Capitulo 19: Eu nunca parei de te amar.

Todos já havia se recolhido. Jacob estava conversando com Seth então eu resolvi dar privacidade a eles. Fui para a sala e vi Daniel sentado perto da janela.

“Sem sono?” perguntei ironicamente.

“Por uma eternidade.” ele disse sem olhar para mim.

“Você não me disse porque Samanta não veio!” o lembrei a ele. Me sentei ao seu lado e ele abraçou meu ombro.

“Não estamos mais juntos.” ele constatou com uma voz simples, sem humos.

“Você não me parece triste por isso.” eu disse olhando em seus olhos.

“Você está certa, eu não estou.” ele disse dando um sorriso chateado. “Eu não a amava e nem ela a mim.”

“Então porque...” ele me interrompeu.

“Ela era maravilhosa pessoa e quando estávamos juntos eu me esquecia...” ele deixou sua voz morrer. Demorei um tem a perceber o que estava preste a dizer.

“Você nunca parou de amar a Catherine? Depois de tudo que ela fez com você?” eu disse incrédula. “Depois de ela ter te transformado.”

“Me tornar quem eu me tornei só fez com que eu a amasse mais.” ele disse se levantando. “Foi um presente para mim, mas eu não espero que você entenda, o que aconteceu.” ele disse indo em direção da porta.

O vampirismo de forma alguma era um presente. E sim uma maldição que nos prendia para sempre. Mas a eternidade que vinha jundo com esta maldição, sim. Este era sim um presente.

Fui atrás de Daniel que estava sentado na escada. Me sentei do seu lado e olhei para os seus olhos.

“Não eu não te entendo.” eu disse e sorri. “Mas você é meu amigo, então eu vou sempre estar do seu lado, como você sempre esteve do meu.” ele olhou para mim e deu um leve sorriso. “Apesar de eu achar ela louca, um péssima pessoa e achar que você merece alguém melhor, vou estar do seu lado até se você resolver casar com ela.”

“Não se preocupe, isso não vai acontecer.” ele disse com a face transtornada. “Passei décadas esperando que um disse ela me amasse, mas ela só tem olhos para Kristopher, e agora Jacob.”

“Não perca as esperanças.” eu disse abraçando ele.

P.V. Annabelle

Meu celular tocou mais uma vez. Não pude ignorá-lo pelo resto da noite então eu o atendi.

“Alô?” eu disse um tanto quanto receosa.

“Anny é você?” Nicolas perguntou do outro lado da linha.

“Sim sou eu.” eu disse.

“Aconteceu alguma coisa? Não te vejo já faz tempo, ninguém sabe mais nada sobre você ou sua família. Está tudo bem?”

“Sim.” menti. “Esto com alguns problemas aqui.” eu disse. Teria que contar para ele mais cedo ou mais tarde que eu estava partindo.

“Quer conversar comigo? posso ir quiser!” ele se ofereceu.

“Eu queria, mas é melhor você não vir aqui.”

“Tudo bem.” ele disse desapontado.

“Nos vemos em breve” prometi.

“Nos vemos.” e desligou.

Senti um enorme aperto no meu coração. Eu iria magoar ele, sabia disso. Contudo é algo inevitável, eu tinha que partir. Sempre soube que eu não o amava. Nunca amaria. Estava iludindo a nós dois. Estava sendo idiota achando que um dia eu gostaria dele, assim com ele gosta de mim.

“Anna.” Bianca disse entrando no meu quarto. “Podemos conversar.” ela disse sorrindo abobadamente.

“Claro.” eu disse se tentando igualar meu sorriso.

“Nós vamos para o Brasil.” ela disse sorridente.

“Não vamos passar férias lá Bia.” eu disse tentando acabar com seu entusiasmos. “Nós vamos ficar trancafiados na ilha da vovó.”

“E dai? Sem país, sem aulas, só nós.” eu ri do seu entusiasmo. Será que ela não via? Estávamos fugindo do perigo, enquanto ela pensava em férias. Rolei meus olhos irritadas.

“Já arrumou suas malas?” neguei com a cabeça. “Quer ajuda?” abri um sorriso amigável.

“Claro.” eu disse me levantando e indo para o closet.

Tentei fazer com que toda a minha rabugice fosse embora. Não podia acabar com a alegria de todos só por causa dos meu dramas.

“O que você achou da Elisabeth?” ela disse depois que terminamos.

“Não sei, ela parece ser bem legal.” olhei para meu closet entristecida. Havia tanta roupa nova que seria um desperdício deixá-las aqui. “Podíamos chamá-la para vir aqui.” Bia deu de ombros e eu me levantei.

Fui silenciosa pelo corredor até que eu bati na sua porta. Ouvi uma voz baixa dizendo para que eu entrasse.

“Oi!” eu disse amigável colocando apenas a cabeça para dentro. “Atrapalho?” ela estava sentada no meio da cama olhando para o nada meio triste.

“Não.” ela tentou sorrir enquanto eu entrava.

“Então vem.” eu disse segurando a mão dela e arrastando ela comigo.

“Onde estamos indo?” eu ri e ela tremeu de medo.

“Não estou te sequestrando.” eu disse abrindo a porta do meu quarto.

“Eu não pensei...” eu cortei ela.

“Não precisa se explicar.” eu disse sorrindo para ela que sorriu gentilmente para mim. “Eu te trouxe até aqui porque eu queria que você escolhesse algumas roupas para você levar para a viagem.” eu disse puxando ela pra dentro do closet onde Bianca já estava enfurnada lá de novo. Elisa abriu a boca para dizer alguma coisa mais eu a cortei. “E não adianta dizer que não precisa.”

“Tudo bem.” ela disse rindo e levantando a mão como se rendesse.

Começamos a juntar as roupas na mala, assim como fizemos antes com as minha.

“Eu vi que você ficou olhando para o Seth.” disse Bianca guardando a maquiagem, óculos e algumas outras coisa em uma mala pequena. Já tenhamos três malas grandes cheias de roupas.

“E-EU?” ela gaguejou envergonhada, nós rimos.

“Ele também ficou olhando para você.” eu disse atiçando. “Ele é bonitinho não acha Bia?” ela riu. “Que pena que você tem namorado.”

“An?” ela se fez de desentendida. “Não Allax não é meu namorado.” ela disse rindo meio desconcertada. “E sim, eu fiquei olhando para ele. Eu senti algo...” ela se calou.

“Algo?” eu e Bianca dissemos em uníssono.

“Nada.” ela disse disfarçando.

“Você está afim dele!” constatou Bianca.

“Não.” ela disse abruptamente.

“Ta sim.” eu disse rindo.

“Não.”

“Sim.” nós falamos jutas novamente.

“Tudo bem.” ela disse como se tivesse se entregando depois de uma tortura. “Não vou negar que ele é... interessante.” ela disse rindo e ficando ruboriza.

“Não precisa temer, esse será nosso segredo de garotas.” Bianca disse e nós três rimos juntas. Ali se marcava o incio de uma amizade.