- Alô? – A voz de Bella surgiu.

- Bella, é o Edward.

- Oi... – Percebi pela sua voz, que ela estava envergonhada.

- Agora, eu queria saber o porquê de você não estar aqui.

- Edward, eu tô meio que ocupada, mas eu vou resumir. – Ela dizia um pouco apressada. – Eu estava me trocando, para ir para o programa, quando minha mãe subiu chorando dizendo que minha tia Elizabeth, irmã dela, tinha ligado e que precisava muito da nossa ajuda. Eu estranhei, tia Eliza só liga nos feriados... Bem, meu pai estava lá, e ele não gosta dela. E aí, meus pais começaram mais outra briga – Ela suspirou. – E minha mãe me olhou suplicante para que eu fosse com ela. Edward, eu te juro, eu queria muito estar lá e ter te visto dizendo que me escolhia...

- Bom, eu fiz isso. – Eu admiti.

- Hã?

- Depois de eu dispensar a Tanya, a Victoria achou que eu tinha escolhido a Leah. Então, antes que ela começasse “Ah, meus parabéns” sei lá o que mais, eu falei para Leah que ela também não era a minha escolha. E aí, eu me vi sozinho. – Disse triste.

- Sério que você fez isso por mim? – Sua voz mostrava que ela estava admirada.

- Claro, Bella. Eu quero você. Só porque não estava lá, isso não iria mudar, né.

- Edward, eu queria estar ai. Te beijando agora. – Ela gemeu frustrada.

- Não fala isso...

- Ah, mas, eu volto depois de amanhã, tá bom?

- E qual era o problema da sua tia? Para ter que tirar você de mim?

- Ô carente. – Ela disse, fingindo ter pena. Eu ri. – Era sobre minha prima, Alice. Eu acho que a traremos junto conosco. Eu te explicarei melhor, mas resumindo seria isso.

Eu fiquei pensando depois que ela disse o nome Alice.

Imagina se fosse a mesma Alice que Jasper ainda amava?

Não, isso seria muita coincidência...

- Ufa, então você não me trocou. – Disse brincando.

- Ih, Ed, pode ficar esperando sentado para isso acontecer. – Ela disse feliz.

- Ed? – Perguntei curioso. Percebi que o outro lado da linha estava silencioso. – Bella?

- Er... É que eu achei que... Eu... – Ela começou a enrolar.

- Tudo bem, princesa, você também pode escolher apelidos, lembra? – Disse, rindo.

- Hum, eu não me lembro dessa parte e sim da hora dos nossos beijos...

- Amor... – Eu, sem querer gemi... – É melhor desligarmos, se não eu corro para aí, te buscar.

- Me raptar, pelo jeito.

- Não me dá ideia! – E assim, ela riu. Eu suspirei. – Estou com saudades.

- Eu também, Ed. Eu também.

- Então, até depois de amanhã?

- Claro, eu passo aí.

- Okay.

- Muitos beijos nessa sua boca, viu? – Ela disse, e percebi que sua voz estava bem próxima do telefone.

- E milhões de beijos nessa sua boca linda, também. – Eu disse apaixonado. Eu sou muito besta mesmo.

E assim, nós desligamos e meus pais e Leah estavam me olhando no carro.

- Que foi? – Perguntei sem entender.

- Princesa? – Leah me olhou curiosa, parecia que estava para rir.

- Amor? – Meu pai me olhou. Sua voz estava parecendo que ia explodir em risos.

- Eu nunca imaginei que você seria tão meloso assim, filho. – Minha mãe me olhou pelo retrovisor, rindo.

- Vocês, por favor, poderiam respeitar o meu relacionamento e o modo como eu dirijo à minha namorada? Eu ficaria muito grato.

- Okay, chuchu. – Meu pai começou a zoar com a minha cara.

- Muito engraçado, pai. – Disse, fechando a cara.

E todos começaram a rir.

Bem, tirando as risadas e quando eu estava pronto para ver Bella ali no palco, ela não estava ali... Eu estava, agora, relaxado.

