Sea Sick escrita por Giii_Poynter


Capítulo 1
Hold Your Breath


Notas iniciais do capítulo

WAZUP. EAE GALERINHA, NOVA FIC NA ÁREA. Então, como eu sou fascinada por sereias desde pequena (a minha princesa favorita da Disney é a Ariel, ok?) resolvi fazer uma fic sobre isso. Aí conversei com a minha wifey Júlia e ela me ajudou com as ideias pra fic, por isso dou milhões de créditos pra ela. Então, espero que vocês gostem da fic :)



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Era uma linda manhã do ano de 1920 na cidade de Oakland, São Francisco. Tirando o fato de que eu ainda não estava acordado, é claro.

– Elliot, acorda, acorda! Eu quero brincar! – Daisy, minha irmãzinha de 6 anos, pulava na cama.

– Mmmm – Esfreguei os olhos e olhei para o relógio: 8 horas da manhã. – Merda!

Olhei para o rostinho confuso de Daisy e percebi o que eu havia acabado de falar. – Daisy, por favor, finge que você não escutou isso.

– Ok, mas só se você brincar comigo.

A peguei no colo e cuidadosamente a joguei no ar antes de colocá-la no meu pescoço.

– Desculpa pequena, mas eu preciso preparar as coisas antes que o pai chegue. – Falei, colocando-a na cadeira em frente à mesa e lhe dando seu cereal.

Tentei arrumar a casa o máximo possível, mas logo meu pai apareceu.

– Elliot! – Ele chegou, batendo a porta de casa. - Você já entregou os peixes da Dona Ruby? Pelo amor de Deus, Elliot. Aquela mulher é louca e por isso mesmo ela sempre nos paga mais do que eu cobro! Se você não quer ficar morrendo de fome, trabalhe direito!

Assenti e fui logo colocando os peixes em uma cesta.

– Papai! Papai! – Daisy pulou na frente dele. – O senhor viu alguma sereia hoje?

– Shh! – Fiz sinal de silêncio para a minha irmã. – Daisy, quantas vezes eu preciso te dizer que nós não falamos sobre isso?

– Mas elas são lindas! E mágicas!

– Deixa de ser iludida, garota. – Meu pai resmungou enquanto pegava seu jornal para ler. – Não existe mágica e muito menos sereias.

Mas isso era uma bela de uma mentira. E meu pai sabia disso.

O problema é que ninguém além dos pescadores poderia saber da existência das sereias.

O objetivo de vida de um pescador é encontrar uma sereia porque assim, eles a mandam para o centro de pesquisa na Área 51 (área que o governo dos Estados Unidos reservou para coisas alienígenas e mitológicas) e viram grandes milionários por causa desse feito.

Mas obviamente, o governo ordenou que mantessem isso em segredo para não causar uma grande confusão em toda a humanidade.

Pessoalmente, eu não acreditava em sereias... Até eu fazer 11 anos.

Foi quando eu pesquei sozinho pela primeira vez.

Estávamos precisando de comida urgentemente, então eu usei a rede e rezei para que conseguisse uma boa quantidade de peixes. Afinal, a minha irmã tinha acabado de nascer e assim nós tínhamos mais uma boca para alimentar.

Preparei a rede e peguei um livro para passar o tempo. Mas, depois de alguns minutos, a rede começou a puxar e parecia que eu tinha pegado um peixe bem grande. Grande o suficiente para satisfazer a minha família.

Mas quando puxei a rede pesada e a coloquei no barco, me deparei com uma menina me olhando, apavorada.

Não, não era uma menina. Afinal, meninas não têm uma calda no lugar das pernas.

Fiquei um bom tempo encarando aquela calda azul-escuro escamosa e brilhante e só fui perceber depois que a sereia na minha frente gritava enquanto tentava se livrar da rede, se enrolando ainda mais.

– Ei, ei. Fica calma, senão só vai piorar as coisas. – Falei, sem saber se ela me entendia ou não. Provavelmente não, porque ela não se acalmou nem um pouco.

Quando eu finalmente consegui livrá-la da rede, ela me encarou com seus grandes olhos azuis e eu percebi que ela queria dizer um “obrigada” com aquilo. Ela logo se jogou de volta no mar e nadou para longe. Fiquei encarando até perdê-la de vista, sem acreditar no que eu tinha acabado de presenciar.

Uma sereia. De verdade. No meu barco.

