happily ever after. (primeira versão) escrita por unalternagi


Capítulo 26
Capítulo 26 - Frio de mais para anjos morrerem


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores, como vocês estão?
Bom, me perdoem pela demora, mas eu dei TANTA risada com os review do último capítulo kkkkkkkk vocês são de mais, e acho que nunca vou super a quantidade de ameaças que eu recebi kkkk maaaaas, vocês serão surpreendidas ainda mais nesse capítulo MUAHAHAHAHAHAHAHA Espero que gostem (apesar do que vai acontecer) e comentem...
Boa leitura!



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Cap. 26 – Frio de mais para anjos morrerem

Uma dor indescritível tomou conta do meu coração e minha respiração começou a vir entrecortada.

Jasper está morto

Minha cabeça girava de forma alucinante e nesse momento tudo o que eu já vivi do lado dele invadiu minha mente fazendo algumas lágrimas se acumularem no canto dos meus olhos, mas elas não saíram de lá.

-Amor, fala comigo – pediu Edward do outro lado da linha com um fio de voz.

-O que aconteceu Bells? – perguntou Emmett preocupado, mas de algum modo eu sabia que ele sabia o que tinha acontecido.

-Edward e... E a Alice? Meu Deus como ela está? Onde vocês estão? – perguntei meio preocupada de mais.

-Estamos no Central Park – disse Edward

-Ela... Ela tá bem? – perguntei

-Amor, ela está em choque parece. Não chorou, não gritou, não esperneou... Nada, ela tá parada olhando para o nada ainda – contou Edward.

-Venham pra casa

-Venha nos buscar – ele pediu em contrapartida

-Vou ver, vou falar com Met e Rose e já te ligo – falei.

-Ok, eu amo muito você – ele falou com a voz rouca.

-Amo muito você também meu amor – respondi na mesma intensidade e então desliguei o telefone

-Bell... Não fala que... B-bella ele... – Emmett me olhava com os olhos tristes enquanto gaguejava atropelando as palavras e então eu apenas assenti.

Ele era grande, e as pessoas poderiam ficar assustadas com o que eu vi. As lágrimas no canto dos olhos do meu irmão deram liberdade para algumas saírem do meu e, pensando em Jasper, corri para os braços de Emm e nos abraçamos no meio da sala. Não conseguia chorar, mas não por não amar Jazz como um irmão, mas por achar o fato surreal de mais. Nunca acreditamos que alguém tão incrível e jovem como Jazz poderia morrer servindo o exercito, mas então aconteceu.

Minha mente girava tão forte que começou a doer, mas sabia que tinha que me concentrar, no banheiro eu pude ouvir o chuveiro se fechar e minha mente voou para a grávida.

-E Rose? – perguntei

Emmett me olhou sério pensando na mesma coisa que eu, como contaríamos para ela?

-Acho melhor falar de uma vez, ainda tenho que buscar Lice e Edward – eu falei.

-Bella, o bebê... Rose não pode se estressar – falou preocupado

-Emm, ela tem que saber. Agora – falei ainda mais séria e ele acabou por assentir.

-Só... E-eu... – respirou fundo se concentrando - Melhor ser eu quem vai contar isso para ela, por favor – falou e assenti.

Sentamos um ao lado do outro no sofá, sérios de mais, parecia que toda a felicidade do mundo tinha se esvaído e, lá fora, a chuva começava a cair embaçando levemente a janela da sala.

-Banho revigorante, pijama quentinho... O que mais eu poderia querer? – disse Rose numa felicidade que causava inveja – Estou num patamar tão acima da felicidade que quase não acho justo... Ninguém vai tirar o sorriso do meu rosto – ela tagarelava do banheiro para nós.

Eu não conseguia responder, era irônico de mais ela estar falando isso. Numa piada de humor negro eu poderia desafiar ela falando que eu tiraria aquele sorriso do rosto dela em dois tempos, mas não agora, não hoje. Ela saiu do banheiro de pijama e toalha na cabeça o sorriso era lindo, até o momento em que nos viu.

-O que aconteceu? – perguntou alarmada

-Anjo, precisamos conversar – disse Emm delicadamente pegando suas mãos.

-O que houve Emm? – perguntou ela já com os olhos marejados.

Ele a sentou-a no sofá, mas Rosalie não era burra e muito menos lerda ou desatenta.

-Cadê Alice e Edward, o que aconteceu com Jasper? – perguntou em pânico

-Amor, você tem que se manter calma, vai ser difícil, mas pensa no nosso filho. Você não pode se estressar. Por favor, se mantenha calma – Emm implorou.

