Triplex escrita por liviahel


Capítulo 1
Investindo?




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Certo dia, três pessoas completamente diferentes foram por coincidência para a mesma balada por motivos também completamente distintos. Victoria ia à trabalho. Nana ia por diversão e NichKhun tinha ido ajudar o dono do club, Junsu, um amigo que estava inaugurando o estabelecimento. Haviam muitos atrasos na preparação do ambiente e Junsu pediu a NichKhun que viesse ajudar. Ele não havia se vestido para aquela ocasião, porque vinha de uma photoshoot, então tirou o paletó e a camisa Armani e os colocou no balcão. Junsu veio por trás das inúmeras caixas de bebida.


— Khun! Achei que você ia me dar um cano — disse tropeçando em meio às garrafas. — Preciso que me ajude instalando a iluminação que falta.
— Se eu soubesse a quê vinha, com certeza não teria aparecido. — disse rindo — Não vim vestido pra serviço de eletricista.
— Veio de dançarino exótico então? — disse Junsu reparando no amigo descamisado e estranhamente bronzeado.
— Você fala pelo bronzeado artificial? Eu vim direto de uma sessão de fotos, até minha roupa foi emprestada, por isso estou sem camisa, porque não quero manchar nada.
— Falando sério agora. Não falta tanto pra ficar tudo pronto, só preciso que você coloque as lâmpadas que faltam no teto. Estou esperando a coreógrafa chegar com as dançarinas para o número de abertura, e ela disse que a iluminação tem que estar pronta para poder fazer o ensaio.
— E é bonita essa coreógrafa? — disse Nichkhun, agindo à sua maneira habitual.


Junsu riu maliciosamente.


— Você só pensa nisso né? — perguntou em tom de falsa reprovação — Victoria Song é o nome dela, conhece?
— A coreógrafa “linha dura” da minha agencia?!
— Você a conhece então?
— Só de nome, e de fama... Ela trabalha para a mesma agência que eu, mas ainda não trabalhei com ela, nem nunca a vi por aí, então não sei quem é fisicamente. — NichKhun disse isso já subindo os andaimes que levavam ao teto, Junsu já tinha voltado a mexer com as caixas de bebidas. 
— Então você nunca a viu? Nenhuma vez?
— Não... — respondeu NichKhun, com dificuldades pra respirar por causa do esforço de se equilibrar nos andaimes —Acho que não, e se vi, bom, eu não reparei porque deve ser umas dessas senhoras de penteados malucos, roupas esquisitas...


Victoria havia entrado no club naquele exato momento, mas por estar tentando subir os andaimes sem rasgar a calça Armani, e sem muita evolução, diga-se de passagem, NichKhun não reparou na presença da coreógrafa e continuou falando:


— ... e que vivem gritando “seu “pliê” está horrível, faça mais mil!!”...e...
— Khun! — gritou Junsu, a fim de evitar que a situação ficasse ainda mais embaraçosa.
— “Alongue mais essas pernas!”...
— Khun!
— Que é?! — gritou, finalmente olhando para baixo, para onde Victoria estava.
— Te apresento... Victoria Song — Junsu disse rindo.


Ela estava estonteante, despindo o sobre-tudo cáqui que cobria um vestido preto elegantíssimo, sem demonstrar muito interesse nos dois rapazes. Desconcertado pela presença da moça, pela situação constrangedora, e também por causa da calça, NichKhun se estatelou no chão, aos pés de Victoria, quebrando uma garrafa de vinho tinto, cujo liquido se derramou todo por cima do peito musculoso e falsamente bronzeado dele. 


Victoria achou a situação ridícula e divertida ao mesmo tempo, e estendeu a mão para ajudá-lo a se levantar.


— Se soubesse fazer um “pliê” isso não teria acontecido. Prazer, Victoria Song.
— Prazer, NichKhun Buck Horvejkul, cantor, ator, modelo, eletricista... E bartender, aceita uma bebida? — disse, com muita malicia nos olhos, apontando para o vinho escorrendo pelo corpo.


Victoria estreitou os olhos perigosamente.


— Eu passo. Vim a serviço. — virou-se para Junsu, ignorando NichKhun completamente.


