banho de sangue da Cornucópia, foi quando um pensamento me ocorreu: Winter, não me lembro de ter visto ele na Cornucópia, será que já estava morto? Será que conseguiu alguma lança? Se estiver vivo, será que está muito machucado? Essas perguntas ecoavam em minha mente enquanto eu caminhava. “Pare com isso.” Pensei. “Se ele não estiver morto, irá estar em alguns dias, e se você encontrá-lo terá que fazer isso você mesma”. Esse pensamento fez um arrepio percorrer meu corpo, no que eu estava pensando? Eu não sou esse tipo de pessoa! Não irei matar o cara por quem eu talvez ainda tenha algum sentimento e que foi o melhor beijo da minha vida!

Balancei a cabeça espantando aquele pensamento, eu precisava me concentrar, afinal era minha vida que estava em jogo. Já era final de tarde em poucas horas os canhões iriam anunciar os mortos de hoje e depois suas imagens seriam projetadas no céu escuro. 

Eu continuava minha caminhada meio sem rumo em meio aquele monte de pinheiros limpando o suor do meu rosto, a arena era extremamente quente, e o sol forte causava rachaduras na minha boca, então um som me chamou a atenção, eram passos e passos pesados, de alguém grande. Tirei minha adaga da bota e fiquei alerta, os passos ficavam cada vez mais perto, eu pensei em correr, mas eu estava muito cansada, meus pés estavam me matando, seja lá quem fosse iria me alcançar rápido, então resolvi ficar e lutar. Os passos pararam de repente atrás de mim e no mesmo segundo eu me virei e o garoto do distrito sete me encarava com um grande machado na mão, trocamos olhar por um breve segundo e então sem aviso prévio ele me atacou, desviei dos dois primeiros ataques dele e contra-ataquei com minha adaga, ele desviou do primeiro golpe, parou o segundo com o machado, mas na terceira vez consegui acertar sua bochecha causando um belo corte, ele era forte, mas extremamente lerdo. Seus golpes continuavam vindo, um atrás do outro e eu mal conseguia desviar direto deles, depois de um tempo ele começou a ficar realmente nervoso, seus olhos eram puro ódio, eu o estava fazendo de bobo e agora mais do que nunca ele queria minha morte. Três golpes seguidos de um berro de fúria, eu consegui desvias dos dois primeiros, mas quando girei com os braços erguidos para alto tentando desvia do terceiro a lamina do machadado veio de encontro a minha pele fazendo um corte na minha cintura no lado direito, arfei de dor e cai no chão, o corte ardia absurdamente e sangrava. Um sorriso triunfante surgiu no rosto do garoto, ele veio em passos longos em minha direção, girou o machado na mão e me atacou, eu rolei para o lado fazendo com que o machado fichasse preso no chão ele demorou alguns segundos para tirá-lo do chão, tempo suficiente para eu causar um sério corte em seu braço, nos dois estávamos cansados e respirávamos com dificuldade, mas ele parecia ter mais um truque na manga, segurou o machado com a outra mão e atirou eu abaixei desviando da arma no último segundo e ela ficou presa em uma árvore atrás de mim. Agora ele estava desarmado eu estava com vantagem podia vencer, ates que ele pudesse dar um passo sequer corri e o ataquei nos primeiros golpes ele estava um pouco confuso, mas logo se recompôs e começou a se defender dos golpes, ele era muito mais forte que eu então quando tentei cortar sua garganta ele segurou meu pulso e me deu um soco no estomago fazendo com que eu ficasse sem ar por um tempo, o garoto correu em direção ao machado, eu não podia deixar que ele o alcançasse se não ele me mataria, juntei minhas forças e me levantei correndo até ele, pulei em suas costas e cravei minha adaga as mesmas, ele arfou por um momento e então nos dois caímos no chã, ele deu um último suspiro e então parou de respirar, agora que a adrenalina havia passado o corte do machado doía muito mais, peguei minha adaga e limpei na minha própria calça, não era bom deixar vestígios, e sai assim que um aerodeslizador apareceu para recolher seu corpo.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

e ai como ficou?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "71 Edição Dos Jogos Vorazes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.