-Eu me mantenho se me contar logo o que aconteceu – ela disse chorando já.

-Amor, o Jasper morreu – falou Emm com a voz embargada.

-E-e-ele... Não, o que? Eu nem sei sobre o que voc... Ele, não... Emm, ele falou ele vai, ele vem, ele vai voltar. Por que você tá fazendo essa piada de mau gosto? – ela falava sem sentido algum

-Amor, não é piada – ele disse rouco.

Ela olhou para mim com os olhos suplicantes pedindo para que eu desmentisse tudo aquilo e, por mais que eu quisesse, não tinha como mentir para ela então a única coisa que fiz foi abaixar a cabeça.

Rosalie começou a chorar audivelmente enquanto Emmett a abraçava deixando uma ou duas lágrimas escaparem, mas não era realmente um choro. Ele se segurava bem e eu sabia que era para apoiar Rose, ele estava a colocando na frente de seus sentimentos. Respirei fundo e tinha que ser forte, por Rose, Edward, Alice, o bebê e Emm, tinha que chegar ao Central Park bem, Lice precisava de mim.

-Tenho que ir buscar a Lice e o Ed, quer ir Rose? – perguntei acariciando suas costas.

Ela negou com a cabeça e sem perguntar sabia que Emmett não ia também.

-Ok, estou indo lá. Já volto – falei sem emoção e abracei Rose beijando seu rosto, sua testa e seu cabelo antes de sussurrar um “eu te amo” e então dei um beijo no rosto de Emm e saí pela porta da frente rezando para Rose ficar bem.

Cheguei ao carro ligando para Edward avisando que eu estava indo e então coloquei o endereço do Central Park no GPS do meu celular e segui para lá o mais rápido que pude. Em quarenta minutos cheguei lá e Alice e Edward estavam encharcados sem nem ao menos se importarem. Estavam sentados em um banco meio abraçados olhando para o nada, ambos com expressão alguma. Não olharam para mim e então tive que sair do carro para chama-los.

-Oi gente – falei ouvindo minha voz rouca de mais

Edward me olhou com seus olhos azuis esverdeadas totalmente apagados, opacos, parecia que não tinham vida alguma e senti a mesma dor que ele. Ele se levantou me abraçando e me agarrei fortemente nele, a dor no meu peito era tão insuportável, mas eu nem conseguia imaginar a dor que Alice sentia.

-Eu estou tentando falar com ela a tempos e ela não responde, nem sequer levantou-se desse banco desde que chegamos – contou-me Edward

-Vou falar com ela – disse chegando mais perto da minha irmã.

Minha roupa já estava tão encharcada quanto a deles e meu cabelo não parava em minha testa, ficava caindo nos olhos até eu prender atrás da orelha. Meu conflito durou pouco e, mesmo assim, me doía ver Alice com reação alguma.

-Lice – chamei e nada – Alice, Li, irmã... – chamava e ela sequer piscava.

Sabia já o que estava acontecendo. Ela estava em choque, era por isso que não tinha gritado, chorado e nem nada. Ela simplesmente não conseguia, estava presa em sua dor.

Eu me abaixei na frente dela parando a sua altura segurando seu rosto entre minhas mãos. Edward olhava tudo com paciência, encarei Alice até ela focar os olhos azuis, que mais pareciam uma neblina, em mim e então dei um meio sorriso triste para ela que piscou um pouco deixando algumas lágrimas caírem.

-Tá tudo bem, vai ficar tudo bem. Mas você não precisa guardar apenas para você... Tá doendo em mim também, ele era meu irmão e eu não tenho nem como te falar a dor que eu estou sentindo, mas você tem que extravasar, faz mal sofrer sozinha – disse docemente

Ela demorou a assimilar tudo o que eu falava, mas por fim, ela começou a chorar enquanto a chuva aumentou, mas isso era o de menos. Os soluços foram aos poucos irrompendo pelo seu peito e então ela se jogou em mim me fazendo cair de bunda no chão enquanto ela chorava como eu nunca vi Alice chorar antes e eu apenas acariciava lhe as costas fechando meus olhos e esperando passar enquanto eu mesma chorava silenciosamente pela dor que irrompia de forma cruel em meu peito. Foquei o rosto de Edward que também chorava e foi o bastante para ele se sentar perto de nós duas e nos abraçar enquanto nós três parecíamos recém-nascidos chorando pelo nosso irmão, nosso amor, nosso soldado, nosso Jazz.

