Triplex escrita por liviahel


Capítulo 29
Melhor é calar até a hora de falar? 3




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Victoria tinha voltado ao quarto sem que Nichkhun ou Nana percebessem sua ausência, mas não foi assim tão fácil dormir, porque tinha deixado G.O voltar à casa e duvidava que ele fosse conseguir ser convincente mentindo o fato que que ela o tinha ajudado. Também duvidava que ele fosse mesmo mentir a seu favor, era simplesmente da natureza dele preferir confusão a resolver as coisas da forma pacífica.

Todo mundo dormiu até por volta das dez da manhã, por conta da hora em que todos conseguiram ir dormir depois de todos os imprevistos da noite anterior. Por uma coincidência muito grande todos resolveram ir à cozinha ao mesmo tempo, e para surpresa deles a mesa do café da manhã já estava posta.

— Uau! Que mesa linda! – Krystal comentou ao notar que a louça estava milimetricamente posta junto a uma variedade de guloseimas, que ela sabia que não tinham sido compradas pelos rapazes. – Com certeza não é obra suas. – ela comentou com os rapazes.
– Mas quem foi que arrumou isso tudo? – Sohee perguntou, estranhando a mesma coisa que Krystal.
— Vai ver foram os fantasmas. – Fei disse rindo.
Nana e Jaekyung quase cuspiram o chá que tinham começado a provar, Suzy riu.
— Não sejam bobas vocês duas, a casa não é assombrada. — Krystal disse.
— Sabemos muito bem que o mais perto que chegamos de ter um fantasma aqui é o G.O voltando pra assombrar a Victoria.
— Pior ainda Sohee, e se foi ele que fez tudo isso?! Vai que ele fez alguma macumba nessa comida! – Nana disse.
— A única pomba-gira aqui é você. – G.O disse rindo, entrando pela porta da cozinha calmamente e sem o menor receio, como de costume. – Eu só resolvi retribuir uma gentileza...
— E eu posso saber que gentileza foi essa? – Nichkhun disse secamente, lançando um breve olhar frio para Victoria, que até então não tinha se animado a comentar a situação.
— A sua, afinal você poderia ter me chutado montanha abaixo, mas me deixou ficar no carro...
— Exatamente, eu o deixei ficar no carro, como entrou aqui dentro?
— Eu confesso que entrei por uma das janelas agora a pouco. – G.O mentiu, para alívio de Victoria. – Como eu poderia retribuir o favor sem entrar na casa novamente?
— Aonde foi que você arrumou tudo isso? Não me lembro de ter comprado nada disso. – Junsu comentou.
— Eu vim sem que ninguém me chamasse, mas trouxe o que há de mais convidativo. – G.O não fez o menor esforço para esconder o duplo sentido em sua voz — Ainda me restam alguns modos, nenhum de vocês me chamou aqui, mas eu trouxe meu convite, o melhor café da manhã que vocês já provaram.
— Ah vai G.O, confessa que você encheu o seu carro de marmitas pensando no caso de você ter que passar o fim de semana no carro. – Nana disse rindo.
— Você me dá credito demais Nana, eu ainda não tenho bola de cristal.
— Espero sinceramente que isso não tenha sido um trocadilho. – Krystal comentou. 
G.O ignorou o comentário.
— Como eu ia dizendo, eu não pensava em vir aqui de mãos vazias.
— Mas veio com a intenção de enchê-las.
— Está me chamando de ladrão? Eu não preciso disso Nana...
— E quem foi que disse que você veio encher as mãos com dinheiro? ¬– Nana respondeu rindo.
— Viu só? – G.O disse olhando para Victoria e Nichkhun, apontando para a garota como se os dois fossem crianças denunciando a travessura um do outro. – Depois sou eu quem pensa besteira.
— Enfim. – Junho disse impaciente, para a surpresa de todos. – Podemos ou não comer?
— Você primeiro. – Nichkhun disse à G.O.
— Só eu acho que isso tudo é muito infantil? – Suzy comentou. – E olha que eu sou a mais nova aqui... Quero dizer, G.O jamais... sei lá, envenenaria a comida.
— Eu nunca achei que ele faria isso, mas sei lá, sempre existem alternativas, como laxantes...
— Disso você entende não é sua modelo raquítica? – G.O disse provocando a garota com a voz engrolada, por encher a boca com um dos pãezinhos que estavam amontoados numa travessa em cima da mesa.
— Como é? Eu não sou raquítica, sou... esbelta.
— Ah claro, esbelta como um palito de fosforo, de frente e de lado é a mesma coisa.
— Assim como você na linha do quadril? – Nana provocou e G.O automaticamente olhou para baixo, inseguro, ela tinha se lembrado de que Victoria já tinha comentado sobre essa insegurança infundada que ele tinha.
— Não foi isso que eu vi ontem... – Sohee comentou divertidamente. 
— Como é Sohee? – Junsu disse brincando, porque não era uma homem ciumento.
— Nada...Será que nós já podemos comer? 
— Ergh!
— Eu falava da comida sua pervertida.
— E eu falava sério, eu realmente trouxe essa comida, preparei tudo, já até provei que não tem nada de sacanagem aí. Será que vocês podem me dar um voto de confiança?
Todo mundo olhou pra Victoria, que até então tinha evitado se envolver na confusão, e ela ficou surpresa.
— O que? Vocês são todos são adultos podem decidir sozinhos se vão ou não comer.
— Acho que estamos esperando seu alvará para confiar nele, não sobre a comida. – Krystal disse.
— Confiança não se compra, muito menos com comida. Não sei por que precisam da minha opinião pra concluir isso.
— Ah vai Vic... toria. – G.O já ia chama-la pelo apelido, mas sob o olhar frio de Nichkhun resolveu completar o nome timidamente, o que era raro. – Eu sei que eu exagerei ontem, que eu não devia ter vindo, por isso mesmo que eu fiz tudo isso, pra compensar o incomodo. Você bem sabe que eu nunca faço essas coisas. — Ele soava sincero, por mais estranho que isso parecesse à Victoria e a todos os outros.
— Ok, bom apetite pra vocês todos. – ela disse, sentando-se à mesa meio que a contra gosto.
Nichkhun fez questão de puxar a cadeira pra ela e se sentar logo ao lado impedindo G.O de sentar-se perto dela. Ele também não melhorou a expressão durante a refeição, enquanto que os outros estavam agindo como se o visitante fosse só mais um amigo deles. 
— E então traste, como anda sobrevivendo sem trabalho? – Nana disse rindo, cortando o clima tenso do café da manhã.
— Ando cobrando certos serviços... – G.O respondeu com bom humor.
— Engraçado, pensei que você tinha que pagar pra isso. 
G.O ficou meio desconcertado e Victoria não fez o menor esforço pra impedir que Nana continuasse a tocar naquele assunto.
— Se você quiser começar a cobrar eu tenho uns contatos. 
— Não preciso disso, porque eu sou...
— Já sei, você é rica. – G.O disse imitando voz de mulher.
— Ahá! Já sei o que você anda fazendo, está fazendo bico de drag queen! – Nana disse ironicamente, e todos da mesa riram, inclusive Victoria. — Sabia que os contatos que eu te dei iam ser úteis, sou uma alma tão caridosa, não é?
— Olha só, então eu não tinha com que me preocupar afinal. – Fei comentou, rindo.
— Enfim, estou trabalhando como produtor na minha agência, mesmo sem precisar, porque citando você, eu também sou rico.
— E a sua carreira, vai bem?
— Por que tanto interesse? Está pensando e me dar o golpe do baú e comprar o mundo todo pra você?
— Imagina, Nichkhun é mais rico... – Nana disse brincando. – E eu já tenho o mundo aos meus pés.
— Invejo essa auto-estima. – Krystal disse rindo. 
— Sério? – Junho disse surpreso. – Estou começando a querer que você nunca fique rica, porque pra ser convencida assim falta só a grana. Imagina se você fica pior do que já é?
— Pior? Não sei do que você está falando. – Krystal disse com sarcasmo e bom humor.

