“POV Elijah”

Eu estava na sacada do meu apartamento em New York, estava olhando lá embaixo. As pessoas andando tão calmamente, algumas sozinhas, outras acompanhadas por amigos, pais, namorados e etc. Me lembro de quando eu tinha uma amiga, amiga a qual eu considerava mais que isso, tinha um afeto maior, que ia muito além da amizade.

(Flash back)

Milenna fitava as estrelas, estávamos em um jardim deitados na grama, isso na noite em que os pais dela haviam morrido.

- O que tanto olha Mille?

- Aquela estrela ali ó – apontou para um estrela, ela era diferente pois estava longe de todas as outras, estava isolada – ela é tão sozinha – eu apenas olhei – tenho medo de um dia acabar assim – disse triste e se virou pra mim

- Ei, você nunca ficará sozinha, eu nunca irei te deixar – acariciei seu rosto – será sempre eu e você – sorri

- Promete? – ela tinha lagrimas nos olhos

- Prometo, pra sempre – dei um sorriso torto, segurei a mão dela e voltei a fitar o céu.

(Fim do flash back)

Eu queria tanto tê-la tornado minha, minha Milenna Salvatore. Mas eu fui fraco, fui covarde. Eu fugi. A deixei sozinha, quando eu havia prometido que sempre ficaria junto com ela e sempre a protegeria, mas não, eu não fiz, eu não cumpri minha promessa, eu a deixei sozinha, ela ainda era novata nessa coisa de vampiro, acho que ela deve ter morrido já, nunca mais tive noticias dela. Ah, minha Milenna, minha doce Milenna, como eu sinto sua falta. Gostaria que tudo tivesse sido diferente.

- Olá irmão – fui despertado dos meus pensamentos por Rebekah

- Olá irmã – sorri e me retirei da sacada, indo para a sala

- Está tudo bem? – me olhou desconfiada

- Está sim, eu apenas estava me lembrando de algumas coisas – me sentei no sofá

- Em que? – perguntou, se sentando ao meu lado

- Milenna Salvatore – suspirei

-Aquela sua amiga de anos atrás?

- Sim, a que eu abandonei. Eu fui fraco Beky, eu cedi as chantagens de Niklaus, eu a deixei. Tudo por que eu não suportaria que ela descobrisse que quem matou seus pais foi ele.

- E por que não contou a verdade a ela? Estaria evitando você sofrer agora, e quem sabe, estaria com ela.

- Por que não era tão simples. Klaus é meu irmão, ela teria ficado chateada comigo, ainda mais se soubesse que eu sabia o que ele ia fazer e quando, mas não o impedi. Eu vi tudo irmã, eu vi quando ele matou os pais dela, e eu não fiz absolutamente nada. Eram nós vampiros morrer, ou eles morrerem – deitei minha cabeça no sofá e fitei o teto.

- Talvez ela teria entendido Elijah – me olhou com compaixão

- Tanto faz, agora é tarde. Ela já deve estar morta – a olhei

- E se não estiver? Você a transformou certo?

- Sim.

- E nunca a procurou? – me perguntou agora me fitando

- Nunca tive coragem – suspirei pesado – mas deixa isso pra lá, é passado.

- Tudo bem irmão – sorriu

- Agora eu preciso ir para Mystic Falls, vem junto?

- Não, não quero voltar lá tão cedo – riu

- Tudo bem, até logo então – dei um beijo na testa dela e sussurrei um “eu te amo”. Sai do prédio e entrei em meu carro, agora eu teria uma viagem longa, e aqui estou eu, indo de volta para Mystic Falls. E o que me leva lá? Um acordo que fiz com Damon Salvatore, tentar destruir meu irmão, o que eu acho que será uma tarefa difícil, pois ele já é um hibrido, e isso o torna forte. Mas eu tenho que fazer isso, por Milenna, minha doce e frágil Milenna.

“POV Narrador”

Damon estava em seu quarto, deitado em sua cama fitando o teto, várias coisas se passavam em sua mente, ou melhor, uma pessoa se passava em sua mente, e ela se chamava Milenna Salvatore. Damon não admitia, mas essa garota estava mexendo com ele de um jeito absurdo. E por mais que não quisesse, ele sabia que estava sentindo algo por ela, talvez amor. Sua mente gritava: “Damon, acorde você a ama, como nunca amou ninguém, nem mesmo Katherine ou Elena. Não perca Milenna, não deixe-a ir, você depende dela pra ser feliz”.

