PDV Travis

Não acredito que aquele traidor roubou a Katie de mim, e ele nem precisou ficar tanto tempo assim com ela, possivelmente estão juntos, enquanto eu planejo jeitos maléficos de acabar com o Connor. Até parece que foi hoje (N/A: Mas foi hoje mesmo, gênio)...

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Era nove horas, eu me levantei, fiz minha higiene básica, me vesti como sempre, mas com roupas pretas por baixo, tomei café depois tomei café normalmente e me preparei para a grande missão.

Depois do café me esgueirei atrás do chalé, e me escondi de trás de uma ninfa próxima da arena, na qual bravos semideuses apontavam flechas douradas para os vilões Doa’rco (N/A: Lamento que vocês leitores, tenham que ver o ponto de vista de um doente mental, mas era necessário).

Da li, eu podia ver todos, mas ninguém me via, como um ninja. Esperei lá até a aula acabar, quando acabou Connor e Katie saíram conversando e eu segui eles de longe. Fui dando cambalhotas de ninfa em ninfa para conseguir o melhor ponto de vista possível. Até que eles pararam próximos aos campos de morangos, e eu fiquei atrás de uma moita. Ouvi toda a conversa, até que eles começaram a falar baixo sem perceber e não consegui ouvir. Katie disse alguma coisa e depois baixou a cabeça triste, a vontade de chegar até ela e anima - lá foi quase irresistível, mas eu aguentei.

Connor falou algo um pouco longo, mas que pareceu tocante para ela, e ela o abraçou e eu não acreditei que meu irmão havia me traído. Sai dos arbustos e voltei correndo para o Chalé de Hermes, com os olhos tristes e furiosos ao mesmo tempo, pensando que a garota que eu gosto preferiu meu irmão. Mas ela não poderia ficar com ele, pois ele se tornaria um Connor morto.

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Agora estou deitado na minha cama, pensando que isso só aconteceu por que eu fiquei obcecado pela Katie. Katie, a garota que eu gostava, e agora amo, como ela, uma pessoa tão sensata, correta, e que só faz o que é certo, pôde escolher ele do que eu, mas por quê? Por...

– Buu – disse alguém bem perto do meu ouvido, essa pessoa tinha uma voz bem fina que reconheci logo como o Connor, mas mesmo assim dei um grito.

– Connor, o que faz aqui?- perguntei friamente depois do meu grito, olhando para a parede, enquanto ele se sentava na beira da minha cama.

– Bem, eu só queria esclarecer algumas coisas sobre o quê você viu agora de manhã – disse ele calmamente.

– Então esclareça, de uma vez – exclamei.

– Sobre o que você viu, bem eu quero primeiramente confirmar que...- disse enrolando – a Katie me vê apenas como ‘uma amiga’.

– Uhum, sei... – disse irônico.

– Não Travis, ela me vê apenas como um amigo nada mais do que isso, e sei que até a semana que vem você e ela já vão estar juntos, e eu não vou atrapalhar.

– Não cofio em você – disse, e ele ficou com uma cara de ‘eu sou seu meio-irmão, e aprontamos todos os dias juntos e ainda assim você não confia em mim?’ ou ‘o quê?’ – mas se quiser minha confiança prove.

– Travis, eu abandonei a Katie dizendo que era uma emergência e deixando ela confusa, e saí correndo, e nesse tempo Quíron me reconheceu como Connor e me perseguiu. Eu corri bastante para enganar ele, e olha enganar centauros não é fácil, passei por um monte de garotos me paquerando o que foi ultra-nojento só para vir aqui falar para você que eu não roubei ou quero roubar a SUA Katie – disse tudo de uma vez.

– Hum, talvez você seja confiável – disse me sentado, enquanto colocava a mão no queixo e estreitava meus olhos.

– O QUÊ, TRAVIS? – ele berrou – eu sou seu meio-irmão e sou confiável, crescemos no acampamento JUNTOS, enfrentamos os monstros do labirinto JUNTOS e batalhamos contra Cronos JUNTOS.