Sacudi a cabeça para sair do transe e reparei que, com todo o pavor, ela havia esquecido uma coisa no meu barco.

Peguei e analisei de perto.

Era uma linda concha azul brilhante em formato de coração, da mesma cor dos olhos da sereia.

Apertei a concha em minha mão e a guardei no bolso. Aquele seria um dia que eu nunca iria esquecer.

– Ei! Garoto! – Meu pai gritou, me despertando de minhas memórias. – Ta esperando o que? Vai levar os peixes para a Dona Ruby!

Meu pai foi um bom pai, sinceramente. Ele era muito legal comigo, me ensinou a pescar e tudo o mais. Mas isso tudo mudou quando minha mãe morreu há 3 anos atrás. Aí ele decidiu nos tratar como se nós fôssemos seus empregados.

– Posso ir com você? – Daisy pediu. Obviamente, ela não queria ficar sozinha com o pai. E eu nunca deixaria isso.

Peguei sua mão e coloquei a cesta com os peixes no meu outro braço e caminhamos em direção a casa da Dona Ruby, que não era muito longe.

Ela morava em uma casa perto dos pequenos prédios tomados pela prefeitura e conhecia praticamente a vizinhança inteira pelo fato de ser uma cigana e de dizer que prevê o futuro.

Eu ainda não havia me decidido se acreditava que ela era realmente uma vidente ou não.

– Bom dia, Dona Ruby. – A cumprimentei quando subi os degraus da sua varanda.

– Bom dia, querido. – Ela levantou de sua cadeira e foi abraçar Daisy que acreditava em tudo que ela lhe contava.

Dona Ruby era uma velha cigana de aparentemente 80 anos e era até uma boa pessoa, quando não estava falando loucuras sobre o futuro, é claro.

Ela era obcecada por sereias e vivia contando histórias malucas para Daisy. Foi por causa dela que Daisy sonha em um dia se tornar uma sereia, mesmo eu dizendo para ela que, infelizmente, isso não seria possível.

Dona Ruby um dia me contou que quando ela tinha 16 anos, encontrou um tritão na praia e, com o tempo, se apaixonou perdidamente por ele. Infelizmente, os tritões não se apegam muito aos humanos quanto as sereias e um dia ele simplesmente sumiu, deixando Dona Ruby esperando e esperando pela sua volta que nunca aconteceu.

– Você veio me trazer meus peixes, certo? – Ela perguntou e eu assenti. – Viu? Eu sabia!

Era por motivos como esse que às vezes eu não acreditava que ela era vidente.

Entreguei os peixes a ela e ela me pagou (a mais, como sempre).

Eu já ia chamar Daisy para ir embora quando Dona Ruby me parou.

– Eu vejo... Um futuro um tanto misterioso para você. – Ela pôs a mão no meu ombro enquanto olhava para uma planta na sua varanda como se seus olhos conseguissem enxergar através dela. – Uma pessoa vai mudar completamente a sua vida... Espera, uma pessoa? É, pode se dizer que sim. E essa pessoa vai trazer problemas e alegrias para a sua vida. Tome cuidado, meu filho. Você vai sofrer bastante. Sofrer de amor.

Eu a encarei, confuso com suas palavras. Uma pessoa? Sofrer de amor?

Eu nunca havia me apaixonado na minha vida e já estava começando a não acreditar no amor, mas eu raramente pensava nessas coisas.

– Ok, Dona Ruby... Eu acho que a senhora precisa tomar um chá e se acalmar um pouco. – Sugeri. – Vamos, Daisy.

Daisy, que estava brincando com as bolas de cristal da Dona Ruby, me olhou com seus olhos esbugalhados e pediu: - Posso ficar aqui com a Dona Ruby? Ela pode me contar outras histórias, vai ser divertido.

– Vai te atrapalhar, Dona Ruby? – Perguntei.

– Claro que não, você sabe que eu adoro a presença da minha querida Daisy. – Ela disse e eu assenti. – Lembre-se de tomar cuidado, Elliot.

Revirei os olhos e caminhei para a praia.

Como era feriado, um feriado importante para a vizinhança, todos os pescadores não estavam trabalhando, o que deixava a praia vazia e pacífica. O dia estava um pouco nublado, então eu podia aproveitar bastante porque não tinha mais nenhum compromisso e não queria voltar para casa de jeito nenhum.

Então, peguei meu barco, minha vara e fui pescar por diversão (e também para ter mais comida em casa, é claro).

