A Preferida 2 - O Ano Da Formatura escrita por Roli Cruz


Capítulo 26
O Chalé dos Parsons/Sanders


Notas iniciais do capítulo

Graças às inúmeras ameaças de morte que minha irmã me fez (incluindo um bicho papão e ela mesma com uma faca apontada pra minha cabeça) e graças às leitoras fofas que deixaram um review no capítulo passado, aqui está mais um (:
Eu gostei de fazer esse ^^
Aliás, como será extremamente difícil colocar banner na história, nesse capítulo tem 6 GIFS extremamente lindos do Nicholas Dekker *------*
Eu o amo... Enfim...
Espero que também gostem!
Beijos!



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O Google avisava que a viagem de Tulsa até Los Angeles seria longa. Aproximadamente umas 22 horas. Sim, um tempo enorme, concordo. Mas, como eu e o Andrew somos muito comunicativos, conseguimos (falando com os moradores dali) encurtar o caminho para 15 horas. Sendo que chegamos a Los Angeles passando pouco da uma hora da manhã.

Ninguém aguentava mais ficar enfiado naquele jipe.

Se eu não estivesse tão cansada, acharia até engraçado quando Amani se jogou no chão e gritou “Terra firme, finalmente!” e teria rido mais ainda ao ouvir a resposta do Andy. Algo como: “Dramático! Eu nem corro tanto assim. Tem que agradecer por termos diminuído tanto o tempo de viagem.”.

 Entramos na casa – que mais parecia um chalé – e eu não consegui disfarçar a admiração pelo interior decorado. Fiquei boquiaberta. Era tudo magnífico.

 A sala dividia-se em duas partes; Logo na entrada, perto da parede, havia duas poltronas e um sofá de frente para uma lareira. Um pouco mais à frente, dois degraus separavam esse patamar de um mais baixo, onde havia uma mesa de sinuca e, mais a frente, uma grande porta de vidro dava vista para uma piscina aquecida.

 - Cuidado para não deixar a baba escorrer, Connor. – Ouvi Philip dizer, enquanto subia as escadas para o segundo andar, onde se encontravam uma sala com televisão e três quartos. Fora os banheiros.

 - Andrew... – Chamei o garoto, pronta para perguntar algo que nunca tive coragem para fazê-lo. Ele se virou com um sorriso largo no rosto bonito. Claro que eu não teria força o suficiente para acabar com a felicidade dele naquela hora. Decidi perguntar outra coisa: - Quem vai dormir aonde? Estou cansada. – Sorri timidamente.

 - Muito bom ter perguntado isso, chata. – Ele piscou um olho. – Seguinte – Ele disse, fazendo todos prestarem atenção nele. – Somos seis. Eu e o Phillip vamos ficar com um quarto, Nicholas, que ainda não chegou, vai dividir um com o Amani e as donzelas ficam juntas. – Ele apontou pra mim e pra Piper.

 - E é melhor irem logo, se não eu pego o melhor quarto. – Ouvi uma voz rouca vinda da porta. Nicholas havia acabado de chegar e evitava me olhar nos olhos.

 *

 - É impressão sua. – Piper disse, depois de eu ter desabafado.

 - To falando. – Retruquei. – Ele não quer mais falar comigo.

 - Você gosta do Phillip? – Ela ergueu uma sobrancelha.

 - Você sabe que não. – Fechei a cara.

 - Então você tem que explicar isso pro Nicholas. – Ela deu de ombros, se jogando na cama.

 Respirei fundo e fui em direção à porta.

 - Aonde você vai?

 - Beber água. – Respondi, saindo do quarto.

 O corredor estava escuro e a única luz eram os pequenos filetes de luar que saíam pelas janelas.

 Andei arrastando os pés até a cozinha, no andar de baixo.

 Na verdade, não estava com sede ou com vontade de beber. Queria era estar sozinha e pensar.

 Pra começo de conversa, meu pai, provavelmente, já havia tido um infarto com meu desaparecimento repentino. Margareth já deveria estar pensando no que fazer com minhas roupas e Katherine... Bom, não gosto nem de pensar no que já fez com a minha cama. Ou melhor, na minha cama.

 E ainda tinha o problema do Nicholas com a Nadia e o Peter. E se ele fosse realmente o pai do garoto? E se... Bom... O Nick não era tão... Tão... Cara de pau assim. Era? Ele me largaria? Aliás... Se o Peter era mesmo filho dele, porque aquela sirigaita não havia aparecido antes?

 - E se... – Pensei alto. – For uma armadilha? Ah... Aquela vadia vai pagar por isso.

 - Coitada dela. – Ouvi uma voz atrás de mim. Pulei com o susto e virei imediatamente para a pessoa.

 - Calma. – Ele riu. – Parece até que cometeu um crime. Sou só eu.

 - Uhum. – Estreitei os olhos. Ele me contornou e sentou-se à mesa de sinuca, olhando para a piscina através do vidro.

 - E então, Connor. Que faz aqui?

 - Pergunto a mesma coisa pra você. – Respondi, olhando a luz do luar batendo sobre a água cristalina do lado de fora.

 - Bom... Não consigo dormir direito. Não com um irmão tão chato, que só fala daquela moreninha. – Ele riu e levou o copo que segurava à boca.

 - Para de rir. – Fechei a cara. – Ele a ama. E isso é fofo.