O clima na mesa definitivamente melhorou, não completamente, porque Fei ainda não ia com a cara de G.O, Victoria resistia em confiar nele, e Nichkhun, bem, estava enciumado demais pra fazer um esforço.

— E agora? – Nichkhun disse quando todos já haviam terminado de comer. – O que vamos fazer?
— Do outro lado da montanha há um bom lugar pra esquiar. – Junsu sugeriu.
— Eu não trouxe equipamento pra isso... – G.O comentou.
— Você não ia embora assim que o caminhão de neve passasse? A essa hora ele com certeza já passou... – Nichkhun disse um tanto indelicadamente.
— Graças a sua gentileza de me deixar dormir no carro com o aquecimento ligado, a bateria dele acabou.
— Ah sim... Mas você também pode chamar um guincho.
— Só posso chamar o guincho do seguro, e a empresa vai demorar a providenciar um pra vir aqui...
— Enquanto isso você pode esquiar com a gente, isso aqui já foi um hotel, tem equipamento suficiente pra todo mundo, ou você não sabe esquiar? 
— Eu sei snowboard, mas acho que...
— Que isso cara, está com medo de passar vergonha? – Nichkhun disse em tom de desafio.
— Não, é que eu...
— Então está resolvido, você vai esquiar com a gente. 
— Ok, se você tão gentilmente está me convidando. — G.O disse meio ironicamente, mas ainda sem muita vontade de aceitar o convite.
— Ou intimando... – Nana comentou baixinho com Victoria enquanto todos levantavam da mesa.
— Vistam roupas quentes e me encontrem no corredor à direita da sala que eu vou arrumar equipamentos pra vocês.

Nichkhun, Victoria e Nana foram para o quarto juntos trocar de roupa, assim como os outros casais. Nana foi mais rápida ao se vestir, surpreendentemente, porque geralmente era ela quem mais demorava. Victoria não conseguia encontrar as coisas, mais por seu péssimo estado de espirito que por desorganização.

— Khun, você viu minha blusa térmica preta? Estava usando ela ontem e tirei pra dormir, não lembro onde foi que eu pus.
— Já procurou na mala do G.O? – Nichkhun resmungou de forma quase inaudível, quase, porque Nana ouviu tudo e Victoria ouviu parcialmente.
— Bom, eu já estou pronta, vou descendo. – Nana disse, percebendo que uma briga estava por vir e saindo do caminho pra não se envolver.

Ela saiu pela porta quase que correndo.

