Alone... Or Not escrita por Nameless


Capítulo 8
Capítulo 8




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         -Bom dia.

         Dessa vez o Lucas tinha acordado antes.

         -Hã? Que?! Como?!

         -Hã, que, como o que?

         -Como você conseguiu acordar antes de mim?

         -É isso que dá ficar vendo pornô até altas horas na internet.

         Eu fiquei vermelha.

         -Você sabe que era o meu dever de casa!

         -Uau, dever de casa. Quem se importa com isso? Você foi na segunda-feira e até agora não voltou para a escola.

         -Ih, é mesmo... É tudo culpa SUA!

         -Uhum, isso culpe os inocentes que não tem nada a ver com isso.

         -Inocente? Claro. Muito inocente o dia em que você roubou a cueca do aluno novo e jogou em cima da janela do último andar da escola.

         -Não coloque o passado em jogo.

         -Como assim “não colocar o passado em jogo”?! Você era um delinqüente juvenil e sabia muito bem que isso não iria te ajudar no futuro.

         -É um pouco de crueldade falar sobre futuro para alguém que está morto, sabia?

         -Ok, ta bom, esquece. Vou descer para tomar café da manhã.

         -Ok, estou no seu computador fazendo o seu “dever de casa.”

         -Tarado!

         -Isso, isso.

         E foi assim que aquela gloriosa manhã começou. O Lucas agindo como um retardado tarado e eu sendo pavio curto e as vezes sem noção com ele. O café também passou sem maiores problemas. A questão toda começou quando eu fui sair de casa. O meu pai me pegou pelo braço e falou:

         -Marcela, um instante. Venha cá.

         Eu o segui contra a vontade e o Lucas foi nos seguindo calmamente, parecia até que ele já sabia que aquilo iria acontecer.

         Minha mãe estava meio chorosa sentada no sofá e o meu pai estava serio, muito serio, serio até demais.

         -Filha,-minha mãe começou a dizer-eu sei que você ficou muito mau com o que aconteceu com o Lucas, eu sei ele era o seu melhor amigo. Mas isso não justifica você... você...-Minha mãe ficou quieta.

         -Acalme-se, Marta-o meu pai continuava impassível, vendo que a minha mãe não conseguiria terminar a frase pegou o trabalho para si-O que a sua mãe está tentando dizer é que: mesmo que o Lucas esteja morto você não precisa virar uma delinqüente juvenil e ficar matando as aulas.

         O Lucas já tinha se sentado do meu lado no braço do sofá e começou a reclamar.

         -Seu pai é bem sutil, não? Eu me lembrava dele mais simpático. E para o governo dos seus pais ser um delinqüente juvenil não é só matar aulas, tem muito chão até você, uma aluninha respeitar chegar ao cargo de delinqüente juvenil, ainda tem muito chão. Esse titulo está muito acima de você.

         Eu juro que eu teria dado um tapa nele se não fosse o fator de só eu vê-lo e que se meus pais me vissem dar um tapa no ar e xingar o ar vão ter certeza de que eu endoidei porque o Lucas morreu.

         -Eu sinto muito, eu acho que eu só precisava de um tempo da escola, desde que o Lucas... Vocês sabem... Lá passou a ser sufocante.

         -Cê mente bem, hem?-Começou o Lucas a zoar.

         -Ok, Marcela, nós entendemos, mas ficamos preocupados com a sua escola. Por favor, vá a aula hoje.

         -Ok,-eu abaixei a cabeça-tudo bem, eu vou a aula hoje.

         Depois de eu sair de casa o Lucas voltou a me zoar com força total.

         -Uau, cara. Não, tipo, uou. Não sabia que você conseguia mentir tão bem... Fiquei até assustado, você tem até capacidade de enganar a policia. Acho que não chega a ponte de enganar a minha mãe, mas ela é chefe de fase nisso.

         -Quieto.

         -Não, tipo, porra, eu não sabia que você tinha tanto potencial. Mas, pelo amor de Deus, qual é a ir para a escola hoje?! É a nossa semana sua chata, retardada.-Ele havia voltado a agir como uma criança de cinco anos.-Eu quero me divertiiiiiiiiiiir.

         -CALA A BOCA, SE QUIZER SE DIVERTIR SE DIVIRTA SOZINHO. NÃO TEM NADA TE IMPEDINDO, O QUE EU DISSE PARA OS MEUS PAIS NÃO ERA MENTIRA, TÁ BOM?! VOCÊ É UM SACO!-Eu extravasei tudo em um barro só. Tudo o que ele fez foi sorrir.

         -Não tinha uma historia de eu não ser tão importante?

         -Quieto, você sempre foi o meu melhor amigo.

         Os meus olhos se encheram de lagrimas, ele sorriu de um modo triste e me abraçou. Depois eu ouvi ele sussurrar:

         -Amigo, melhor amigo.

