Jamás Abandoné escrita por Lety Paixão


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Antes de tudo peço desculpas a tanto tempo fora, uma mistura de escola, provas, doença e coisas pessoais me mantiveram distantes.
Graças a uma grande amiga que tem o dom de me fazer escrever a qualquer hora estou aqui com a continuação da fic. Obrigado dea.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/198547/chapter/3

Se o medo é capaz de fazer alguém recuar ou seguir em frente por conta das conseqüências, ele também é capaz de realizar as melhores e piores decisões ao mesmo tempo, quando este medo é retido dentro de nós.


–Precisamos lhe colocar em um local seguro Ziver – Gibbs disse usando o apelido que apenas ele era dito quando havia motivos para se preocupar e mesmo tentando falar serio foi claro percebe a preocupação em sua voz e em seu olhar, não porque o conheço o muito tempo, e sim porque essas características estão presentes em todos nos, menos um.


–Não é necessário Gibbs, eu sei me proteger. –Ziva falou com um tom impaciente, e não era de se esperar menos. Nosso chefe havia a proibido de fazer qualquer coisa alem fica quieta, desta forma enquanto todos nos trabalhávamos ela observava do sofá por ser uma “quase” vitima.


–Não lembro ter dito que isso era uma discussão. –Gibbs contradisse deixando claro que a batalha já havia sido ganha. Ziva revirou os olhos em forma de protesto, mas aceitou sua condição e fiquei agradecido por o chefe ter esse poder sobre ela.


–Chefe terminei, pelo que vi ocorreu como Tony e Ziva disseram. –McGee falou se juntado a nós na sala e antes de Gibbs o interroga ele adiantou as respostas. –Porém fiz alguns cálculos e suspeito que o tiro tenha vindo do prédio da frente. Provavelmente da cobertura.


O mesmo lampejo de temor que passou nos olhos dos presentes passou pelo meu, mas ainda sim não pelo de Ziva. Lembranças passadas invadiram minha mente, tentei as tirar de mim voltando a me concentra no que mais importa. Porem a sensação de Dejá Vu continuou a me importunar.


–Deveríamos continuar com isso amanhã, vocês estão exaustos. –Ziva proferiu indiferente a nova noticia. Gibbs a olhou pronto para responder quando hesitou e virou seu olhar para nós suspirando, ela estava certa.


–E acordaríamos com você morta, não desta vez Ziva, vamos continuar até pegar quem lhe quer fazer mal.


Desta vez todos compartilharam a mesma reação de surpresa ao ouvi as palavras de McGee. O olhei surpreendido com o que tinha dito, pois mesmo tento a mesma opinião não esperava que o novato tomasse tal atitude a deixando clara e falando por todos nos.


–McGee está certo Ziva, vamos continua ate o fim e não tente mais mudar isso. –Falei sorrindo para provoca-lá.


–Eu só não acho certo vocês se desgastarem depois de sair de uma grande investigação por causa disso, eu sei me cuidar não é a primeira vez que tentaram me matar e nem será a ultima.


–E eu não acho certo você reclama enquanto queremos te proteger David! –Gibbs gritou batendo sua mão no sofá bem na frente do rosto de Ziva que finamente deixou transparecer o medo. –Vamos voltar para a base, você ficara no NCIS, Dinozzo fará vigilância, estamos de acordo?


Ziva fez que sim e Gibbs deu-se por satisfeito e em seguida olhou para mim que cumpriu suas ordens ditas com um olhar.


–Vou pegar minhas coisas e já estou indo. –Ela disse indo para seu quarto.


–Dinozzo não tire o olho dela.


–Eu não vou. –Respondi vendo seu olhar de agradecimento antes de enviar ordens a McGee. E com certeza não irei deixá-la longe de mim.


****


O NCIS de fato tem vários rostos, ao dia é tomado por um barulho típico de teclas sendo batidas, vozes que gritam ordens, telefonemas para mandados e em alguns casos uma discussão sobre decisões. Porém à noite o cenário é oposto, o silencio é que predomina deixando o local com um ar mais sombrio.


–Bater o pé não vai adiantar de nada. –Resmunguei quebrando o silencio que se instalará dês que havíamos chegados à base.


–Eu devia ajudar. –Ziva me disse batendo o pé contra o chão do necrotério mais forte. –E não ficar em um lugar cheio de corpos, parada sem fazer nada.