— Que foi que você disse?
— O que provavelmente você ouviu, já procurou sua blusa entre as coisas do G.O?
— O que? Está maluco?
— Maluco pode até ser que eu seja, mas eu não sou burro, ou você realmente acha que eu caí nessa de que ele entrou aqui pela janela?
— Está insinuando que eu o deixei entrar?
— E não é verdade?
— Bom, sim, porque eu o vi rondando a casa quase azul de tanto frio... Ele poderia ter morrido se eu não o tivesse deixado entrar.
— Ah claro, e o que mais você fez por ele? – Nichkhun disse levantando o tom de voz e aproveitando a diferença de altura entre os dois para olhá-la de cima. Victoria se assustou com essa movimentação por parte dele, pois era agressiva e nada comum.
— Eu nunca te dei motivos para desconfiar de mim. – ela disse com a voz baixa, e com dificuldades de olhar nos olhos dele, não porque estivesse mentindo, mas porque lhe doía ver Nichkhun nervoso daquela forma.
— Eu também nunca te dei, mas você está sempre me rondando, perguntando... E você quer saber porquê eu nunca te dei motivos pra desconfiar de mim? Porque todos os relacionamentos que eu tive antes são assuntos completamente acabados. – ele disse quase gritando.
— Cuidado com o que você insinua Nichkhun. – Victoria tinha lágrimas nos olhos, lágrimas que ela não deixou caírem. Ela tateou um punhado de roupas no armário e foi vestindo-as desajeitadamente em direção à porta.
Ela já estava quase saindo, mas Nichkhun a impediu segurando-a pelo braço. 
— Me solta! Não quero falar com você nesse estado. – ela disse se desvencilhando facilmente porque ele não a segurava com força.
— Quem foi que disse que eu quero conversar? – Nichkhun disse beijando Victoria contra a vontade dela, mas ela logo cedeu.
Ela só conseguiu reunir força pra se desvencilhar quando os dois precisaram respirar.
— Você não pode resolver as coisas assim sempre. – ela disse, ofegante, se movimentando para sair do quarto novamente.
— Ah não, você não vai sair daqui novamente, não antes de resolvermos essa historia. – Nichkhun pegou-a pela cintura e levantou-a nos ombros.
— Que droga Nichkhun! Odeio quando você faz isso! – Ela disse, mas não estava realmente brava, porque ofereceu pouca resistência.

Nichkhun a levou para dentro do closet e fechou a porta atrás de si, colocou-a contra a parede, beijou-a e ela correspondeu, quando precisaram respirar, Victoria comentou.

— Nossa, está quente aqui.
— Claro. – Nichkhun concordou, rindo. – Você está toda suada até...

Ele voltou a beijá-la, mas ela não correspondeu bem, pois se desviou ligeiramente da carícia.

— Khun, você trancou a porta?
— Ninguém vai aparecer aqui agora...
— Você trancou a porta? – Victoria disse com pouca voz.
— Sim...

Victoria desmaiou, caindo pesadamente nos braços de Nichkhun.

— Vic?! – ele disse, sacudindo o corpo inerte da garota. – Caramba, por isso você estava suando, a porta trancada...

Ele carregou a garota de volta ao quarto e colocou-a na cama, tinha sido um desmaio leve, por conta da claustrofobia e ela já estava acordando de novo. Tanto tempo havia se passado desde que Nichkhun soube desse problema que ele se esqueceu disso completamente. Isso, e o fato de que Victoria nunca mais tinha tido nenhuma crise. Ela se endireitou na cama, tirando as mexas de cabelo grudadas no suor do rosto.

— Você sempre esquece isso... – ela disse rindo baixinho, sentindo-se intimamente ridícula por ter achado que a claustrofobia ia sumir sozinha da vida dela.
— Me desculpe... Você está bem? — Nichkhun disse, deitando-se ao lado dela, mas sem tocá-la por medo de uma reação ruim.
— Estou ótima, não se preocupe... Mas também não faça isso de novo.
— Perdão... É que eu não me acostumei, faz um tempão que você não tem crises... Aliás, eu só me lembro de uma.
— Só acontece quando eu acho que eu não posso sair por conta própria, por isso você me vê entrando normalmente em lugares fechados, sempre quando eu sei que posso sair tranquilamente. – Victoria disse, ainda rindo.
— Não ria, não tem graça, eu fiquei preocupado.
— É por isso que eu estou rindo, você fica fofo quando está preocupado.
— Você não disse que ia se tratar?
— Disse... — Victoria disse travessamente, como uma garotinha, porque Nichkhun lhe parecia paternal demais.
— E então?
— Bem, como você pode ver, eu não fiz isso. — ela disse ainda rindo, para a frustração do rapaz. — Achei que tinham acabado as crises... 
— Assim do nada? Quando foi que você começou a ter isso?
— Nem lembro... — Victoria pareceu estar querer desviar do assunto.
— O que seu psiquiatra disse? É algum trauma?
— Eu já disse que estou ótima?
— Já, mas...
— Então, é o que precisa saber. Você está fazendo perguntas demais a alguém que até dois minutos estava desacordada.
— Você acabou de dizer que estava ótima, e agora está dando desculpas pra não responder às perguntas.
— Ok esperto, eu não quero mesmo responder às perguntas, porque as respostas não têm a menor importância. — Victoria disse tranquilamente, levantando-se da cama e estendendo uma mão pra que ele também se levantasse. — Vamos descer?
— Eu preferia ficar aqui com você.
— E vai perder a oportunidade de exibir mais um dos seus inúmeros talentos? — ela disse sarcasticamente, supondo que snowboard era uma das coisas que ele sabia bem.
— Posso exibir outros talentos aqui também.
— Esses eu já conheço...
— Você se engana, são anos de experiência, acha que consegui mostrar tudo com menos de um ano de namoro? — ele disse maliciosamente puxando Victoria pela cintura, para perto do colchão.
— Talvez... — ela respondeu recebendo um beijo nos lábios. — Definitivamente não.