- Eu não a amo – pensou alto, alto até demais

- Não ama quem Damon? – Milenna surge parada na porta do quarto de Damon, ele a encara surpreso e um pouco assustado. Opa, Damon Salvatore assustado? Realmente, essa garota estava mexendo muito com ele, e o pior de tudo ele sabia disso.

- Nada não, pensei alto – tentou sorrir, fazendo-a acreditar que ele estava falando a verdade.

- Sei – disse a garota desconfiava, ela sabia que ele estava lhe escondendo algo, ela só não sabia o que – venha, vamos descer, estão todos lá em baixo (lê-se: Stefan, Elena, Caroline e Bonnie) – sorriu pra ele gentilmente e sai em seguida. Damon se levantou e desceu para a sala, onde todos se encontravam

- Opa, festinha e ninguém me chama? – sorriu divertido

- Eu te chamei – Milenna mostrou-lhe o dedo do meio e depois riu

- Eu sei amo... Milenna – se enrolou todo, e todos que estavam presentes na sala o encararam, eles não sabiam que Milenna e Damon se pegavam, quer dizer, só Stefan sabia.

- Então gente, o que vamos fazer a respeito de Klaus? – Bonnie perguntou, tentando acabar com o clima que havia ficado

- Nós tínhamos que descobrir como abrir o caixão misterioso, acho que ele pode nos ajudar a respeito de Klaus – Stefan se pronunciou, com um ar meio pensativo

- É verdade. Vamos lá novamente Bonni – disse a loira Caroline

- Sim vamos. Qualquer coisa avisamos pra vocês – sorriu – tchau – acenou para todos enquanto Caroline fazia o mesmo, saíram da casa dos Salvatore deixando apenas Damon, Milenna, Stefan e Elena, que ficaram em silêncio por demorados minutos, Milenna e Damon se encarando, e Stefan e Elena encarando os dois.

- Então... alguma sugestão do que fazermos? – Elena quebrou o silêncio

- Que tal irmos caçar? – Milenna perguntou irônica, já que sabia que Elena ainda era uma simples humana

- Ótima idéia – Damon deu uma piscada para ela que sorriu em resposta

- Hello! Eu sou humana – Elena disse e Milenna revirou os olhos – atá, foi brincadeira – Elena fez cara de tédio

- Ei Stef, depois eu preciso conversar com você, a sós – Milenna encarou Stefan, e o mesmo assentiu com a cabeça. Elena por sua vez, estava morrendo de ciúmes dessa aproximação de Stefan e Milenna, e ela estava insegura, mas ela sabia que Stefan a amava e não a trocaria, ela sabia disso. Damon apenas revirou os olhos, se mostrando incomodado com a amizade entre Mille e seu irmão. De repente ouviram batidas na porta. Elena foi até a mesma para atender, e era Elijah, ela o encarou surpresa e depois aflita, ainda mais por saber que Milenna se encontrava ali, e por possivelmente uma briga feia entre dois vampiros. Elena voltou para onde todos estavam, mas dessa vez quieta, todos a encararam confusos e logo Elijah surgiu atrás de Elena, fazendo com que Milenna e o próprio Elijah ficassem surpresos, assim como Damon e Stefan.

Milenna que agora estava de pé, encarava Elijah surpresa, ela estava morrendo de saudades dele não podia negar, seus olhos estavam cheios de lagrimas, ela estava morrendo de vontade de abraçá-lo. Mas logo as lembranças de quando ele a deixou vieram em sua mente, e os sentimentos que até antes eram de saudade, viraram ódio, raiva, indiferença. Ele a havia abandonado, quando tinha lhe prometido que nunca faria isso. E durante todo esse tempo, se quer procurou ela, se quer se importou em saber se ela estava bem ou não. E o pior de tudo, quando ele partiu, se quer lhe disse o porquê, e muito menos lhe disse adeus.

