Never Alone escrita por Bella Cullen


Capítulo 41
Capítulo 41


Notas iniciais do capítulo

OIiii Tô de volta.
Bom todas vcs acertaram nos sintomas e que o pai dela vai baixar o cacete. Mais vai ter mais surpresas ...
Bjs



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Acordei sentindo minha cabeça prestes a explodir. Meu corpo estava dolorido como se eu tivesse sido pisoteada por uma nada de elefantes.

Abri os olhos devagar piscando para a luz forte. Eu estava num quarto branco, deitada sobre uma cama macia, um bip irritante soando, uma poltrona perto da porta e outra perto da minha cama, e nela estava meu pai.

Ele me olhou sério quando percebeu que estava acordada, sua postura era rígida como se ele tivesse passado muito tempo assim e uma veia pulsava no seu pescoço e isso era sinal de que ele estava com um sentimento além do ódio, se é que existe.


– Como você pode deixar isso acontecer – sua voz era controlada.


– Isso o quê? – perguntei rouca.


– Você não pensou no que isso iria refletir na minha reputação – ele levantou me olhando com repulsa. Coisa que não me surpreende.


– Eu não do que o senhor está falando – minha voz era arrastada e vazia.


– Eu lhe tudo Dominique – agora a raiva já começava a refletir na sua voz – E o mínimo que você poderia fazer era não me envergonhar em público – ele andava de um lado pro outro – Mais o que eu esperava? Você é igualzinha a sua mãe. Uma qualquer que só serve para infernizar a minha vida e agora está gravida de um cantorzinho de beira de estrada que não tem onde cair morto.


– O quê?- gritei assustada.


Eu queria que ele repetisse para ter certeza de que eu não tinha ouvido errado.


– Vai dizer que você não sabia – disse ele quase gritando – Gravida e com 15 anos isso vai destruir minha imagem. Posso até ver as manchetes “ Empresário bom em cuidar dos negócios mais péssimo no ramo familiar” ...


Ele continuou com seu ataque mais eu já não prestava mais atenção. Pisquei para afastar as lágrimas e coloquei minhas mãos sobre meu ventre. Um filho! Do Tom!

Eu estava muito feliz naquele momento. Eu iria ter um filho do homem que eu amo. Um lindo menininho com seu sorriso, seus olhos. Um fruto do nosso amor.


– ... E você não continuar com essa insanidade – as palavras do meu pai me tiraram da minha bolha feliz.


– O que o senhor quer dizer com isso? – perguntei.



– Você não vai ter essa ... – sua voz estava carregada de nojo - ... coisa.


– E quem é o senhor para decidir isso? – falei friamente. Nunca odiei meu pai tanto quanto naquele momento.


– Eu sou seu pai – rebateu ele.


– E quando você agiu como tal? – eu nunca tinha jogado na cara dele que ele nunca foi um pai de verdade. E pela cara dele, ele não gostou muito.


– Olá querida – disse vovô entrando e logo notando o clima tenso – O que você fez John?


– Por que eu sempre estou errado para a senhora?- disse papai se fazendo de vitima.


– Por que você é um péssimo pai e um grande desgosto pra mim – respondeu ela calmamente como se estivesse comentando o tempo.


Papai arregalou os olhos surpreso assim como eu. Vovô nunca falou desse jeito com meu pai, o que significa que ela deve ter imaginado o porquê da nossa briga conhecendo o filho que tem. Eles se encararam por vários minutos até ele sai bufando igual a um touro bravo e bater a porta com força.

Vovô encarou a porta por um minuto com uma expressão de pesar, seus olhos se encheram de lágrimas mais ela logo se controlou e se virou sorrindo pra mim, como se nada tivesse acontecido.

Nunca parei para pensar da dor de uma mãe que carregou um filho por nove meses na barriga, o alimentou, o educou, o amou e no final parece que nada adiantou e ele acabou se tornando uma pessoa egoísta, fútil e uma verdadeira decepção.

Na minha atual condição, vendo ela sofrer pelo meu pai, me fez ter um pouco de medo do que está por vim.


– Olá meu bem – disse ela vindo até a minha cama me dano um beijo na testa – Como se senti?


– Fraca – respondi sorrindo pequeno.


– Uma gravidez não é melhor período de uma mulher – disse ela – Mais a recompensa, pelo menos para aqueles sabem dar o real valor, é uma verdadeira dadiva.


– Vovô – falei hesitante – A senhora não está ... com raiva?


– Por que motivo querida? – perguntou ela curiosa.


– Sei lá – falei colocando a mão sobre meu ventre – A minha gravidez precoce não a incomoda?


– Se eu dizer que não estarei mentindo – meu coração se apertou e acho que ela percebeu que suas palavras incomodaram por que acariciou meu rosto e completou – Mais estou muito feliz por você e pelo Tom, você merecesse ser feliz querida.


– Obrigada vovô – falei a abraçando – E por falar no Tom onde ele está?


– Foi até a lanchonete comer alguma coisa – respondeu – Ele não saiu do seu lado nem por um segundo. E quando seu pai apareceu eu achei melhor mantê-los longe um da vista do outro.


Olhei o relógio encima do criado mudo e já eram oito da manhã.