 - Ohh... Não sabia que você tinha um lado romântico. – Ele ergueu uma sobrancelha loira e eu revirei os olhos, sentando em cima da mesa também.

 Durante vários minutos nós ficamos em silêncio, apenas admirando o show de luzes na superfície da piscina.

 - Quem vai pagar? – Phillip perguntou, acabando com o silêncio.

 - Uma garota aí... – Dei de ombros.

 - E o que ela fez pra você ficar tão nervosa?

 Olhei pra ele com uma sobrancelha erguida.

 - Tá dando um de detetive pra cima de mim, mesmo?

 - Ok. – Ele ergueu as mãos como forma de redenção. – Não está mais aqui quem falou.

Ficamos em silêncio novamente. Inacreditável. Como o Nicholas pôde pensar que eu estava atraída por esse mala sem alça ao meu lado?

 - E, provavelmente, o filho não é dele. – Phillip disse indiferente, como se estivesse falando, “comi pipoca ontem”.

 - Hãn? – Perguntei depois de um ataque de tosse repentino. – O que você disse?

 - O Dekker. – Ele deu de ombros. – Tudo indica que o filho não é dele. Ela demorou demais para procurar o Nicholas.

 - Espera aí... Como você soube da história? – Eu estava boquiaberta.

 - Minha noiva é médica. – Ele respondeu. – Foi pra ela que a garota pediu o exame.

 Engasguei com a saliva de novo e fiquei ainda mais chocada.

 - Você é noivo?

 - Sim.

 - Sério?

 - É surda? – Ele riu.

 - É muita informação pra um minuto só. – Falei, balançando a cabeça negativamente. – E onde sua noiva está?

 - Em Las Vegas. – Ele disse meio cabisbaixo, mas sem alterar muito o tom de voz.

 - Não é longe daqui. – Dei de ombros.

 - É longe de Nova Iorque. – Ele retrucou. – Mas em todo caso, em menos de um ano, isso não será mais um problema. – Ele sorriu.

 - Por quê? – Juntei as sobrancelhas.

 - Estamos esperando a formatura do Andrew. – Ele disse, esperando que eu entendesse. Não o fiz.

 - E...? – Incentivei.

 - Bom, achei que era meio óbvio. Vamos nos casar. – Ele sorriu. Não pude deixar de sorrir também.

 - Parabéns.

 - Ainda não me parabenize. – Ele tentou parar de sorrir, sem conseguir. – Só no dia do casamento.

 - Você não sabe se eu vou. – Ergui uma sobrancelha.

 - O Andrew me mata se você não for. – Ele riu.

 - Hey... Posso fazer uma pergunta? – Admirei meu próprio pé descalço.

 - Faça. Só não prometo responder.

 - Porque você tem o sobrenome Parsons e o Andrew, Sanders? – Juntei as sobrancelhas. Perguntaria isso ao outro mais cedo, mas fiquei com receio de acabar com a felicidade dele.

 Ele estreitou os olhos claros e encarou a piscina. Parecia medir as palavras.

 - Nossos pais não se casaram por amor, sabe? – Ele disse, finalmente.

 - Que horror...

 - Eu sei. – Ele riu. – Acontece que, quando eles tinham minha idade, mais ou menos, meu avô materno decidiu que sua única filha... – Ele parou para me encarar com cara de deboche. – Que ainda não tinha arranjado nem um amante. – Sorri com o jeito que ele falou. – Ele decidiu que iria escolher o próprio genro. Então achou meu pai, filho de um grande, e rico, boiadeiro na época.

 - Mas o que isso tem a ver com os sobrenomes? – Juntei as sobrancelhas.

 - Aí é que está. – Ele piscou. – Eles nunca se entenderam direito. Então, dois anos atrás, quando se separaram, mamãe deixou que os dois filhos escolhessem o sobrenome. Era o jeito que ela achou de humilhar meu pai, pois achava que os dois escolheriam o dela de solteira; Sanders.

 - Mas você escolheu o do seu pai. – Adivinhei.

 - É... – Ele deu de ombros. – Nunca me dei muito bem com minha mãe. E o nome da minha noiva fica muito mais bonito com Parsons do que com Sanders. – Ele sorriu, descendo da mesa.

 - Que horas são? – Perguntei, bocejando logo em seguida.

 - Três e meia. – Ele respondeu, indo pra cozinha. – Boa noite.

 - Boa noite. – Respondi.

 - Ah! Aliás, - Ele virou e sorriu. – é melhor você dormir em outro quarto.

 - Por quê? – Me espantei com o aviso.

 - Vi o Andrew indo para o seu quarto, pra ficar junto com aquela morena. Melhor não entrar lá agora. – E, sorrindo, voltou pra cozinha.

 Sorri bobamente e subi os dois lances de escada.

 Parei em frente às três portas.

Ou eu entrava no quarto onde o Nicholas e o Amani estavam, ou ficava com um só pra mim.

Não.

Não aguentaria dormir sabendo que o amor da minha vida não estava falando comigo. Girei a maçaneta do terceiro quarto e o vi.

 Estava sentado. Sozinho no escuro.

 - Jennifer? – Ele juntou as sobrancelhas. – Que faz aqui?

 - Ah... Precisamos conversar...  – Olhei para os lados. – Não aguento mais ficar longe de você, Nicholas.


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Notas finais do capítulo

Falei que não era pra se preocupar com o Philip ¬¬'
Beijos, até o próximo!