Elijah por si só estava surpreso, e piscou os olhos algumas vezes, ele não acreditava no que estava vendo. Ali em sua frente, estava Milenna, aquela que ele amou durante toda a sua vida. Aquela que ele jurava estar morta. Aquela que ele tanto magoou com sua partida.

Damon, Stefan e Elena, estavam surpresos e digamos que preocupados, sabe-se lá o que aconteceria ali.

- Mille – Elijah finalmente se pronunciou, encarando Milenna

- Por que Elijah? Por que você fez aquilo? – Mille falou calma. Calma? Acho que essa visita inesperada lhe surpreendeu muito, e junto vieram todas as lembranças do passado. Lembranças essas que ela queria esquecer mais que tudo.

- Eu... sinto muito – Elijah caminhou até Milenna, mas a mesma se esquivou para trás

- POR QUE VOCÊ ME DEIXOU? VOCÊ TINHA PROMETIDO QUE SEMPRE FICARIA AO MEU LADO, QUE SEMPRE ME PROTEGERIA. MAS VOCÊ FOI EMBORA, VOCÊ ME DEIXOU. E SABE COMO ISSO ME DOEU? SABER QUE VOCÊ SIMPLESMENTE HAVIA SE CANSADO DE MIM E NÃO TEVE SE QUER A CORAGEM DE ME DIZER ISSO, VOCÊ NEM SE DESPEDIU DE MIM. VOCÊ ME DEIXOU SOZINHA POR TODO ESSE TEMPO. E O PIOR DE TUDO ISSO É SABER QUE DURANTE ESSES ANOS TODOS VOCÊS SE QUER SE PREOCUPOU COMIGO, SE QUER SE INTERESSOU EM SABER SE EU AINDA ESTAVA VIVA. DURANTE TODO ESSE TEMPO, VOCÊ NÃO ME PROCUROU. EU SOFRI MUITO COM SUA PARTIDA ELIJAH, E AINDA SOFRO ATÉ HOJE. SABIA QUE EU JÁ QUIS ATÉ ME MATAR? SÓ NÃO FIZ ISSO POR QUE ME LEMBREI DE MEUS PAIS E SABIA QUE POR MAIS QUE EU FOSSE COMO SOU, ELES NUNCA IAM QUERER QUE EU ME MATASSE, AINDA MAIS POR ALGUÉM QUE ME ENGANOU. – Milenna soltou tudo de uma vez, gritando e chorando. Todos os demais a olhavam com compaixão, eles sabiam que isso estava sendo difícil para ela. Stefan estava sentindo a dor de sua melhor amiga, ele mais do que ninguém sabia o quanto ela era frágil, e o quanto ela sofria por lembrar-se todos os dias disso. Damon estava desesperado, a garota que ele amava estava sofrendo e ele não podia fazer nada para ajudá-la. Pensou em arrancar o coração de Elijah, mas sabia que mesmo se fizesse isso, Milenna continuaria sofrendo.

- ME DESCULPA DROGA, EU ERREI, EU SEI DISSO. MAS EU NÃO PODIA MAIS FICAR AO SEU LADO, NÃO ME SENTINDO CULPADO PELA MORTE DE SEUS PAIS. EU SABIA DESDE O COMEÇO QUEM HAVIA OS MATADO, E EU TINHA PRESENCIADO TAL ATO. EU VI, E NÃO IMPEDI KLAUS DE MATÁ-LOS, ME DESCULPE. COMO ACHA QUE EU FIQUEI SABENDO QUE A MAIOR PARTE DE SEU SOFRIMENTO ERA CULPA MINHA? EU AMAVA VOCÊ, EU AINDA AMO. EU SEMPRE TE AMEI, NÃO SÓ COMO AMIGA OU IRMÃ, ERA MUITO MAIS ALÉM DISSO. EU TAMBÉM SOFRI QUANDO LHE ABANDONEI, QUANDO QUEBREI UMA PROMESSA QUE HAVIA LHE FEITO. E EU SÓ NÃO TE PROCUREI DURANTE TODO ESSE TEMPO, POR QUE EU ACHAVA QUE VOCÊ ESTAVA MORTA – Elijah, que até agora estava quieto, soltou tudo de uma vez, sem nem se quer tomar cuidado com suas palavras

- ISSO NÃO JUSTIFICA NADA, VOCÊ ME DEIXOU SOZINHA. ISSO EU NUNCA VOU PERDOAR. NUNCA ELIJAH – Milenna gritou, e saiu correndo em velocidade inumana para a sua casa.

