Halloween: A New Vampire escrita por AzeVix


Capítulo 9
Cap 9'


Notas iniciais do capítulo

Oi de novo
Dois caps em um só dia??
Aproveitem que eu naum vou fazer isso de novo



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– Os dois vampiros eram... – perdi a fala quando percebi que eu havia pensado alto. Para minha surpresa ele sorriu.

– Sim, eram Kamila e Kevin. Eles me salvaram da morte e me ensinaram tudo que eu precisava saber. Eu fiquei muito amigo deles e vivemos juntos por umas semanas. Mas um dia durante um passeio na rua eu vi um cartaz de desaparecidos com minha foto. Meus pais e meu amigo estavam procurando por mim. Fiquei tão feliz, queria tanto encontra-los para dizer que eu estava bem e vivo de certo modo. Kamila e Kevin não foram a favor da minha ideia maluca de ir procura-los, mas não me impediram de ir encontra-los. Uma coisa que eu não devia ter feito.

Nessa hora Richard fechou os olhos com força e eu segurei as suas mãos para dá-lo algum conforto, ele abriu os olhos dando um sorriso forçado antes de continuar.

– Primeiro fui atrás do meu amigo, encontrei ele em sua casa ele me recebeu feliz e com um grande abraço, mas quando sentiu que eu não era mais o mesmo ele se afastou com nojo e me mandou ir embora e para que eu nunca mais voltasse. Fiquei completamente arrasado, achei que meu melhor amigo fosse ficar feliz por eu estar... vivo. Mas ele me desprezou dizendo que preferia que eu estivesse morto de verdade.

– Sinto muito. – falei com a voz engasgada pelo choro que tomou conta de mim. Ele limpou meu rosto com a ponta dos dedos sorrindo.

– Não sinta, é nas piores horas que reconhecemos os verdadeiros amigos. Pensei que se eu visse meus pais as coisas melhorariam, mas se o encontro com meu amigo foi ruim, com meus pais foi pior ainda. Minha mãe me chamou de monstro e de tudo mais o que você imaginar, disse que eu não era mais o seu filho, achei que meu pai fosse me entender já que éramos mais próximos, mas ele me recebeu com uma estaca no peito.

Solucei alto completamente histérica. Eu jamais imaginaria que o Richard tivesse passado por isso, ter sido rejeitado pelos próprios pais. Eu praticamente me joguei em seus braços querendo confortar ele e a mim também.

– Calma Stell. Isso é passado, sou muito feliz vivendo com Kevin e com a Kamila e sou mais agora que conheci você. Só lhe contei isso pra você não passar pelo o que eu passei.

Eu agora entendia o ponto dele, ele apenas não queria me ver sofrer. Eu sabia que se caso eu um dia me transformasse eu teria que deixar minha família, mas acontece que meus pais morreram faz três anos e meio e eu não tenho mais nenhum parente, moro sozinha em um prédio aqui no bairro e trabalho em uma escola de artes para pagar minhas contas. E eu acredito e confio minha vida em meus amigos, se não fosse por eles eu jamais teria passado daquela faze da minha vida que marcou meus 14 anos. Não quis discutir com o Richard no momento então deixei esse assunto de lado, por enquanto, e praticamente me derreti em seus braços e apoiei minha cabeça em seu peito.

Nós ficamos um bom tempo em silencio, quando eu finalmente consegui me controlar, eu resolvi dizer alguma coisa.

– O que você queria me perguntar? – falei de repente. Ele me olhou confuso e eu forcei um pequeno sorriso. – Você havia dito antes que eu só podia te perguntar uma coisa se eu deixasse você perguntar também. – expliquei e ele sorriu.

– Eu me lembro disso. – ele falou desviando um pouco seu olhar. Foi ai que percebi que ele não estava confuso e sim, nervoso. Dessa vez sorri abertamente.

– Pode falar, não vou rir. – falei, mas instantaneamente soltei um risinho.

– Não é engraçado, é mais... indelicado. – disse franzindo mais as sobrancelhas. Não disse nada e esperei ele continuar. Richard respirou fundo.

– Eu sei que você esta usando lente e maquiagem e um pouco de pintura. – disse ele segurando de leve o meu pulso. – Mas é que eu gostaria de ver como você realmente é. – disse ele abaixando a cabeça envergonhado. Sorri e segurei seu rosto o fazendo olhar novamente pra mim.

– Não é indelicado, acho bem justo. Mas posso pedir uma coisa? – falei nervosa e foi a minha vez de desviar os olhos, olhei em seu peito. Ele riu.

– Sim, você pode continuar com as presas de vampiro. – ele ria.

– Ei! Você esta me pedindo para tirar minha fantasia, se eu fizer isso vou ser expulsa daqui. Seu eu ficar com as presas posso fingir que sou uma vampira mais moderna. – dei a desculpa mais idiota que pude pensar, na verdade eu queria ficar com as presas por querer mesmo. Não tente me entender, seria uma completa perda de tempo!

– Huhum! Vou fingir que acredito nessa sua desculpa esfarrapada. – disse ele rindo mais. Bati de leve em seu peito, mas não pude me conter e ri também. – Ok, parei! – ele falou se controlando. Eu lhe dei um leve selinho antes de me afastar.

– Volto logo. – falei me virando.

A esquerda de onde estávamos tinha duas portas eu fui ate lá, uma tinha um menino desenhado e a outra tinha uma menina. Entrei no banheiro feminino e tranquei a porta, já que não tinha ninguém lá dentro. O banheiro era branco com as portas das cinco cabines de uma cor pastel. As cabines ficavam a esquerda e as pias a direita, toda a parede acima das pias eram repletas de espelhos.

