PDV - Edward

Estava esperando pela resposta de Emmett, que por sinal estava demorando.

– Emmett, você está me ouvindo? – Tentei novamente, vai que deu interferência e ele não me escutou.

– Estou sim Cabeção – Finalmente respondeu e não podia faltar o apelido idiota que ele me deu desde a faculdade.

– E então... Você poderia vir para Seattle ainda hoje? – Refiz minha pergunta.

– Eu pensei que você estivesse brincando.

– Eu costumo falar serio diferente de você.

– Tudo bem Sr. Seriedade – Fez uma pausa. – E o que eu vou fazer ai?

– Te garanto que é uma coisa muito interessante.

– Não vai me dizer que é mulher!

– Se eu disser que não estarei mentindo.

– Não acredito que você me ligou pra pedir que eu vá até ai por causa de mulher!

– Emmett não é uma simples mulher.

– Quem é então? Uma prostituta de luxo? – Zombou.

– Se eu falar, você não vai acreditar.

– Talvez não, mas tente.

– Emmett você promete que não contará a Rosalie e a mais ninguém? – Esse alguém se chama Alice.

– Edward você sabe que eu não escondo nada da minha esposa.

– Eu sei Emm, mas por enquanto PRECISO manter isso somente entre nós dois.

– É algo assim tão sério?

– Inacreditável é a palavra certa para definir.

– Então fala logo que agora fiquei curioso!

– Ok – Respirei fundo. – Você não sabe quem está viva.

– Quem? Deixe-me adivinhar... A Marilyn Monroe? Cara eu sabia que ela não havia se matado!

– Infelizmente não. Vou dar mais uma dica – é alguém próximo a você. A nós. – A mim principalmente.

– Não acredito! – Disse surpreso. – A minha avó Anette?

– Não seu bobão! – Exclamei irritado. – É a Bella quem está viva! A Bella!!

– O QUE? – Sua voz saiu chocada. - A Bella sua esposa morta? A Bellinha?

– Isso mesmo! A minha esposa morta. A Bellinha. E ela está mais que viva e ainda por cima casada e com uma filha – Revelei.

– Como assim? Casada e com uma filha? Mas como?

– Eu também quero saber. Quero MUITO saber!

– E a minha ida até ai tem a ver com ela?

– Exatamente. Só você pode me ajudar.

– Ok. Me dê só um tempinho para pensar.

– Quanto tempo?

– Pronto. Já me decidi.

Rolei os olhos. Emmett e esse seu jeito... Brincalhão. – E ai? Qual é a sua resposta?

– É claro que eu vou! Eu e ninguém mais agüentamos ver você na fossa por tanto tempo. É muito chato sabia? Você fica muito...

– Ok. Eu já entendi – Tive que interrompê-lo se não ficaria falando e falando. – Então pegue o primeiro vôo para Seattle que conseguir. Assim que pousar eu te busco.

– Tudo bem. Mas tem um porem.

– E qual seria? – Bufei para a sua hesitação. Assim eu perdia tempo. E não podia.

– Qual será a desculpa que darei a Rose? Você sabe que ela é muito esperta e tem um ótimo faro para captar mentiras.

– Não precisa mentir só omitir. Diga a ela que te chamei para me ajudar com algumas clausulas do contrato.

– Mas ela sabe que não sou seu advogado.

– Emmett só diga! Caso ela desconfie eu falo com ela.

– Ah tá bom!

– Nem precisa fazer as malas. Venha o mais rápido possível.

– Como quiser. Já estou de saída.

– Valeu Emm. Até mais.

– Até Cabeção!

Um pouco mais de duas horas depois Emmett me ligou me informando sobre sua chegada. Fui buscá-lo e agora estamos sentados vendo TV, não antes de ter contado tudo o que havia descoberto.

– Emm, vamos sair – Me pus de pé.

– Agora? O Jogo está tão legal!

– Não o trouxe até aqui para ficar vendo jogos.

– E posso saber para onde?

– Vamos à casa da Bella – Disse enquanto trocava de roupa.

– E você dirá o que quando chegarmos lá?

– Ainda não sei, mas preciso ir.

– Edward...

– Emmett pare de ser tão negativo. Você nunca foi assim e quer agir logo agora?

– Sempre tem uma 1ª vez meu caro Cabeção.

– Então ignore porque estou decidido. Totalmente decido – Andei até a porta o olhando ainda parado. – Você não vem?

– Tenho escolha?

– Com certeza não!

Ele abaixou a cabeça por alguns instantes e quando a levantou me olhou determinado.

– Vamos antes que me arrependa – Passou por mim parando em frente ao elevador.

(...)

Após o taxista nos deixar exatamente na rua onde queria, fomos andando tensamente até a casa de nº 135. Paramos em frente a analisando.

– Então é aqui onde Bella vive durante esse tempo todo – Falei sentindo-me um pouco chateado, pois o lugar era quase tão bonito quanto a nossa antiga casa.

– Cabeção, você tem MESMO certeza?

– Emm não posso desistir agora – Disse tentando transparecer confiança que não estava sentindo agora.

– Eu sei que não. Mas agora que estamos aqui... O que fará?

– Deixei-me pensar – Coloquei a mão embaixo do queixo e me concentrei. Duas idéias frustradas depois, veio uma que parecia ótima povoou minha mente.

– Emmett me dê um soco – Pedi me posicionando de frente a ele.

– O que? – Ele me olhou como se eu tivesse pedido algo bizarro.

– Me dê um soco – Pedi novamente.

– E porque eu daria?

– Porque esse é o meu plano – Anunciei.

Ele me olhou de cima abaixo e começou a rir. – Você só pode estar ficando doido!

– Doido ou não preciso que me dê um soco. E logo – Insisti.

