As Coisas Que Posso Fazer Por Você escrita por Kamui Makoto


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Depois de 3.782 anos eu estou de volta. Sei que demorei DEMAIS pra postar esse capítulo. Mas a escola não me deixou em paz e daqui a alguns dias ainda tem a porcaria da recuperação. aaaaaaaaaaaaaa Eu vou ter um troço. Sem falar que eu vou ter que escrever uns 20 capítulos pro livro até o fim das férias( que eu praticamente não tenho graças a minha burrice)... Mas tudo isso não vem ao caso. O que interessa agora é esse terceiro capítulo. Grande parte dele já estava pronta desde 17/03, mas faltou tempo para terminar.
Prometo, juro (de pés juntos), que não vou demorar tanto assim para postar o 4º capítulo. A propósito, eu fiz uma revisão ortográfica, mas pode ter passado alguma coisa então perdoem-me. ^^ Aproveitem a leitura. (n_n)



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O silêncio predominava na floresta. A temperatura havia baixado muito, a brisa gelada percorria o local insesantemente. Alice estava ficando com frio.

Caminhava lentamente, observando a paisagem. O brilho da lua dava um ar nostálgico à floresta. O barulho dos seus passos, antes silencioso, agora ecoava escandalosamente na floresta conforme seus pés tocavam as folhas secas no chão. Os estranhos espectros formados pelas sombras das árvores se mexiam suspeitosamente.

Alice sentiu um frio na espinha e começou a andar mais rápido

Não demorou muito a chegar na Torre do Relógio, mas no caminho não pode deixar de pensar em Ace e em como teria demorado para chegar ali se estivesse com ele. A lembrança a fez sorrir. Subiu as escadas da torre. Quando chegou lá em cima encontrou Julius trabalhando, como sempre.

–Olá Julius. –Alice disse.

Julius pousou o relógio que estava consertando na mesa, olhou para Alice e disse:

–Você passou bastante tempo fora.

Seu tom de voz era calmo e controlado como sempre, mas no fundo sentia alívio por saber que Alice havia voltado em segurança.

–Eu sei... Ainda não me acostumei com a forma como o tempo passa aqui. –Ela disse.

“E nem acho que eu vá me acostumar” Pensou.

Julius assentiu e voltou ao trabalho.

–Enquanto eu estive fora você fez pausas para refeições? –Alice perguntou, preocupada.

Julius hesitou, demorou alguns instantes até responder. Por fim, sem tirar os olhos do relógio, disse:

–Não tive tempo.

“Ele não tem jeito, né?” Alice pensou. Mas sabia que era assim que Julius era, então não se incomodou muito com a ideia. Mesmo assim ainda achava que essa alimentação irregular ia acabar fazendo mal a ele.

Ela sorriu e disse:

–Vou fazer um café para você.

Não esperou para ouvir a reposta, foi direto para a cozinha.

Enquanto fazia o café, pensou em tudo que tinha acontecido hoje. Desde a fuga dos irmãos Tweedle até a subida da interminável escadaria da Torre do Relógio. Percebeu então o quão exausta estava e decidiu fazer café para si também.

Quando voltou para a sala Julius já havia terminado pelo menos 5 relógios que foram colocados na caixinha retangular habitual. Alice tinha que admitir, apesar de um pouco obcecado, Julius era extremamente determinado e sabia o que estava fazendo.

Alice se aproximou, equilibrou a bandeja com as xícaras na mão esquerda e com a direita cutucou delicadamente o ombro de Julius. Quando ele olhou para ela, Alice fez um gesto com a cabeça em direção à mesa na qual costumavam tomar café. Ao contrário do que Alice pensou que fosse acontecer Julius não pediu mais tempo ou disse que iria depois, ele simplesmente se levantou e foi até a mesa.

“ Bom, acho que até os mais fortes admitem derrota uma vez ou outra.” Alice pensou. Mas o que ela sentia mesmo era satisfação. Sorriu.

Alice se sentou e serviu o café. Os dois bebiam em silêncio , apreciando a revigoração causada pela cafeína. Mas no estado de cansaço em que os dois se encontravam, Alice depois de correr para lá e para cá o dia todo e Julius que não parou de trabalhar um minuto, a cafeína não ajudava tano assim.

Julius quebrou o silêncio e disse:

– Seu café melhorou. –Ele sorria ao proferir as palavras.

Aquela simples frase havia deixado Alice estranhamente feliz. Ela abriu um sorriso largo e disse:

–Obrigada! Eu venho praticando.

–Eu lembro. Quando você chegou aqui seu café era terrível.

Os dois riram alegremente da lembrança que parecia tão longe mas tão próxima ao mesmo tempo. Depois de algum tempo de conversa Julius disse:

–Vá dormir. Você parece cansada. –Havia um sutil tom de preocupação em sua voz.