– Tá, você agora é confiável, mas eu ainda vou ter leves suspeitas de você – disse fazendo com que o Connor ficasse super estressado a ponto de arrancar os cabelos, o que ele estava quase para fazer, até que me olhou de novo e respirou fundo e se acalmou.

– Tudo bem, sei que você tem seus direitos de ter suspeitas de mim, porque afinal de contas, você é o Travis, meu grande irmão, um verdadeiro herói, experiente lutador, e que vai conquistar a Katie – disse.

– Tudo bem, agora você me convenceu de vez, você agora é o meu irmão e é confiável que não vai roubar a Katie de mim.

– Então tá agora tenho que ir- disse se levantando e limpando o seu jeans – se não, daqui a pouco o Quíron aparece ali na porta e me coloca pra fazer um trabalho forçado para aprender a ser responsável – disse, fazendo uma péssima imitação do Quíron à partir de para aprender...

– Tudo bem irmão, mas onde você vai? – é, talvez minha desconfiança ainda não tenha acabado.

– Bem eu vou falar com a Katie rapidinho, depois eu vou pro Chalé de Afrodite, e se eu tiver sorte Penny possa estar lá – ele disse a última parte baixo.

– Quem é Penny? E por quê? – perguntei, porque para nós nunca é sinal de sorte ter filhas de Afrodite vingativas perto.

– Penny é uma novata, deve ter chegado semana passada e nós nem notamos, além de ser gente boa – ele disse simplesmente.

– Ah – foi só o que eu disse e ele saiu. Deixando-me sozinho, sem nada para fazer.

PDV Katie

Não foi educado da parte da Connie me deixar plantada aqui sem nada pra fazer, dizendo que era uma emergência. Mas pela velocidade dela tinha que ser mesmo. Eu me lembro de tudo até dos mínimos detalhes...

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Enquanto eu dava um abraço em Connie, notei que em um momento ela disse: ‘argh, isso não podia acontecer’ e me soltou. Eu a encarei confusa, porque eu ainda estava tocada com o mini discurso dela, mas podia ver nos olhos dela um desespero total. E disse:

– Tenho que ir – disse, mas quando ia começar à ir perguntei:

– Aonde você vai?

– Eu tenho que resolver um pequeno probleminha familiar – notei que sua voz estava tingida de desespero.

– Pequeno? – zombei.

– Tá, grande muito grande, mas tenho que ir e, por favor, fica aqui – me pediu com uma cara tristonha.

– Ok, mas seja rápida.

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Depois de dizer isso, ela saiu correndo em direção aos chalés, eu não imaginava que filhas de Afrodite corressem, muito menos que eram rápidas, mas pareceu que eu estava errada. Ela sumiu no horizonte, principalmente que havia uma colina no meio, então parei de olhar para lá e fui cuidar dos morangos. Nesse horário só ficava eu lá, então não me preocupava em pisar nos campos, mas é claro, nos locais estratégicos para não machucar os morangos.

Fiquei cuidando deles por aproximadamente 10 minutos, e de acordo com o meu relógio, só faltavam 20 minutos para o almoço. Até que, finalmente, Connie apareceu correndo colina à baixo, na minha direção. Quando chegou até mim, colocou as mãos nos joelhos com uma respiração bem ofegante. O cabelo estava horrível, o que eu achei muito inacreditável, para uma filha de Afrodite.

– Argh, meu cabelo está horrível – exclamou ao perceber que eu olhava para seu cabelo, e começou a desembaraçar as mechas.

– Onde você foi?

– Bem, eu estava resolvendo um problema familiar.

– Posso saber que problema?

– Eu gostaria de te dizer, mas não posso, lamento.

– Ah, então tudo bem – disse, eu tinha que me lembrar que nem éramos tão íntimas assim para contar problemas familiares, mesmo eu contando que meu pai me abandonou.

Ficamos em silêncio, enquanto ela desembaraçava os cabelos e eu cuidava os morangos, até que ouvimos o som de uma concha, sinal de que o almoço iria começar. Eu comecei à ir, até que notei que Connie estava indo em direção ao chalés.

– Você não vem? – perguntei.

– Não obrigada, hoje não estou com fome.

Estranhei, porque ontem ela também não foi, mas mesmo assim fui para o refeitório.