– Olha... Foi você que pediu – Respirou fundo e avançou em mim acertando em cheio meu queixo. De principio fiquei tonto, mas logo consegui me recuperar.

– Bati muito forte? – Ele se aproximou preocupado.

– Você acha que eu não agüento levar um misero soco seu? – Provoquei.

– Ah é? Então vê se agüenta esse – Nem vi quando seu punho atingiu meu nariz fazendo-o sangrar.

– Dessa vez melhorou – Disse tentando evitar que o sangue chegasse a minha boca.

– Já quer mudar os planos? Pelo visto esse é meio maluco...

– Faria qualquer coisa por Bella – Confessei.

– Eu sei disso, mas me pedir para socá-lo seria a última que passaria pela minha cabeça.

– Eu sei, mas continue, sim?

Levei mais três socos o que foi suficiente para que seguisse com meu plano.

– Emm pode ir. De agora em diante eu sigo sozinho – Disse subindo os degraus que levavam a porta da frente.

Ele me deu um olhar sério, bufou e saiu.

Contei até 10 de trás para frente e bati na madeira branca.

Nada.

Bati novamente e ninguém atendeu.

“Será que Bella saiu? Mas ela disse que não trabalha. Então deve ficar a maior parte do tempo em casa” – Raciocinei enquanto tentava novamente. Só que dessa vez com mais força.

– Já vai! – Ouvi Bella gritar.

Segundos depois ela abriu a porta e pareceu ter tomado um susto. Enorme por sinal. Mas nem por isso deixei de admirá-la vestida tão casualmente. Ela continua tão linda. E agora nem se fala!

– Edward? – Me encarou parecendo chocada. Pelo visto ela reparou em meus machucados – Oh meu Deus! O que está fazendo aqui?

– Bella? Quer dizer Ellie? – A olhei como se a tivesse encontrado por coincidência. E por sorte ela pareceu não ter percebido meu deslize ao chamá-la de Bella.

– Edward porque está aqui? – Perguntou novamente. – E ainda por cima machucado? Você brigou?

– Um cara tentou me roubar, e não deixei é claro! Mas só não contava que ele fosse revidar me agredindo – Disse calmamente para que ela não desconfiasse de minha mentira.

– Você não deveria ter reagido! E se ele estivesse armado? Nem consigo imaginar o que poderia ter acontecia com você – Me encarou e em seus lindos olhos chocolate pude ver preocupação, o que me deixou satisfeito.

– Na hora em pensei... – Me apoiei no batente da porta me sentido um pouco zonzo. Levar socos de graça custa um pouco caro.

– Oh me desculpe. Você não deve estar se sentindo bem. Entre – Me deu passagem e me acompanhou até um sofá.

– Não precisa se preocupar tanto. Só estou zonzo.

– Preciso sim. Seu rosto não está tão bom e a dor que sentindo deve ser péssima.

– Um pouco...

– Coitadinho – Alisou uma de minhas bochechas e senti a quentura de sua delicada mão. Não resisti e me recostei nela. – Volto já. Vou pegar o kit de primeiros socorros. – Saiu e aproveitei para olhar tudo. Em cima da lareira havia vários porta-retratos com fotos dela com Jacob, dela sozinha, dela com Emma, Emma recém nascida, Emma e Jacob... Não consegui continuar. Aquilo era tudo falso. Bella pertence a mim. E Emma sem duvida é minha filha. Meu coração apertou ao me dar conta de que perdi muito tempo. Agora preciso ter de volta o que é meu. Somente MEU!

– Desculpa a demora – Bella voltou se sentando ao meu lado colocando a pequena maleta em seu colo. – Agora fique quietinho e já vou avisando que irá arder. Então agüente firme!

– Sim Senhora – Sorri com sua gentileza. Mesmo tendo perdido a memória ela jamais deixará de ser maravilhosa.

Bella cuidou de mim com tanta delicadeza que quase não senti incomodo.

– Prontinho – Sorriu ao terminar.

– Nem sei como agradecer – Peguei em sua mão a levando aos lábios e depositei um beijo leve.

– Só me conte como me achou.

– Se eu disser que foi pura coincidência você acreditaria?

– Hummmm talvez sim.

– Mas é a pura verdade. Estava apenas passando por aqui quando tudo aconteceu. Quando vi sua casa simplesmente decidi pedir ajuda.

– Tudo bem eu acredito.

– Fico feliz.

Um silêncio agradável reinou sobre nós enquanto pensava em algo para dizer.

– Onde está Emma?

– Está tirando uma soneca. Hoje foi um dia diferente para ela.

– Porque diferente? – Perguntei curioso.

– Não quer tomar um chá na cozinha comigo? Ai te conto.

– Claro! Eu adoraria – A acompanhei e lá ela me contou o ocorrido na escola.

– Coitadinha! Com Thomas acontece direto. Ele é muito agitado e às vezes acaba ganhando arranhões e hematomas.

– Crianças são dádivas, mas podem ser bem arteiras – Riu e tive que acompanhá-la – Sorte que meu marido Jacob é medico e acaba sendo muito útil.

– Isso é muito bom! Meu pai também é. Seu marido deve conhecê-lo, já que o Doutor Cullen é muito famoso no ramo da medicina.

– Sério? Jacob nunca comentou nada. Mas pode deixar que perguntarei.

E assim engatamos uma conversa sobre diversos temas. Em muitos deles já sabia sua opinião, mas ouvi atentamente como se fosse a 1ª vez.

Estava tudo tão bom em nossa bolha que nem percebemos a hora passar até que a porta da frente se abriu e minha breve felicidade foi dissipada.

– Amor, cheguei! – Anunciou Jacob da sala me deixando tenso.