Me Dê Seu Nome escrita por marinadomar


Capítulo 3
suddenly, ashley tisdale


Notas iniciais do capítulo

suddenly time feels like the wind it changes
everywhere I go. I'm just trying to fit in, now here
I stand, I'm still just that girl, I'm following
my heart in this amazing crazy world



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De repente é tudo sobre como devo me apresentar. Estudei na mesma escola a vida toda, tive os mesmos colegas, os mesmos professores, a mesma casa desde pequena. E agora me encontro em frente ao espelho arrumando-me para minha nova escola, até tenho uma nova coleção de pessoas para chamar de “família”, muito mais que já pude imaginar, visto que antes só havia a mim e minha mãe. Sinto que isso é demais para minhas mãozinhas segurarem.

Puxo minha saia desconfortavelmente para baixo, na esperança dela crescer até meus joelhos, mas continuou roçando na metade da minha coxa como um aviso zombeiro. Sinto-me exposta usando aquilo, mas não há outra maneira, e elas combinam perfeitamente com minhas meias ¾ brancas. Jogo o blazer azul marinho distraidamente sob meus ombros para confirmar a perfeita combinação dele com a cor cáqui de minha saia escolar.

“Papai disse que vamos nos atrasar” Proferiu Drew ao abrir a porta, e com a mesma velocidade desapareceu. Não consigo me acostumar ao fato dele chamava o próprio tio de pai, quando eu que partilho desse verdadeiro parentesco não consigo.

x x x

“Todas as meninas da escola se vestem assim?” Me pego perguntando ao meu meio-irmão a caminho da escola. “Não quero parecer idiota”

Ele apenas sorriu gentilmente – como todas as pessoas ali faziam – e segurou minha mão guiando-me para a sala de aula. Senti meu estomago embrulhar ao perceber os olhos voltados para mim, não eram acusadores ou me julgavam, eram apenas curiosos. Fechei a porta atrás de mim e sorri para alguns rostos familiares da minha festa de boas vindas.

“Classe, essa é a nossa nova aluna...” Iniciou mulher ruiva na frente da turma. Ela dirigiu o olhar para mim querendo que continuasse a frase.

“Jack.” Murmurei enquanto olhava para minhas mãos suadas pelo nervosismo.

“Escolha um lugar para sentar-se, querida” Sussurrou a professora com uma obvia pena pelo meu nervosismo, não me fez falar mais uma palavra. “Sabe, querida, temos outro Jack na turma. Sente-se longe dele.” E sorriu delicadamente como se aquele fosse o melhor conselho que já me dera na vida.

Vir-me-ei para a turma novamente. Era bem pequena com no maximo 15 estudantes de 13 a 15 anos, não muito distante de mim mesma. Recebi olhares sugestivos, ocultos convites de amizade, sorriso e comprimentos. Mas nada me chamou mais atenção que uma garota de cabelos longos e ondulados escuros como a noite e olhos de mesma coloração, mas seus lábios eram rosados que realçavam suas bochechas perdidas em sua pele pálida.

Era impossível não olhar para ela, ainda mais quando ela era a única pessoa em toda a sala que não tinha os olhos em mim, os dela estavam focados em Jake, um dos gêmeos do prefeito (que por acaso não parava de acenar, apontando para um lugar vago ali perto). Os olhos da garota ficaram tristes, e Jake se quer a olhava, por mais que ela o fuzilasse com o olhar. Me dirigi a ele.

A cadeira vaga estava ao lado dos gêmeos, que se situavam um atrás do outro. Me sentei pouco confortável enquanto os dois trocavam piadas sobre a situação e a escola. Sorri e respondi perguntas bobas a pessoas ao meu redor sobre o que eu achava da cidade, das pessoas, do uniforme ou delas mesmas. Mas finalmente tomei coragem e perguntei a Jake quem era aquela garota. A reação foi instantânea. Seus olhos se perderam em culpa e desviaram do meu. Seu irmão apenas riu.

“Ah, aquela é a Jake Darlyn.” Riu Jack sonhador, com os olhos perdidos como se estivesse lembrando-se de algo muito engraçado. “Meu irmão é a única chance dela se casar. É apaixonada por ele desde os cinco anos. Ela me da arrepios.” Ele a olhou no canto dos olhos e estremeceu.

“Eu me sinto culpado, cara. Culpado como o inferno.” Preferiu o outro gêmeo ainda disperso. Afaguei seu braço tentando confortá-lo, mesmo sem saber de que. As pessoas ali pareciam bem felizes em poder se casar. Mas eu sabia que eles eram diferentes.

“Anime-se, Jake.” Tentei parecer alegre. “Depois de amanhã é Ação de Graças. Aposto que eles fazem muita comida boa por aqui.” Não sei por que, mas o ar de repente pareceu mais gelado. Ninguém ousava respirar, era milhões de vezes pior que ver Jake lamentando por sua admiradora. Jack não piscava com seus olhos azuis arregalados, mas balançou discretamente sua cabeça em desaprovação. O que eu havia dito de tão ruim? Eu não sabia.

Mas ninguém falou mais nada durante resto da aula.


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