Palavras da autora: Bleach não me pertence, eu apenas peguei emprestado.

TRILHA SONORA DISPONÍVEL NO EMAIL: quandofuturovemdosceus@gmail.com

SENHA: tialyelberserk

Abertura da Fanfic

http://www.youtube.com/watch?v=czhk6z1k_xk&feature=youtu.be

—___________________________________________________

Kurotsuchi Mayuri era um brilhante cientista, sua personalidade não era das melhores nem seu caráter o mais integro existente, contudo, ele tinha uma qualidade acima de qualquer defeito: Perseverança. Uma vez que o capitão havia dito a Hisana que conseguiria liberar o selo de seu relógio paradoxal, isso se tornou a razão de sua existência, aquele havia se tornado seu único objetivo na vida e enquanto ele não conseguisse o que disse que faria, ele nunca desistiria.

Ele digitava freneticamente em seu computador gigantesco e assistia em uma imagem separada ao lado no mesmo monitor o andamento das lutas, Hisana no momento estava passando por uma situação nada favorável.

— Nemu! Ache o protocolo 26, tenho trinta segundos para atualizar os feixes de reiatsu.

— Sim Mayuri-Sama.

— Você seu idiota! Ele aponta para um empregado com uma bandeja cheia de fios. – Conecte o cabo 3 com o cabo 4 e libere o cabo 13 do aparelho de assimilação!

— Sim capitão! O shinigami corre o mais rápido que pode.

— Mazoshi seu shinigami inútil já passou mais de dez segundos desde o momento que eu mandei você transferir os dados atualizados para o assimilador do relógio paradoxal.

— Estou acabando Capitão... Acabei! Ele se vira suando frio, mas fazendo um gesto positivo com os dedos.

— Nemu! Ele grita de novo sem tirar os olhos da tela e os dedos do teclado.

— Aqui está Mayuri-sama!

— Insira o protocolo no computador Alfa e digite o código fonte.

— Sim, Mayuri-sama.

— Capitão! Um de seus subordinados grita nervoso.

— Não me atrapalhe se não for importante! Mayuri retruca.

— Os dados estão a 90% já é possível transmiti-los do assimilador para o relógio!

— Sarutobi! Um shinigami gordo e agitado vem correndo.

— Capitão!

— Faça isso!

— Sim senhor! Ele sai correndo e senta arrastando sua cadeira para um computador que ficava na plataforma em frente a onde estava o assimilador com um pequeno objeto dentro.

— Senhor as partículas espirituais transmitidas pela fenda temporal criada pelo relógio paradoxal de Hisana estão desacelerando!

Mayuri fica de pé em um salto.

— O QUÊ!?

Ele chega ao lado de Sarutobi.

— Não sei o que está acontecendo senhor, mas as partículas espirituais que estávamos usando vindas do futuro através da fenda que ela criou para estabilizar seu corpo estão desacelerando, não consigo transferir todas ao mesmo tempo, o fluxo está se desorganizando!

— Impossível, ela criou essa fenda quando estava aqui para que pudéssemos quebrar o selo!

Os olhos de Mayuri se mexem em todas as direções tentando encontrar uma resposta nas letras e números minúsculos que apareciam na tela do computador, mas...

— Maldição! Ele bate na plataforma do computador.

Ele não sabia o que fazer, então tenta lembrar o que Hisana havia feito e através disso procurar o que havia dado errado.

—____________________________________________________

FLASHBACK.

—____________________________________________________

{Sonic Symphony - Dawn comes}

Mayuri estava digitando em seu computador há alguns dias e tinha poucas horas para coletar todos os dados necessários da jovem que tinha chegado do futuro, ela por sua vez não parecia reclamar dos métodos que ele utilizava para adquirir o que desejava.

— Uhmmm... Oh capitão... A voz de Hisana chama sua atenção.

— O quê?

— O senhor nunca pensou em fazer algum curso de acupuntura não?

— Por quê?

— Por que isso já é sacanagem...

Hisana fala abrindo os braços e com um suor sem graça enquanto tenta “equilibrar” as incontáveis agulhas espetadas no seu corpo.

— AAAAIIIII!!!!! Ela salta olhando para trás.

Nemu espeta mais uma agulha em sua bunda.

— Você está fazendo isso de propósito que eu sei! Ela grita com veias a mostra.

— Para alguém que tem mais de 237 agulhas no corpo você até que demorou bastante para começar a reclamar.

Hisana olha para Mayuri, o capitão se levanta da cadeira e vem em sua direção, ele olha intrigado para o rosto de Hisana que fica incomodada com a expressão do capitão, mas ele não a encara por muito tempo, então se vira voltando para sua cadeira dizendo:

— Estas não são simples agulhas, elas estão ligadas aos principais pontos de emanação de reishi em seu corpo para ativar o simulante.

— “Simulante”?

— Uma cópia, na verdade uma sombra do relógio paradoxal que você tem no pulso, ele será uma espécie de satélite que pretendo usar para transmitir todas as informações necessárias sobre você e suas condições espirituais e fisiológicas.

— Foi isso que o Urahara enviou para você?

— Sim, porém...

Hisana levanta uma sobrancelha.

— O que aquele inútil não me enviou foi como fazer para transmitir os seus dados do futuro para cá.

— Como assim? Hisana ainda não estava entendendo.

Mayuri não gostava de dar explicações para pessoas que ele considerava de baixo intelecto.

— Você possui um corpo que “não existe” neste mundo, portanto mesmo que eu copie todos os conceitos descobertos por Urahara Kisuke e recrie um relógio idêntico ao seu, eu jamais poderei retransmitir os dados que “afirmem” sua existência deste lado, nesta dimensão você é como uma sombra daquilo que um dia poderá existir, portanto... Digamos que preciso fazer sua sombra se materializar.

— Ahh...

