Ao fim da primeira semana, Mir já se sentia como se tivesse passado toda uma eternidade. Os dias estavam se arrastando de uma forma que ele sequer nunca havia presenciado ou notado. Durante os seus compromissos diários talvez nem fosse tão doloroso, pois o ajudava a se concentrar ainda mais, mas ao chegar em casa... E quando achou que o sábado e o domingo fossem voar como acontecia normalmente quando estavam todos juntos, ainda parecia que o tempo havia se esquecido de passar. Depois de muita insistência de G.O, Miru chegou a aceitar, enfim, um de seus convites para que pudessem sair e tentar se divertir, quem sabe assim logo o dia acabaria.

Não foi bem assim... Algumas horas depois, nem o álcool presente em seu sangue o ajudava a se distrair. Para o maknae todas as pessoas eram iguais, seus assuntos eram iguais, as músicas que tocavam eram iguais. Para sua sorte, G.O havia chamado outros de seus amigos para sair também, caso contrário, o mais velho já o teria espancado pela sua apatia e falta de interesse.

O humor, ou a falta dele em Mir não deixava nem mesmo que o animado taxista que o levava de volta ao dormitório sustentasse algum assunto com ele. Ele se sentia incomodado, e era algo que doía, não só mentalmente, mas fisicamente, também.

Sequer acendeu as luzes ao chegar em casa, ou preocupou-se em trocar suas roupas. Tudo o que fez foi seguir para o quarto de seu líder, atirando-se na cama. No mesmo instante que seu corpo atingiu o colchão, o maknae reclamou, xingando baixo seu celular ao perceber que havia caído por cima do mesmo. Rapidamente o retirou de seu bolso, checando se aquele impacto não o havia danificado em algo.  Uma vez certo de que estava tudo em ordem, Miru continuou a encarar o aparelho em uma de suas mãos, enquanto a outra começava a vagar pelo seu corpo. Estava começando a ficar insuportável. E cansando-se disso, o rapper resolveu ligar para o primeiro número em sua discagem rápida. 

— Alô? — Sua voz parecia cansada, como sempre. Ainda assim, Miru poderia até sorrir por ouvi-la, se toda aquela distância não o estivesse matando aos poucos.

— Hyung... — Ele resmungou, manhoso como de costume. Nem o fato de estarem separados parecia mudar o modo de agirem.

— Miru-yah... Você está em casa? Aconteceu algo? — O tom de voz de SeungHo mudou para um mais preocupado. Por mais indignado que o maknae estivesse, ele sempre o cumprimentava de forma animada, e a manha vinha depois. 

— … Quando você volta? — É claro que o mais jovem sabia a resposta, pois estava contando até mesmo os segundos para isso. Do outro lado da linha, SeungHo suspirou. Estava tão insatisfeito quanto ele, mas deixar que ambos agissem daquela forma não iria ajudar em nada, e como líder, sempre sobrava pra ele manter a linha. 

— Só mais uma semana, Cheolyong... Não vai demorar. — E um outro suspiro foi solto, seguido de uma risada frustrada. Não queria admitir que sim, ia demorar, já estava demorando, mais do que o ano inteiro. 

— Mas hyung... Eu preciso de ajuda. — Mir conseguiu fazer com que sua voz soasse um pouco mais decidida agora, deixando o líder um tanto confuso. 

— Ajuda...? — Ele repetiu, tentando entender, até ouvir algo que parecia um gemido, vindo do maknae. — Miru, o que está fazendo?

— Pensando em você. — O rapaz respondeu com prontidão, a mesma com que seus dígitos o libertavam da calça apertada. Lentamente ele começava a acariciar o seu próprio volume entre as pernas.

— Pensando...? — O outro gemido que Seungho conseguiu ouvir o fez entender o que realmente estava havendo, e ele obviamente optaria por ajudá-lo. — No que, exatamente? — Seu tom de voz era baixo, tom esse que Mir sabia que o líder usava quando provocado. Seungho havia acabado de chegar em seu quarto de hotel, muito cansado para fazer qualquer outra coisa, decidindo focar sua atenção especialmente no mais novo.

— E em como eu queria que você estivesse aqui... E pudesse... Aish... Ficar comigo... Pensando no que você faria se estivesse aqui. — As palavras do rapper eram eventualmente interrompidas pelos breves ofegos que ele deixava escapar. A medida que os pensamentos tomavam conta de sua mente, sua mão tomava conta de seu corpo, ou melhor dizendo, uma parte específica dele, uma parte que pulsava e ardia, implorando por seu toque. — Hyung...

— E você sabe que eu realmente queria estar aí com você, não é mesmo? Poder deitar-me com você... E aí sim, te ajudar. Parece um ótimo momento para te provocar, mas acho que esse é o seu papel, hm? Talvez eu prefira ir direto ao ponto. Sabe que minhas mãos não resistem em te tocar, e em uma situação como essa... 

— Preciso que você me toque. — Seus dedos puxavam a roupa íntima que vestia, aguardando apenas a palavra certa. — Por favor... 