– Ele disse que eu não podia ter deixado isso acontecer, que eu só sei envergonha-lo em publico – falei sem olhar pra ela – Que isso iria arruinar sua imagem e chamou meu bebê de ... coisa.


– Nikke – disse vovô virando meu rosto em direção ao seu – Seu pai não precisa de você e nem da sua mãe para envergonha-lo em publico, ele envergonha a si mesmo. E não pense que você fez alguma coisa errada. A única coisa errada aqui é ter ele como pai.


Vovô ficou comigo por alguns minutos até Tom entrar, então ela saiu nos deixando sozinhos. Tom sentou na poltrona ao meu e segurou minha mão.

Não falamos nada. Eu por que não sabia o que falar e ele parecia está criando coragem para dizer alguma coisa.


– Tudo bem? – perguntou ele quebrando o silencio.


– Sim – respondi – Você já sabe?


Ele assentiu olhando nossas mãos e logo levantou a outra para colocar sobre o meu ventre. Meu corpo respondeu ao seu toque, meu coração batia rápido demais e eu me senti a beira de um colapso.


– Eu nunca me imaginei pai – começou ele e meu coração parou com a suas próximas palavras – Mais estou muito feliz com essa possibilidade.


Pus minha mão sobre a sua piscando muito para afastar as lágrimas. Ele olhou para nossas mãos juntas por alguns segundos e depois para mim. Seus olhos estavam marejados e ele sorriu lindamente. Puxei seu rosto em direção ao meu até alcançar sua boca e o beijei com todo o amor que eu tinha por ele. Nossas lágrimas, de felicidade, se misturavam enquanto curtíamos aquele momento magico e único.

Ficamos vários minutos abraçados enquanto ele acariciava meu ventre ainda plano, até que bateram na porta, era o medico, e logo atrás vinha vovô, Bill, Georg, Gustav e a ... Minha mãe?


– Senhorita Macpherson. Sou doutor Colson – se apresentou ele – Como está sentindo?


– Tô bem – falei sorrindo.


– Nenhuma tontura? Enjoos? Nada? – insistiu ele.


– Não – respondi prontamente.


Ele fez várias perguntas por alguns minutos e disse que eu teria que fazer alguns exames, mais que logo teria alta. E que teria que começar o pré-natal imediatamente.


– Então já sabem se vai ser menino ou menina?- perguntou Georg animado.


– Deixa de ser burro – disse Bill dando um peteleco nele fazendo todos rirem – Essas coisas só dar pra saber mais pra frente.


– Como você sabe disso? – perguntou Georg massageando a orelha.


– Eu assisto TV – respondeu Bill.


Todos perguntavam coisas sobre a gravidez, sobre o meu estado de saúde. Mais mamãe continuava encolhida no canto do quarto como se não soubesse o que estava fazendo ali. Ela olhava todos com atenção, principalmente o Tom. Ria discretamente das alfinetadas entre Georg e Bill e evitava olhar pra mim quando eu a olhava.

Depois de só ficarmos eu, Tom e minha avô no quarto foi que ela falou pela primeira vez.


– Ale ... quer dizer ... Nikke – eu me assustei por ela me chamar assim – Posso conversar com você? A sós!


– Não mesmo – disse vovô rapidamente – Você não importunar minha neta com seja lá o que for que você tenha pra falar.


– Victoria ... – começou mamãe mais vovô logo a cortou.


– Não sei o que você está fazendo aqui – dizia vovô indo ficar cara a cara com a minha mãe – Você nunca ligou pra Nikke, nunca se importou com o que acontece ou deixa de acontecer com ela. Então você não tem o direito de estar aqui.


Mamãe escutou tudo calada e de cabeça baixa. E quando levantou o olhar pra mim, me surpreendi com o que vi.


Arrependimento e dor.


Sem falar nada, ela levantou e foi embora.


Não sei por que eu sentia meu peito apertado e meus olhos logo estavam marejados. Deviam ser os hormônios.


– Nikke você está bem? – perguntou Tom preocupado.


– Sim – falei suspirando me recostando nos travesseiros macios – Eu só quero ir embora daqui.


– Eu vou procurar o medico – disse vovô saindo rapidamente.


Não sei por quanto tempo fiquei encarando o teto até sentir o toque do Tom sobre meu rosto, limpando lagrimas que eu não havia percebido que caiam.


– Não chore amor – disse ele.


– Eu nem ao menos seu por que – falei me agarrando ao ele.


– Eu vi o jeito que a sua mãe olhou pra você – falou ele.


– Eu nunca vi ela olhar daquele jeito pra mim – falei com a voz embargada sentindo próximos – Por um momento ... ela ... pareceu ... minha ... mãe.


Agarrei-me ao Tom sentindo meu coração se aperta. Os soluços sacudiam todo meu corpo, as lagrimas vinham incessantemente e eu só conseguia chorar cada vez mais.

Cada momento da minha vida se passava pela minha cada cabeça, cada triste dia da minha vida, cada lagrima que derramei por causa dos meus pais, o sangue. Quando conheci o Tom, achei que tinha deixado essa dor pra trás, no passado. Mais acho que nunca vai ser assim. Uma ferida pode se curar, mais sempre vai haver cicatrizes.



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