Hisana fazia cara de entendida quando na verdade ainda não entendia nada do que Mayuri dizia, ele suspira e então diz:

— Preciso que outro “satélite” exista em seu futuro para que ele faça comunicação com o “satélite” que eu estou criando para que assim o selo de seu relógio seja decodificado.

— AHhhHh TTTttÁ! Hisana ri sem graça.

— Em outras palavras, ainda não consegui encontrar uma solução para como vou fazer isso, uma vez que você disse que o seu Urahara foi morto, portanto não existem meios de transmitir estes dados.

— Ué, por que o senhor não falou isso antes?

A jovem faz uma cara bem óbvia.

— Como disse?

— Se não existe transmissão de dados de minha dimensão para esta basta reconectar através do meu relógio.

Agora por mais que detestasse admitir era Mayuri quem não estava entendo e Hisana percebe, mas não tira brincadeira.

— Uma fenda dimensional não possui paredes como o senhor deve saber então sem uma guia é muito fácil se perder e ficar vagando no vazio, por isso enquanto vinha para cá eu marcava pontos de referência pelo caminho que eu passava para poder construir uma linha de comunicação com esse mundo criando os “satélites” que o senhor falou e todos eles são conectados com a “nave mãe” se é que o senhor me entende...

— Entendo... Por isso é possível que haja comunicação entre você e seus amigos do futuro...

— “Era possível...” Hisana corrige virando o rosto. – Bem... Ela se recompõe. – Urahara era muito precavido e por isso o local onde ele deixou o código fonte do relógio que é a “nave mãe” que eu falei agora a pouco não é do conhecimento de mais ninguém... Somente eu e ele sabemos onde está, por isso, basta reconectar o relógio com a fonte através dos pontos de referencia criados, mas para isso eu tenho que ativá-los com o meu poder e isso vai me desgastar bastante, digamos que eu vou ter que “carregar a bateria” da fonte para que ela possa começar a transmitir os dados para o seu satélite.

— Então desde o início ele sabia que poderia morrer e para isso tomou as providências necessárias para que somente você tivesse o poder e conhecimentos necessários para ativá-lo. Mayuri faz uma cara de desgosto. – Por isso esse desgraçado sempre me deu nos nervos...

Hisana ouve isso e é como se a ficha caísse neste instante.

— Espera ai... Ela fica triste. – Eu sempre soube que o código fonte servia para transmitir os meus dados em tempo real para que Urahara liberasse o meu selo pouco a pouco... Mas nunca pensei que essa era a verdadeira intenção dele... Ele sabia que quando a hora chegasse somente eu saberia como fazer isso... Por isso ele não transmitiu todos os dados no backup para você...

— O que quer dizer?

Hisana olha para Mayuri.

— Ele queria que eu confiasse em você antes de qualquer coisa para que juntos encontrássemos uma solução e pudéssemos nos ajudar...

— Tsc! Que tolice aquele homem não passa de um manipulador barato.

— Verdade ou não ele sempre esteve três passos a frente de todos nós...

Mayuri se cala.

Hisana sorri com melancolia.

— E ele queria que eu apreendesse a confiar nos outros... Aquele miserável tarado...

Nemu olha para Mayuri e depois de um momento ela quebra o silêncio.

— Mayuri-sama devemos continuar...

O capitão acorda.

— Nemu assim que os pontos de reishi no corpo da Kurosaki Hisana forem conectados e copiados quero que prepare a cápsula de assimilação, vamos começar a transmitir uma grande quantidade de dados reais vindos da dimensão de onde ela veio.

— Mayuri-sama enquanto o senhor conversava já imaginava que me diria isso então já preparei tudo.

Hisana olha para algumas agulhas novas no corpo.

— Quando foi que...!

— A senhorita estava muito concentrada na conversa por isso não sentia nada.

Hisana olha para Mayuri piscando surpresa.

— Kurosaki Hisana já pode começar a reconectar os pontos de referência com seu poder.

— Primeiro preciso ativar o bloqueio da minha reiatsu.

Hisana aperta um botão em seu relógio.

— Com isso ninguém sentirá minha presença quando minha reiatsu aumentar.

Ela aperta outro botão do relógio e uma tela em 3D aparece na sua frente, Mayuri fica maravilhado com a tecnologia, a jovem digita rapidamente vários números no teclado virtual e uma pequena estática sai do relógio, quando isso acontece um feixe discreto de luz verde sobe acima de suas cabeças e uma pequena fenda começa a abrir.

— Era dessa maneira que Urahara me enviava mantimentos para a missão, esse é um portal bem discreto e limitado, não é qualquer coisa que passa por ele, mas como eu não posso mais me reconectar com a base onde nós ficávamos por que não existe mais nenhum receptor como o próprio Urahara, a energia que vou ter que usar para ativar o código fonte que fica muito mais distante de nossa base será maior, mas esse portal será mais que suficiente para reconectar o código fonte.

Mayuri estava mudo, pois nunca tinha visto algo avançado como aquilo e mais uma coisa lhe chamava a atenção: Aquela jovem às vezes se fazia de idiota quando na verdade era muito inteligente utilizando conceitos avançados de ciência para explicar-lhe o que ocorria.

— Vou transmitir meus pulsos de reiatsu e eles vão se conectar aos pontos de referência, quando o ultimo ponto carregar ele automaticamente enviará a energia necessária para o código fonte e quando tudo acabar, tenho certeza que não terei forças para levantar um palito, ou seja, ficarei em suas mãos, mas vou logo avisando, nada de desenhar na minha cara enquanto eu estiver inconsciente. Hisana olha afiada para os dois.

— Comece de uma vez, não perca tempo com trivialidades. Mayuri rebate.