E ela se deitou com ele na cama, mas não chegaram nem a se beijar de novo porque foram interrompidos por gritos de “Victoria! Nichkhun!” do corredor.
— Você está sendo intimado a comparecer... — Victoria comentou.
— Ai ai. — Nichkhun suspirou. — Está bem, vamos.

E os dois desceram pra pegar os equipamentos, todos ainda estavam lá em meio à trocentas pranchas, skis, roupas impermeáveis.

— Ah! Vocês estão vivos. — Nana comentou.
— Vic, você está suada, mas está frio... — Krystal ia dizer, mas interrompeu o comentário de repente.
— Então estava bom lá no quarto...
— Nem estava... — Victoria respondeu à Nana com certo desanimo.
— Então a rapidinha, foi literalmente... rápida.
— Aish... Você podia poupar as pessoas dessas piadinhas.
— Só comentando, é que sempre que vocês brigam... 
— Já sei, já sei. Mas eu estou suada assim por outro motivo. — Victoria disse sem querer dar mais detalhes, vestindo um casaco impermeável azul marinho que deixava sua pele ainda mais pálida do que estava antes.
— Você teve outra crise de claustrofobia. — Nana concluiu.
— Desde quando você é claustrofóbica? — G.O perguntou, estranhando o comentário da modelo.
— Achei que você saberia. — Victoria respondeu com certo desprezo, mas o rapaz não entendeu e se afastou. — E você Nana, como sabia que era isso?
— Sou uma mulher não um homem, eu me lembro das coisas. Você está pálida e suada... E você estava perto de mim quando teve aquela crise no elevador, lembra?
— Sim, mas não achei que se lembraria de algo assim tão bobo.
— Você diz bobo porque não sabe como fica quando tem essas coisas. Assusta sabia? Já fez tratamento?
— Ok, eu agradeço a preocupação... E fico realmente surpresa com isso, você geralmente não é tão preocupada assim. — ela respondeu e saiu andando, tentando vestir a calça conjunto do casaco azul.
— Está dizendo que eu sou egoísta? — Nana disse estreitando os olhos.
— Egoísta de jeito nenhum, porque você divide o Khun comigo, mas egocêntrica sim, um pouco. — Victoria disse sorrindo, puxando o capuz do casaco de Nana por cima da cabeça dela.
— Não sou não! — Nana respondeu com voz infantil.
— Então me diz, quem é melhor no snowboard? Você ou eu?
— Eu é claro!
— Eu não disse? Egocêntrica... — Victoria disse, saído andando com uma prancha debaixo do braço.
— Não é egocentrismo, é um fato.
— Você nunca me viu fazendo snowboard! Isso não é um fato, é dedução.
— Nisso eu sempre fui melhor que você, eu deduzi corretamente, logo sou melhor snowboarder que você.
— Valendo o quarto hoje?
— Não foi você quem disse que não ia apostar mais nada na vida?
— Está com medo de perder?
— Imagina, só não quero te ver reclamar depois. — Nana disse rindo, e seguindo Victoria com uma prancha também.
******
A verdade era que as meninas não eram muito boas com esportes de neve, com excessão de Krystal, que era realmente boa, e Victoria, que realmente sabia o que estava fazendo. As duas só não se divertiam mais que Fei e Suzy, que desistiram de tentar descer a montanha e começaram uma guerra de bolas de neve. Sohee, Jaekyung e Nana se esforçavam pra descer ao menos uma vez sem cair, numa dessas tentativas a modelo caiu e deslizou vários metros até ficar quase toda coberta de neve.
— Olha só! Agora não falta mais nada pra virar um picolé, já tem muito gelo e o palito. — G.O disse tirando a prancha dos pés pra voltar a subir a montanha. — Só falta ter algum sabor...
— Babaca... — Nana disse, sacudindo a neve da roupa. — Pelo menos eu caio e dou a volta por cima.
— Não sei do que está falando.
— Você está mancando... Das duas pernas.
— Não estou não.
— Então essa careta de dor é sua cara normalmente? Nossa, que dó de você.
— Eu ia te ajudar a levantar, mas você é muito chata. — G.O saiu andando, e de fato estava andando de forma estranha.
— Acho que quem precisa de ajuda aqui é você, você se machucou não foi? — Nana disse rindo. — Não precisa se mostrar pros rapazes, eles já sabem o quanto você é um zero à esquerda.
— Me erra garota!
— Mas dessa vez foi você que veio pegar no meu pé!
— E eu vou lembrar de não fazer isso da próxima vez.
— Mas se vai ter uma próxima vez, como é que você vai se lembrar de não vir pegar no meu pé?
— Aish. — G.O resmungou e saiu mais rápido do que devia, pois saiu mancando com o esforço.

Nana ficou na neve dentro um buraco que ela mesma tinha feito tentando se levantar, ela estava tão camuflada que Victoria teve que freiar quase em cima da garota, jogando ainda mais neve em cima dela.