Era como se a maioria de todos os problemas, tivessem simplesmente desaparecido.

E não existia mais Tanya.

E a ideia de traição, não seria mais uma dor de cabeça.

Agora, seria eu e Bella. Juntos.

E daqui a alguns anos, talvez, eu a peça em casamento... E aí, teríamos o nosso noivado e depois a festa de casamento e...

Ok, já percebemos que você sonha bem alto, não?

Poderia voltar para a realidade? Eu agradeceria.

Eu olhei para Leah, que estava no meu lado, e lembrei que tinha mais uma coisa a se fazer.

Peguei meu celular e liguei para Jacob.

- Alô? – A voz de Jacob ressoou grossa do outro lado.

- Nem reconhece mais o número do próprio amigo, cara? – Perguntei, zoando.

- Edward! Eu estava esperando você me ligar. Cara, essa Leah é realmente de tirar o fôlego! – Ele admitiu.

- O seu pelo jeito, não é?

- Bem, quando você está planejando para eu conhece-la?

- Ah... Que tal, agora?

- Agora??

- É, ela está aqui comigo, estamos indo para minha casa, vai para lá e o resto deixa comigo.

- Edward, eu não sabia que você tinha esse seu lado cupido.

- Bom, eu não tenho, só é um favor que estou fazendo aos meus amigos.

- Okay, digamos que eu acredite, você acha que eu tenho alguma chance?

­- Claro. Tenha a minha absoluta certeza.

- Então, eu estou indo para aí.

- Tá, a gente se encontra lá.

- Ah, Edward.

- O que foi?

- Deu vontade de chorar quando você revelou que queria somente a sua Bella – Ele dizia com sua voz de falsa adoração.

- Idiota. Muito engraçado, olha que você tá me devendo.

- Humpf! Eu achei que era um favor de graça.

- Você se esqueceu com quem está falando?

- Tem razão. – Começamos a rir. – Bom, tô indo.

- Até logo.

Desliguei e percebi que Leah me olhava.

- Você vai ver, ele é um cara legal.

- Eu espero que ele seja tudo que está prometendo...

- Ah, pode apostar. Eu sei que vocês dois darão certo.

- Eu nunca soube que você era tão do estilo cupido!

Eu sorri. Os dois pareciam ser tão iguais.

- Você nem imagina o quanto.

Depois de sorrir, encorajando-a a ficar calma, minha mãe disse.

- Mas, Leah, esses dois conversam que eu choro depois com a conta telefônica!

Começamos a rir.

...

Chegamos em casa, e vimos Jacob nos esperando na porta.

Eu olhei para Leah e apontei para a imagem de Jacob lá fora.

Sem querer dizer nada, mas percebi que Leah havia gostado do perfil físico de Jacob.

Posso comprovar com o “Nossa...” que ela falou baixinho.

- Entra, Jacob.

Ele sorriu para mim, e nós fizemos nosso toque. Logo após isso, seus olhos caíram em Leah.

- Hum, oi. Eu sou o Jacob. – O anta falava olhando, ou secando sei lá, para Leah.

- Oi, Jacob. Sou Leah. – É triste dizer, mas Leah parecia estar no mesmo estado que ele.

- Pessoal, os nomes vocês já sabiam. – Falei tentando tirar os dois dos estados lamentáveis em que se apresentavam.

Eles me olharam. E eu preferi calar a minha boca.

Depois, minha mãe nos chamou para jantar.

E ali, Jacob e Leah começaram a conversar, perguntar um sobre o outro.

Eu fiquei imaginando quando seria que faria isso com Bella. Descobrir tudo sobre ela. E ela sobre mim.

No fim, quando Leah dissera que precisava ir embora, Jacob se candidatou para leva-la para casa, já que estava de moto.

Pelo jeito, Jacob havia um ponto extra. Leah amava motos.

Vai lá entender.

Bem, eu fiz a minha parte. O empurrão havia sido dado, e a partir de hoje, os dois iam se conhecendo até irem para a parte óbvia...