–Falou o Sr. Disposto. Você precisa dormir mais do que eu. –O tom de voz de Alice era irônico, mas ainda assim brincalhão.

Ele não discutiu, mas ali ambos sabiam que estavam certos. Tanto Alice quanto Julius precisavam dormir.

Já de pé, Alice disse:

–Boa noite.

Começou a recolher as xícaras mas Julius a interrompeu e disse:

–Deixa que eu lavo isso. Boa noite.

Sorrindo, Alice agradeceu e foi para o quarto. Lá tirou os sapatos e se sentou na cama. Pegou no bolso seu vidrinho e observou-o por alguns instantes. Já estava acima da metade. Isso a deixou pensativa, mas não tinha tempo para reflexões. Deitou-se e esperou o sono vir.

Como em todos os sonhos que teve no País do Corações, Alice foi parar no mesmo lugar. E, obrigatóriamente, reviu a mesma pessoa. Lá estava ele: Nightmare. Seu aspecto era terrível como sempre. Bastante magro e com olheiras profundas.

Alice caminhou até ele lentamente. Para ser sincera, ela não queria conversar com ele. Toda vez que sonhava e vinha falar com ele tinham conversas confusas e irritantes. Ele nunca respondia suas perguntas mais importantes. Quase todas as noites antes de dormir Alice pensava no que aconteceria se Nightmare deixasse de existir. O que aconteceria quando sonhasse? Para que dimensão iria?

Muitas coisas a intrigavam no País dos Corações.

–Olá, Ali...-Nightmare tentou dizer, mas foi bruscamente interrompido por um violento acesso de tosse.

Ele demorou alguns minutos para se recompôr completamente.

–Não há médicos no País dos Corações? –Alice perguntou.

–Um médico para consertar relógios? –Seu tom era de indagação. Continuou. –Neste caso, Julius é nosso médico.

Como Alice não disse nada, Nightmare falou:

–Este é um jogo de substituições. Não importa se estamos doentes ou prestes a morrer. Se falharmos seremos substituídos.

–Todo mundo fala essas coisas com tanta facilidade...

Nighmare não disse nada, apenas continuou sorrindo.

Alice estava pensativa, sua mente dava voltas, repleta de perguntas.

–Saudades de casa? –Nightmare perguntou.

Ela olhou para ele, seu olhar era firme, e exigiu:

–Quero saber quando vou poder voltar para casa.

–Você já tem a resposta. Quando o vidro estiver cheio. –Ele respondeu.

Lógico que ela tinha a resposta, estava cansada de ouvir isso, o que Alice queria eram detalhes.

–Nightmare... –Alice ia fazer outra pergunta mas ,de repente, a imagem de Nightmare começou a ficar turva, tornando-se apenas um espectro até finalmente desaparecer.

Alice abriu os olhos, já era de manhã. Não sabia quanto tempo ia levar para se acostumar com estes sonhos.

Levantou-se da cama e foi até a sala. Como já era de se esperar Julius estava sentado, rodeado de relógios, trabalhando. O sol atravessava o vidro transparente das janelas, causando nos dois uma cegueira parcial. Alice tentou bloquear os raios fortes com a mão, mas o resultado não foi suficientemente satisfatório.

–Bom dia. –Alice o saudou, alegre.

–Bom dia. –Julius respondeu, e sorriu para ela. –Acordou de bom humor?

Alice sabia o quanto era raro ver Julius sorrindo, ele estava sempre muito sério, focado no trabalho. De fato, Alice havia acordado de bom humor e ver um sorriso, mesmo que por tempo tão breve, a deixou de humor ainda melhor.

–Uhum. –Ela respondeu, e assentiu sorrindo.

Os olhos de Alice passaram ,de relance, por um dos muitos relógios que haviam ali e a menina se assustou com a hora.

–Só faltam duas horas para o almoço! –Ela exclamou.

–Isso é um ploblema? –Julius perguntou.

–Claro que é. Não tem nada na dispensa, só café!! –Seu tom era desesperado.

Juliu olhava para ela como se dissesse: “ Está fazendo tempestade em copo d’água.”

De repente, Alice saiu correndo e, enquanto passava pela porta, gritou:

–Vou fazer compras!

O mercado fica perto da Torre do Relógio, Alice não demorou para chegar lá. Enquanto fazia as compras pensou em como uma pessoa podia viver com apenas café na dispensa. Não importa como olhasse para isso, para ela, viver só de café era impossível. “Há quanto tempo Julius não come algo realmente nutritivo e gostoso?” Pensou.

Decidiu cozinhar algo diferente. Carne, legumes... Pensando bem, não importa o que escolhesse, desde que não fosse café, seria diferente.