.

Chegando em casa nós três estávamos molhados e com os rostos inchados, Alice ainda chorava ao meu lado abraçada comigo e ao nos ver seu Marcus nos olhou surpreso.

-O que há minhas crianças? – perguntou carinhosamente preocupado

Neguei com a cabeça sorrindo fracamente enquanto dei-lhe um leve abraço.

-Ok – ele sorriu entendendo e respeitando. Olhou para Lice que era a única que ainda chorava e a abraçou forte – Não sei o que aconteceu querida, mas só se lembre de que para qualquer coisa estou aqui e que sempre depois da tempestade o sol volta, não importa o quanto ele demore, ele volta – disse e Alice assentiu respirando fundo e deu um quase sorriso.

-Obrigada vô – ela sussurrou

Subimos as escadas devagar e ao abrir a porta pude ver Rose já controlada, mas com os olhos e nariz inchados enquanto Emmett lhe dava um chá e ela tomava aos poucos.

-Finalmente, estava preocupado – falou Emmett.

-Meu Deus, vocês estão todos molhados... – falou Rose se levantando e deixando o chá na mesa – Vão para o chuveiro que eu pego as roupas para vocês, vão acabar pegando um resfriado – ela disse.

Ela evitava olhar para Alice e eu não a culpava por isso. Não tachem Rose de insensível ou egoísta é que, apenas não adiantaria nada agora ela começar a chorar tanto, ou talvez até mais do que Alice nesse momento. Peguei na mão de Alice e fui para o banheiro com ela. Tomamos banho juntas porque eu não queria a deixar sozinha e logo Rose entrou com nossa roupa e nos enxugamos colocando pijamas quentes e arrumávamos as toalhas na cabeça.

(Bells e Allie: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=62950894&.locale=pt-br)

Seguimos para a sala, eu apenas abraçava minha irmã que também parecia que não queria me soltar e me senti bem por parecer que eu estava fazendo bem a ela. Chegamos na sala e os três estavam conversando baixo de mais e tomando algo em xícaras que parecia quente, Edward já estava de banho tomado com um pijama de frio fofo e seu cabelo penteado para o lado de maneira fofa. 

-Querem chocolate? – perguntou Rose

Assenti pegando uma xícara para mim e uma para Lice. Sentamos no sofá com Rose que estava com um cobertor e Edward e Emmett se sentavam no chão enrolados em seus cobertores enquanto conversávamos sobre algumas coisas ao mesmo tempo em que não conversávamos nada. Mantínhamos as “conversas” em Tony e Charlie que era as duas coisas que nos faziam mais feliz no momento, mas sabia que não conseguiríamos fugir do assunto por muito tempo.

-Alguém ligou para avisar em Forks que... – Lice deixou a frase no ar

Percebemos que ninguém havia o feito e então resolvemos ligar para eles. Aqui em NY já eram 22hrs da noite e então lá seria 19hrs ainda – como se tivesse boa hora para avisar que seu filho está... Morto, pensei ironicamente.

-Quem fala? – perguntei não querendo ser eu.

Todos nos encarávamos esperando alguém se manifestar.

-Eu falo – disse Emm tomando a frente.

Assentimos e então, com peso no coração, vi meu irmão discar o número da casa dos Hale e cinco minutos depois ele dizer “Alô”.

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PDV NARRADOR

John, Anne, Carl, Esme, Renée e Charlie estavam na casa dos Hale tendo um jantar. Faziam muito isso de sair para jantar ou jantar juntos agora que seus filhos estavam longe. Isso fazia diminuir a solidão que cada casal sentia e, assim, eles conversavam e tomavam alguns vinhos em uma noite comum em Forks em que todos haviam acabado de chegar do trabalho.

O telefone tocou estridente na sala e, do outro lado da linha, Emmett rezava para ninguém atender, mas quatro toques depois John pegou o telefone.

-Alô? – falou distraído ainda rindo de alguma coisa que Charlie havia dito.

-Alô, John? – perguntou Emmett com a voz ainda mais embargada

-Sim, quem fala?

-Sou eu, Emmett.

-Ah, oi Emm. Quanto tempo – ele riu – O que há? Está tudo bem ai com todos, minha filha, meu neto.

-Eles estão ótimos John, fique tranquilo quanto a isso – disse Emmett sério.

-Emmett, estou começando a ficar preocupado. Que tom de voz é esse filho? Há algo que você queira me contar? – perguntou John percebendo que talvez o assunto não combinasse com seu bom humor.

