Eu não entendia o porquê deles terem feito àquilo comigo. Meus pais sinceramente haviam enlouquecido. Agora, eu estava ali, na frente de duas garotas estranhas e ao meu lado, uma Tanya irritada bufava. Mas não era minha culpa, eu nunca soube que eles fariam isso por mim.

- Mãe, por que você fez isso? – Olhei para ela irritado
- Edward, nós não gostamos da Tanya, nem você, meu filho, admita. E descobrimos que teria um jeito de arranjar alguém melhor para você.
- Me inscrevendo num programa INTERNACIONAL? Sem a minha permissão? Isso realmente comprova a loucura de vocês – Eu não sabia para onde correr, droga.
- Edward, nos dê uma chance de fazer você mais feliz, filho! – Meu pai ajudou minha mãe. Sentia Tanya cada vez mais raivosa...
- Esme, Carlisle, VOCÊS NÃO TÊM ESSE DIREITO! – Minha namorada se revoltou, mas claro, era uma reação esperada por minha parte, pelo menos.
- Você pensa que é quem para gritar na minha casa? Sua biscate! Estou por aqui, vendo você fazer meu Edward sofrer! E ninguém me convence do contrário! – Minha mãe estourou junto.
- As duas podem parar?! – Meu pai começou e depois se voltou para Tanya. – Se acha tão boa assim para o meu filho, não tenha medo de uma competição. Se acredita no amor – senti uma ironia vinda dele – de vocês, ele não te decepcionará, não e´? Então.
- Pai – Me controlei, tinha visitas em casa – Vocês deveriam ter me consultado antes.
- Para saber que você perguntaria para ela antes de dar uma resposta final? Não, Edward. É o que eu disse a ela, se confiam nesse... Relacionamento, então não tem nada a temer!
Relevei essa parte. Bom, é verdade, eu perguntaria a ela antes. Mesmo já sabendo a reação... Eu sei que meus pais estão apenas preocupados com minha felicidade e só querem o melhor para mim, mas tendo a ajuda de um reality show? Não, dessa vez eles passaram dos limites.
Edward, eles passam dos limites desde que você começou a namorar Tanya. É, até me lembro de ter escutado minha mãe falar à Tanya: Esse será o seu novo inferno pessoal, querida. Eles nunca foram a favor.
Ok, posso não sentir com Tanya o que meus pais sentem quando estão juntos. Mas, eu tenho que tentar, não? E Tanya é inteligente, bonita, sabe lidar com problemas complicadíssimos, e nunca desiste. Mas também é prepotente, controladora, arrogante, ignorante na maioria das vezes e até cínica quando quer. Eu nunca a vi sendo carinhosa comigo. Sempre foi turrona e mal-educada com meus pais desde que eles disseram ‘não’ ao nosso namoro. É Edward, você bem que poderia dar uma chance ao reality...
Suspirei contrariado, no fim, até eu – pelo jeito – queria participar disso. Mesmo sabendo que tudo a partir dali, seria imprevisível.
Olhei para as duas estranhas à minha frente. Elas nos olhavam curiosas, sem fazer um barulho se quer. Uma era bem morena, pele queimada – provavelmente de tanto sol – olhos negros e misteriosos. Tinha um cabelo curto e liso. Achei-a o tipo perfeito do meu amigo. Jacob. Ele iria gostar de conhecê-la, aposto. A outra tinha cachos nas pontas, seu cabelo era castanho-ruivo -?- tinha uma pele branquíssima e seus olhos...
Quando fui analisá-la melhor, percebi que a mesma, estava me olhando também.
Senti algo estranho dentro de mim, depois que vi aqueles olhos... Parecia chocolate derretido – amo chocolate – Muito estranho, eu nunca havia visto olhos tão bonitos e profundos assim, igual aos dela. Essa garota era belíssima, muito mais que Tanya e a garota ao seu lado.

- Filho, temos que apresentá-las para você. Faz parte do contrato o participante conhecer pelo menos de vista as acompanhantes antes de gravar. – Minha mãe chamou minha atenção.
- Tanya – Olhei para ela – Nada vai mudar tudo bem? Vamos fazer a vontade deles, no final tudo vai ficar bem. - A senti suspirar calmamente.
- Tá, vamos fazer o que eles querem. No final sou eu que ganharei mesmo. – E lá vem, a exibida... Senti minha mãe bufar.
- Então... – Comecei – Quem de vocês dois...? – Olhei para meus pais.
- Eu escolhi a Bella, filho. – Minha mãe me puxou e me deixou frente a frente com a garota de olhos cor de chocolate. Engraçado, por quê eu sinto que estou ficando nervoso? Meu coração, então... A vi sorrir. Bella... Ela faz jus ao nome.
- Prazer em conhecê-lo Edward. – Sua voz foi absorvida por meus ouvidos, e ressoou novamente e novamente... Que voz...
- Er... Diria o mesmo, Bella. – Tentei não transparecer meu conflito interno.

Por que eu estava a admirando tanto? Nem a conheço, nunca a vi antes. Por que ela me fez sentir tudo isso em segundos, sendo que Tanya nunca me fez sentir nada em dois anos que a conheço?
POR QUE ESTOU COMPARANDO AS DUAS?

- Edward, filho, eu escolhi a Leah. – Meu pai me puxou para a garota bronzeada. Ela me olhou confiante.
- Olá, Edward. Vamos ver no que vai dar? – Disse animada. Nossa, cara do Jacob
- Claro. – Tentei soar confiante.

Disso, a tal Bella, olhou para o relógio em seu pulso.