Eu disse tchau e um obrigado à Leah por tudo, e assim, fechei a porta.

Estava cansado e com saudade de ter Bella bem perto de mim.

Espero que tudo se ajeite. E depois de amanhã, eu passe o dia inteiro com Bella...

Com essas coisas na minha cabeça, tentar dormir, foi até fácil demais.

Eu estava andando por corredores.

E eu sei que não deveria reconhecê-los, mas, de uma forma estranha, eu os conhecia, sim.

E meu coração batia forte, como se algo estivesse acontecendo.

Com essa sensação, comecei a correr.

Nesse momento, eu senti que precisava encontrar Bella.

E assim, várias portas apareceram pelos lados.

Pensando em que ela poderia estar em um dos quartos, tentei abrir uma por uma.

Mas, nada acontecia. As portas estavam fechadas.

Até que mais adiante, vi mais outra porta.

Era como se fosse a minha última oportunidade.

Quando coloquei minha mão na maçaneta, Tanya apareceu ao meu lado. Como fantasma.

- O que faz aqui? – Perguntei bravo.

- Ah, Edward, você realmente quer procurar por Bella? E nós? Não é suficiente, para você? – Ela me perguntava àquelas coisas enquanto acariciava meu rosto.

- Pergunte isso aos seus amantes, porque eu não quero você. Eu quero Bella. E não, você nunca foi suficiente para mim, Tanya. Eu sempre soube disso. – Tirei, com tudo, sua mão de meu rosto.

- Eu não acho que vocês serão felizes juntos, meu querido. Logo, logo, problemas chegarão e vocês se separarão. Está escrito. – Ela me olhou sorrindo, como se a ideia a fizesse muito feliz.

- Sabe o que está escrito? Que cada palavra podre que sai da sua boca é uma enorme mentira. Tanya, você nunca soube que quem escreve o que vai dar certo e o que vai dar errado, somos nós mesmos? Nunca ouviu a palavra livre-arbítrio? Bom, eu o tenho, e usarei para escolher Bella. Para sempre. Pode ter problemas e dificuldades, mas no fim, continuaremos juntos. – Olhei-a decidido a abrir a porta.

- Fique a vontade, Edward, mas saiba que nada que queremos vem de graça. Tudo tem seu preço. E a felicidade plena, no fim, custa muito caro. – Ela me olhou pela última vez, já se afastando da porta e de mim. Seus olhos me fitaram como se tentassem me machucar.

- Até nunca mais, Tanya. – Murmurei e a vi sorrindo. E em seguida, ela desapareceu.

Suspirei. Sim, eu deveria ter achado tudo tão estranho e esquisito, mas eu não consegui me sentir assim. Eu não consegui ter medo das palavras tão tentadoras e perigosas que Tanya dizia. Eu me sentia confiante, e isso pareceu superar tudo.

Decidido a achar Bella, eu abri a porta.

Sorri ao perceber que estava em nosso quarto. – Ok, eu não sabia como era nosso, mas algo dentro de mim me disse isso.

- Edward? – Sorri ao reconhecer sua voz.

E tudo estava tão certo. Que eu já tinha esquecido que era um sonho, ou que eu nem sabia que lugar era aquele ou mesmo que Tanya, claro como fantasma, estava me ameaçando...

Ali, vendo Bella perto na janela, sorrindo para mim, tudo havia parado. E agora, éramos apenas eu e ela. E nada mais.

- Eu estava com tantas saudades. – Corri ao seu encontro.

- Eu também. Nunca mais quero ficar longe de você. – Ela retribuiu o abraço, com um aperto forte, tentando eliminar qualquer distância.

- Bella, você sabe que eu te amo, não é? – Fitei, pela primeira vez, seu rosto.

- Claro que eu sei. Do mesmo jeito que eu amo você. – Ela me disse tão sincera.

Não achei que precisávamos dizer mais nada. E por isso, sem perceber se havia sido eu ou ela, já estávamos nos beijando.

E não tinha hora para parar.

O despertador começou a tocar. E disso, a realidade caiu sobre mim.