— Eu falei sério heim... Hisana fecha os olhos e começa a emanar sua reiatsu que passa pelo feixe de luz entrando no portal e é como ela diz, sua energia reconecta todos os pontos como uma trilha em meio a escuridão e sua energia é transmitida ao código fonte, um computador gigante escondido em algum lugar desconhecido em seu mundo, e após ele ser recarregado e suas luzes acenderem, Hisana desmaia, mas Nemu a pega nos braços.

— Coloque-a sobre a mesa Nemu e retire todas as agulhas.

— Sim senhor.

O relógio de Hisana continuava funcionando e transmitindo os dados necessários que iam direto para o simulante de Mayuri preenchendo uma barra de download no monitor de seu computador.

— Fascinante... Agora poderemos trabalhar com a decodificação do selo. O capitão pega alguma coisa em cima de sua mesa. – Mas primeiro... Kurotsuchi Mayuri tira a tampa de um pincel e caminha sorrindo maliciosamente na direção de Hisana.

—____________________________________________________

FIM FLASHBACK.

—____________________________________________________

— Não existem erros de cálculos! Tudo está certo! Então por que...!?

— Mayuri... Sama...

Nemu olha nervosa para o seu capitão irritado.

— O que foi agora!?

Nemu aponta para o monitor.

— Será que não é por causa disso...?

Todos no laboratório veem uma redoma negra gigantesca engolindo o equivalente a 2/3 da restrição criada pelos cientistas.

— Mas o que é isso!? Um dos cientistas grita sem entender o que era aquilo.

— Isso deve ser o que ela chamou de “domínio”. Mayuri corre para seu computador e realmente percebe uma interferência entre o domínio e a restrição, além do mais, não era mais possível ver o que acontecia dentro daquela coisa negra. – Os dados ainda estão sendo transmitidos, mas a interferência causada pelo domínio deve estar deslocando os pulsos de reishi entre o relógio paradoxal e o simulante.

— Mayuri-sama, não seria possível nós coletarmos as partículas espirituais que estão se perdendo por causa da interferência e realoca-las todas de uma vez para o relógio paradoxal? Se fizermos isso as partículas perdidas serão mínimas. Nemu dá a idéia.

Mayuri fica pensativo.

— Vai demorar muito, mas não mais do que demoraria se continuássemos utilizando o método que estamos usando agora... O capitão olha para seus assistentes. – Você e você! Dois shinigamis vêm correndo e ficam a sua frente prontos para receberem ordens. – Utilizem o computador central e mapeiem todas as partículas espirituais que estão se perdendo no caminho, quero que as tragam de volta para o simulante vamos transmitir toda a frequência de dados de uma vez, vamos repetir esse processo até que se complete os 100% de transferência e isso é para ontem!!! O capitão grita.

— Sim senhor!! Os dois gritam assustados correndo e caindo um por cima do outro.

— Estão olhando o que? Todos voltem aos seus postos vermes inúteis!

— Sim senhor! Seus assistentes gritam voltando a se concentrar no que faziam.

Mayuri supervisionava o trabalho dos outros enquanto fazia o seu, ele resmunga e apenas Nemu pode ouvi-lo.

— Nem pense em morrer antes de eu analisar seu corpo Kurosaki Hisana!

—____________________________________________________

{Crono Cross - Orphanage in Flames}

Seiken aparece diante de Tenebrae em um passo rápido.

— E quando ela acordar, não terá sobrado muito de você para ela amar! O felino fala com uma voz dupla dele e sua mestra.

Seiken desfere o soco cheio de violência que vinha guardando para ele, mas Tenebrae segura o punho da fera e reiatsu voa para todo lado, eles ficam medindo forças com aquelas mãos.

— Você é muito forte, sempre foi... Mas... Tenebrae desfere uma cabeçada nele. – Sua raiva não é o bastante e esse sentimento me alimenta e fortalece.

Seiken solta uma risadinha e levanta os olhos para encara-lo, uma trilha de sangue descendo pela sua testa.

— Raiva... Quem aqui tá falando de raiva...!?

Seiken não desfere uma cabeçada, mas duas, três, quatro, Tenebrae cospe sangue e tenta se soltar, mas a zampakutou segura firme o abissal e continua desferindo uma sequencia violenta de cabeçadas até que cansa da brincadeira e com um pisão joga Tenebrae para trás.

O abissal se levanta segurando a cabeça e olhando para Seiken, ele recobra a compostura como se toda a surpresa do momento tivesse passado.

Seiken também se recompõe do impacto que havia causado no abissal, ele olha para seu inimigo com olhar matador sentenciando:

— Não vou te dar a minha raiva... Ele cerra os dentes. – Vou te afogar em meu ódio e desespero!

— Então venha. Tenebrae gesticula com as mãos chamando-o. – Libere o seu ódio e desespero!

— Kaliver!!!! Seiken grita com uma voz estridente que mais parecia um rugido a zampakutou corre como uma fera selvagem apoiada nas quatro patas e pula dando o bote.

Tenebrae olhava atento para ele.

— Meu nome não é Kaliver. Uma lâmina começa a sair de dentro da palma de sua mão. – Eu sou Tenebrae e essa é a minha escuridão...

Tenebrae some e perfura o peito de Seiken que não reage, ele cospe sangue e sua visão embaça, mas o abissal nada diz apenas observa a zampakutou sofrer.

— Ao que parece você só ruge, mas não morde. Tenebrae retira a espada do peito de Seiken e com a outra mão o segura pelo pescoço. – Mesmo que você esteja mais forte que Hisana o corpo que você está usando ainda é o dela e como já percebeu, mesmo que você a regenere os limites de seu corpo já foram ultrapassados... Não há muito que você possa fazer contra mim, a não ser que queira morrer.

Seiken ri e depois começa a gargalhar.