Posicionei a vara e deitei, analisando o medalhão de minha mãe que eu guardava junto com outras coisas no meu bolso.

Eu sentia muitas saudades dela. Do seu jeito de falar, dos seus abraços calorosos e até de sua comida deliciosa.

Com a sua presença, a nossa vida era muito melhor. Mas aí ela teve câncer, uma coisa que nós não poderíamos ter evitado, e tudo foi por água abaixo.

Ela havia me dado aquele medalhão minutos antes de morrer, dizendo que era para eu guardar e olhar para ele sempre que sentir sua falta. E era isso que eu fazia.

Sempre que as coisas ficavam difíceis e eu me sentia sozinho, eu olhava para o medalhão e sentia um conforto instantâneo.

Senti lágrimas descerem pelo meu rosto, mas minhas lembranças foram interrompidas por um solavanco no meu barco.

Me assustei e acabei deixando o medalhão cair na água. O meu desespero foi tanto que me estiquei para tentar pegá-lo e acabei caindo do barco.

Tentei achar o medalhão, mas a água estava muito escura.

De repente, vi um peixe gigante passar na minha frente.

De início achei que era algum tipo de tubarão e tentei desesperadamente ir para a superfície, mas acabei batendo com a cabeça no barco e fiquei meio tonto. Já estava precisando de ar e quase perdendo a consciência quando senti alguma coisa me agarrar.

“Pronto. É agora que eu vou morrer” pensei “Mas eu não posso morrer. Quem vai cuidar da Daisy? Logo a Dona Ruby vai morrer e ninguém vai se preocupar com ela. Meu Deus, eu não posso morrer”.

Mas, enquanto vários pensamentos se passavam pela minha cabeça, percebi que estava sendo arrastado para a superfície.

Logo, eu estava na margem da praia tossindo e cuspindo água.

Me sentei para tentar entender o que havia acontecido e me deparei com uma linda mulher na minha frente. Ela aparentava ter mais ou menos a minha idade e tinha longos cabelos negros e lindos olhos azuis.

Ela me encarava com confusão e preocupação misturada e eu tinha a certeza que já a havia visto em algum lugar.

Foi quando eu vi sua calda que eu entendi. Ela era uma sereia.

Assustado, eu pulei para trás e a única coisa que ela fez foi revirar os olhos e me devolver o medalhão.

O agarrei e o botei de volta no meu bolso.

Ela já ia se afastando, mas eu segurei em seu braço.

– Não vá, por favor.

Ela olhou para mim como se tivesse se perguntando se podia confiar em mim ou não. Olhou para a praia para ver se eu estava com mais alguém.

– Não tem ninguém aqui. Só eu.

Ela respirou fundo e se posicionou do meu lado, deixando sua calda gigante aparecer mais um pouco.

E foi aí que eu lembrei. Aquela calda era irreconhecível, mesmo que eu não tenha visto nenhuma outra sereia na minha vida.

– V-Você é a sereia da concha! – Exclamei e vi seus olhos confusos. Rapidamente procurei pela concha que eu sempre carregava comigo no meu bolso e mostrei para ela.

Ela arregalou os olhos e pegou a concha da minha mão, acariciando-a como se tivesse sentido muita falta.

– Eu sou Elliot. – Me apresentei. – Você não precisa ter medo, eu não vou te fazer nenhum mal.

Ela começou a rir e me olhou com sarcasmo: - Eu? Com medo de você?

O som de sua voz me fez dar um pulo, assustado.

– V-Você fala?

– Mas é claro que eu falo. – Ela revirou os olhos mais uma vez.

Respirei fundo para me recuperar do choque.

– E... Você não vai me dizer o seu nome?

– Você merece saber o meu nome? – Ela perguntou.

– Sim. Acho mais do que justo sendo que eu já te disse o meu.

– Eu não pedi para você me dizer o seu nome.

Eu suspirei e olhei para a areia entre nós dois.

– Sarine. – Ela falou depois de um tempo. – Esse é o meu nome.



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Notas finais do capítulo

Aviso: Se eu demorar uma ou duas semanas pra atualizar a fic é porque eu estou em semana de testes/provas e não posso entrar, ok? Não se preocupem porque eu nunca abandonei e nunca vou abandonar uma fic.
E por favor, se vcs puderem, indiquem a fic pra amigos e tals, ok? Brigada.
Então, o que vocês acharam? Reviews?