- Nossa... Sra. Esme, preciso ir. Tenho que resolver algumas coisas na faculdade.
- Claro, Bella, Edward. – Minha mãe me chamou. – Você a companha até o metrô? Ela é nova por aqui. – O QUÊ?
- Sra. Esme, não há necessid...
- MEU NAMORADO NÃO VAI – Tanya se intrometeu. – PARTICIPAR DESSA LOUCURA JÁ ESTÁ BOM DEMAIS PRO MEU GOSTO! EDWARD VOCÊ NÃO VAI!
- Tanya, pare de gritar! – Elevei um pouco o tom. Olhando para Bella, respondi – Bella, eu te levo, sim. Não tem problema nenhum.

Vi seus olhos brilharem, um pouco. Ela pareceu ficar tentada.
- É melhor, não. Sra. Esme agradeço a preocupação, mas... – Ela já estava indo em direção à porta.
- Agora é questão de honra. Vamos, Bella. – Fui a sua direção. Vi suas bochechas corarem. Incrível, ela aumentava sua beleza assim.

Ninguém falou mais nada. Para não ser mal-educado, me virei a eles e disse:

- Tchau, amor. Tchau, Leah, prazer em conhecê-la. – E assim, fechei a porta. O dia estava lindo. Vi Bella olhando para baixo, provavelmente envergonhada.

- Você está bem? – Fiquei bem próximo dela.
- Ah... Você vai arranjar problemas por estar me levando, não é? – Perguntando isso, mordeu seu lábio inferior. Provavelmente nervosa. O pior é que me deu uma vontade de beijá-la...
EDWARD CULLEN VOCÊ ENDOIDECEU?? BEIJÁ-LA?? E A TANYA?? E A PARTE DO ‘TUDO VAI FICAR BEM’???
Balancei a cabeça com força, tentando tirar essas maluquices da minha cabeça. Olhei-a um pouco inseguro e limpei minha garganta.

- Sempre arranjo problemas, mas Tanya não pode me controlar. Se eu quiser te levar, ninguém me impede. Não se preocupa com isso, Bella. – Conseguir falar tudo isso, foi mais fácil que eu pensei...
- Obrigada, Edward, por estar me levando. – E como um presente do destino, ela sorriu. Aqueles lábios formaram de um jeito tão doce, o mais belo sorriso que eu já vi em toda a minha vida.
- Não há de quê, Bella... – Tentei, inutilmente, não encarar ela. Com aquela mesma vontade maluca de beijá-la.

O que está acontecendo comigo? Por que eu estou sentindo tudo isso? Bella...
EDWARD VOLTA AO NORMAL, PELO AMOR DE DEUS, CARAMBA!
- Bom... – Ela se virou para mim. Fiquei nervoso com o que aconteceria agora. Meu coração, já pronto para ser levado ao hospital, de tanto batimentos em um único segundo. – Já que você me trouxe até aqui, pode ir, agora. – Acordei para a realidade e vi a placa bem grande dizendo: Metrô. Nem percebi que conseguia levar alguém ao lugar desejado sem ao menos perceber para onde ia... Então ela já vai? Quando ela vai voltar? – Muito obrigada, Edward. Como eu disse antes, foi um prazer conhecê-lo, mesmo. – Sorriu.
- E você, não imagina o quanto eu quis dizer com o “também foi um prazer”... – Murmurei.
- Oi? – Inclinou a cabeça, olhando diretamente em meus olhos.
- Ah... Er... Nada. Bom, até depois? – Me aproximei dela, SEM QUERER, mesmo que não pareça!
- Lógico, ainda tenho que te levar em algum lugar... Er, de acordo com o reality... – Vi suas bochechas corarem novamente.
- Não precisa ficar com vergonha, Bella. Estou ansioso para saber para onde. – Ela não sabia o quão sincero eu estava sendo.
- Desculpa... Bom – Olhou para o relógio novamente. – Tenho realmente que ir, Edward.
- Espera. – Ela já estava se virando, quando a porra do meu subconsciente pegou em seu braço. Ai meu Deus, o que eu estou fazendo??
- Edward... – Ela sussurrou, e eu me arrepiei por inteiro.

Não conseguia mais. Eu queria muito provar aquela boca tão convidativa. É loucura, da mais pura possível, mas eu quero e muito. Não importa os problemas que virão depois.

- Nem nos despedimos direito, Bella... – Minha voz abaixava cada vez que eu aproximava mais e mais meu rosto para o dela.
- Ed... – Antes que ela dissesse algo, toquei seus lábios, já ansioso. E minha surpresa foi maior que esperada. Aquela boca... Seu gosto... Não consegui pensar em outra coisa, a não ser aprofundar aquele beijo delicioso, só precisava de seu consentimento. E uns segundos depois, ela abriu a boca, me deixando entrar profundamente. Reprimi um gemido de puro prazer.
EDWARD O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO??? ENLOUQUECEU?? E A TANYA, IDIOTA? VOCÊ ESTÁ A TRAINDO!! VOCÊ NUNCA TRAIU!! CORRE EDWARD, SAI DE PERTO DA BELLA, ANTES QUE VOCÊ PERCA O TOTAL CONTROLE!!

Já estávamos sem ar nenhum, e assim, nos separamos. Enquanto meu consciente pedia – gritante – para eu sair dali. O resto do meu corpo pedia para ficar. E agora?
Bella me olhou assustada -?– e colocou seus dedos na boca.

- Eu tenho que ir. – Foi a única coisa que profetizou antes de sair correndo.
- É, eu perdi o controle. – Murmurei a mim mesmo.