— Eu sei por isso eu não me importo de destruir esse corpo se com isso puder acabar com você. Ele olha afiado para Tenebrae. – Corte, despedace, trucide, faça o que quiser, afinal, não é o meu corpo que estará matando. E então ri outra vez.

— Você... Suor desce da têmpora de Tenebrae.

Seiken segura no braço que segurava seu pescoço.

— Eu disse que não deixaria muito coisa de você sobrando para Hisana apreciar, que tal se começarmos pelo olho direito!

Com um gesto muito rápido, praticamente invisível para Tenebrae, Seiken aperta o braço do abissal com toda força fazendo-o abrir a mão e com a outra mão livre ele junta os dedos indicador e médio e como uma navalha desfere um golpe certeiro no olho que havia prometido.

— TSC! Tenebrae não grita, ele empurra Seiken e pula para trás segurando o olho perfurado, o braço que havia sido apertado estava dormente. – “O que houve o que foi que ele fez?” O abissal tentava entender enquanto regenerava o olho, mas ele não estava regenerando na velocidade que ele esperava.

— Agora que você percebeu? Não acredito! Seiken limpa o sangue na roupa. – Esse olho ai não vai regenerar até eu ter acabado com você, mas enquanto a gente espera o que eu arrebento em seguida?

Seiken desaparece mais uma vez.

— Será que eu perfuro logo o que você tem aqui? Ele diz tocando no peito de Tenebrae.

O abissal fica paralisado e tenta soca-lo, mas Seiken some e Tenebrae só consegue ouvir suas gargalhadas.

— O que foi “Kali-chan” está tão difícil assim me achar? Não foi você mesmo que disse o corpo de Hisana está quebrado?

Tenebrae olhava de um lado para o outro, seu olho agitado procurando em todos os cantos.

— Então por que será que mesmo assim não pode me encontrar?

Seiken surge atrás de Tenebrae dando um chute no ar para atingir sua cabeça, mas ele é surpreendido quando o abissal vira a cabeça segurando o seu pé:

— Você pode ser rápido, pode ser invisível, pode ser outro, mas o cheiro de Hisana é inconfundível.

Agora é Seiken quem olha surpreso.

{ Berserk Movie OST 2 - Hundred Years War 2}

Tenebrae joga a zampakutou com violência no chão e crava sua espada no ombro antes ferido por ele quando Hisana ainda era ela mesma.

— Arghhh!!! Ele grita de dor.

— Eu avisei, seu corpo está limitado pelas feridas e principalmente pelo cansaço de Hisana, você não é capaz de regenerá-la por completo, já observei seu corpo e existem feridas que sua habilidade não foi capaz de curar e só existe um motivo para isso. Tenebrae continuava inexpressivo. – Há muito tempo você perdeu o seu elo com Hisana e por isso não é mais capaz de se unir de maneira perfeita ao seu corpo, até a sua irmã conseguiu me dar mais trabalho.

Seiken sorria de maneira sarcástica.

— Idiota, eu disse que não estou nem ai e tudo o que você está me falando eu já sabia, mesmo assim continuo a dizer: Não vai sobrar muita coisa de você...

Tenebrae fecha a cara ao ver o cinismo de Seiken e começa a pisá-lo com força.

— Sua autoconfiança não vencerá essa batalha Seiken, seu ódio ainda não é o suficiente, será que terei de tortura-lo outra vez como fiz há quatorze anos? Arrancá-lo de Hisana e confiná-lo aos cuidados de Solomon novamente? Separá-lo de sua irmã permanentemente?

Seiken fecha a cara e sua reiatsu explode queimando os pés de Tenebrae e evaporando a lâmina negra que estava fincada em seu corpo. O abissal se afasta e se protege da emanação de reiatsu.

— Sim, isso, mais ódio Seiken isso não vai ser o suficiente para me derrotar! É com isso que você pretende se vingar? Seu ódio não é maior que o de Magnus, não é maior que o de Hisana, onde estão escondidas suas verdadeiras emoções? Mostre-me!

Tenebrae invoca outra lâmina negra e ela pulsa intensamente com aquele turbilhão de emoções.

— Sim... O ódio que sinto por você é irrelevante comparado ao que sente por mim, contudo, meu poder vibra diante do que explode dentro do seu coração Seiken, isso é o que alimenta o abissal que controla as trevas do coração.

— GRRROOOOAAHHH!!!! Seiken rugia e seus cabelos eriçam ainda mais a reiatsu ao redor de seu corpo começa a moldá-lo.

A espada de Tenebrae se distorce e o poder que ela absorvia começa a extravasar para todos os lados.

— O que...!?

A lâmina na mão de Kaliver literalmente derrete e ele olha surpreso, aquilo era mais do que ele esperava em tão curto espaço de tempo.

— Impossível! Minha espada não é capaz de absorver tanto ódio! Não é possível que exista alguém que sinta uma emoção tão forte a ponto de minha zampakutou não conseguir absorver!

Seiken gargalhava enquanto sua reiatsu agressiva demolia e evaporava tudo ao redor.

— Kaliver vou fazer você pagar em dobro tudo o que nos fez passar e não há nada neste mundo capaz de me impedir!

— O que é isso? Ele olha ao redor tudo explodir, as emoções que inundavam Seiken quando Tenebrae o fez relembrar de algo doloroso se materializava e destruía seu domínio, mas ele sorri como se estivesse satisfeito.

— Finalmente encontrou a emoção que lhe faltava...

— GRRROOOOAAHHH!!!! O corpo de Hisana começa a perder a forma e dar lugar a outra completamente diferente, ela se torna um felino majestoso de mais de dois metros com marcas de cor púrpuras iguais ao de um tigre ao redor do corpo, ele tinha uma grande juba em tom de neve que parecia chama viva e emplumava ao redor de sua cabeça e ia até metade da coluna, sua cauda balançava ao vento e na ponta uma pequena chama de reiatsu oscilava entre um dourado pálido e um azul singelo que misturava-se a sua cor assim como os pelos que ficavam em suas patas, uma aura branco-azulada circulava ao redor dos traços de seu corpo dando uma aparência etérea quase fantasmagórica ao felino que olhava com seu orbes dourados brilhantes para Tenebrae com o desejo de despedaçá-lo.

