Amature World Jam escrita por BlazeJ


Capítulo 4
Our Rock Show


Notas iniciais do capítulo

Genteee, vocês tão curtindo a fic??
pouquinho review aqui, kkk



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Entrei no palco com o pé direito. Todos nós fizemos isso. Outra coisa que tínhamos em comum era essa superstição paranoica. Entrar em outros lugares com o pé direito era mania mesmo, mas entrar no palco era uma espécie de ritual que fazíamos antes dos shows. Acho que o mais legal foi o modo como nós entramos. Usávamos roupas inteiramente pretas. As blusas eram pretas de manga longa - as das meninas eram mais justinhas e tinham tachinhas da cor prata nas mangas-, calças de sarja pretas e All Stars pretos.

Eu e Alyssa passamos bastante lápis preto nos olhos, pintamos as unhas de branco para aparecerem bem em meio aquela imensidão de preto e usamos batons coloridos. Eu, cor de rosa, e ela, amarelo. Era um figurino divertido e “metal” ao mesmo tempo.

Formamos uma fila indiana e entramos todos com a cabeça baixa, os que tinham cabelo um pouco mais comprido deixaram ele cair sobre as orelhas para esconder a lateral do rosto. Fomos andando até o centro do palco, um atrás do outro, e então nos viramos para a platéia. Fizemos uma reverência de cinco segundos e então nos viramos para o mesmo lado e saímos do palco. O silêncio tomou conta da platéia.

Então, de dentro dobackstage, eu comecei a tocar a introdução da nossa música “WHY did he leave me?”, e a galera foi ao delírio. Cada um dos integrantes da banda saiu correndo e pulando de volta para o palco e então a coisa realmente começou. Nada como uma entrada dramática, não é mesmo?

Os jurados começaram a rir, não sei se era por causa da introdução da apresentação ou por causa da letra da música, mas eles riram a beça, durante a apresentação inteira.

Eu não sentia o que estava fazendo. Só me lembrava dos acordes, da seqüência de notas, do ritmo da música. Era tudo decorado. Isso era uma coisa que eu vinha tentando mudar a muitos anos. Eu tinha que viver o momento, sentir a emoção de estar lá no palco do Teatro São Pedro tocando com meus amigos para um auditório completamente lotado. Poxa, era a primeira etapa da realização de um sonho, e eu só me importava com a parte literal dele?

Alyssa cantava e logo logo seria a minha vez de botar a voz pra fora e mostrar o que eu realmente era. Era agora que eu começaria a sentir tudo o que sempre quis, o orgulho e a emoção do momento. E foi bem o que aconteceu. No instante em que comecei a cantar, me envolvi com o negócio, comecei a interagir com a platéia e pedir palmas e assovios e tal. Eu me senti bem, me senti admirada com todos aqueles olhares sobre mim. Talvez eu tenha nascido pra isso. A segunda música acabou, e então voltamos a fazer a referência e saímos do palco. A platéia delirou, gritaram “Why” até mesmo quando a outra banda entrou.

Enquanto saíamos do palco, baixamos a cabeça e escondemos o rosto novamente. Eu me segurava para não chorar de tanta felicidade. A gente realmente arrasou, eu me sentia nas nuvens. Isabella deveria ter chorado baldes já e Alyssa só não chorava por causa da maquiagem. Ela odiava quando sua maquiagem borrava. Assim que descemos para a área onde as bandas ficavam, Matheus me puxou para o lado e me deu beijo bem de leve. Sorriu pra mim e falou:

– Eu sabia que a gente ia arrasar hoje. Sabia que você ia arrasar. Foi maravilhoso. – ele disse, deixando transparecer o orgulho na voz. Me abraçou. – sinceramente, acho que a gente pode ter sido a melhor banda da noite...

Eu sorri, com os olhos brilhando de tanta esperança. Virei para o lado para chamar os outros para um abraço em grupo, e então peguei Johnny no ato. Ele abraçava Alyssa e então repentinamente a beijou. A coisa foi quente, só isso que eu posso falar. Ai ai se eu falasse isso pra dona Maria. Ela pirava. A única vez que Johnny levou uma menina para casa, ela expulsou os dois batendo neles com uma colher de pau. Imagina a cena?

Eu fiquei extremamente feliz quando vi os dois, porque eu sabia o quanto Jonathan gostava dela. Nós éramos como irmãos. Brigávamos, nos xingávamos, reclamávamos das atitudes um do outro, mas no fundinho a gente se amava. De uns tempos pra cá, ele vivia falando o quanto Alyssa havia mudado, tanto fisicamente quanto de personalidade, e eu juro que tentei incentivar ele a falar pra ela. Ele dizia “no momento certo, sim”, mas eles viviam trocando olhares tipo “me espera depois que eu vou te pegar”. Por incrível que pareça, nunca havia acontecido nada. Até hoje.

Virei a cabeça um pouco mais para o lado, e vi Isabella e Daniel. Eles discutiam por alguma coisa. Logo chutei que Dani queria beber pra comemorar e Isa estava tentando o impedir. Certo momento ela começou a chorar novamente e, numa tentativa de leitura labial, consegui decifrar as palavras “monstro” e “ajuda”. Ele baixou a cabeça, provavelmente pedindo desculpas, e falou mais alguma coisa que eu não consegui entender. Os dois se abraçaram e ficaram assim.

Matheus assistiu toda a cena comigo.

– Ainda bem que a Isa consegue controlar ele – falei eu, aliviada.

– Ainda bem que você não consegue me controlar – Matheus falou, deu uma risada, uma piscadela e então me beijou novamente. Dessa vez fora foi intenso e quente, com mais desejo, mais necessidade.

Ficamos lá em baixo por mais duas horas até a hora em que Marcos Andrade subiu no palco, afim de anunciar o vencedor. Não foi muito difícil conseguir silêncio, devido ao estado de tensão de todos presentes no Teatro.


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Notas finais do capítulo

reviews?? recomendações?
(((:



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