— Já escolheu em qual quarto você vai dormir hoje?
— Me poupe Victoria, não me lembro de ter aceitado a aposta.
— Você é uma tratante. — Victoria disse rindo e dando amão pra ela se levantar.
— Está bem, mas você bem que podia me compensar pelo desagrado de ter seu ex no meu pé o tempo todo.
— Você pensaria no meu caso se estivéssemos em situações opostas?
— Não. — Nana disse sinceramente, rindo. — Mas é isso que faz você ser tão adorável, essa mania de cuidar do próximo.
— Que foi que ele fez agora? — Victoria terminou de tirar Nana do buraco e a ajudava a tirar a neve da roupa.
— Aish, ele fica me chamando de “magrela, palito, tábua” e outros sinônimos, parece uma criança! Ai! — ela parou de reclamar por levar uma bolada de neve nas costas, e ela se virou pra ver quem tinha jogado. — Falando em criança...
— Foi mal unnie. — Suzy disse correndo em direção a elas, junto com Fei, Sohee, Jaekyung e Krystal.
— Você vai ver, não te dou mais sorvete! — Nana mirou uma bolada na garota, mas acabou acertando Fei.
— Ai! — Fei resmungou, sacudindo a neve do cabelo. — Muy amiga você, dona Bae Suji, me usando como escudo.
Ela pegou mais uma bola de neve para descontar, mas a garota saiu correndo e se desviou o suficiente para que o alvo mudasse, Krystal. Resultado, virou uma guerra no gelo, sete garotas derrubando umas as outras no chão.
Os rapazes, que até então disputavam baterias de snowboard, desceram, notando a estranha movimentação na parte baixa da montanha e desceram pra ver se era briga. Ao ouvirem risadas, perceberam que não era nada sério.

— Isso ficaria melhor com lama e bikinis. — Nichkhun gritou para chamar atenção, as garotas pararam e os rapazes riram.

— É, definitivamente não tem a menor graça no inverno. — Siwon comentou.
— Eu ouvi isso Siwon! — Jaekyung gritou por debaixo das garotas.
— Olha só, mais uma coisa em comum com a Vic, ciumenta. — Nichkhun comentou, rindo.
— Já falei cara, tira os olhos! 
— Só constatei um fato. Vamos subir meninas, está pra nevar de novo. E o G.O aqui tem que ir embora...
— Que isso cara! Meu carro está sem bateria, esqueceu? E você mesmo disse, vai nevar de novo, nenhum guincho vai subir montanha nesse tempo.
— Você tem razão, e sorte... — Nichkhun comentou, rindo. — Mas é você quem vai fazer o almoço.
— Ok, sem problemas. — G.O respondeu normalmente.
— Vocês trouxeram as compras de ontem? — Sohee perguntou, seguindo caminho de volta à casa junto com os outros. — Que eu me lembre vocês vieram a pé e deixaram o carro lá embaixo.
— Paguei o cara do caminhão de neve pra trazer o carro pra cá. — Junsu respondeu, passando o braço por cima do ombro de Sohee para afastar o frio que tinha aumentado por causa da tempestade de neve que vinha. 

Já na casa, todos tiraram os equipamentos eas roupas impermeáveis e se aconchegaram nos sofás perto da enorme lareira da sala. G.O se enfiou numa poltrona de um só lugar, claro, porque ele era o único solteiro do lugar, seria uma situação desconfortável se ele não fosse habitualmente sozinho.

— Alguém tem que ir lá no carro buscar as compras. — Junsu disse, já se dispensando do serviço, abraçado à Sohee no sofá mais perto do fogo. — Senão esse almoço na sai hoje.
— Você devia ter se lembrado disso antes da gente se empoleirar nos sofás, agora ninguém vai querer sair. — Krystal disse.
— Sem chance. — Junho a apoiou e deu-lhe um selinho nos lábios.

Desintencionalmente todos olharam para G.O sozinho no sofá ao mesmo tempo.

— Ok, eu vou, as chaves são essas? — ele respondeu apontando para as chaves na mesinha de centro, sem nem ao menos argumentar, o que era estranho, mas Victoria julgou ser pelo esforço que estava fazendo em tentar ser amigo.

Ele saiu de casa, ainda andando de forma estranha.

— Que maldade gente. — Nana disse rindo. — Vocês não viram que o cara está mancando?
— Você com pena Nana? — Victoria comentou.
— Não é isso, é que ele realmente está mancando.
— Não sei por que, ele não caiu uma só vez enquanto esquiava. — Nichkhun disse com certo desprezo, mas ainda rindo. — Considerando de quem estamos falando, aposto que está se fazendo de coitado.
— Ele não é sempre o cara cafajeste que vocês descrevem, pelo menos comigo ele não era. Ele me fez um grande favor...
— Fez? — Fei disse um tanto ofendida.
— Fez sim, não conscientemente, mas fez o que eu queria... na época. — Suzy insistiu, mas consertou o que tinha dito. — O que eu quero dizer é, ele pode estar ou não machucado, custa perguntar se está tudo bem? Vai matar se fizerem isso? — Suzy disse um tanto impaciente.
— Eu perguntei, e ele desconversou.
— Mas você perguntou direito? Sem zoar o cara?
— Suzy... Estamos falando de mim, existia alguma possibilidade de eu me preocuparsem rir da cara dele?
— Então você estava mesmo preocupada! — Victoria disse rindo.
— Foi você quem disse que eu era egocêntrica, só tirei um dia pra tentar a boa samaritana.
— Acho que você escolheu a pessoa errada para demonstrar boa vontade, vai parecer pouco gratificante. Aposto que ele está fingindo.