— Então essa é a personificação de seu ódio e desespero... Ele sorri de olhos fechados. – Nunca pensei que você realmente pensaria em destruir o corpo de Hisana apenas pelo desejo que sente de me destruir, muito bem, que assim seja. A reiatsu de Tenebrae se intensifica e seu corpo fica envolto em energia negra. – Venha Seiken! Mostre-me se é capaz de vencer aquele que roubou Hisana de você! Tente arrancá-la de mim a força!

Seiken ruge e corre na direção de Tenebrae, por onde ele passar os escombros voam para todos os lados.

— Kaliver!!!

Seiken grita com sua voz poderosa ecoando por todo o domínio.

—____________________________________________________

{Crono Cross OST 3 - Dragon's Prayer}

Rukia abre lentamente os olhos ela era vigiada por todos os seus amigos que sorriem ao vê-la acordar.

— Rukia!

— Kuchiki-san!

— Onde... Estou? Ela ainda parecia meio desnorteada.

— Rukia, você desmaiou logo após derrotar aquela que estava enfrentando. Ichigo sorri e estende a mão para ajuda-la a levantar.

— Derrotei...? Então Rukia se lembra de tudo, especialmente da conversa com Daedra e sobre Hisana. Ela arregala os olhos e senta repentinamente sem segurar na mão de Ichigo e seu coração fica acelerado mais uma vez.

— Rukia? Ichigo chama seu nome outra vez. – Ei você está pálida. Ele olha para Inoue. - Inoue, você conseguiu curá-la por completo?

— Por muito pouco. Ela responde olhando para a amiga e tocando em sua testa. – Kuchiki-san você está bem, aconteceu alguma coisa?

Todos estavam olhando para ela querendo entender o porquê de sua atitude repentina.

(Não posso ficar pensando nisso agora senão todos os outros ficarão preocupados e vão começar a fazer perguntas... Especialmente ele... Rukia mal consegue olhar para os pés de Ichigo. – Preciso me concentrar, essa batalha ainda não acabou). Ela pensa.

— Desculpe, eu apenas fiquei assustada, por um momento achei que a batalha não havia acabado e fiquei em estado de alerta. Ela olha apara frente não conseguindo encarar Ichigo. – O que aconteceu Inoue?

— Hisa-chan é a única que ainda está lutando, veja. Ela aponta para o gigantesco domínio.

— É... Igual ao que aconteceu da outra vez com Fisus e Granus... Ela comenta.

Inoue fecha a cara preocupada.

— Hisa-chan está lá e precisa de ajuda, Kurosaki-kun sugeriu que a ajudássemos, pois ela está muito fraca e a luta apenas fica mais intensa, eu vou criar uma barreira na frente do domínio e todos conseguirão passar.

— Inoue disse que Hisa está enfraquecendo cada vez mais por isso vamos ajuda-la. Ichigo toca o ombro de Rukia. – Só estávamos esperando você acordar. Ele diz sorrindo.

Rukia fica um pouco enrubescida e desconcertada por isso tira gentilmente a mão de Ichigo do ombro.

— Agradeço a preocupação, mas quem precisa de atenção não sou eu. Ela olha para os seus amigos exceto Ichigo. – Então agora que estou de pé é melhor irmos.

Desta vez Ichigo percebe que Rukia o ignora.

— Ei o que está acontecendo, você tem me tratado estranho desde manhã você acha que não estou percebendo que está me ignorando? Eu te fiz alguma coisa Rukia? Se não falar como acha que eu vou adivinhar se tenho que me desculpar?

Ishida, Sado e Inoue já sabiam o que estava por vir por isso naturalmente se distanciam.

Rukia olha zangada para Ichigo.

— Eu estou te ignorando? Você é quem tem me tratado estranho fingindo que não me vê.

— Fingindo que não te vejo? Deixa de ser mentirosa, eu não te fiz nada para me tratar feito bicho!

— Então pára de se meter na minha vida e vai cuidar da sua! Ela grita rispidamente para o rapaz.

Ichigo olha surpreso após ouvir tais palavras, mas Rukia parecia realmente mal humorada e irritada com alguma coisa que ele não conseguia entender.

Rukia por outro lado fala sem pensar, ela estava muito estressada com tudo que lhe acontecia por isso...

— Ichigo...

Ichigo vira a cara parecendo abatido.

— Entendi... Desculpa ter me preocupado... Prometo me esforçar para não incomodá-la de novo.

— Ichigo... Ei...

Ela tenta segurar em sua mão, mas ele some com shunpo e reaparece perto de seus amigos.

— Kuchiki-san! Vamos! Inoue grita acenando.

Rukia ainda estava com a mão esticada onde ele havia desaparecido, ela olha para a mão e fecha o punho comprimindo-o contra o peito ficando também visivelmente abatida.

— Kuchiki! Sado a chama.

Rukia olha para ele tentando ajeitar a expressão e utiliza shunpo para alcançá-los.

— Vamos! Ichigo fala firme como se nada tivesse acontecido e ignorando Rukia.

Os cinco saem correndo.

Uma explosão faz o domínio de Kaliver tremer e o chão desaba sob os pés dos cinco amigos eles caem em um enorme buraco.

— Estão todos bem? Ichigo pergunta.

— Mas o que foi isso? Ishida pula do buraco com Inoue no colo e a põe no chão.

— Veio de dentro do domínio. Sado observa.

— Dá para sentir... Inoue começa a suar sem conseguir falar.