-John, estão todos aí? – perguntou Emmett evasivo

-Sim Emm, estamos aqui jantando – ele falou com o coração apertado.

-John, eu vou precisar que o senhor seja o mais forte que conseguir. Não vai ser fácil. Não tá sendo, mas tinha que contar-lhes o mais rápido que eu pudesse. Me desculpe, não queria ser eu a contar isso, mas sente-se John, infelizmente a notícia que te darei não é boa ­– falou Emmett do outro lado da linha

John sentou-se no sofá enquanto sua mente se focalizava no bebê e em Rose e, como se sua mente pudesse trabalhar rápido, ele lembrou-se do começo da conversa quando Emmett disse que Rose e o bebê estavam bem então... O que tinha acontecido? Tarde de mais, sua mente voou para Jasper.

-John, Alice e Edward hoje foram chamados no Quartel general e era uma carta da base do exército de Jasper... – ouviu uma respiração forte do outro lado da linha e lágrimas já corriam soltas no rosto dele – Jasper está morto John – falou Emm sem pensar em outro modo de dar a notícia.

-NÃO! – gritou John desligando o telefone

Ele colocou a mão na cabeça se jogando de joelhos no chão enquanto chorava como nunca tinha feito antes, seu menino. Anne e os outros correram para a sala ver o que havia acontecido e ao ver John naquele estado todos se desesperaram.

-John, o que houve? Me fala querido, o que aconteceu? – perguntou Anne desesperada

-Meu filho, meu menino Anne, nosso menino... Está morto – ele chorava

-O que você está falando? – ela perguntou chorando junto com marido.

-Ele morreu Anne, meu amor, Jasper está morto – repetia as palavras que ouvira no telefone e o mundo inteiro de Anne desabou.

Ela desmaiou na hora enquanto Esme e Renée choravam abraçadas e Carlisle corria para Anne. Charlie abraçou o amigo que manchava toda a sua camiseta com as lágrimas constantes e seguidas. Não havia o que dizer no momento, mesmo se a voz de Charlie não tivesse se perdido, ele não saberia o que dizer no momento.

Em New York os filhos se sentiam imbecis por terem que contar por telefone, mas não tinha outra coisa o que fazer.

-Temos que dormir, amanhã acordamos cedo, independente de tudo – disse Rose

-É melhor mesmo – concordou Alice se levantando.

-Bom, nos vemos amanhã – disse Edward dando um selinho em Bella e Emmett um em Rose.

Beijaram a testa de Alice e seguiram para o apartamento deles, Bella trancou a porta e Rose, ela e Alice seguiram para o quarto, abraçadas, e então deitaram na cama do mesmo jeito. Dormiram mais rapidamente do que qualquer um achava possível e na casa dos meninos eles tentavam falar em Forks, preocupados. Ninguém atendeu e, sem muito que fazer, foram dormir também.

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Cinco dias depois. Uma nova semana que se começa e nenhuma nova animação com a qual os cinco jovens pudessem contar. Nora e Nathan ficaram pasmos ao saber de Jasper e pareciam em luto assim como os Cullen Swan Hale, Vini e Sara passaram duas noites com eles e os pais pareciam sem qualquer brilho na vida assim como os cinco. Rose era a mais controlada porque sabia que não fazia bem ao bebê isso, então sorria mais e ria mais, mesmo que não o mesmo que antes, ela tentava. Emmett estava em sua vibe.

Mais um dia na faculdade, prestavam atenção nas aulas e a vida seguia. O mundo não se importava com a morte de Jasper e eles não se importavam com o mundo. Hoje estavam todos indo trabalhar, a não ser Alice que tinha duas semanas de licença, ela estava sem condições de trabalhar.

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PDV ALICE

A dor era algo totalmente relativo, como por exemplo, se você se machucar ou quebrar algum osso do seu corpo, seria muito ruim e a dor ia ser incômoda - algumas pessoas descrevem como insuportável - mas ela passa não é? Ela não dura para sempre, então acho que é injusto alguém dizer que isso é “insuportável”. Eu vira Bella quebrar um monte de ossos do corpo dela, é como se fossem feitos de vidro, mas ela nunca sofreu tanto assim por isso. Ela parecia feliz agora, ou alguns um dia atrás.