Que tipo de sonho é esse?

Sério, Tanya como fantasma me ameaçando? Minha imaginação está um pouco clichê...

Problemas estão chegando...

Sempre tem problemas no meio. Nunca pode ser um feliz para sempre direto. Tem que existir mais gente para nos separar, mais barracos para combater...

Isso irrita. Porque NÃO, eu NÃO vou me separar de Bella. E eu NÃO quero outra, eu QUERO a Bella. A minha Bella Swan. Para sempre.

Ótimo, agora estou frustrado por causa de um sonho maluco.

Continue assim, Edward, você está indo perfeitamente bem!

Tentei dormir, mas preferi ficar acordado e esperar. Por nada e nem por ninguém mesmo, só que dormir e ter essa estranha sensação de algo não está certo, ficaria rondando minha mente de cabeça para baixo. E ninguém merece.

Passei as horas sem perceber, olhando sem fazer droga nenhuma, ou abrindo minha janela, já que o dia quis começar com um calor infernal!

Eu deveria ter chamado de insônia e talz, só que eu acho que no fim, eu estava com medo de admitir: Tenho medo sobre o que seria meu próximo sonho. E eu estou com muita, mas muita mesmo, saudade da Bella.

Minha.

Minha Bella.

O maravilhoso é que soa totalmente bem, estaremos juntos daqui a... Sim, um dia. E daremos partida ao início do nosso para sempre.

Parece idiota. Parece romântico demais.

Bem, resulta, então, numa idiotice romântica.

Eu torcia para que tudo estivesse bem lá, e que ela voltasse mais cedo. Quanto mais perto, muito melhor, ficaria...

Meus pais estranharam quando me viram às sete e meia da manhã, ali com eles no café da manhã.

Sim, eu sou um pouco preguiçoso, principalmente quando eu estou de férias.

- Edward, você caiu da cama, foi? – Meu pai me olhou surpreso.

- Pai, tá muito cedo para suas piadinhas, sabia?

- Ih, além de cair da cama, pisou com o pé esquerdo, não? – Minha mãe disse enquanto trazia as panquecas do fogão para a mesa. – Acabei de fazer.

- Que fome... – Bocejei.

- Então, Bella vem hoje?

- Não, mãe, só amanhã... – Eu realmente desanimei quando lembrei que amanhã estava bem longe, ainda.

- E hoje? Vai fazer o que?

- Ah, pai, eu tava pensando em... – Uma ideia surgiu a minha cabeça. – Vou visitar o Jasper. Faz tempo que eu não falo com ele.

- Bom, quer que eu te leve, lá?

- Não, vou mais tarde. Tipo, agora, eles ainda estão no décimo sono.

- É mesmo. – Meus pais disseram juntos, e depois sorriram um para o outro.

- Romance agora não... Por favor..

Peguei minhas panquecas, pus no prato, junto com meu café – para tentar me acordar. – e levei para o sofá. Assistir alguma coisa até dá uma hora boa para visitar Jasper.

Comecei a assistir Friends. Um ótimo seriado americano.

O ruim é que o episódio de hoje, era sobre Rachel e Ross, o casal central da história. E era sobre depois dos desentendimentos dele, e uma descoberta feita por Rachel sobre Ross ter feito algo... E ela beijou-o, como um modo de mostrar que sentia o mesmo por ele.

Isso me fez pensar em Bella. Como seria depois de anos, e eu olhasse para esse momento. Em que pensar nela, era tudo. Meu tudo.

Será que vou mudar? Ser mais ignorante? Mais besta? Mais apaixonado? Mais confiante?

O futuro é tão imprevisível, que até pode matar um amor, sem ao menos, que eles próprios percebam. E isso me assusta.

Sem pensamentos ruins e infundados, por favor!

Ok, eu comecei a me arrepender de ter acordado tão cedo.

Horas depois...

Eu já estava morto de tédio, passava-se agora apenas propagandas idiotas para comprar produtos que eu nunca ia desejar ter em casa, então, resolvi ligar para Jasper que ia passar por lá.