— Inoue? Rukia estranha a amiga.

A jovem sente um desconforto estranho.

— Essa reiatsu! Inoue leva as mãos ao peito e se ajoelha sufocando.

— Inoue-san! Ishida grita assustado.

— Inoue! Gritam Ichigo e Rukia.

— Hisa-chan... Hisa-chan!... Lágrimas começam a descer de seus olhos... - Eu consigo sentir... As emoções dela me sufocando e invadindo meu coração como navalhas...

— O que está acontecendo lá dentro! Ichigo grita tão preocupado que sua voz abafa o tom de pergunta.

Inoue com suas emoções incontidas parecia falar sozinha ao invés de responder:

— Hisa-chan... Por favor... Não se entregue ao ódio...

Seus amigos ficam sem reação.

—___________________________________________________

{Crono Cross OST 3 - Dragon God}

Tenebrae desfere duas esferas negras de energia na direção de Seiken, o felino vinha a toda velocidade, mas consegue esquivar e cravar seus dentes afiados no ombro de Tenebrae, contudo, pelo seu tamanho descomunal metade do corpo do abissal fica preso aos dentes da enorme fera.

— Droga...! Tenebrae cospe sangue e fica impossibilitado de mexer o braço que portava sua espada, então ele invoca uma nova na mão oposta e começa a desferir estocadas em Seiken. – Seu miserável.

A vista de Tenebrae estava embaçando a medida que perdia mais e mais sangue negro, mas Seiken também sentia os golpes que ele lhe desferia, mas ao contrário de Tenebrae ele não enfraquecia.

Por um segundo Tenebrae observa os olhos de Seiken e eles não eram mais dourados, estavam brancos, como se ele estivesse possuído pelo seu próprio sentimento de ódio e isso assusta o abissal, as emoções de Seiken estavam influenciando sua própria habilidade e quando menos espera sua espada...

— Minha espada! Ele arregala os olhos.

Seiken começa a absorver o reishi do abissal que encobria todo o seu corpo e cada vez que Tenebrae desferia um golpe na fera esta começava a perder efeito e a ser engolida pela zampakutou de Hisana.

— ARghhh!!! Tenebrae grita em agonia, ele sentia sua vida sendo sugada por aquele turbilhão de ódio, se aquilo continuasse ele seria destruído, mas Seiken também.

(“- Eu vou afogá-lo em meu ódio e desespero”).

Tenebrae se lembra destas palavras e testemunhava isso realmente acontecer, era como se tudo o que aquela zampakutou que tinha vida própria tinha guardado e acumulado dentro de si estivesse explodindo agora.

— Cero Tetra Obscurus! Tenebrae grita e seu corpo projeta várias rajadas transformando-o em uma espécie de porco-espinho de ceros elas atravessam o corpo de Seiken e ele cospe sangue e finalmente solta o abissal.

Tenebrae cai de joelhos no chão.

Seiken fica a alguns metros de distância com um pedaço do abissal na boca.

Tenebrae fica cuspindo sangue e tremendo de dor no chão, então ele ouve Seiken dizer:

— Eu te mostrei o meu ódio...

Tenebrae levanta o rosto para observá-lo.

— Agora te mostrarei o meu desespero...

Seiken corre e desfere uma cabeçada em Tenebrae que voa no ar a fera o acompanha em uma velocidade absurda e passa por ele desferindo um golpe giratório com o próprio corpo, Tenebrae cai no chão e sente seu corpo quebrar, mas quando olha para cima vê Seiken concentrando uma energia negra na boca.

— Impossível... Cero!??? Ele geme.

A esfera de energia era enorme e causava uma estática distorcida no domínio, dos céus a fera ruge:

— Desapareça de novas vidas! KALIVER!!!!

Ele lança a enorme energia no abissal.

Quando Tenebrae vê a energia chegando ele apenas fecha os olhos.

—____________________________________________________

Os amigos de Inoue estavam ao seu lado tentando entender o que ela sentia e principalmente o que acontecia dentro do domínio, afinal sem Inoue eles não poderiam entrar.

— Não se entregar ao ódio, do que está falando Inoue? Ichigo pergunta.

— Hisa-chan, ela... Não é ela! Tem alguma coisa “apagando” a presença dela lá dentro, algo assustador... Uma ameaça maior que o abissal que está lá dentro... E essa sensação... Esse medo... É como se estivesse me dizendo para não entrar lá! Inoue estava tremendo de medo e seu corpo estava frio.

— Como assim? Ichigo fica agitado. – Agora é que eu quero entrar lá mesmo! Ele fica bufando, mas extremamente inquieto. – Inoue você tem que levantar!

— Seu idiota não force Inoue a fazer algo que ela não consegue! Ishida grita rispidamente para Ichigo. – Ela acabou de dizer que existe algo perigoso lá dentro mais perigoso que o abissal, quando chegar lá você vai fazer o que? Oferecer ajuda a quem? Hisa? Ao que parece é o abissal agora quem precisa de ajud...

Uma explosão dentro do domínio faz ele rachar e deixar uma fenda no limite superior que encobria a restrição, uma reiatsu avassaladora “vaza” por essa fenda jogando todos no chão e fazendo Ichigo e seus amigos sufocarem.

— UAAAHHHH!!!! Eles gritam de dor e medo.

Ichigo rapidamente muda de idéia quando sente a pressão espiritual esmagando seu corpo, ele suava e sua expressão era de medo real.

Medo real da morte.

Uma barreira dourada cria uma redoma cobrindo Ichigo e seus amigos.

Era Inoue, a jovem estava de joelhos no chão com a mesma expressão que seus amigos, ela chorava por que percebe que toda a energia que sentia era “filtrada” pelo domínio e agora todo aquele turbilhão de emoções tinham caído sobre sua cabeça.

