Triplex escrita por liviahel


Capítulo 2
Quem muito quer... nada tem?




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Tudo corria normalmente na festa, Junsu dava atenção aos convidados mais especiais e à imprensa, o espetáculo de abertura organizado por Victória tinha sido um sucesso. Nana observava NichKhun, que dava atenção a várias mulheres. Victória bebia drinks com as dançarinas numa mesa próxima ao bar, quando NichKhun voltou a notar sua presença. Ele aproveitou momento em que ela e uma das dançarinas foram ao bar pedir mais bebidas para se aproximar novamente.


— Você não disse que não ia beber porque estava a serviço?
— Tecnicamente meu trabalho aqui já acabou, então... — Victoria respondeu com bom humor, mas um tanto impaciente.
— Então agora posso te oferecer uma bebida?
— Eu passo, como você pode ver eu já tenho uma. — disse, mostrando o copo e tomando um gole pelo canudo.


Nichkhun pegou o canudo e deu um gole na bebida dela, aproximou o rosto ao ouvido de Victória e disse:


— Para te ajudar a acabar com a bebida rápido, assim, da próxima vez que eu te oferecer você não vai poder recusar. — virou-se e saiu.


Nana observou toda a conversa, mas só se aproximou depois que ele saiu, a tempo de ouvir Victoria dizer baixinho:


— Ai, já te odeio!
— A mim? – disse Nana, fingindo-se de boba.
— Não, ele. — ela apontou pra NichKhun, que já estava longe.
— Se você diz que odeia, é porque na verdade gosta.


Victória achou a garota meio intrometida, mas mesmo assim respondeu.


— Não mesmo, muito mulherengo.


A dançarina que foi com Victoria ao bar agora prestava atenção na conversa.


— Acho que é esse o caso, ele é o tipo dela. — disse a moça.
— Para isso eu já estou vacinada. — insistiu Victoria.
— Sei... — respondeu a moça sarcasticamente, que voltava para a mesa onde estavam as outras dançarinas.


Victoria e Nana sentaram-se no balcão.


— Vamos ver, — disse Nana, observando NichKhun de longe — Se você realmente odeia esse tipo de homem, então não está agindo certo.
— Como é? — Victoria ficou um pouco irritada, ”quem era essa garota pra dizer esse tipo de coisa assim do nada?”, mas controlou-se para ouvir o que Nana tinha dizer.
— Isso mesmo, mostrar desprezo só atrai, dar em cima, o afasta.
— Não faz tanto sentido, homens, principalmente os mulherengos, são todos iguais. Você se oferece, eles aceitam, você os despreza e eles insistem. De qualquer forma, estão sempre interessados.
— Aí é que está. Isso de “todos iguais” não funciona sempre. NichKhun é mulherengo? Sim, isso nós já notamos. Mas tem algo diferente...
— Ai não, você não vai dizer que ele se importa com sentimentos e blá blá blá. Ridículo acreditar nisso. E você o conhece tanto quanto eu, ou seja, nada.
— Ainda não sei se é isso que você disse. — disse Nana, cortando o sarcasmo na voz de Victoria. — Mas olha só, — apontou para a pista — O lugar está cheio de mulheres lindas.
— E daí?
— Daí que ele já escolheu com quem quer ficar, e não é com nenhumas daquelas.
— Já sei, você vai dizer que é comigo...
— E comigo.


Victoria riu.


— As duas? E o que tem de sentimental nisso, ou diferente sei lá?
— Eu nunca disse que tinha algo sentimental, minha teoria é outra, ele já escolheu com quem quer ficar hoje.
— Você já disse isso, e não me surpree...
— E repito, ele quer as duas. — as moças não se olhavam, só observavam NichKhun se aproximar de Junsu do outro lado da pista.
— É muita presunção. — disse Victoria com desprezo.
— Um pouco, sim, mas ele não espera ficar com as duas. Está em dúvida.
— Como pode saber disso? Quer dizer, você o conheceu hoje, e, sem ofensas, mas você é muito nova para saber de tudo isso.
— Quer apostar? Sei mais do que aparento. — disse Nana com uma expressão travessa no rosto.
— Apostar? Como assim? — Victoria estava infantilmente interessada na proposta.
— Seguinte, eu proponho uma hipótese com a qual você não concorda, colocamos em prova e você faz o mesmo. Se minha hipótese se comprova, você bebe uma dose de tequila, se a sua se comprovar, eu bebo. Assim provamos quem sabe mais. Topa?
— Tequila? — Victoria hesitou, mas a idéia pareceu divertida. — Ok, parece mais interessante que apostar dinheiro.
— Eu começo? — Nana perguntou, Victoria assentiu — Certo, algo fácil pra começar. Eu acho que NichKhun vai ficar pelo menos 15 minutos conversando com Junsu antes de ir dar uma volta pela pista.
— Discordo, ele nem está bebendo, vai ficar entediado. — respondeu Victoria.
— Contando o tempo a partir de agora então.


