Amature World Jam escrita por BlazeJ


Capítulo 2
Isabella Soares


Notas iniciais do capítulo

Aiai, brigadinho os DOIS reviews que foram deixados no cap. anterior ^^
Tem a minha outra fic também, pessoal, e o Matheusanders, fofo, só pra variar já comentou nessa. Obrigada, lindooo :)



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Isabella Soares era aquela menina que todo mundo invejava. Era também minha melhor amiga. Morena de olhos verdes, estatura mediana, curvilínea... Além de linda, era super inteligente, engraçada, confiável, e vivera nos Estados Unidos por cinco anos. A criatividade dela em termos de palavras era imensa, conseguia transformar qualquer texto meu em livro, em poucos minutos. Agora eu entendo porque sempre me dei bem em português. Mas sério, já não conseguiria mais me imaginar sem essa menina, porque eu conto tudo pra ela; ela sabe de mim coisas que nem eu mesma sei...

Liguei para o número correspondente ao nome “gorfa do meu coração” e a voz calma e suave de Isabella atendeu. Depois de um breve “Oi meu amor, tudo bem?”, um “Tudo ótimo, gata! E com você?” e um “To indo na boa.” como resposta, eu parti direto pro assunto.

– Bella, mi amore – disse eu, tentando imitar um sotaque italiano. Ouvi risadas do outro lado da linha – lembra daquela competição da qual eu tinha te falado, o “Amature World Jam”? – um breve “Aham” como resposta – Pois é, to precisando de uma ajudinha para compor, e como você é boa no inglês, pensei em te pedir ajuda. Topa dar uma força?

– Eu? Compondo música? – Isabella só não teve um ataque de tanto rir porque ainda era jovem e saudável – Ta maluca, Samantha Ribeiro?

Juro que eu fiquei puta com a resposta dela. Ela, que sempre fora a mais perfeita em matéria de produção de textos e em rimas nada clichês, estava me chamando de louca por cogitar a ideia de uma ajuda para escrever música.

– Isa, te liga, você sempre ficava em primeiro lugar nas competições de poesia da turma, e agora ta recusando me ajudar a compor um poema com ritmo? Sério, não é tão difícil, eu só preciso de ajuda porque realmente não sei nada em inglês, e você morou lá fora por tanto tempo. – choraminguei eu ao pé do celular, com Alyssa, Jonathan, Daniel e Matheus acompanhando toda a ligação através do viva voz.

– Aff, ta bom, eu ajudo. Quando e onde?

– Agora mesmo, aqui em casa. A galera tá toda aqui, te esperando.

– Tá bom, já to chegando aí.

(25 minutos...)

– “Já to chegando aí...” – disse Daniel, imitando voz de garota quando Isa entrou pela porta da garagem.

Ela disse um carinhoso “cala a boca, retardado”, deu um soco no ombro dele, e depois o beijou. Antes que os caros leitores entendam mal, eles estavam namorando há quase quatro meses. Me surpreendia eles ainda estarem juntos. Um não tinha nada a ver com o outro. Ela era fofa, delicada e calma. Ele era um ogro baixista viciado em videogame, coca cola e hambúrguer. Da pra imaginar os dois juntos? Se bem que quem os conhecia até diria que eles formavam “um lindo casal”.

– Porra, porque demorou tanto, Isabella? – Matheus ficava batendo em mim com aquelas baquetas de merda, de tanta impaciência. Juro que se ele não parasse, aquelas baquetas iriam parar (as duas) em um lugar bem apertadinho e escuro. Meu Senhor, como aquele garoto me incomodava. OK, ele era totalmente lindo, e fofo, e engraçado, e atencioso, e confiável, e... Ah, melhor eu parar. Chega de falar de garotos, Samantha, agora é concentração total na música.

Jonathan brincava com uma de suas três guitarras vermelhas. É, ele era completamente viciado em ‘monocromia’. Além das guitarras, ele tinha dois baixos azuis e os pedais eram todos dourados ou pratas. Vai saber, né.

– Cara, nessa meia hora que a Isa levou pra chegar, já consegui criar uns cinco riffs diferentes, agora é só vocês colocarem as letras em cima. – disse ele, com uma animação e orgulho transparecendo na voz.

– Beleza, então vamos lá – disse Alyssa, levantando-se e pegando o microfone – Johnny, toca aí o riff mais foda. – ele tocou e então ela disse – tá, essa vai ser a primeira música, e vai falar sobre a vida de um cara. Ou de uma menina, tanto faz. Toca mais um – e ele tocou um muito engraçadinho, que se parecia quase com um folk – essa tem que falar sobre um corno que foi deixado pelo namorado. Próximo? – mais um – esse vai ser uma declaração de amor, – outro – e esse vai falar sobre pesadelos e morte. Feito? Então vamos começar, porque a gente tem muito o que fazer.

Juro que fiquei surpresa com a reação da Alyssa, nunca a vi mostrando tanta liderança ou determinação em ocasião nenhuma. Cara, aquela menina também era bonita. Baixinha, de cabelos vermelhos médios tingidos, pele clara, unhas sempre pintadas com esmalte preto, olhos castanhos marcados com cajal indiano, lábios bem preenchidos...

Eu começava a achar que a única menina escrota ali no meio era eu. Pensa em uma ruiva gorda giganta, que tem uma bunda flácida enorme, que tenta não sorrir pra esconder as gengivas que apareciam sempre devido aos seus mini dentes. Pensou? Pois é, então provavelmente a imagem que te veio na cabeça foi como uma foto minha de corpo inteiro. Não que eu me ache feia e tal, bem pelo contrário, eu me sinto bem do jeito que sou, mas às vezes bate uma pontinha de culpa por esquecer de fazer as sobrancelhas ou comer aquela bolachinha a mais. Acho que na verdade a maioria das garotas de 17 anos se sente assim, não é? Talvez, se eu fosse mais bonita, eu conseguisse ser mais segura também, quanto a meninos e sentimentos, porque eu com certeza teria mais experiência. Não que eu seja BV, não gosto de pegar por pegar, mas já fiquei com vários meninos antes. Só não falo o número exato porque não sou do tipo que fica contando ou fazendo uma lista e tal.

Mas, voltando à música, sim?

Johnny era o cara dos riffs, e eu era "o cara" dos acordes. Ele provavelmente não sabia nada de acordes, ele só prestava pra riffs e solos. E o se prestava, hein... Em menos de duas horas conseguimos compor quatro músicas, e sinceramente, foi difícil de escolher qual delas era a mais foda. Optamos pela canção do corno gay, que era toda engraçadinha e psicótica, estilo System Of A Down, que irônica e propositalmente chamamos de “WHY did he leave me?” e a dos pesadelos e mortes, que chamamos de “That’s WHY you scream”. Se eu jurasse pra vocês que os “WHY” nos nomes nas duas músicas saíram sem querer, vocês acreditariam? É, eu também não, mas foi realmente isso o que aconteceu!

Cara, de repente eu parei pra pensar na loucura que a gente tava fazendo. Tipo, éramos cinco jovens menores de idade, formandos do terceiro ano do ensino médio, que estavam arriscando tudo para poder seguir o sonho, alcançar sua meta principal: dividir a porra do palco com todas aquelas bandas citadas no capítulo anterior.

Na cama, na mesma noite, enquanto vegetava um pouco antes de pegar no sono, eu pensei “Quem sabe, um dia...”



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Notas finais do capítulo

veeeenham reviews, eu nem morrrdo
kk



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