A porta da sala se abriu novamente e ao silêncio tomou o cômodo, exceto pelo barulho do vento. G.O entrou mancando com várias sacolas nos braços.

— Já sei, o assunto chegou... — ele comentou.
— Exatamente. — Nana respondeu rindo sem o menor remorso.
— Que foi que eu fiz agora?
— Estavamos discutindo, eu disse que você estava mancando, mas negou quando eu perguntei, então ficamos pensando, se você está fingindo ou não?
— Não sei do que estão falando, eu não estou mancando, estou andando esquisito por causa das sacolas. Estão pesadas...
— É bom que você ganha uns músculos, aí você vai poder mostrar outra coisa que não esse seu bigode.
— Gosta do meu bigode Nichkhun? Quem sabe quando você for mais velho você também possa ter um. Podem ficar tranqüilos aí, eu cuido do almoço.

G.O sumiu de vista em direção à cozinha.

—Ele não vai dar o braço a torcer, se o que estão fazendo é provocá-lo pra ele ir embora, ele vai insistir em ficar. — Victoria disse.
— Concordo. E se estiver mesmo machucado, não vai dizer... Não quando tudo que vocês fazem é piadas com ele...
— Ele é adulto... Sabe o que faz. — Krystal comentou, mas recebeu olhares incrédulos por parte de Victoria e Nana. — Ok, talvez ele seja um garotinho mentalmente, mas sabe se cuidar fisicamente. Se ele estiver machucado, vai ter que pedir ajuda quando estiver morrendo de dor.
— Já disse que tenho medo dessa garota não é? — Nichkhun comentou.
******

Cerca de uma hora e meia depois, G.O chamou todos para o almoço, e o que encontraram na mesa foram pratos incrívelmente elaborados, um banquete praticamente.

— Uau! Quando foi que aprendeu a cozinhar, você costumava dizer que não era coisa de homem. — Victoria comentou.
— Foi isso que ele ficou fazendo nos últimos quatro anos enquanto estava fora do país. — Nana disse rindo. — Cozinhando pra fora.
Victoria riu alto.
— Eu semrpe soube cozinhar, só não fazia porque gostava mais da sua comida.

Victoria parou de rir de repente e se sentou à mesa junto com os outros, sem se animar a continuar a falar sobre o tema, com receio de ele querer entrar em detalhe sobre o namoro deles. O almoço foi tranqüilo por conta disso e pela comida, que estava tão boa quanto aparentava, tanto que depois da refeição e de terem arrumado a cozinha, ninguém se animou a fazer muita coisa.
— Bem, Krys e eu vamos para o quarto descansar... —Junho disse terminando de colocar parte da louça limpa no armário.
— Descançar... Sei... Vocês acabaram de comer, esperem ao menos uma hora pra fazer exercício físico hein? 
— Nichkhun! Não seja indiscreto! — Victoria chamou-lhe a atenção, mas estava rindo como todos os outros.
— Temos um médico na casa, se alguém passar mal, é só chamar. — Siwon brincou.
— Melhor ninguém passar mal nas próximas três horas, porque nós também vamos para o quarto. — Jaekyung disse rindo.
— Que ótimo! E eu que disse para os meus pais que estava indo a uma casa de gente decente. — Suzy comentou rindo. — Estou aprendendo a mentir com vocês.
— Isso foi uma indireta? — Fei perguntou.
— Não. 
— Ok, só pra saber.
— Enfim, não precisamos que vocês digam todos esses detalhes. Vamos Khun? — Victoria puxou Nichkhun pela mão. — Nana, vou ser boazinha hoje, você perdeu a aposta, mas a tarde é minha, ok?
— Sem problema. Sabia que eu te adoro?
— Hein?
— É, você sempre cumpre a palavra comigo, me sinto mal por nunca fazer isso. — Nana disse rindo.
— Sua peste. Juízo aí hein, G.O vai estar desocupado a tarde toda... Te enchendo provavelmente.
— Então não se trata de cumprir palavra, e sim de se livrar do traste.
— Exato!
— Ei! Eu ainda estou aqui! — G.O deu sinal de sua presença, enquanto os casais se dispersavam. — E fique tranqüila Nana, não tenho a menor intenção de ver sua cara, eu não gosto de você.
— A recíproca é verdadeira, agradeço a gentileza. — ela respondeu ironicamente. — Boa tarde pra vocês.
A tarde passou devagar para Nana, que ficou na sala vendo TV com Suzy e Fei, que na verdade, adormeceram no sofá, G.O não apareceu por lá hora alguma, como tinha dito que faria. A sala só voltou a encher de gente novamente por volta das cinco da tarde.
— Oi meninas. Ficaram a tarde toda aqui vendo TV? — Nichkhun comentou.
Elas assentiram, meio entediadas.
— Victoria?
— Está vindo.

Logo apareceram os outros rapazes e as outras garotas, o ultimo a descer, provavelmente porque tinha ouvido movimentação na casa foi G.O. 