Ishida e Sado se aproximam de Inoue e a ajudam a se levantar, mas eles também se ajudam a ficar de pé.

Rukia estava de joelhos no chão suando e respirando descompassada ela sente um turbilhão de emoções tão grande invadindo seu corpo que a faz chorar, era como se ao mesmo tempo ela tivesse sentindo toda a tristeza do mundo tomar conta de seu coração.

— Pessoal... Era Ichigo puxando golfadas de ar e voltando a falar. – Vocês... Bem?

Mesmo tendo cortado pela metade o que tentava dizer seus amigos acenam que sim.

— É por isso que ela não queria que nos metêssemos nessa luta... Incrível... Nem se compara com o poder que sentíamos emanando dela antes... Então o capitão Mayuri conseguiu. Ichigo limpa o suor da testa.

— Mas essa energia está agressiva demais, parece outra pessoa... Tem certeza que é a Hisa-san? Ishida direciona com os olhos a pergunta para Inoue.

Ela assente que sim e volta a olhar para o domínio.

— Essa é sim a Hisa-chan... Mas eu posso sentir apenas sofrimento emanando dela... Como se ela não quisesse ser assim... – Hisa-chan... O que está acontecendo...?

Rukia presta atenção no que Inoue diz e também volta o olhar para o domínio.

— O que está acontecendo com você, Hisana...? Ela fala em um cochicho. Rukia fica preocupada, mas este sentimento também a deixa confusa.

Inoue parecia estar passando mal.

— Pessoal... Eu não sei quanto tempo esta barreira vai aguentar por que não me sobrou muita energia por isso fiquem preparados para o pior. Inoue relata o fato tentando se concentrar em suas próprias emoções.

Ishida toca no ombro de Inoue.

— Use a minha energia.

— Mas... Ishida-kun.

— Inoue se essa barreira cair nós também vamos cair, apenas faça isso, use minha energia.

Inoue sorri e seu rosto enrubesce quando Ishida lhe estende a mão e a toca com delicadeza, Inoue fecha os olhos e sente o fluxo de reishi do seu amigo entrando em seu corpo, era uma sensação aconchegante e naquele instante ela conseguia parar de pensar nas emoções negativas que prejudicavam seu corpo.

A barreira se intensifica e fortalece, mas mesmo assim...

Os cinco não conseguiriam sair dali tão cedo.

—____________________________________________________

Um enorme cogumelo de poeira começa a se dissipar Seiken estava parado no ar rindo e apreciando o trabalho bem feito, para ele Kaliver era apenas uma memória ruim prestes a ser apagada de seu passado e também ria de Hisana e do que ela provavelmente acharia de tudo aquilo depois que acordasse, ele não havia poupado nenhum esforço em destruir o homem que odiava e por isso não fazia idéia do estrago que estaria o corpo de Hisana.

O felino levanta a pata para observar o relógio paradoxal, ele emitia parâmetros de alerta e soltava uma estática ao redor.

— Trabalho bem feito, consequências bem vindas. Ele sorri sarcasticamente.

O corpo do abissal pouco a pouco aparece dentro de um enorme buraco Kaliver outrora Tenebrae jazia no chão cheio de feridas profundas e mortais ele conseguia ver Seiken ao longe rindo de tudo aquilo como se fosse uma brincadeira.

— Quem... Imaginaria... Tanto poder... Ele diz.

Seiken observa Kaliver por um momento e sua expressão fecha outra vez, então ele vem descendo vagarosamente, sua forma voltando mais uma vez a Hisana.

— Se você sobreviveu a tudo aquilo significa que você não era tão ruim assim Kaliver.

— Hisana...

— Hisana? Não, não, ela não está aqui.

— Preciso... Hisana...

Seiken sente uma sensação diferente no corpo, ele sabia que não tinha mais tempo.

— He! Droga queria ver muito a expressão dela ao dar de cara com esse lixo que você se tornou, é uma pena que não posso olhar, mas... Seiken abre os braços. – Me dou por satisfeito fazê-la chorar, assim ela nunca mais vai tentar me trair! Seiken começa a gargalhar e a desaparecer, as marcas no corpo desaparecem os cabelos de Hisana voltam a enegrecer e seus olhos castanhos cansados surgem, ela puxa uma golfada profunda de ar e cai de joelhos no chão olhando confusa para os lados.

{Crono Cross OST 3 - {Reminiscing ~Uneraseable Memory}

— O... Quê... Ela enxerga Kaliver estirado no chão logo a sua frente, a situação dele parecia séria. – Kaliver! Ela tenta se levantar, mas ao gritar ela sente uma dor terrível na barriga e vomita sangue. – AAAHHHH!!! Hisana grita enquanto várias feridas começam a se abrir pelo seu corpo ela vai perdendo as forças até cair de cara no chão, seu corpo começa a entrar em choque pela dor que sentia.

Kaliver ao ver aquilo sente algo profundo mexer consigo, ele com muito esforço se vira e começa a se arrastar na direção de Hisana.

— Hisa... Na... Para ele respirar parecia tortura, mas ele precisava chegar até ela a qualquer custo.

Hisana ouve a voz de Kaliver quase um gemido e tenta levantar a cabeça para olhá-lo.

(O que aconteceu... Eu não entendo... Quem fez isso com ele, eu não me lembro... A imagem de sua zampakutou revoltada aparece na sua cabeça e ela arregala os olhos. – Ele... Mas por quê...).

— His...

— Kaliver... Ele fez isso... Eu não queria... Os olhos dela tremiam.

Kaliver se levanta, mas ao conseguir dar dois passos ele cai novamente.

— Não... Por que isso está acontecendo comigo... Os olhos de Hisana ficam marejados.

Kaliver não conseguia mais se mexer. E seu sangue começa a esvair do corpo.

— Ka... Hisana engasga sem conseguir falar.