— Ah, então quer dizer que agora você se lembra das boas maneiras? Isso com certeza lhe renderia um agrado... O agrado que tanto deseja. De ter minhas minhas mãos ao seu redor, arracando-lhe suspiros do jeito que eu adoro fazer. — Seungho começou com uma risada, mas logo tornou a ficar sério. — E sabe o que mais que eu gosto? Quando estamos juntos... O modo como seu corpo esquenta a cada passo que damos... Sentir isso contra mim me faz esquentar duas vezes mais. Então eu obviamente iria me aproveitar o máximo possível desse calor... Além disso, enquanto uma de minhas mãos se concentrasse em tocá-lo vagarosamente, a outra decerto se distrairia vagando por cada parte desse seu corpo que conheço tão bem.

Neste momento, o maknae apertou o botão que rezava ser o alto-falante de seu celular, jogando o aparelho ao seu lado em seguida. O som da respiração de Seungho encheu o local, para a satisfação de Mir. Ele pôde, então, levar a mão livre até os próprios lábios, umedecendo alguns dígitos antes de fazer com que eles descessem até seu pescoço, área que tanto gostava de ser tocado pelo líder. Arranhava a si mesmo, e as marcas que fazia só se juntavam às outras, remanescentes de uma semana atrás. Enquanto isso, sua outra mão trabalhava lentamente em seu membro, subindo e descendo em sua própria sincronia. 

— Aish... — O rapper reclamava, porque por mais que fosse bom poder aos poucos se aliviar, nada se comparava ao toque do mais velho em si. Mas já havia o experimentado tantas vezes que podia muito bem imaginá-lo, e assim se satisfazer de sua fantasia. — Hyung.

— Sinto tanto a falta dos seus beijos, Miru... — Aquele poderia ser só mais um lamento do mais velho, mas seu tom de voz não era exatamente o que podia se considerar como lamuriante, e ajudava o maknae mais do que poderia imaginar. Passando sua língua pelos próprios lábios, o rapper acelerou os movimentos que fazia contra si mesmo enquanto cada palavra diferente que ouvia trazia uma nova imagem a sua cabeça. Não só ele se lembrava de alguns episódios já vividos por ele e seu líder, mas também pensava em outras coisas, coisas que ele certamente haveria de tentar uma vez ambos estando juntos novamente. E depois de todo esse tempo, ele realmente precisava ser criativo. — Sinto falta do seu corpo, e quando eu voltar... Vou tratar de matar a saudade de cada pedaço de você. E falo sério. — Um suspiro pesado foi solto, fazendo o mais jovem se arrepiar como se tivesse sentido o ar quente contra a sua pele. Era uma sensação ótima, obviamente, que ele já havia vivenciado várias vezes, mas o fato de sentir aquilo o fez concluir que sim, aquela distância estava realmente deixando-o maluco por completo. E se a insanidade o desse poderes mágicos, ele não perderia tempo em dar um jeito de se teletransportar para perto de Seungho, ou melhor dizendo: para o seu lado, naquela cama onde ele se deitava. Os gemidos que o mais jovem deixava escapar eram respondidos pelo mais velho, que sabia o quanto aqueles sons o deixavam louco, até porque, partilhava daquele mesmo efeito.

 Algumas frases que poderiam complementar a ideia do mais velho chegavam à cabeça de Mir, mas ele já não conseguia proferi-las, no meio do caminho sempre se desfaziam em grunhidos baixos porque simplesmente havia se entregado ao próprio toque. Ele não tinha mais o controle sobre a sua mão, só sabia que a cada instante ia mais e mais rápido, sentindo-se prestes a explodir. E o líder riu, satisfeito justamente por satisfazer o seu maknae quando ouviu o mesmo gemer alta e longamente, suspirando em seguida em um sinal de que havia chegado ao seu ápice. 

— Cheolyong... — Resolveu chamá-lo após dar um tempo para que ele recuperasse o fôlego, e talvez, a sua sanidade.

— Hyung~ — O maknae pôde finalmente responder, uma das mãos alcançando o celular de volta para trazê-lo para mais próximo. 

— Espero ganhar uma recompensa por isso, hm? — Aquilo era uma sugestão misturada com ordem, mas qualquer que fosse, o mais jovem com certeza não teria problema algum em concordar. 

— Já estou fazendo os meus planos, hyung. — Mesmo cansado, Mir conseguia passar entusiasmo em sua voz, deixando ambos cada vez mais ansiosos. E pela primeira vez em muitos dias, o mais jovem conseguia sorrir, plenamente satisfeito com algo.  

— Vou sonhar com isso... E espero que você, também. — Cansado, Seungho suspirou. Seu corpo implorava para que ele fosse dormir, mas ainda se mostrava um pouco hesitante em desligar o celular, e sabia que do outro lado o mais jovem sentia o mesmo. O silêncio pairou por alguns instantes, e como sempre cabia a ele tomar as decisões, sabia que era hora de deixá-lo ir. — Vamos dormir?

— Vamos, hyung... — Manhoso, Cheolyong resmungou em resposta, só concordando porque sabia que dormiria logo, e a ideia de fazer o tempo passar o animava, e muito.

Ambos murmuraram um boa noite antes de desligarem, e então logo voltaram a fazer sua contagem regressiva para a próxima semana.