Nos primeiros minutos NichKhun não deu o menor sinal de quer mudar de ambiente, e as moças esperaram em silêncio durante alguns instantes. Victoria sentia que nessa rodada não dava mais para ganhar.


— Como chegou a essa conclusão?
— Eu o observei, ele é um bom amigo, está aqui para apoiar Junsu, mas não é só isso, já disse que ele tem interesse nas duas, como estamos juntas e ele já nos viu, não vai querer se aproximar.
— Faz sentido.
— Quinze minutos! — disse Nana, conferindo o relógio — Vira! — empurrou um copo para Victoria.


Ela bebeu rápido, e pareceu animada.


— Minha vez então. Olha lá, Sohee chegou para conversar com Junsu. NIchkhun vai sair e procurar uma garota para conversar.
— Concordo que ele vá sair, mas discordo que vá falar com uma mulher, acho que vai procurar outro amigo. Quanto tempo?
— Três minutos, ele não vai sair agora porque seria falta de delicadeza com Sohee.


Ele saiu por volta dos três minutos, e foi conversar com um grupo de garotas.


— Vira! — disse Victoria.


As duas passaram mais ou menos uma hora apostando, para surpresa de Nana, Victoria acertava quase tanto quanto ela. A essa hora o jogo já estava ficando chato, e as duas já estavam bêbadas.


— E agora? — disse Victoria.
— Agora? Agora vamos dar uma chance a ele. Afinal ele cumpriu com todas as nossas expectativas, que homem faz isso? — Nana disse rindo.
— Inclusive ficou a noite toda sozinho. — Victoria acrescentou, com a voz um pouco alterada por causa dos drinks — Mas o que vai ser?
— Vamos fazer uma sequência de hipóteses, que nós mesmas vamos fazer cumprir.
— Nada muito complicado, porque meu raciocínio já foi afetado.
— Seguinte: Ele tem que beijar as duas.
— Quê? Como é?!
— Isso mesmo. Ele escolheu as duas, provavelmente pra não correr o risco de ficar sozinho, isto é, no final das contas ele uma é o suficiente, duas complicaria as coisas.
— Entendi, mas como vamos fazer?
— Vamos aproveitar que a pista está movimentada e as pessoas estão cobrindo os fotógrafos.


Victoria assentiu, mas pareceu confusa.


— Espera, e o que a gente ganha com isso?
— Ele vai ficar sem saber quem escolher, e vai ficar sem nenhuma, por isso tem que ser um beijão. Quem muito quer nada tem, entendeu?
— Ok! Eu vou primeiro então. — disse Victoria, para surpresa de Nana — Você vem logo atrás para despistar os paparazzis. Depois eu faço o mesmo por você.


As duas estavam um tanto bêbadas, mas concentradas na brincadeira como se fosse trabalho, afinal, se fossem fotografadas, ele só aumentaria a fama de conquistador. NichKhun desceu para a pista e Victoria o alcançou momentos depois, o puxou pela gola da camisa, o beijou e saiu. Nana se saiu bem distraindo os fotógrafos. Nichkhun se virou para seguir Victoria, mas deu de cara com Nana, que também o beijou. Victoria também se saiu bem com os fotógrafos, mas desintencionalmente, porque como estava bêbada, trombou com todos eles antes de conseguir voltar para o balcão do bar.


Nana voltou segundos depois, rindo muito.


— Ele está parado na pista feito uma estátua até agora.
— Se tivéssemos ensaiado não teria dado tão certo! — respondeu Victoria.
— Mas nossa! Ele sabe o que faz! — disse Nana ofegando.
— Fala sério?!
— Ah para! Você sabe do que eu estou falando!


Nana empurrou mais um copo de tequila para Victoria, as duas beberam.


— Está bem, eu sei do que você está falando, e concordo.
— Escuta, de onde vem essa sua fama de linha dura? Você é gente boa...
— Fama? — Victoria não acompanhava bem a conversa — Ah! A maior parte é fofoca.
— O que tem de verdade então?
— Odeio homens mulherengos, ultimamente odeio todos eles...os homens...
— Do ódio ao amor... — comentou Nana.
— É, eu sei, e é exatamente esse o problema. Sempre acabo me envolvendo com esse tipo de homem.
— E quem não? — disse Nana rindo de forma enrolada sob efeito do álcool.


A conversa e a bebedeira rendeu tanto que as duas nem notaram quando a festa já estava no fim e que no local só restavam, Junsu, NichKhun, Sohee e alguns funcionários. Junsu e Sohee viram as duas bêbadas apoiadas no balcão e chamaram NichKhun.


— Khun, será que você pode levar essas duas para suas casas, Victória está fora de condições para dirigir e Nana ia voltar com Sohee, só que nós dois vamos sair pra jantar.
— Vamos? — disse Sohee, animada.
— Tudo bem? — perguntou a NichKhun.
— Se não tem jeito. — ele responde sorrindo. 


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