— O que vamos fazer agora? — Junho disse.
— Acabou a criatividade? — Nichkhun disse.
— Não, é que está muito frio.
— Não era disse que eu falava, mas sim, está muito frio. — Nichkhun disse rindo.
— Podemos usar as saunas. — Junsu sugeriu.
— Boa idéia. — Siwon disse. — Vamos?

Os rapazes se entreolharam para consultar a opinião de cada um.

— Podem ir vocês, eu não estou com vontade. — G.O disse.
— Vai fazer o que? Rondar a sauna das meninas enquanto nós ficamos na nossa? — Nichkhun disse ironicamente.
— Eu nem estava pensando nisso, mas já que você deu a idéia. — G.O respondeu com mais ironia ainda. — É sério, prefiro não ir.
— Fala sério, não é uma sauna gay, ou você está com vergonha de mostrar alguma coisa? Vamos ficar de toalha. — Nichkhun disse rindo.
— Depois sou eu que sou o grosseiro vulgar aqui... 

Ele disse com desprezo, virou-se e subiu devagar.

— Eu perdi alguma coisa? — Nana disse surpresa — Ele está doente ou o que? Esse não é o G.O que eu conheço.
— Pois é. — Victoria concordou. — Mas melhor assim, que ele não perturba.
— Eu não confio, mas vamos.

Na sauna das garotas.

— Já está todo mundo aqui? —Krystal perguntou.
— Sim, por quê? — Jaekyung respondeu.
— Por que eu vou trancar a porta.
— Não faz isso, está louca?! — Victoria disse um pouco alto demais.
— Que isso Vic? O G.O está lá fora...
— Vocês falam dele como se fosse um tarado.
— Mas ele é Suzy!
— Ok Nana, mas ele não é idiota, a casa está cheia de rapazes, ele só rondou a sauna da primeira vez porque eles não estavam aqui.
— Vou trancar a porta de qualquer forma. 
— Krystal não, claustrofobia esqueceu?
— Ah é. Toma a chave então, isso te tranqüiliza não é?
— Desde quando você tem isso Vic? — Jaekyung perguntou.
— Já faz uns quatro anos, desenvolvi essa fobia depois de... Bem, isso não vem ao caso, acontece que eu não tenho crises com freqüência, tanto é que consigo entrar em elevadores normalmente.
— É que eu nunca soube disso, por isso perguntei.
— Por que está todo mundo falando isso hoje?
— Se você quiser se tratar tenho certeza que Siwon pode te ajudar.
— Só se for distraindo a Vic com os dotes dele, porque que eu saiba ele é urologista.
— Ai Nana, eu quis dizer que ele tem contatos com psiquiatras. — Jaekyung disse rindo. — Você não pode ficar com isso pra sempre Vic.
— Ok ok, eu vou procurar tratamento... Mas é que eu realmente não tenho crises com freqüência.
— Mesmo assim, vai que você tem um treco desses sem alguém poder te ajudar? — Sohee disse.
— Foi exatamente por isso que eu adquiri essa fobia...
— Você disse que foi há quatro anos... Então foi quando você e G.O terminaram? — Nana perguntou, mas era mais um conclusão.
Victoria confirmou com a cabeça.
— Não gosto de falar disso.
— Que isso Vic? Estamos entre amigas. — Jaekyung disse.
— Foi depois que ele foi embora, ou por causa dele mesmo?
— As duas coisas, é que... Bem, nós dormimos juntos num quarto de hotel e no dia seguinte ele me deixou um bilhete. Eu fiquei tão abalada, tão furiosa e deprimida, que quando percebi que ele tinha deixado a porta do quarto trancada não consegui pensar em pedir ajuda, fiquei lá em pânico.
— E você ainda defende esse traste. — Fei comentou com Suzy.
— Ele não parece o tipo de pessoa que faz essas coisas...
— Mas ele fez, não de propósito, ele não tinha como saber que eu ia entrar em pânico, afinal eu podia muito bem ter chamado uma camareira pra abrir a porta.
— Você é muito boa por deixar passar essas coisas Vic... Ia até no inferno atrás do traste pra me vingar dele.
— Isso por que você é rica neé, ia arrumar passagens de avião aonde? — Victoria disse rindo, mas a voz saiu num tom um tanto amargo.
A conversa continuou por mais de meia hora, até a casa voltou a emitir os ruídos estranhos, mas ninguém mais ligava.

— Quer saber, vou sair, cansei de sauna. — Nana disse, pegando as chaves com Victoria. — Podem ficar tranqüilas que eu não vou deixar G.O chegar perto desse lugar, ok? 
— Quem tem que ter cuidado é você, vai estar sozinha lá fora.
— Felizmente eu sou a única que pode dizer que ele não tem o menor interesse em mim. Nem eu nele, porque tenho juízo. — ela concluiu rindo, destrancando a porta e deixando a chave na fechadura.

Nana tomou banho rápido e saiu de roupão do banheiro, passou pela sala e viu G.O, também de toalha, passando sorrateiro e mancando em direção ao segundo andar, onde ficava o quarto em que ele estava hospedado.
— Eu sabia que não era cisma minha, mas que forma estranha de mancar. — ela riu consigo mesma, se escondendo das vistas do rapaz, que carregava alguma coisa pequena nas mãos e parecia estar vigiando todos os lados pra não ser visto.