Fui uma imbecil de achar que eu poderia ser tão feliz assim. Essas coisas não acontecem... Suspirei. Estava dilacerada, lembrava da dor de quebrar o pulso e eu aceitaria aquela dor e ainda agradeceria, se isso me deixasse com ele, mas não é o caso. Não é uma dor com a qual daqui a um tempo eu não precisarei mais me preocupar, ela iria estar para sempre presente, eu só precisava me acostumar com ela, e era exatamente isso que eu não queria. Não queria me acostumar, porque não queria mais senti-la. Queria o meu amor aqui, comigo. Pensar no nome dele ou em seu sorriso era algo insuportável, por isso que antes da minha cabeça me trapacear ainda mais. Resolvi tomar um banho.

Emmett, Bella, Rosalie e Edward haviam ido trabalhar me deixando em casa sozinha, mas agora estava gostando da solidão, me parecia... Acolhedor. Sofrer sozinha era um bom modo de sofrer. 

Fui para a casa dos meninos já que lá tinha banheira. Rosalie era maníaca por limpeza e organização, por isso, eu tinha certeza que a banheira estava totalmente limpa. Coloquei-a para encher e comecei a tirar minha roupa deixando-as cair no chão.

Me olhando no espelho eu percebi o quão esquelética eu parecia, as minhas bochechas estavam fundas assim como minhas olheiras e meus olhos não tinham brilho algum, parecia um fantasma de tão branca e meus lábios estavam levemente ressecados, o nariz constantemente inchado, assim como a parte inferior dos meus olhos. Suspirei. Lembrei-me das vezes em que eu tentava ficar magra como eu estava agora e bufei, ele sempre estragava meu plano falando que eu já era perfeita e, sempre que eu teimava com ele, acabava na mesa do Burguer King, Mc Donald’s ou qualquer outro fast food que ele gostasse só para me mostrar “qual era o lado bom da vida”. Ri um pouco com isso e a banheira se encheu por completo.

Desliguei a torneira e então entrei lá não me incomodando pela água parecer quente de mais para a minha pele. Afundei molhando todo o meu cabelo e fiquei um tempo submergida naquela água até que me faltou ar e achei que morrer afogada não era um bom modo de morrer, ou era disso que eu tentava me convencer, levantei para a superfície limpando meu rosto. Levantei o braço tateando no porta shampoo procurando um shampoo ou sabonete, mas cortei meu dedo em uma lâmina de barbear que caiu na banheira.

-Ai – reclamei apertando o meu dedo indicador vendo o pouco sangue sair

Coloquei na boca para estancar o sangue e logo parou, apenas tinha um pequeno corte. Tirei a lâmina de barbear da banheira.

Terminei de tomar banho e, quando a água da banheira estava fria de mais, saí de lá me trocando. Estava quase saindo do banheiro quando a lâmina de barbear refletiu bem no meu olho como se me chamasse.

Morrer.

Fiquei encarando a lâmina e meu pulso branco de mais, quase transparente, e atravessei o banheiro em três passos segurando a lâmina de forma segura em minha mão. A encarava enquanto minha cabeça estava em mil e um lugares ao mesmo tempo. Tudo se passava na minha cabeça no mesmo momento em que eu não pensava em nada e isso me deixava em um frenesi estranho.

Sem pensar muito apertei a lâmina na parte inferior de meu pulso e passei em todo o seu cumprimento enquanto eu sentia a ardência e via um pouco de sangue sair. Sorri de forma doentia para aquilo e fiz mais algumas imitações nada iguais daquele corte. Meu pulso doía de forma incômoda, mas por um momento me fez esquecer qualquer outro problema.

Ao pensar no que eu havia feito joguei o barbeador do outro lado do banheiro e coloquei a mão na boca assustada, liguei a torneira deixando a água fria bater nos machucados e assim me olhei no espelho. Estava levemente mais corada, mas o “brilho” nos meus olhos me assustava. Puxei a manga comprida escondendo os machucados recém-adquiridos e segui para a sala passando na cozinha antes deixando minha toalha estendida na cadeira.

(Alice: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=62964663&.locale=pt-br)

Voltei ao banheiro e esvaziei a banheira, sequei meu cabelo com a toalha apenas, e fui até a minha casa guardando a roupa, deitei no sofá com um cobertor e dormi assistindo um documentário sobre o antigo Egito que não me interessou nem um pouco.

.

Dois dias depois

Acordei mais cedo que qualquer um, hoje era o dia. Tinha planejado as coisas desde ontem e nada tinha o que dar errado. Respirei fundo enquanto me trocava para o último dia de faculdade e de... Interrompi meu pensamento. Não queria nem saber disso agora. Hoje teria um tipo de festa na faculdade depois da aula, comemorando sei lá o que e Bella, Ed, Rose e Emm ficariam lá, era o dia perfeito.