NichKhun voltou a subir o andaime muito intrigado, escutando Junsu e Victoria conversarem sobre trabalho.


— A iluminação ainda não está pronta, me desculpe, mas como você pode ver, já estamos cuidando disso.
— Tudo bem, minhas dançarinas virão em outro carro, já maquiadas e vestidas pro evento...


Para NichKhun a moça não parecia ter a fama que tinha, era bem humorada e agradável quando se tratava de trabalho, apesar de ter demonstrado desprezo quando conversaram.


— Então, vou dar uma olhada no palco e deixar você colocar tudo no lugar a tempo.


Na meia hora que se seguiu tudo ficou praticamente pronto. NichKhun terminou de colocar as lâmpadas, e foi, ao banheiro se lavar. Nesse meio tempo a personal stylist contratada por Junsu chegou com outra moça para ajudá-lo a se vestir bem para a inauguração.


— Boa tarde... er... Desculpe-me, mas você quem é?
— Ahn Sohee, a personal stylist.
— Ah meus Deus! Eu esqueci! Kim Junsu, prazer!


Houve um breve momento de desconcerto, porque Junsu não só havia esquecido que Sohee viria, como também havia esquecido as roupas em casa. Também porque ele e a outra moça ainda não tinham sido apresentados.


— Bom, já que ninguém o fez, eu mesma me apresento. Im JiNa, muito prazer. — disse a moça alta e modernamente vestida.
— Ah! Você veio para a festa não é? Não vi seu nome na lista, mas também, com a minha “ótima” memória...
— Nana, é o nome que está na lista.


Junsu ergueu as sombracelhas surpreso.


— A modelo! — houve outro momento de silencio constrangedor — Falando em memória ruim, esqueci de trazer os ternos que você tinha me pedido para separar, pra ser sincero, não trouxe nada além do que estou vestindo. — completou, apontando para a calça social preta e a camiseta branca que estava usando.


Sohee não pareceu surpresa, viu as roupas largadas em cima do balcão, e logo reconheceu que eram Armani.


— Veste isso!
— O quê?! Mas... isso não é meu!
— Agora é. — disse Sohee, puxando a camiseta do rapaz por cima da cabeça e começando a vesti-lo propriamente. — Rápido, porque ainda tenho que selecionar a maquiagem que vamos usar em você...
— Maquiagem?!


Nana achou a situação bem estranha e engraçada, mas saiu à francesa a caminho dos banheiros, que ainda estavam sem placas. Ela entrou num deles mexendo na bolsa à procura de maquiagem. NichKhun estava nesse exato banheiro, só de cueca boxer, tentando lavar a maquiagem bronzeadora e o melado de vinho do corpo.


— Uau! Não sabia que tinha “Go Go boys” na programação! — Nana disse rindo.


NIchKhun se assustou com o aparecimento repentino da moça, mas não se deu ao trabalho de se cobrir depois de reparar na beleza da garota.


— Pagando bem... – os dois riram. NichKhun achou estranho a garota não se sentir intimidada com a situação, mas resolveu agir com um pouco mais de respeito — Eu estou tentando lavar esse bronzeador do corpo, mas sem sucesso até agora. Alguma sugestão?


Nana o avaliou por um momento e ordenou.


— Sente-se ali – apontou um vaso sanitário dentro de uma das cabines, não havia cadeiras no banheiro.


NichKhun ficou observando Nana molhar um lenço com demaquilante. Ela limpou primeiro seu rosto, os dois estavam em silêncio. Quando terminou com o rosto, passou a limpar os braços.


— Você sempre usa o banheiro masculino?
— Quem disse que esse banheiro é masculino? Não há placas lá fora! — ela riu.
— É um pouco obvio né? — disse apontando os mictórios fora da cabine.
— E que mulher em sã consciência ia reparar em mictórios quando tinha um “GO GO boy” semi-nu se lavando na pia? – brincou Nana.
— Eu não sou “Go go boy”, sou...
— NichKhun Horvejkul, o cantor...
— Você me conhece?
— Claro, e quem não?
— E você é Im JiNa, a modelo. — Nana assentiu com a cabeça. — Viu? Eu também te conheço!
— Claro, nós já desfilamos no mesmo evento.
— É mesmo.