         Na escola eu devo dizer que foi bem chato, mas eu consegui acompanhar tudo o que eu tinha perdido na semana que eu havia faltado. Foi aí que eu fui abrir a minha bolsa e encontrei o seguinte bilhete:

“Eu vi que você andou faltando esses dias... Aconteceu alguma coisa? Quero dizer, algo Além do seu amigo ter, você sabe, morrido? Eu fiquei meio preocupado porque você simplesmente sumiu da escola na 3ª feira e eu nem tive tempo de passar na sua casa perguntar se estava tudo bem com você. A verdade é que eu não consegui juntar coragem o suficiente para ir até lá... Eu já tive que usar toda a minha coragem para escrever esse bilhete, e tenho medo de escrever o que preciso dizer... Bom, a verdade é que:

Eu gosto de você.

Pronto falei... Ai, que nervoso... Hum, acho que vou assinar. Não, vou dar a minha localização.

Garoto da 7-J”

         Na hora percebi que ele citava as posições da batalha naval:

         Ele estava na 10ª fileira na 7ª carteira. Eu olhei até lá. Ali tinha um garoto que sempre tinha estado naquela turma, mas que mesmo assim era meio deslocado, diziam os boatos que ele gostava de ficar sozinho. Eu não acreditava muito nisso. O nome dele era Mike. Ele olhava para o quadro quando desviou o olhar e viu que eu o estava encarando ficou vermelho e desviou o olhar.

         No recreio eu mostrei a carta para o Lucas, bem, na verdade foi algo mais ou menos assim:

         -Oi

         Eu cumprimentei o Lucas que estava me esperando no banco do lago tirando um cochilo.

         -Hum? Que? Ah, sim! Oi. Oito pessoas já tentaram sentar em mim hoje.

         -Não sabia que tanta gente vinha aqui...

         -Nem eu. Ei, cara, por que você está vermelha?

         -Hã?!-Eu nem tinha reparado que eu tinha ficado vermelha.-Ah, é que eu recebi uma carta...

         -Que? Como assim? Uma carta de um admirador secreto?-Ele falou rindo. Quando reparou que eu não respondi nada, apenas fiquei mais vermelha disse-Não, pêra aí. Cadê essa merda; deixa eu ler isso.

         -Hã?! Que?! Não! O que você vai fazer com ela?

         -Nada, eu só quero ler ela.

         -Rá! Até parece!Se eu achasse que era só isso já teria te dado,

         -Ah, isso quer dizer que está aqui com você...

         -Sim, quer dizer, não, quer dizer... Merda.

Ele sorriu.

-Ok, me dá ela agora antes que eu tenha que tomar alguma providencia.

-Hã?! Que?! Claro que não!

-Ok, o seu tempo acabou.

E ele começou a me atacar para colocar a mão no meu bolso único da calça, onde, obviamente, estava a carta. Depois de muita luta eu acabei tendo que desistir, afinal o Lucas é mais alto e forte do que eu, o desgraçado é três anos mais velho do que eu, eu pulei dois anos e ele repetiu um. E foi assim que o Lucas roubou de mim a carta, graças a Deus ele depois de ler ela me devolveu, mas não aposto que essa não era a sua intenção primeiramente.

-Cara, não dá trela para esse cara, ele deve ser gay. Afinal, que tipo de pessoa ele é?! Parece uma garotinha assustada.

-Vai se fuder, foi a primeira carta de amor que eu recebi, ta bom?

-Ok, não haja como se fosse uma garota que ainda não perdeu o BVL.

-Mas é a verdade, eu não perdi o BVL!

-Claro que você já beijou de língua.-O Luca parecia indignado-Eu vi!

-Eu estava bêbada, não conta.

-É claro que conta.

-Eu nem me lembrava direito no dia seguinte.

-Foda-se, você e o cara se deram uns amaços legais, acho que ele ia tirar sua camisa quando eu parei ele.

-Não fale como se você fosse o herói da historia.

-De nada, não foi nada de mais, eu apenas salvei a sua virgindade da sua mente de bêbada.

-Isso não tem nada a ver com a historia da carta.

-Você que começou dizendo que nunca tinha beijado de língua.

-Eu estava bêbada, não vale já disse.

-Se o cara tivesse tirado a sua virgindade era só você fingir que nunca tinha bebido que seria virgem de novo?

-Quieto.

-O que? Não gosta que eu fale coisas assim?

-São coisas obscenas. Ninguém gosta de ouvir essas coisas, ainda mais a seu respeito, eu não quero que ninguém ouça.

-Acredite, ninguém vai ouvir, só você que me ouve, eu estou morto, se lembra?

 E assim se passou o nosso 4º dia juntos.


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Notas finais do capítulo

Viva as coisas intimas da vida da Marcela!!



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