Nana obviamente conseguiu segui-lo sem problemas até o quarto, porque sabia que ele iria direto para lá e esperou que ele sumisse de vista. Chegou ao quarto a tempo de vê-lo abaixar parte na toalha na parte de trás do corpo, de frente para o espelho.

— O que está fazendo? — Nana disse rindo, dando um baita susto no rapaz, que até escorregou e caiu no chão.
— Ai. — G.O gritou, depois soltou um gemido de dor, Nana não soube dizer se por causa de queda ou por já estar machucado. — Eu não estava fazendo nada!
— Estava sim, eu não vi o que era, mas aparentemente você está machucado.
— Ai garota, você cismou com isso, eu não estou machucado.
— O fato de eu ter pintado o cabelo de loiro não afeta minha inteligência G.O, sua cara é a dor em pessoa.
— Mesmo que eu estivesse mesmo machucado, você seria a ultima pessoa a quem eu recorreria, nem a Victoria é tão mesquinha assim. — ele disse, levantando-se do chão cou pouca agilidade.
— Acontece que você está, e olha só, ninguém mais podete ajudar. Deixa-me ver. — Nana puxou a toalha dele tão de surpresa que G.O só teve tempo de cobrir as partes intimas com as mãos.
— Está louca?! Se queria me ver nu era só pedir.
— Muito engraçado. Como se você já não tivesse mostrado isso pra todo mundo. — Nana disse ironicamente, sem o menor sorriso.
— Todo mundo? Não Nana, a maior parte dele.
— Até parece... Vira de costas!
— Claro que não.
— Não vou me distrair com o que você acha que estou distraída, já vi demais disso aí e não me impressiona. Eu sei que você está machucado, mas do outro lado.
— Eu não preciso da sua ajuda, posso cuidar de mim mesmo.
— Então você está mesmo machucado. Adivinha? Tirei o dia pra fazer boas ações. —ela virou o rapaz usando uma chave-de-braço de defesa pessoal.
— Ai!
Nana riu alto com o que viu.
— Cara, você é ridículo! Como foi que arrumou essas assaduras? Se esqueceu de tomar banho?
— Não, sua maluca. Foi seu digníssimo namorado que me jogou completamente nu na neve... E como você deve saber gelo queima tanto quanto fogo.
— Na teoria eu sei, nunca fui estúpida o suficiente pra testar, muito menos com a bunda.
— Há Há, hilária, já pensou em ser comediante?
— Sabe que daria certo? Como todas as outras coisas que eu faço.
— Menos snowboard.
— Ok ok, agora que eu já vi o que você tem, precisamos cuidar disso. — Nana pegou no chão um frasco de pomada, que era o que G.O carregava quando entrou no quarto. — Deita no colchão. — não era um pedido, a garota torceu o braço do rapaz para que ele obedecesse.
— Ai ai! — ele gritou. — Para com isso! Não vou deixar você por os dedos em mim!
— Vou cuidar das suas queimaduras seu idiota, não vou fazer fio-terra. — Nana disse rindo.
— Está ardendo! Cuidado!
— Que é que vocês estão fazendo? — disseram duas vozes à porta, que assustaram os dois.
— Ai não. — G.O resmungou, quase que como um choramingo.
— Okha só Khun, você todo ciumento pra cima de mim quando era com a Nana que você tinha que se preocupar. — Victoria disse brincando, quase sem fôlego de tanto rir.
— Não é o que vocês estão pensando. — Nana disse rindo à Victoria e Nichkhun.
— Mas é o que eu estou vendo. — Nichkhun respondeu rindo.
— Que papelão hein ByungHee? Não sabia que você gostava dessas coisas.
— Para Victoria! Você não está vendo as queimaduras? — o rapaz apontou com o braço que não estava sendo torcido por Nana.
— Credo! Que foi que você fez? Estava com tanto frio que queimou o traseiro tentando se esquentar na lareira? — Nichkhun disse.
— Não, foi você quem me jogou na neve, sem roupa.
— Uh! Deve ter doído à beça. Foi mau cara. — Nichkhun disse rindo.
— Pode rir à vontade, mas, por favor, não conta isso pra ninguém.
— E o que vai fazer em troca do meu silêncio?
— Não sei, o que quer de mim?
— Deixa-me ver... Victoria, o que você sugere?
— Humm... Não vou pedir pra você ir embora, porque não há como, você está machucado — ela disse isso rindo. — e a estrada está bloqueada. Mas posso pedir algo mais difícil...
— O que quiser! Mas por favor, não espalha!
— Você vai parar de me perseguir, definitivamente. 
— Parece razoável...
— Eu ainda não acabei. E vai parar de insistir comigo.
— Está bem, eu paro, mas ainda podemos nos ver como amigos?
— Só se eu achar que deve. – Nichkhun completou.
— Fechado. Mas olha, eu não posso garantir que Victoria vai deixar de me procurar... — G.O disse rindo de forma atrevida.
— Vic, trás um pau de vassoura lá. — Nichkhun disse fingindo estar bravo.
— Não! Não! Ok, eu retiro o que eu disse. Temos um trato. — ele estendeu a mão para selar paz.
E Nichkhun correspondeu.
— Vocês todos tem que prometer que não vão contar.
— Ok. — os três disseram juntos.

G.O se vestiu e agradeceu Nana pela ajuda.

— Vocês não tiraram fotos né?
— Não. — Nana e Victoria disseram juntas. — Por quê?
— Por nada, é bom saber.


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