Ela começou a limpar as costas dele, obviamente a posição em que estavam era estranha devido ao tamanho reduzido da cabine. Neste momento Victoria entrou no banheiro surpreendendo os dois.


— Opa! Interrompi alguma coisa não é? — disse, disfarçando a curiosidade. — Eu só queria saber se esse banheiro é o masculino ou o feminino, mas já vi que estou no lugar errado.


NIchKhun e Nana olhavam Victoria de forma divertida. Ela já ia sair pela porta quando se lembrou que tinha algo a dizer.


— Junsu está te procurando, como você já deve ter percebido, ele ainda precisa de ajuda para acertar alguns detalhes, como as placas dos banheiros. – e saiu.
— Ela é doida? — disse Nana
— Vai saber...
— Bom, já terminei com você, vou ver em que posso ser útil, ainda faltam 2 horas para a inauguração e eu odeio ficar sem fazer nada.
— Eu posso te entreter com outra coisa... — brincou NichKhun com cara de cachorro pidão.


Nana obviamente sabia as intenções do rapaz, e por mais que o achasse extremamente atraente, não respondeu. Saiu sem nem olhar para trás. NichKhun se vestiu, isto é, vestiu só a calça, e saiu para procurar Junsu, que ainda estava no bar.


— E aí, o que mais posso faze... Ei! Essa roupa que você está usando é a minha! Quer dizer, nem minha é, tenho que devolvê-la amanhã...peraí, e o que eu vou vestir?
— Ei! Calminha aí cara, relaxa! Você me ajuda com as outras coisas e depois a gente te arranja uma roupa. Você está mais ansioso que eu, que sou o dono do lugar.
— Hein?
— Ansioso. Ah! Já sei, é mulher, você fica assim sempre que está de olho em alguma mulher. Comigo você fala feito um papagaio, e com elas é sempre suave e divertido.


Nana, que estava escutando a conversa enquanto separava bases de pele para maquiagem junto à Sohee do outro lado do bar, anotou mentalmente a informação.


— Vai ver é isso. — respondeu NichKhun maliciosamente. — Onde estão as placas dos banheiros? Temos que fixá-las.


Junsu disse que estavam no almoxarifado e NichKhun foi lá pegar uma escada e as placas. Montou a escada frente à porta do banheiro feminino e subiu. As dançarinas começaram a sair do banheiro, e Victoria, que estava com elas, saiu por último e trombou com a escada, os dois caíram, Nichkhun em cima de Victoria.


— Ai! Está querendo me matar? Já é a segunda vez que você me derruba hoje. — disse brincando, visto que a queda nem tinha sido pra tanto.
— Engraçado, não me lembro de ter te empurrado da primeira vez.
—Talvez seja esse o efeito que você causa nos homens.
Victoria não gostou muito do comentário.
— Claro! Nasci pra causar todo tipo de efeito, não duvido nada que o efeito estufa também seja culpa minha. — disse brincando ironicamente.
— Mas e eu?
— Você o quê?
— Causo algum efeito sobre você?
— Haha, imagina! Claro que não!
— Ah é! Então por que ainda não tentou sair dos meus braços?


Victoria se desvencilhou do corpo pesado do rapaz dando uma joelhada de leve na virilha dele, NichKhun se encolheu de dor, mas ria muito da situação.


— Você sabe que acabou de comprometer a possibilidade de termos filhos lindos, não sabe? — ela se virou e saiu, rindo intimamente.


Junsu, Nana e Sohee observavam os dois de longe, NichKhun se sentiu constrangido, colocou a placa do outro banheiro o mais rápido que conseguiu e saiu com a escada em direção ao almoxarifado. Quando voltou, o ensaio do número de abertura já tinha começado, Victoria estava ocupada. Junsu estava à espera dele, obviamente para comentar sobre o acontecido.


