Maiores Inimigas Melhores Amigas escrita por Reituki4ever


Capítulo 7
Aula básica de negociação no refeitório parte 2


Notas iniciais do capítulo

uhuuuuuuu capituko grande yeeeeeee
agr vou demorar mais um ano pra postar o proximo ç.ç
Enjoy



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A Avery franziu a testa.
- Não se preocupe, terão educação física duas vezes por semana – a srta. Rodriguez comentou com um sorriso enquanto se afastava.
- Que droga – resmungou a Avery. Ela se afundou na cadeira e tirou o elástico do seu aparelho.
- Ei, alguém viu Ídolos ontem à noite? – Maeve perguntou.
- Ah, eu vi – a Katani respondeu. – O que era aquele vestido daquela loira?
‘’Sorria. Finja parecer interessada, mesmo que você não tenha a mínima idéia do que estão falando.’’ Espiei minhas mãos sob a mesa, arrancando o último pedaço de guardanapo das unhas.
Foi quando vi que meu ziper estava aberto. Todinho aberto. Com que calcinha eu estava? Que não fosse nenhuma daquelas com os dias da semana que tinha ganhado de tia Alice. Seria bem pior do que os porquinhos roxos do episódio de Port Douglas. Se eu olhase para toda a sétima série agora, com certeza a Avery estaria gargalhando. Meu agasalho deveria ter coberto o ziper. UFA!
‘’Não olhe pra baixo’’, pensei. ‘’Aja como se nada tivesse acontecido.’’
Beeeeem devagar, achei meu ziper e o fechei com o maior cuidado do mundo. Ótimo. Ia ficar tudo bem. Inspire. Expire. Tudo bem.
-  Quem você quer que ganhe, Beatriz? -  a Maeve se voltou para mim.
- Hein? – perguntei.
- Sabe... Ídolos?
Se existe algum assunto que evito, são filmes, música e televisão. Sempre estou por fora, mesmo que todo verão visite meus primos em Colombus, a cidade dos cinemas e teatros.
Entçao, nunca sei do que estão falando. Sempre tem um novo filme ou cantor de rap ou participante do programa de TV, e estou constantemente brigando para descobrir quem são. Com um ano inteiro pela frente, ainda havia esperanças. Mas, agora, tudo o que queria era mudar de assunto. Por sorte, o sinal tocou.
- Não quero chegar atrasada duas vezes em um único dia – eu disse, pulando da cadeira.
Quando sai da mesa, a toalha veio junto. Naquela hora, parecia que o tempo havia parado. Olhando por sobre os ombros, vi a Avery se abaixando, a Katani se desviando, e a Maeve não entendendo nada. Ficou suspensa no ar umas bandejas, rabanada, pratos, saladas, cartões com nomes, copos, talheres e tudo que tinha direito.
Aquele instante passou, e tudo começou a se espatifar pelo chão.
-ECAAAAAAAA – a Katani gritou quando uma caixa de leite caiu em seu colo e um monte de calda se espalhou em sua blusa.
-DA HORAAAAAAAAAAAA! – aplaudiu Avery depois de se defender de uma tijela, enquanto bandeja e talheres batiam contra o chão.
Depois, veio o silêncio horrivel quando todos os olhos do refeitório se voltaram... para mim.
O que aconteceu? E por que todo mundo estava olhando para o meio das minhas pernas?
Olhei para baixo e vi meu maior medo se tornar realidade.
Eu, Beatriz, sem ajuda de ninguém, no primeiro dia de aula, diante de um refeitório completmente lotado, havia enroscado a toalha da mesa no ziperda calça e levado para o chão quatro bandejas cheias de comida, calda e leite.
O refeitório explodiu em gargalhadas. Os garotos de uma mesa levantaram notas escritas em guardanapos: 10, 10, 10, 10.
Estavam certos: fora um desastre perfeito. Talvez o melhor de todos.
Fiquei brigando com o meu ziper pra soltar a droga da toalha de mesa. Naquela hora, meus dedos estavam tão melados que não consegui abrir a calça. Eu havia feito de novo. A maldição do primeiro dia de aula havia atacado outra vez. Tudo que restava fazer, com 640 olhos voltados pra mim, era jogar a toalha sobre meus ombros, como uma toga dos antigos romanos, e me dirigir à saida mais próxima. Após andar andar em meio a aplausos, gargalhadas, vaias e um mar de rostos sorridentes, abri a porta e saí.
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No corredor, desmoronei encostada na parede. Como uma coisa tão simples quanto um almoõ poderia dar tão errado?
Alguém disse:
-É só o primeiro dia. Depois vai ficando mais fácil. Posso ajudar?
Era a avó de cabelos brancos que havia me salvado de manhã.
Será que era meu anjo da guarda?
-Você pode me mandar de volta no próximo avião para Paris?
-pedi.
- Isso iria consertar tudo? – ela perguntou com um sorriso quase invisivel.
Neguei com a cabeça e tentei engolir as lágrimas.
- Ainda não fomos devidamente apresentadas – e apertou minha mão melada. – Sou a srta. Fields. Se me lembro bem, aquela carta dessa manhã dizia que você é a Beatriz.
- Sim – confirmei.
-Bem, Beatriz, venha comigo.
E, assim, ela apanhou a ponta da toalha de mesa e foi andando pelo corredor ao meu lado, conversando com satisfação, como se fosse a coisa mais normal do mundo carregar o bico da minha torga xadrez vermelho.
Finalmente chegamos à frente da escola, onde a srta. Fields abriu a porta da secretaria principal. Ela me levou para trás de um balcão cinza, passando por duas secretárias em suas mesas.
Uma delas estendeu para srta. Fields uma pilha de papéis cor – de – rosa. A outra me examinou por cima dos óculos e me deu um sorriso.
-Esta é a minha amiga Beatriz – a srta. Fields me apresentou. – Beatriz esta é a srta. Sunny. Se você precisar tirar alguma dúvida, pergunte a ela. É ela que faz está escola funcionar.
- Prazer em conhece-la, Beatriz – Cumprimentou a srta. Sunny. – É uma bela roupa que está vestindo.
Fiquei toda envergonhada de novo.
- Não se preocupe, Beatriz – srta. Sunny me confortou.
- Vai melhorar sempre melhora.
Soltei um grande suspiro. ‘’Primeiro dia’’, pensei, ‘’ primeiro dia’’.
- Pode mesmo ficar no meu lugar esta tarde? – a srta. Fields perguntou a srta. Sunny. –Não quero decepcionar as meninas.
- Sempre fico não? – ela respondeu. – Só não esqueça de que meu preço subiu. Neste ano, quero dois pedaços da famosa torta de maçã.
- Combinado – afirmou a srta. Fields enquanto abria a porta indentificada como ‘’ Diretoria’’.
Uau. Estava mesmo me saindo muito bem hoje... Se bem que talvez não fosse tão ruim ter a diretorada escola como um anjo da guarda.
- Por favor, sente- se – ela pediu, soltando a toalha de mesa e apontando para uma cadeira. – Só me dê um minuto que ja vamos cuidar de você.
A parede atrás dela estava coberta de citações escritas em folhas  pretas com uma linda letra de mão dourada. Enquanto a srta. Fields folheava suas mensagens, fiquei lendo as frases.
‘’Eu tenho um sonho de que um dia meus quatros filhos irão viver em um país em que não serão julgados pela cor da pele,mas pelo seu caráter.’’
Martin Luther King
Abaixo, estava escrito:
O perdão é um catalisador que cria a ambiência necessária para uma nova partida, para um reinício.
Martin Luther King
A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio.
Martin Luther King Jr.
Se um homem não descobriu nada pelo qual morreria, não está pronto para viver.
Martin Luther King