Eu me olhei no espelho e estranhei o que vi, a garota tinha uma tira de pano amarrada em volta da cabeça prendendo os mesmos cabelos escuros e meio avermelhado que os meus, sua pele era pintada em um tom mais claro e seus olhos eram vermelhos como sangue e estavam um pouco inchados por causa de um choro recente. Ela era igual a mim, mas parecia diferente de algum modo, não sei em que.

Balancei minha cabeça deixando isso de lado e olhei em volta procurando por papel ou alguma toalha. Vi uma toalha dependurada perto das cabines, andei ate lá e a peguei, mas assim que encostei minha mão na toalha senti uma sensação estranha de alguém me observando, olhei em volta assustada, mas só tinha apenas eu ali.

– Você esta começando a imaginar coisas. Se concentre e não demore, Richard esta te esperando lá fora. – falei sussurrando comigo mesma e me senti mais calma.

Ignorei a estranha sensação e peguei a toalha voltando para os espelhos. Senti minhas presas bambearem, então tirei a minha caixinha do bolso da minha calça e a abri em cima da pia. Procurei o cola que eu uso para cola-las nos dentes, mas ela não estava ali. Suspirei e tirei as presas da minha boca e as guardei em uma das divisórias da caixa pequena. Lavei as mãos com sabão e molhei a ponta do dedo no liquido que estava dentro de um dos lados da caixinha me inclinei para mais perto do espelho e rapidamente tirei a primeira lente e a guardei em um lado menor da caixa, rapidamente fiz a mesma coisa com o outro lado. Confesso que me senti estranha sem as lentes vermelho vivo. Fechei a caixinha e a guardei de volta no bolso.

Molhei uma ponta da toalha e comecei a passá-la nos braços, deixei a toalha em cima da pia um momento e desamarrei a tira de pano da minha testa. Abri a torneira e a lavei rapidamente tirando o sengue seco, dei uma torcida no pano e o enrolei em meu antebraço direito novamente.

Voltei a olhar no espelho para conferir o machucado da minha testa, não estava tão ruim como eu pensei que estaria, não pude ver direito por causa do sangue que secou ali, molhei a ponta dos dedos e passei na testa para limpar, em seguida passei a toalha para secar, não estava tão ruim assim, ainda ardia, mas pelo menos o sangue coagulou. Aproveitei e tirei a pintura do rosto sem me preocupar em manter a maquiagem, se o Richard queria me ver do jeito que eu era, não via o porquê de mantê-la.

 Molhei outra ponta da toalha e comecei a passá-la nos ombros e no colo sempre observando meus movimentos pelo espelho, vez ou outra eu olhava pra baixo. Assim que eu terminei meus olhos se focaram aterrorizados em uma criatura negra que se materializou atrás de mim, seus olhos foram o que me chamou mais atenção, eram completamente brancos. O seu reflexo no espelho fez uma tremedeira tomar conta do meu corpo e eu me virei arfando por causa do susto, não o vi atrás de mim, tive apenas um pequeno vislumbre da criatura saindo por uma das pequenas janelas acima das cabines. Aquela risada sinistra que eu tinha ouvido na rua antes ecoou pelo banheiro junto com um chiado estranho que fez o pelo dos meus braços se arrepiarem.

Joguei a toalha em um canto qualquer e tratei de sair de lá rapidamente. Destranquei a porta e praticamente me atirei pra fora do banheiro, mas trombei em alguma coisa muito dura no caminho que mais parecia uma parede, quase cai, mas antes alguma coisa me segurou pelos braços. Me debati tentando me soltar do seu aperto e respirei fundo para gritar.

– Calma Stell! Sou eu! – ouvi a voz de Richard e olhei pra cima. Era ele quem estava me segurando e parecia completamente assustado, soltei o ar que estava preparado para o meu grito e me joguei em seus braços, foi só ai que eu percebi que estava chorando.

– Richard. – sussurrei minha voz abafada pelo seu peito.

– Stell? O que aconteceu? Por que esta assim? – agora sim ele parecia completamente aterrorizado.

– Tem alguma coisa no banheiro. – me forcei a falar. Ele me puxou para o lado e me deixou encostada na parede.

– Fique aqui e não saia. Não vou demorar. – falou ele e de repente sumiu. Me forcei a controlar os tremores que tomaram conta do meu corpo, não sei se eram tremores de medo, mas eles me indicavam que alguma coisa ruim estava para acontecer e eu me abracei tentando controlar as lagrimas que insistiam em cair. Em alguns segundos Richard apareceu na minha frente me envolvendo em seus braços.

Ele me puxou de lado e logo estávamos sentados em um daqueles bancos compridos da mesa de antes, Richard continuou me abraçando e afagou meus cabelos.

– Tudo bem Stella. Ele já foi e não vai voltar. – disse ele me acalmando. Tive de ter certeza de que minha voz iria soar firme antes de falar.

– Ele? – fiquei e feliz que minha voz saiu estável. Richard demorou um pouco para responder.

– Era um vampiro Stell. – sua voz foi estranha, mais sombria e assustadora.

– Ele esta me seguindo. – as palavras fluíram pela minha boca sem eu me dar conta.

– Ele o que? O que você disse? – ele parecia exaltado. Me senti mais controlada e me afastei do seu peito para olha-lo nos olhos.

– Foi antes de encontrarmos vocês, eu tinha visto um vulto atrás de nós enquanto eu, Any e Dany andávamos na rua depois escutei uma risada estranha. A mesma coisa aconteceu agora no banheiro. – falei grata por minha voz ter saído firme novamente.

– Não precisa ter medo, ele não vai chegar perto de você. – disse ele firme. Me senti segura com ele ao meu lado e percebi que desde o começo eu não estava realmente com medo dele, eu estava com medo de outra coisa.


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Notas finais do capítulo

Proximo cap só mes que vem
Beijos