— Você já sabia da fama dela...
— Eu disse que ela era “linha dura”, mas eu sempre achei que fosse só no trabalho.
— Ouvi dizer que ela é assim com homens mulherengos, conhece algum? —disse Junsu sarcasticamente.
— Não, nenhum. — respondeu NichKhun rindo ironicamente. — E então, já está tudo pronto?
— Quase, uma equipe vem desmontar os andaimes daqui alguns minutos, no mais está tudo certo.
— Tem certeza? — disse NichKhun apontando para a falta de roupa em seu corpo.
— Verdade! Sohee! O que você pode fazer por ele?
— Eu?! Eu ainda não sei fazer o milagre da multiplicação de roupas, mas ele pode ir ao shopping comprar alguma coisa, ainda dá tempo de sobra.
— Não vão me deixar entrar no shopping sem camisa... A não ser que eu vá com isso! – disse NichKhun, tentando vestir o sobre-tudo que estava em cima do balcão, e que era de Victória.
— Khun, você esta sendo observado. — disse Junsu.


NichKhun olhou para trás e Victoria olhava para ele, de longe, junto ao palco. Ela não parecia brava, mas também não estava satisfeita, no mínimo impassível, ou decidindo se ria ou não. NichKhun acenou e fez pose, e ela virou-se pro palco para assistir ao ensaio.


Ele se virou e tirou o sobre-tudo, sorrindo.


— Ela gosta de mim. — cochichou para Junsu
— Acho que você está ficando louco, está perdendo o jeito. Ela te odeia, como todas as suas ex, o que é mais uma prova de que você está perdendo o jeito, porque já está pulando a fase de relacionamento.
— Assim é melhor, tudo que é difícil é mais interessante. Além do mais, se ela não quer, há sempre alguém que queira. — dessa vez ele aumentou a voz e piscou para Nana, que estava com Sohee do outro lado do bar.


Ele não viu, mas Nana virou os olhos e balançou a cabeça num gesto de desaprovação. Junsu riu, ele sabia que mesmo mulherengo, o amigo era um cara legal e geralmente dizia essas coisas de brincadeira.


— Toma, veste isso. — disse Junsu — é a camisa que eu estava usando antes, está suja, mas vai servir pra você ir ao shopping comprar roupas novas.


Ele vestiu e viu Sohee e Nana se aproximarem.


— Junsu, já separei tudo, podemos começar a te arrumar? — disse Sohee.
— Tudo bem.
— Bom, eu vou ao shopping comprar uma roupa decente, me ajuda? — disse NichKhun à Nana.
— Claro, por que não?


A imprensa já estava do lado de fora do lugar, e para, evitar serem motivos de fofoca para os tablóides, os dois saíram pela porta dos fundos e entraram no carro de NichKhun, que tinha vidros escuros.


Passaram uns minutos quietos, depois Nana resolveu quebrar o silêncio.


— Victória e você já tiveram alguma coisa?
— Ãhn? — NichKhun foi pego totalmente de surpresa com a pergunta pessoal. — Você quer dizer, como namorados? Não, só a conheci hoje, por quê?
— Porque me pareceu que sim.
— Ah, bom, ela trabalha para a mesma agência que eu, mas nunca a tinha visto antes, só ouvido falar.
— Ah...sim... — Nana estava obviamente interessada, mas calculou que seria muita estupidez continuar perguntando sobre Victoria, uma vez que ele parecia ter interesse nas duas. — Então, já pensou no que vai comprar, não vai dar tempo de ficar escolhendo.
— Conheço uma loja legal, mas pra ser sincero, não pensei em nada. Como gostaria de me ver vestido? 
Nana riu.
— E você pergunta isso pra mulher que já te viu semi-nu?
— Devo ir de cueca e sapatos então?
— Não é má idéia. — Nana disse em tom de brincadeira.
— Mas então eu não devia ter saído de lá!


O tom bem humorado da conversa durou até o momento de voltar para a festa, porque quando voltaram, o local já estava abarrotado de paparazzi. Apesar de mulherengo, NichKhun mantinha a vida pessoal longe dos holofotes. Nana também não tinha escândalos no currículo, então ambos abriram mão de uma entrada triunfal pela porta da frente, por algo mais discreto, como voltar pela porta de onde haviam saído.


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