–É o único lugar que não tem janelas e você podia esta dormindo. –Disse mesmo sabendo que não era uma boa idéia. Mas era evidente em sua expressão o cansaço e estresse dos acontecimentos recentes.


–Podemos pelo menos ver se Gibbs achou algo? –Ela me perguntou suplicando e eu ri.


–Ziva eu tenho ordens para não lhe deixar sair, porque acha que vou descumprir? –Perguntei ainda rindo e ela fez o mesmo ao me olhar com uma expressão clara de provocação.


–Porque posso te derruba no chão antes que perceba que me levantei. –Ela me respondeu sorrindo com a brincadeira de um jeito que fez meu corpo se arder por dentro.


–Você não faria isso. –Retruquei enquanto ela se levantou e veio andando vagarosamente ate mim.


–Porque tem tanta certeza? –Ela perguntou agora a minha frente com seus olhos de cor castanhos escuros que passam a sensação de perigo vidrados nos meus, e se não fosse pela diferença de altura nossos rostos estariam colados.


–Porque se fizer isso vai magoar Gibbs. –Respondi sabendo que suas palavras a afetaram mesmo tentando provar o contrario. –Ela só quer sua segurança, porque não aceita?


–Sabe quantas pessoas deu motivos para me matar? Muitas Tony, eu lhe garanto que todas elas são perigosas. Vocês estão correndo perigo e eu não quero isso.


–É você que querem matar, você é a que mais corre perigo se ficar lá fora e além de arrisca nossas vidas. –Falei calmamente ouvindo o suspiro de Ziva que se afastou de mim e voltou a sentar eu seu canto.


–Não queremos te perde Ziva. –Não como perdemos a Kate, pensei, mas não disse.


–Eu sei, mas não gosto de ficar parada e muito menos de não ter a razão. –Ela falou sorrindo no final, retribui o gesto e resolvi sentar a seu lado.


–Ziva David admitindo o erro, é algo inédito. –Falei brincando colocando dramatização em minhas palavras.


–Acredite se fosse alguém tempo atrás você estaria aqui sozinho e eu desobedeceria Gibbs.


–Não tenho certeza, ate os mais bem treinados pelo Mossad temem a Leroy Jethro Gibbs, ele causa essa impressão.


–Fala por experiência própria? –Ela perguntou e nos rimos, como se nada estivesse acontecendo alem das brincadeiras, nada alem de nos dois.


E como se lesse meus pensamentos Ziva apoiou sua cabeça no meu ombro e entrelaçou seu braço ao meu.


–Descanse. –Disse quase em um sussurro. –Quando tivermos noticias eu te chamo.


–Promete?


–Prometo.


–Você é um bom parceiro Tony. –Ela me disse com a voz fraca. Não respondi, simplesmente não soube o que disser e não foi preciso já que em questão de poucos minutos ela dormia tranquilamente.


Sorri vendo seu rosto sereno se distanciando de todas as perturbações que a incomodavam, sorri ao ver a mulher guerreira finalmente se entrar a suas limitações e acima de tudo sorri ao senti-la perto de mim.


************



As coincidências existem, existem porque provam que todas as escolhas que tomamos dão origem a conseqüências que entrelaçam os fatos deixando claro que a verdade sempre prevalece. O que não pode ser feito é ignorar o que houve com a difícil esperança que o tempo resolva o que esta pendente e mesmo que faça isso irá, mais cedo ou mais tarde, cair na realidade que o tempo tem uma grande função: Fazer das coincidências cruéis sua bola de neve indomável.

E cada uma tem a sua, só que de tamanhos e formas diferentes, e a única coisa que nos resta fazer quando chegamos ao estopim é enfrentar, não com a cabeça erguida, não somos obrigados a ser tão forte, e sim com verdade e coragem, sem esquecer que ninguém nunca está sozinho, pois se quisermos sempre teremos a batida dos nossos corações e eles falam mais alto do que qualquer palavra.


E é este som que predominou durante todo tempo em que minha parceira dormia. O som de nossos corações. O dela que batia calmamente sem pressa para cumprir sua função, o meu acelerado por conta dos pensamentos que torturavam minha mente. Pensamentos estes que por mais que tentasse afastá-los continuaram a me fazer cada vez mais me angustia com suposições.