Comprou mais coisas do que havia planejado, porém, tudo era absolutamente necessário. Alice carregava quatro sacolas plásticas em cada mão, o conteúdo da mão direita era um pouco mais pesado que o da esquerda, o que fazia com que ela se curvasse um pouco para este lado. Caminhava lentamaente de volta para a Torre do Relógio. Gostaria de andar mais rápido, mas o peso das sacolas a impedia.

Alguns minutos depois, Alice sentiu um toque gentiu em sua mão. Olhou para trás, era Boris. Ele disse:

–Deixe-me carregar isso.

Normalmente ela negaria, não gostava de ficar alugando as pessoas, mas as sacolas estavam muito pesadas, e como ela não queria ter que parar pra descansar, deixou que ele carregasse as sacola para ela.

–Obrigada. –Ela disse, sorrindo.

Eles caminhavam lado a lado em direção à Torre do Relógio.

–Faz tempo que você não aparece no Parque de Diversôes. –Boris disse.

Mas Alice não respondeu, estava distraída olhando sem ver para algum lugar ao longe, pensativa.

–O que foi? –Ele perguntou.

–Ah! –Alice exclamou, percebendo que ele estava falando com ela. Seu rosto enrrubreceu-se em embarrasso durante um instante.

Olhou para ele e disse:

–Estava pensando na conversa que tive com Nightmare noite passada. Não falamos muita coisa. Aliás, nós nunca falamos sobre muita coisa, nunca dá tempo. Mas a conversa de ontem me deixou pensativa. Eu só poderei ir para casa quando aquele vidrinho estiver cheio, e ele já está acima da metade. Então estava pensando no que fazer, já que parece que tenho pouco tempo aqui. –Ela sorria ao dizer isso.

Borris não entendia muito bem sobre o que ela estava falando, mas aquela frase ecoou em sua cabeça várias vezes. “ Parece que tenho pouco tempo aqui.” Ele parou de andar de súbito. Alice, preocupada, foi até ele ver se estava tudo bem. Estava, agora, a menos de meio metro de distância dele.

–O que aconteceu?-Ela perguntou.

Boris deixou as sacolas caírem no chão.

–Ei! Tem ovos aí dentro! Por que fez is...

Alice foi interrompida pelo movimento súbito de Boris. Ele a abraçou forte. Era um abraço quente, apertado, terno. Boris puxou-a mais para si, apoiou a cabeça de Alice em seu peito e beijou delicadamente seus cabelos. Seus movimentos eram gentis, mas ,ainda assim, firmes. Seu toque deixava um rastro quente na pele de Alice. Carinhosamente, ele pediu:

–Fique comigo. Por favor. –Sua voz era doce, mas ,no fundo, suplicante.

O rosto de Alice estava mais vermelho do que nunca. Surpreendida, ela agora se encontrava entre os braços de Boris. Ela não sabia o que dizer, não sabia o que fazer. Seu humano coração batia mais rápido do que ela jamais pensou ser possível. Boris apertou seus braços ao redor de Alice. O tempo, para eles, pareceu desaparecer.

–Onee-san! –Alice ouviu dois garotos gritarem em uníssono, desfazendo todo aquele encanto.

Olhou para trás e um frio percorreu sua espinha. Antes que pudesse perceber não estava mais nos braços de Boris.

–Dee, Dum. –Boris os cumprimentou.

Os garotos vinham correndo em direção a eles. Mas não pararam, ao contrário, passaram correndo e levaram Alice com eles, cada um segurando um braço, para que ela não pudesse fugir. Boris ficou para trás, com as compras de Alice a seus pés, sem saber ao certo o que fazer. A expressão em sua face era de pura confusão e surpresa.

Alice estava sendo arrastada pelos Tweedle. Gritava em protesto, mas era em vão. Perguntou:

–O que diabos vocês estão fazendo?!

–Estamos te levando para a mansão. –Disse Dee.

–Para brincar. –Completou Dum.

–O que?! Não! Eu preciso fazer o almoço do Julius!

Mas não importa quantas vezes ela gritasse, quantas vezes esperneasse, suas tentativas eram todas vãs. Ela foi finalmente vencida pelos baixinhos sádicos.



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Notas finais do capítulo

Achei esse capítulo melhor que o segundo. ^^ Apesar de eu achar que deslizei um pouco na personalidade dos personagens algumas vezes. Me desculpem por isso.(n_n)
Deixem reviews dizendo o que acharam, o que pode ser melhorado. (Cá estou eu implorando reviews novamente. kkkkk faz parte :] )
Ah, só pra avisar, fiz um cadastro no hanashi. O link tá no meu perfil. ^^
Bom, é isso. Espero que tenham gostado. A gente se vê no próximo capítulo