- Eu... eu sinto muito – Elijah disse, agora em um tom de voz mais baixo.

- SENTE MUITO? VOCÊ VIU O QUE FEZ? ISSO TUDO É CULPA SUA – Damon que até agora estava quieto e observando tudo, se manifestou e subiu para o seu quarto.

- Eu vou falar com ela – Stefan disse enquanto saia em direção a casa de Milenna. Elijah se sentou no sofá e ficou aéreo, depois disso tudo que aconteceu, ele havia esquecido totalmente do que havia ido fazer ali. Elena, se sentou no sofá oposto ao que ele estava e fitou o teto, pensando em tudo que havia acontecido. E realmente, esse dia havia sido o pior de todos, para todos que ali se encontravam.

“POV Milenna”

O que eu estava sentindo agora? Amor? Saudade? Compaixão? Não, nada disso. Apenas ódio, raiva, magoa, dor e sofrimento. Como ele pode fazer isso? Depois de todo esse tempo, ele aparece assim. E o pior de tudo, ele não veio atrás de mim, ele não esperava me encontrar lá, e isso era o que mais me doía. Saber que quem um dia eu considerava ser meu melhor amigo, me fez tanto sofrer, me abandonou desse jeito. Sem se quer se importar se eu existia ou não. Sai daquela casa e vim pra minha, assim que cheguei me encostei-me na parede e desci deslizando. Eu estava chorando, como há muito tempo não fazia. Ele voltou, e conseguiu destruir a mascara que há anos eu usava. Agora eu estava frágil, fraca e idiota. Ouvi batidas na porta, mas as ignorei.

- Mi, é o Stefan abre pra mim – assim que ouvi isso abri a porta e o abracei com toda a força possível

- Óh meu anjo, não chore. Eu estou aqui, sempre estarei – Assim que ele me disse isso, me lembrei de Elijah, chorei mais ainda.

- Por que Stef? Por que essas coisas só acontecem comigo? – me desfiz do abraço e o encarei

- Não sei Mille, eu realmente não sei – ele voltou a me abraçar. Caminhamos até o sofá e nos sentamos no mesmo. Stef tentava me consolar de todas as maneiras. Ele sim era um verdadeiro amigo, meu melhor amigo. Ele começou a acariciar meus cabelos e sussurrou um “vai ficar tudo bem, eu estou aqui”, deitei minha cabeça em seu ombro e permaneci assim. Eu só tinha um sentimento naquele dia, e era rancor. Eu não sabia o que fazer, eu não podia perdoar Elijah, não depois de tudo. Mas dentro de mim, havia uma parte que dizia “perdoe ele, você o ama, você sente falta dele”, mas a outra parte, e digamos a maior me dizia “não o perdoe, ele a magoou, ele não merece isso. Nunca o perdoe”. Eu não sabia qual escutar, na verdade, eu não sabia o que fazer, eu estava em duvida. Novamente ouvi batidas na porta.

- QUEM É? – Stefan gritou enquanto ainda continuava abraçado comigo

- DAMON, ABRE AQUI – gritou de lá de fora. Stefan me olhou como se tivesse perguntando se ele podia entrar, assenti com a cabeça e ele se levantou, dando um beijo em minha testa e indo até a porta. A abriu e em seguida saiu, deixando agora eu e Damon sozinhos.

- Como você está Mille? – veio caminhando até onde eu estava e se sentou ao meu lado

- Estaria mentindo se disse-se que estou bem – ri fraco

- Não chore – disse enquanto enxugava minhas lagrimas com as mãos

- Não dá Damon, não dá – comecei a chorar de novo e abracei-o

- Vem, você precisa descansar – se levantou e me puxou para me levantar também, subimos as escadas e entramos dentro do meu quarto, ele se deitou na cama e me puxou para deitar-me no peitoral dele, e assim fiz.