A maior delas era que a historia se repetisse. Que outra pessoa do qual tenho que confiar minha vida para trabalhar fosse tirada de mim sem poder fazer nada contra isso, a não ser me afundar em mim mesmo e olhar durante diversas horas uma mesa vazia.


–Ziva não é Kate. –Disse para mim mesmo em outra tentativa de voltar para o que realmente interessa: Proteger Ziva.


De repente, e para meu alivio mental, Ziva murmurou palavras que não compreendi e pareceu esta acordando, porém me enganei.


–Não! –O grito de Ziva provou meu erro. Sua cabeça ainda no meu ombro virava de um lado para o outro e se não a colocasse deitada no chão teria caindo. –Não!


O novo protesto veio acompanhado de seus braços que lutavam contra o ar, suas pernas se fecharam e seu corpo estremeceu como se alguma força tivesse agindo sobre ele.


–Ziva. –A chamei mais outro grito abafou minha voz, desta vez senti a dor em seu protesto que me congelou por segundos. –Ziva!


Sem me ouvi percebi que lagrimas fugiam de seus olhos, seu corpo se debateu com mais força contra o chão e os gritos ficaram mais altos. E em um ato de desespero toquei em seu ombro, porém meu toque se a deixou mais nervosa e seria atingido se não segurasse suas mãos.


–Ziva acorde eu estou aqui... Estou te protegendo. –Falei suplicando em seu ouvido e deixando que meus lábios encostassem em seus rosto e sentissem o gosto salgado de suas lagrimas.


–Acorde Ziva, eu estou aqui. –Insistir percebendo que seu corpo não lutava mais contra o meu.


–Tony? –Minha parceira perguntou e para meu maior alivio abriu os olhos onde era claro se ver a confusão. -Isso não aconteceu. Você esta bem?


–Levando em conta que quase foi atingindo por um golpe ninja, sim. –Falei brincando para tranqüilizá-la, então me levantei a deixando livre.


–Desculpa, você não precisava ver isso. –Ela falou rapidamente se sentando e colocando de volta sua mascara de ninja.


–O que foi isso Ziva? –Perguntei me colocando a sua frente. –E não me diga que não foi só um pesadelo.


–O que você quer que eu diga Tony? Foi exatamente isso, apenas isso. –Ela respondeu segurando suas mãos que tremiam.


–Somália? –Perguntei tomando suas mãos nas minhas, em seu olhar vi o horror quando ouviu o que tinha dito e com minha resposta resolvi não a pressionar. –Tudo bem, tirando o fato que alguém ainda que te matar, você esta segura.


–Não conte para ninguém Tony. –Ela implorou.


–Gibbs sabe?


–Sabe. –Ela respondeu sinceramente e antes que tentasse fingir que nada aconteceu a tomei em meus braços a abraçando e para meu espanto ela não me impediu e deixou que novas lagrimas a tomassem.


–Eu vou cuidar de você Ziva, não vou te abandonar. –Falei sentindo o peso de minhas palavras e pressionando com mais força seu corpo contra o meu. E antes que pudesse pensar claramente levantei seu rosto molhado novamente por lagrimas e suo e tomei seus lábios nos meus.


Apesar da atitude repentina ela devolveu o gesto e uma onda de calor percorreu meu corpo sentindo um gosto já conhecido e guardado por anos em minha memória. Seu corpo antes assustado se entregou ao meu me pressionado contra o chão.


–Tony... –Sua boca proferiu quando foi em busca de ar, mas o que fosse disser foi interrompido pelo som da porta abrindo que fez seu reflexo se afastarem de mim totalmente tomado pelo momento.


–Temos um suspeito. –Gibbs disse e antes que pudesse fórmula alguma explicação as portas se fecharam anunciando sua saída.


Sem disser nada Ziva o seguiu e novamente me vi sozinho com meus pensamentos, só que desta vez eles não estavam repletos de angustias, medos ou perguntas. E sim de felicidade juntamente como eu.


Marcharme ha sido toda una experiencia

Caminhei o que tem sido toda uma experiência

Y ya lo sé

E eu sei

Yo jamás dejé de quererte a ti

Eu jamais deveria te querer

Yo jamás pude negarmi a ti

Eu jamais pude me negar para ti

Jamás abandoné

Jamais abandonarei




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Jamás Abandoné" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.