Na mesma noite em que Jhon e Marie, adotavam o pequeno Luke como filho e resolviam cria-lo, longe dali mais um parte do enorme quebra-cabeça se encaixava.

O tempo também estava frio, mas diferente do local onde os Leggers moravam, era assim quase todo ano na Alemanha, ou melhor, dizendo na antiga Alemanha que agora não passava de mais um dos distritos da UW. A lua já ia alta e o vento soprava calmo e fazendo as arvores balançarem e os animais tremendo, se encolherem de frio.

E meio a uma floresta qualquer se via uma luz ao longe, fraca e cercada por toda aquela escuridão. Essa fraca luz vinha de uma cabana antiga onde uma linda e pálida jovem, se protegia do frio envolta em um cobertor.

Nada se passava em sua cabeça. Ela apenas ouvia o uivar do vento, Como se o vento a chamasse e a procurasse. Estremece ao pensar na ultima parte Como se o "vento a procurasse".

Tenta não pensar nisso enquanto pega o copo que estava perto dela, no qual continha um liquido vermelho. Bebe-o vagarosamente como se estivesse em uma espécie de transe. De repente, ao longe, no meio daquela mata fechada e espessa, se ouve um barulho. Os pássaros próximos são acordados e voam. A jovem fica apavorada e aperta o punhal de prata que levava escondido embaixo da coberta.

Mas o ruído continua até ficar próximo a cabana e para. A jovem começa a tremer.

“Será que ele me achou? Mas como? Não pode ser. Eu não deixei rastros.” Ela toma coragem. Agora estava decidida a deixar de lado seus medos. Já não parecia aquela jovem indefesa com medo, mas sim uma guerreira, sedenta o sangue. A jovem pega o punhal e o segura firme em posição de ataque. Ela fareja o ar e sente o cheiro de um lobisomem. Droga. Era o ser que ela tanto temia.

Mas sem se importar com isso ela sai. Estava cansada de ficar fugindo, estava cansada de tudo. Ela escancara a pequena porta de madeira e fica a olhar em todas as direções.

Onde? Seus olhos se deparam com uma sombra cinza no meio da floresta escura. A sombra ao ver que fora percebida se aproxima lentamente, e estava cada vez mais próxima, ao ponto de sua vitima a reconhecer e ver em seus olhos o brilho de raiva e de vingança.

- Você? Mas como me achou?

Pergunta ela confusa, espera por um assassino, não por seu pior inimigo. Estava confusa e em duvidas, sabia agora que morreria, Se ao menos fosse outro adversário ela teria chance, mas não contra ele. A sombra estava tão perto que agora sua presa já podia ver sua face e seus movimentos com clareza.

- Como? Como você conseguiu seu lobisomem imundo? Pergunta ela agora com raiva.

O lobo apenas ria, pensando consigo mesmo em como a vingança era doce.

- Você já devia saber Luen, que eu iria achar você. Não devia ter fugido apenas me dado a informação necessária. Falando nisso, não sou só eu que estou atras de você, Ouvi dizer que os Lobisomens tem uma recompensa por sua cabeça. E não é pouca. Mas isso não importa para mim. Você sabe o que eu quero.

A voz rouca do lobisomem soou ameaçadora. Ele olhava para ela com uma espécie de alegria, por ter achado ela e agora conseguiria o que procurara, e raiva, por ela ser um vampiro e acabar de insultá-lo. Sem perder tempo ela o ataca, atirando o punhal em sua direção. Se fosse um humano qualquer aquilo teria perfurado seu peito e o atravessado como se fosse papel. Porém de nada adiantou, o punhal foi facilmente desviado jogado para o lado.

- Por favor, Leki... Não me mate – Ela já sabia sobre ele, seu inimigo,por muitas vezes conseguira escapar ao saber que ele vinha a seu encalço. Mas segundo suas informações nada, nem ninguém conseguia fugir dele por muito tempo - Eu não sei de nada... Por favor.

Ele a pega pelo pescoço e a ergue, a sufocando. Ela esperneia, mas ele estava com tanta raiva que não cede a seus movimentos desesperados.

- Apenas me diga onde ela está e lhe prometo que terá uma morte rápida.

O pavor toma conta da jovem. Ele então a atira para dentro da pequena cabana, fazendo com que ela cai no chão. Leki entra logo depois.

- Eu não sei... Eu não sei...

Ela se encolhe em um canto e começa a chorar. Leki estava indiferente com aquilo. Seria preciso mais de um choro para fazer com que ele desistisse de seu objetivo. “Os fins justificam os meios”.

- Diga!

- Eu... Eu dei ela para os anciões, eles a levaram, eles.. - Fala dificultosamente. A morte viria após ela revelar. - Eles a levaram. Sua filha já deve estar morta a essa hora.

- Não! – Grita ele indignado – Como você pode fazer isso? Ela esperava uma criança.

No auge de sua fúria Leki desembainha sua espada. Nada se ouve depois. Um rápido e silencioso golpe de espada, nenhum grito, nenhum barulho, nada. E a cabeça da moça não está mais sobre seu pescoço. Então a floresta novamente é envolvida pelo silencio.

Dá as costas para a cabana que agora era envolvida pelas chamas. Leki não estava feliz, conseguira a informação que precisava e matara Luen. Mas não sabia ainda qual o paradeiro de Clarisse, sua filha.

" Vou te buscar, nem que para isso seja preciso começar uma guerra."