Haunting escrita por ARurouni


Capítulo 8
Parte VIII


Notas iniciais do capítulo

Laura e Lania chegaram na pequena cidade aonde a mãe de Lania, Lavínia, vive. E agora caminham para a casa dela, para se reverem, após tanto tempo afastadas ...



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Lavínia olhou o relógio e suspirou, irritada.  Já tinham passado mais de uma hora que sua filha havia ligado e nada delas chegarem.  Sabia que nada havia acontecido de errado, pois, naquela cidadezinha, o que mais ocorria eram pequenos furtos e uma ou outra coisa, mas nada das coisas que normalmente aconteciam nos grandes centros urbanos.  Olhou novamente o relógio, que ficava em cima de uma cômoda, feita de uma madeira muito bem cuidada.  Aliás, sua casa era bem organizada e decorada: vários móveis bem fabricados e preservados, dava um certo toque de nostalgia ao local.  Havia gasto muito para fazer daquela casa, um lugar bom de se viver, sob seus aspectos.  Dinheiro não era problema: ganhava uma pensão do marido e herdou uma herança de sua mãe, o que a deixaria em uma ótima situação financeira, pelo resto da vida.  Mas o que mais a preocupava, naquele momento, era o retorno de sua filha.  Não queria mais vê-la, em parte, desde que ela ousou erguer o nariz para ela.  Havia tido aquela discussão e, desde então, considerava a filha como morta.  'O que ela pensava que era?'  Pensou.  'Sempre disse que aquele sujeito não era o cara certo,  mas ela me escutou?  Não.  Ela nunca me escutou, escutava mais o...'  Parou os pensamentos, havia visto a imagem do seu falecido marido e suspirou, um pouco abatida.  Olhou para uma moldura presa na parede da sala de estar, aonde tinha uma foto do seu casamento e, após algum tempo, voltou aos seus pensamentos iniciais.  '... o pai dela.'

Mas agora, ela voltou a entrar em contato, após 12 anos sem ter nenhum contato -não que ela o desejasse, já que considerara a filha como morta-, com aquela ligação telefônica.  Pedia ajuda.  'Pois sim...'  Pensou.  '... Estava é arrependida da burrada que fez.  E agora quer voltar e chorar no meu colo.  Se tivesse me ouvisto desde o início...'.  Parou, ainda irritada e foi a porta, abriu-a.

Olhou a rua, mas nada.  A não ser os vizinhos, que cordialmente a cumprimentavam com acenos e exclamações.  Não se interessava muito em vê-los, queria era ver a filha chegar logo.  Será que saberia reconhecê-la?  Afinal, se passaram 12 anos.  Olhou mais atentamente quem passava pela rua.  Viu algumas pessoas e uma mulher com uma pequena garota.  'Será ela?'  Tentava enxergar, mas a luz do Sol, que estava atrás delas, dificultava a sua visão, esperou mais um pouco e ignorou quando viu um garoto se aproximar e segurar a mão da mulher.  Obviamente, não era, já que esperava a filha com sua neta apenas, confirmando quando passaram pelo portão.  Fechou a porta com uma certa raiva.  Sabia que, estava fazendo um certo papel de bobo, então preferiu voltar para seus afazeres costumeiros.

Começou a voltar para dentro de casa, quando ouviu algumas batidas no portão.  Pensou: 'Deve ser a Sofia...  Ela me viu agora há pouco.  Vou fingir que não escutei.'  Sorriu com seu pensamento e entrou na casa, mas novamente ouviu as batidas no portão.

Lania ofegou, visivelmente cansada, havia batido duas vezes no portão e nada, encostando o braço no portão e apoiando sua testa no mesmo.  'Era só o que me faltava... ela não estar em casa...'  Pensando, nem percebeu que havia falado em voz alta.

Laura: "Ela está..."  olhando, com sua expressão normal, o portão.

Lania: "!? Como sabe, meu amor?"

Laura: "Ela não quer atender..."  Continuou olhando para o portão.

Lania: "... o que seria esperado..." Nem deu importância como a filha sabia disso, largou a mochila ao lado do portão e se sentou, ao lado da mochila e recostou a cabeça ao muro.  Laura tocou no portão e permaneceu olhando o mesmo.

