POV Hermione.

–Esperem. –Draco disse. – Eu não posso aparecer lá. Vão me matar antes mesmo de eu me explicar.

Ele estava certo. Neville, quando aparecera, já havia apontado a varinha para ele. Tive que entrar em sua frente.

–Mas pra onde você vai então? – perguntei. – Quero dizer, os comensais já sabem que você está nos ajudando!

–Eu...Não sei.

Olhei para Harry, que entendeu.

–Hã, vamos dar um tempo à vocês. – e saíram da sala, Harry, Rony e Neville. Rony resmungando. De novo.

–O que você vai fazer? – perguntei.

–Vold... - Ele se interrompeu. – Ele disse que vai organizar formações na floresta, caso vocês voltassem. A guerra vai começar.

Eu empalideci. Estava na hora. Da guerra.

–Eu podia, não sei. Tentar atrasá-los. Não sei.

Eu ri. Não por achar graça, mas por simples terror. Como o plano dele podia ser tão tosco?

–Eu só sei que não posso aparecer em Hogwarts de novo. É vergonhoso. – Ele continuou.

–Quer saber? – eu falei. – Eu vou com você.

Ele me encarou, pasmo.

–O-O quê?

–É isso aí. Eu vou com você. Já está na hora de eu parar de ser covarde também.

–Hermione, você é tudo, menos covarde. Não faça isso.

–Agora já é tarde. Já decidi. Eu não vou à lugar nenhum sem você. Simples.

Ele me encarou por um segundo, com expressão cansada.

–Você não vai desistir não é? –Perguntou.

Eu sacudi a cabeça.

–Hã, se me permite perguntar, a floresta fica em Hogwarts, então, tecnicamente você TEM que entrar em Hogwarts para chegar nela. Dãh. –Eu ri.

–Na verdade não. Podemos só aparatar.

– Não, não podemos. Snape... –Eu tentei avisar, mas Draco me interrompeu.

–Ele colocou feitiços para vocês não poderem aparatar. Já eu... – Ele ergueu uma das mangas da camisa, mostrando a marca. Estremeci só de olhá-la.

–Mas e quanto à mim?

–Você vai estar junto comigo. Pode dar certo... Eu acho. – Ele olhou pensativo para mim. – Agora seria uma ótima hora para você desistir.

–Não, obrigada. Vamos avisar os garotos.

...

Abri a porta e eles despencaram para fora do que era a cozinha do bar.

–Escutando? – perguntei.

–Uh... Não! –Neville respondeu, massageando as costas por ter caído no chão.

–Hã... Sim! –Rony respondeu, exasperado. –Hermione. Você não pode fazer isso!

–Não preciso da sua permição. – Respondi, friamente.

–Ele está certo. – Harry disse. – É loucura!

Draco deu de ombros como se dissesse: “ eu tentei avisar pra ela!”

–Olhem, se vocês dois vão, levem isso. – Harry me estendeu sua capa.

–Harry! Não podemos...

–Não precisamos. – Malfoy me interrompeu. Ele estava começando a me irritar.

Ele ergueu o vidrinho que parecia cheio de água. Só de pensar na ocasião em que usei aquela poção, me deu arrepios.

Harry pareceu estar contrariando a si mesmo.

–Olhe, se acontecer alguma coisa com você – ele me disse. – eu nunca poderia me perdoar.

–Não vai acontecer nada com ela. – Malfoy respondeu. – Eu não vou deixar.

Rony o encarou. Parecia... Decepcionado.

–Então. – Draco continuou, e me estendeu seu braço para eu segurar. – Vamos?