As Coisas Que Posso Fazer Por Você escrita por Kamui Makoto


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oiii, trouxe o 4° capítulo para vocês. ^^ Eu sei que demorou um pouquinho, mas eu não me esqueci da fic não, viu? Para o meu bem e, o de vocês também, eu resolvi reler o mangá. Tava só esperando chegar pelo correio. Aproveitei para checar algumas coisas e percebi que foi uma boa ideia comprar os volumes. ^^ Vi que estava cometendo muitos errinhos bobos na personalidade de alguns personagens. Acho que agora a tendência é melhorar. ^^
Bom, chega de blá, blá, blá e vamos ao capítulo. Espero que gostem. (n_n)



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Depois de protestar contra aquele pequeno sequestro por alguns minutos, Alice foi vencida pelo cansaço. Sabia que era impossível mudar o que estava pra acontecer e isso a estava deixando preocupada. Afinal de contas aqueles dois já haviam tentado matá-la mais de uma vez. Outra coisa que não saía da cabeça dela era o que fazer quanto ao almoço de Julius, mas acabou por convencer-se de que ele não se preocupava facilmente e que, considerando os acontecimentos anteriores, ele iria supor que algo do tipo teria acontecido.

De repente Boris lhe veio à cabeça. Ele tinha agido tão diferente do normal... Corou ao lembrar-se da cena. Não sabia o que fazer a respeito, não sabia nem o que dizer quando o encontrasse novamente. Seus pensamentos foram interrompidos pelas falas de Dee e Dum.

–Olha, nee-san! Já estamos chegando! –Exclamou Dum

–É verdade, já dá pra ver a mansão! –Disse Dee.

A ansiedade dentro de Alice aumentava a cada passo. Conforme se aproximavam dos portões da mansão, Alice viu que tinha alguém parado em frente a eles. Percebeu que era Elliot. Quanto Elliot viu que se aproximavam gritou:

–Por que diabos vocês não estavam nos portões, seus insetos?!

–Ah, Cala a boca, coelho-pintinho! –Disse Dee enquanto Dum assentia.

–Eu não sou um Coe... –Elliot se interrompeu ao ver Alice.

Seu rosto ficou brevemente vermelho em constrangimento.

–Alice! Não tinha visto você. –Disse Elliot, agora sorrindo.

Alice sorriu de volta, mas aquele sorriso claramente não era natural. Elliot tombou a cabeça de lado tentando entender o que ela queria dizer com aquilo, mas nada vinha à sua mente. Terminou por pensar que era coisa da sua cabeça. O sorriso de Alice era ao mesmo tempo uma saudação e um pedido de súplica. Ela estava com medo do que pudesse acontecer se fosse parar no quarto daqueles dois de novo. Queria que Elliot fizesse alguma coisa.

–Veio fazer uma visita? –Perguntou Elliot.

Alice abriu a boca pra falar, pedir ajuda, mas foi interrompida por Dum.

–O Chefe pediu para trazer ela.

–O que?! –Alice exclamou. O que significava aquilo?

–É, a gente tá levando ela. –Disse Dee.

Antes que mais alguém pudesse dizer alguma coisa eles saíram dalí, arrastando Alice com eles.

–Não! –Ela gritou. –Elliot!... Elliot!

Mas eles já estavam longe demais para que ele pudesse ouvir.

–Aquele coelho ia estragar toda a diversão se soubesse que íamos brincar, né Dum? –Perguntou Dee.

–Ele sempre faz isso... –Dum respondeu.

Alice queria protestar, dizer alguma coisa que os fizesse parar, mas nem pensar direito ela conseguia. Tentou se acalmar, eles eram apenas garotos. O argumento não funcionou muito bem. No País dos Corações algo como idade não significava nada, todos portavam armas e matavam pessoas como se isso fizesse parte do ciclo da vida.

“Droga, preciso dar um jeito de escapar daqui.” Pensou.

–Vai ser muito divertido, nee-san. –Disse Dum.

–Vamos te mostrar nossos novos brinquedos! –Exclamou Dee.