Lavínia havia entrado na casa, ficou mais calma quando viu que as batidas haviam cessado.  'Depois eu falo com a Sofia...'  Voltou a mexer com seu crochê por algum tempo, quando ia se sentar, sentiu um vento frio vindo atrás dela.  Estranhou aquilo e olhou rapidamente e viu uma garotinha passar correndo e entrar no corredor para um dos quartos, desaparecendo de sua visão.  Foi seguindo-a, já começando a preparar seus xingamentos mas, ao entrar no mesmo, não havia ninguém.  Assustou-se.  'Estarei... pensando coisas!?'  Ao virar, deu de cara com a garota, que não a olhava, apenas passando em direção a sala, aonde Lavínia estava.

Lavínia ficou branca de medo.  'O quê!?'  Lentamente, seguiu os passos da garotinha e, novamente ela havia desaparecido, mas viu uma marca de passos indo para o portão.  Acalmou-se: foi provavelmente alguém que invadiu sua casa!  Iria reclamar algo, mas lembrou-se de sua filha e pensou: 'Será... !?'  Foi até o portão e o abriu, vendo a garotinha a sua frente e uma mulher sentada ao lado de uma mochila.  Lania a olhou e levantou-se rapidamente.

Lania: "M-mãe...?!"

Lavínia, no entanto, não tirava os olhos da garotinha.

Lania: "Mãe... esta é a sua neta... Laura."

Lavínia continuou fixando o olhar na garotinha, ouviu a sua filha mencionar algo sobre 'neta', mas nem deu muita atenção.  Finalmente, após algum tempo, falou:

Lavínia: "Quero saber.... o por quê de você ter invadido a minha casa?"  Olhando, com uma certa raiva, para a garotinha.

Lania: "Do que.... do que você está falando, mãe!?  Laura não saiu nem um instante do meu lado."

Lavínia: "Pare de mentir.  Eu acabei de vê-la aqui na minha casa!"

Lania: "... eu disse, mãe.  Ela não saiu daqui até agora!"  Se movendo entre sua mãe e sua filha.

Lavínia: "Perfeito... 12 anos e não mudou nada, não é mesmo!?"  Olhando, com raiva.

Lania: "E a senhora não mudou nada, também!  Nunca acreditou em mim!"

Lavínia: "Hmpf... Você só fazia burradas!  Como eu poderia acreditar antes e, como posso acreditar agora, se eu estou DIZENDO, que eu vi.  Está duvidando do que eu falo!?"

Lania e Lavínia continuaram a discutir.  Laura permaneceu olhando as duas, preocupada e, com seus pensamentos voltados para a sua mãe.  'Mamãe...'  pensando.  "... mamãe... Vovó, Vovó está deixando a mamãe zangada!"  Sem perceber, seu corpo começou a exibir sinais de leves tremores e, em instantes, um vento, a princípio, leve, começou a levantar algumas folhas, que estavam caídas no chão, mas logo este vento veio com tal violência, que tirou as duas da discussão.

Lania não percebera, porém, que o vento sequer a tocava, mas praticamente empurrava para trás sua mãe e, se não fosse um movimento instintivo de sua filha, Lavínia teria caído para trás, dada a violência e espontaneidade do vento.

Lania segurou a sua mãe.  "Você está bem!?" Olhando para todos os lados.  "Que vento é esse!?!"

Lavínia tirou do bolso um pequeno terço e fez uma rápida oração.  "Isso... isso não é algo normal!"  Olhando para todos os lados e parou seus olhos na Laura, que entrava, passo a passo, na casa, se aproximando de sua mãe e sua avó, com os olhos fixos nela.


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Notas finais do capítulo

Um capítulo pequeno... a intenção aqui era mais mostrar o lado de Lavínia. Gosto de pensar nela como aqueles tipos de mães que, gostam de ser rígidas e não aceitam certas modernidades, mas no fundo, gosta e se preocupa com a filha, mesmo sendo um tanto... cruel com as palavras.

Outro ponto é a Laura... cada vez que eu escrevo esta história, gosto de ver como ela adora a sua mãe de tal forma, que é capaz de tudo para vê-la sempre feliz.



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