O que me assusta não são as ações e os gritos das pessoas más, mas a indiferênça e o silêncio das pessoas boas.
Martin Luther King

Nossas vidas começam a terminar no dia em que permanecemos em silêncio sobre as coisas que importam.
Martin Luther King

É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar.
É melhor tentar, ainda que em vão que sentar-se, fazendo nada até o final.
Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias frios em casa me esconder.
Prefiro ser feliz embora louco, que em conformidade viver
Martin Luther King
Sorri quando vi uma citação que levei para todos os lugares onde merei:
“Você é responsavel por fazer algo que deixe o mundo mais bonito.”
Miss Rumphius
Acho que eu não sorria por algum tempo, pois a srta. Fields percebeu minha mudança.
- Reconhece alguma coisa ? – perguntou.
- Sim. Miss Rumphius era um dos meus livros preferidos quando pequena.
- É um dos meus preferidos agora, depois de adulta – a srta. Fields comentou. – Adoro a idéia de uma pessoa fazer a diferença simplesmente ao tornar sua vizinhança um lugar melhor para se viver, você não concorda?
Confirmei com a cabeça. Ela estava certa, mas a razão pela qual amava esse livro era a lembrança da minha mãe lendo-o para mim. Às vezes, quando leio Miss Rumphius ou A menina e o porquinho, fecho os olhos e ainda posso ouvir sua voz meiga e sentir seu perfume. Queria que ela estivesse aqui agora.
A srta. Fields abriu uma gaveta de baixo de um grande gabinete de metal. Um martelo,  um serrote, uma chave inglesa, uma enorme lanterna preta, e um alicate todo brilhante estavam perfeitamente organizados lá dentro. Ela pegou um alicate uma lata de spray de limpeza e veio em minha direção.
- Fique tranquila – ela disse e espirrou o spray na ponta solta da toalha de mesa. – Quando for ao banheiro, esfregue essa ponta no ziper para desgrudá-lo. Vai ficar novinho em folha.
Ela se inclinou contra a porta:
- Rita, Beatriz está saindo. Você pode mostrar para ela a caixa com roupas de  emergência e acompanhá-la até o banheiro da secretaria?


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Notas finais do capítulo

Minha preguissa não deixou eu procurar outras citações sem ser a de Martin Luther King sorry.
Reviewssssss