Sorri melancólica e então sai indo para sala onde todos me esperavam. Era difícil saber que os causaria uma dor tão grande assim. Mas eu não poderia viver num mundo onde ele não existisse, simplesmente não dava.

A faculdade foi monótona e sem nada mais de novo, conversava com todos e tive a certeza que havia dito para todo mundo o que eu precisava dizer, ia partir sem pendência alguma, era a única coisa que me importava agora.

Tentei parecer o mais normal por isso, as pessoas deviam estar achando que eu tinha superado isso e resolvido seguir em frente, doce engano. No fim do período eu sorri de forma doente, assumia isso, e dei tchau para Bella, Ed, Met e Rose antes de seguir para casa de táxi.

-EU AMO VOCÊS – gritei do portão para eles que sorriram acenando.

Era a minha última imagem. Era perfeita. Rose estava abraçada a Emmett ele apoiava uma mão na mão que ela mantinha em sua barriga, Rose conversava com Bella que por sua vez abraçava a cintura de Edward e se desviaram um segundo da conversa apenas para me lançarem um aceno e um meio sorriso quase me fazendo desistir, só que não.

Perfeito. Era a hora, e eu acho que nunca poderia me sentir tão preparada quanto eu me sentia nesse momento, chegava a ser algo até mesmo surreal, que tipo de pessoa poderia assumir a morte de modo tão certo e comum assim? Parecia um caminho tão belo para mim, que agora achava imbecil as pessoas que a temiam.

Cheguei ao prédio e agradeci Marcus não estar na portaria, seria difícil seguir em frente com essa decisão se o visse tão preocupado comigo como ele parecia nesses últimos dias, sorrindo eu subi enquanto uma marcha fúnebre tocava em minha mente.

Estava completamente desmotivada, extremamente sem saco, totalmente cansada de tudo e de todos. Então porque prolongar o que eu não quero? Por que prolongar a dor? Temos que cortar o mal pela raiz e, por mais que doa nossas escolhas, eu não conseguia me convencer de que, talvez, aquela não fosse a melhor medida. Fui até o banheiro deixando minha bolsa jogada no sofá de casa.

Peguei alguns remédios que achei e joguei tudo no chão do banheiro, coloquei de um em um na minha boca e, quando tinha mais de dezenove comprimidos na minha boca, os engoli com a água da torneira de uma vez só. Sentei no chão novamente colocando a cabeça entre as pernas sentindo uma grande tontura, mas logo passou e então levantei minha manga do braço esquerdo e, com uma lâmina que usava para me depilar, pressionei fortemente em meu pulso sobre outros cortes já antigos.

Agora que eu raspei ao invés de apenas cortar, isso parecia bem melhor porque o sangue realmente saia e não apenas pingava e eu senti vontade de gargalhar uma última vez. Levantei para ver meu reflexo no espelho, eu poderia ter sido feliz, eu sou uma menina de aparência agradável e não sou tão chata assim, tenho os melhores amigos e irmão do mundo inteiro e meus pais e minha família me amam de mais, sou jovem e tenho uma carreira inteira pela frente, mas como eu supostamente conseguiria aguentar tudo isso sem o Jasper? Era algo fora do comum, não tinha forças sem ele e, foi com esse pensamento, que eu senti uma escuridão me tomar, a última coisa que senti foi o chão frio do banheiro batendo fortemente em minha cabeça e costas e, a última coisa da qual eu me lembrei foi do sorriso dele.

LEIAM AS NOTAS FINAIS.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam babies... Deu para entender a Alice apesar de tudo, mas eu sei que não vão gostar, mas todo mundo falando que não tinha Lice sem Jazz então...
Bom, vamos fazer assim. Antes de ficarem bravas de mais e quererem me matar (pensem que eu tenho que estar viva para explicar tudo kkkkkkkk)
Me mandem os reviews e quem quiser, manda MP que vou explicar da melhor maneira que eu puder tudo o que NÃO compromenter a continuação da fanfic... Vou tentar voltar sexta-feria para vocês.
Sem esquecerem dos meus tão amados reviews minhas lindas... E quem sabe uma indicação kkkkkkk Fantasminhas estarei esperando vocês aparecerem, espero que essa caixinha cinza aqui em baixo seduza vocês kkkkk
Chega falei de mais, me diga o que acharam e já sabem... Quem quiser, MENSAGEM PRIVADA.
Beijos de luz amores, volto logo para não matar vocês ;)