Chegaram à porta do quarto deles mais rápido do que Alice esperava. Os gêmeos, que seguravam, cada um, um braço de Alice, pararam.

–Abra a porta, Dum. –Disse Dee.

–Por que eu? Abra você!

–Eu quero ficar pertinho da onee-san!

–Eu também quero!

–Abra logo a porta, Dum!!! –Ordenou Dee.

–Quem é você para me dar ordens?! Vou arrancar sua cabeça! –Dum soltou o braço de Alice e apontou seu machado medieval para Dee.

Alice viu nisso uma oportunidade, só precisava que Dee soltasse seu outro braço e então poderia fugir.

–E eu vou começar arrancando seus dedos dos pés, um por um! –Retrucou Dee que também pegou sua arma, soltando o braço de Alice e dando a ela a chance de que precisava.

Os dois desataram a discutir, as ameaças ficando cada vez mais violentas. Alice aproveitou a deixa para sair de fininho. Depois de virar a primeira esquina começou a correr desesperadamente.

Os corredores da mansão se estendiam a sua frente. O lugar era gigantesco, Alice não sabia para onde estava indo, apenas intercalava entre esquerda e direita toda vez que havia duas opções. Por diversas vezes passou por empregados que a olhavam com curiosidade, mas não parou. Parar era a última coisa que faria.

Não sabia se Dee e Dum já tinham se dado conta de que ela fugira, provavelmente sim, mas por precaução precisava encontrar um lugar para se esconder.

Virou à esquerda, pretendendo entrar na primeira porta que encontrasse, mas depois de alguns passos parou subitamente. Parado no meio do corredor estava Blood Dupre, cercado de empregados. Quando a viu, um sorriso maroto brotou em seus lábios.

Alice não sabia o que fazer. Se voltasse poderia dar de cara com os pirralhos sádicos, de continuasse alí poderia ser morta pelo Poderoso Chefão. Uma eternidade parecia ter se passado até que Blood quebrou o silêncio:

–Ora, ora. Se não é nossa jovem forasteira.

–Olá, senhorita. –Disseram alguns empregados.

–Olá. –Respondeu Alice.

–Veio nos fazer uma visita? –Perguntou Blood.

–Por que eu iria? Da última vez que vim aqui você tentou me matar.

Blood deu uma risadinha, divertindo se com a lembrança.

“Inacreditável!” Pensou Alice. “O quão louco ele é?” Mas ao mesmo tempo em que pensava essas coisas seu coração deliciava-se com o som de sua risada. Blood era tão parecido com ele. Mas eles eram pessoas diferentes. Blood era um homem maldoso e cruel, a única semelhança que tinham era a aparência física.

Esse pensamento eliminou qualquer simpatia que havia sentido por Blood naqueles poucos segundos anteriores.

–Humpf! –Alice suspirou em revolta.

De repente todos começaram a ouvir passos. Dee e Dum apareceram no corredor, sujos de sangue, é claro.

–Nee-san, nós te achamos! –Gritaram os dois em uníssono.

–Por que fugiu da gente?- Perguntou Dee.

–Por que? –Repetiu Dum.

Alice queria correr, mas não tinha para onde. Blood barrava seu caminho.

Os gêmeos correram e agarraram-na pelo braço novamente. “Nãããããããão...” Alice pensou.

– O que é isso agora? Uma espécie de pique-esconde amoroso? –Perguntou Blood.

–Masoq? –Perguntou Alice, seu rosto em completa descrença.

–Ei, você acabou de me dar uma ótima ideia, Chefe. Dee, a gente pode brincar de pique-esconde, o que acha? Todo mundo se esconde de todo mundo, aí nós vamos procurando uns aos outros e mantando quem a gente acha. Aquele que sobrar tem a nee-san todinha pra ele. –Sugeriu Dum.

–O QUÊ?! –Exclamou Alice.

–Boa ideia, Dum. A gente pode chamar uns empregados para brincar. –Respondeu Dee, já animado.

–Vocês enlouqueceram?! –Perguntou Alice, entrando em desespero. –Eu não vou fazer parte disso!