O relógio paradoxal outrora emitia um sinal de alerta, mas agora vários parâmetros surgiam na pequena tela e um código é inserido remotamente, ele emite um bipe e Hisana não consegue ouvir, mas por algum motivo sente um pouco de sua energia voltando.

Ela se apoia nos braços e uma dor terrível no ombro direito a faz querer desistir, mas ela põe uma perna depois duas e respira exaurida então caminha até Kaliver e se joga sobre os joelhos outra vez.

— Kaliver... Por que fez isso comigo...?

O abissal abre o olho que ainda estava bom e a sua boca se mexe vagarosamente.

— Por que... Era... Esse o meu desejo...

— Mesmo você me irritando... Se esforçando para me fazer lutar contra você... Eu no fundo ainda sentia algo estranho...

— Não tenho... Muito tempo...

— Não diga bobagens, olha o que você fez comigo... Você não está muito diferente, se eu consigo sobreviver você também pode.

— Não posso... Ele toca no peito e mostra a Hisana seus diversos ferimentos mortais.

— Então desfaça o domínio, eu posso chamar a Inoue e ela pod...

Kaliver toca no rosto da jovem.

— Hisana... Eu quero morrer.

Quando ouve isso as lágrimas de Hisana começam a descer.

— Por favor não diz isso para mim... Não depois de tudo aquilo... Ela fecha os olhos soluçando.

Kaliver ainda tocava no rosto de Hisana.

— Desculpe ter feito isso com você, no final... Eu só pude causar sofrimento...

— Idiota... Sofrimento ou não você ainda conseguia me fazer sorrir naquele inferno. Hisana abre os olhos para ele. – Mas eu nunca pude fazer o mesmo por você...

— Eu nunca precisei sorrir... Para mim o seu sorriso... Já era o bastante para me deixar feliz.

— Então por que tinha que fazer isso?! Por que não pôde abandonar Magnus e ficar comigo? Por que nós tivemos que chegar a isso Kaliver me responda!

— A carta... Urahara... Logo entenderá...

— Carta? Que carta?

Kaliver cospe sangue.

Hisana se desespera.

— Kaliver, não, você não pode morrer! Não desse jeito! Não do mesmo jeito... As lembranças de quando ela era criança jogam Hisana em um turbilhão de emoções e suas lágrimas caem sobre o abissal quase sem vida. – Por que... Por que todas as pessoas que eu amo precisam morrer na minha frente eu não consigo fazer nada? Ela diz tremendo.

— Hisana... Elas não precisam mais morrer... Por que você está aqui...

Pela primeira vez em toda sua vida Hisana vê algo inédito.

Kaliver sorrindo com sinceridade.

O abissal tinha mostrado vários sorrisos durante a luta: Raiva, cinismo, confiança, mas aquele sorriso havia mexido com o coração de Hisana

— Me prometa... Que o meu espirito... Você vai...

— Mas você... Eu... Kaliver eu...!

Ela não conseguia mais responder, porém acena positivamente com a cabeça.

Kaliver passa a mão pelo rosto de Hisana e dedilha seus lábios sua visão ficando fraca.

— Hisana... Eu... Eu... As lágrimas do abissal molham seu rosto em meio ao sangue... Sinto muito por tudo o que eu fiz... Espero que um dia possa entender...

— Kaliver não me deixa também Por favor... Eu... Hisana tentava falar alguma coisa, mas sua voz nunca saia.

Kaliver ainda sorria.

— Eu também te...

Hisana não espera ele terminar de falar, ela baixa sua cabeça e tocando no rosto de Kaliver com suas duas mãos acariciando-o sela os seus lábios ao dele.

A mão que acariciava o rosto de Hisana vai perdendo as forças e vagarosamente cai no chão, Hisana sente os lábios de Kaliver pararem de mexer e abre os olhos, mas os dele já haviam fechado, ela entra em desespero.

— Kaliver...? Kaliver? Ela mexe em seu corpo. – Kaliver?! Ela levanta a voz. – KALIVER! Ela grita e fica mais difícil respirar, o coração de Hisana batia tão rápido absorvendo aquela realidade que ela sente sua alma despedaçar. – Kaliver não! Ela enterra seu rosto no peito do abissal e logo segura sua cabeça apertando-o contra seu rosto ela chorava e gemia de uma dor que a fazia ignorar o estado de seu corpo.

Hisana ergue a cabeça aos céus e grita imersa em tristeza:

— KAAaaLiiIIiiVVVeEeErrRR!!! Seu grito faz o domínio tremer.

Então dentro daquele lugar repleto de sombras silenciosas era possível ouvir apenas o choro e lamentos de uma única pessoa perdida em seus próprios sentimentos.

—____________________________________________________

Continua...

—____________________________________________________

CENAS DO PRÓXIMO CAPÍTULO!!!

—____________________________________________________

—Hisa-chan!

— Hisa!!!

Hisana olhava para o corpo de Kaliver quando ouve a voz de seus amigos adentrando o domínio com a ajuda de Inoue, ela enxuga suas últimas lágrimas e se vira de costas para olhar sua família.

— Ei, Hisa!!!

Seus amigos vinham correndo e sorrindo eles acenavam contentes em vê-la bem, Hisana fecha os olhos e se deixa sorrir, pois estava muito feliz em vê-los, ela pousa a mão sobre o ombro machucado e começa andar da maneira que pode em suas direções.

— Hisa-chan você está viva! Inoue exclama sorridente.

Ichigo e seus amigos continuavam a correr apressados, até que de repente suas expressões murcham e eles desviam o olhar para o céu, em seguida suas expressões se tornam em surpresa e por fim, desespero.

— HISA CUIDADO!!!!

— HISA-CHAN!!

— ATRÁS DE VOCÊ!!!

Seus amigos gritam fazendo expressões desesperadoras.