Blood suspirou, fez um sinal com a mão dispensando os empregados e disse:

–Resolvo isso depois. –Agora dirigindo-se aos gêmeos –Posso perguntar por que vocês não estão nos portões?

–Er... –Dee tentou dizer.

–A gente queria brincar com a nee-san! –Exclamou Dum

Blood suspirou novamente, um desapontamento fingido.

–De volta ao trabalho. –Ele disse.

–Nããão... –Disseram Dee e Dum ao mesmo tempo.

Mas nada de negociações com o Chefe. Eles se despediram de Alice, prometendo brincar com ela outro dia, e voltaram cabisbaixos para os portões da mansão.

Alice estava ficando nervosa agora que estava sozinha com Blood. Afinal, pelo menos para ela, era impossível prever seus movimentos.

Blood começou a caminhar em direção a ela, mas passou direto. Após alguns segundos de hesitação Alice começou a segui-lo.

–Afinal, o que faz aqui, minha jovem? –Perguntou Blood.

Alice não queria conversar com ele, mas no momento não tinha muita escolha.

–Não estou aqui porque quero. –Ela disse.

Blood olhou por sobre o ombro e disse:

–Não foi isso que eu perguntei. –Ele estava sério.

Alice respirou fundo.

–Dee e Dum me arrastaram para cá. –Alice agora andava ao lado dele.

–De novo tentando seduzir os homens do País dos Corações, forasteira? –Ele perguntou, sua voz era uma mistura de ironia e raiva.

–Mas do que você está falando?! Eu não faço essas coisas! –Exclamou Alice.

Blood deu uma risada sem humor e disse:

–Pretende transformar isso em sua especialidade?

Extremamente irritada Alice gritou:

–Mas quantas vezes eu tenho que falar que eu...

Mas a garota foi interrompida por Blood, que parou de caminhar e jogou-a contra uma das paredes do corredor. Suas mãos ao lado da cabeça da garota, tocando a parede atrás dela. Seus corpos a centímetros um do outro.

–... Não faz essas coisas? –Blood completou, sua voz baixa como um sussurro.

Alice não sabia o que fazer, tudo naquela situação a intimidava. Desde o fato de estar imprensada contra uma parede e Blood, até o tão conhecido sorriso maroto no rosto dele.

–Você é intrigante, mas essa máscara de boa moça em seu rosto não engana a mim. –Ele disse.

–Por que está tão convencido de que sou assim tão baixa? –Alice conseguiu perguntar.

Blood ignorou sua pergunta:

–Sua estadia aqui não durará para sempre. O que pretende fazer quando todos os seus amantes se forem?

–Quer para com isso?! –Exclamou Alice, irritada.

Blood jogou a cabeça para trás e riu. A distância entre eles era tão pequena que Alice podia sentir o ar sair de seus lábios enquanto ria.

–Você é realmente interessante, Alice Liddell. Mas basta perder todo esse interesse e eu porei fim a sua vida. Afinal de contas de que valeria sua permanência aqui se você se reduzisse a puro tédio? –Um sorriso maldoso tomava conta de seus lábios. –Essa ideia não te assusta?

Alice baixou o rosto. Assustava sim, é claro que assustava. Mas Alice jamais admitiria. Por algum motivo sentia como se estivesse prestes a chorar, mas não derramaria lágrimas na frente dele.

–Quer, por favor, deixar eu ir embora? –Pediu Alice, sem levantar a cabeça.

Alguns segundos depois as mão de Blood não estavam mais alí, ele havia se afastado.

–Apareça novamente, Alice. Tomaremos chá preto. –Ele disse. Sua voz profunda e convidativa.

A voz de Blood ecoou nos corredores da mansão enquanto Alice caminhava sem rumo em direção à uma saída que não sabia onde ficava.



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Notas finais do capítulo

E então o que acharam? Eu, particularmente, gostei bastante do resultado final. Pensei que ia ser mais difícil estudar a personalidade de Blood, ele é um personagem complicado e simples ao mesmo tempo, mas acho que consegui fazer um bom trabalho hihihi.
Mandem reviews dizendo o que acharam. ^^
A gente se vê no próximo capítulo. Até. (n_n)