Segredos De Uma Vida Quase Normal escrita por Mago Merlin


Capítulo 3
Inimigos Jurados.




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Capítulo 3 – Inimigos Jurados.

Agora que estava sozinho, Harry passou a observar as pessoas no salão. Quando estava acompanhado eram poucas as pessoas que olhavam na sua direção. Mas agora várias pessoas o olhavam, a maioria meninas que logo se viravam para outro lado rindo, e alguns meninos que o mediam.

Ele ainda precisava encontrar a sala de História, sua próxima aula. Por isso se levantou antes do resto do salão, fazendo o mesmo caminho que o amigo. Sentiu vários olhares o seguindo, ao contrário do que aconteceu com o menino anterior. Um destes olhares era de Gina, mas ele percebeu que a ruiva de Tiago, continuou conversando com seus amigos.

A sala que ele procurava era no primeiro andar. Ele aproveitou os corredores vazios para descobrir cada sala de aula.

Já no fim do corredor, ele escuta:

- Ei Potter.

Ele para e se vira para ver quem estava o chamando.

- Preciso falar com você. – disse o loiro que estava com seu primo nas aulas, desta vez ele estava apenas com dois amigos, que mais pareciam guarda-costas.

- Desembucha. – disse Harry sem paciência. – Não tenho muito tempo.

- Essa escola é minha. – disse o Loiro. – Esse é o primeiro aviso. Cuidado com o que faz, se eu não gostar, você sofre.

- Por que eu teria medo de alguém que anda com dois idiotas como segurança? Vai mandar eles me baterem? Vai fazer fofoca sobre mim? – disse Harry olhando fundo nos olhos do loiro. – Você vai ter que fazer mais que simples ameaças para merecer que eu te escuto. E seja original, essa coisas eu escuto há anos, e pelo que eu pude perceber, as pessoas tem mais medo de outra pessoa que de você.

- Você ainda vai se ajoelhar perante Draco Malfoy. – disse o loiro quando Harry se virou e continuou em direção a sala de aula.

- Sonha mais baixo, doninha albina. – disse Harry, seguida de uma gargalhada.

Malfoy não pode fazer nada, já que os corredores logo se encheram de alunos e professores se dirigindo para a aula.

Harry entrou na sala, e percebeu que ela era maior que as anteriores. No canto mais escuro, estava sentado Tiago.

- Estou na sala certa? – perguntou Harry.

- Está. – disse Tiago. – Algumas matérias que não há muita necessidade de um acompanhamento maior dos professores têm duas turmas. Isso acontece com História, Geografia, Biologia e Educação Física. Assim seremos colegas de classe nestas matérias. 

- Pelo menos alguém pra dividir as atenções.

- Senta logo que a aula já vai começar.

Apesar de alguns alunos estarem ainda de pé, o professor Binns começou a aula, sem nem notar que havia mais um aluno na sala. Harry poderia até achar a matéria interessante se não fosse voz entediante do professor. Ele deu uma olhada na turma, alguns dormiam, outros trocavam bilhetes, por papel ou celular, poucos prestavam atenção na aula, entre eles Hermione e Luna. Tiago estava escrevendo algo no caderno que não parecia em nada o que o professor falava.

- Dever de outra matéria. E um dos poucos momentos que posso fazer. – disse Tiago assustando Harry. – Eu já disse que os óculos não são parte do visual apenas.

- As aulas são animadas assim mesmo?

- Algumas vezes tem um casal se pegando, mas quase não acontece nada de interessante. Tente fazer algo para se distrair ou você vai acabar dormindo.

- Você tem o livro de Química aí?

- Só não olhe no fundo onde estão as repostas. – disse ele jogando o livro. – E minha próxima aula. Não gosto de passar no armário para pegar o livro, prefiro atormentar o Seboso.

- Belo apelido.

- Isso vem dos tempos de escola, parece que ele nunca lavou os cabelos.

- Você pegou detenção por aporrinhar ele?

- Este ano ainda não. Peguei por briga mesmo. Sempre tem uns valentões que acham que podem aterrorizar o pessoal mais novo.

O assunto morreu ai, com os dois voltando sua atenção para os próprios deveres.

Quando o sinal tocou, Harry devolveu o livro e se dirigiu para a próxima aula, Inglês.

O professor era diferente, usava uma camiseta sem mangas e cabelos longos amarrados em um rabo frouxo, e óculos coloridos. Era bem parecido com os Hippies dos filmes.

- Meu nome é Firenze, seu novo professor. – disse o professor com uma voz forte e firme, contrastando com o visual. – Você deve ser o pequeno Pontas, digo, Potter.

- Sou. – Harry respondeu confuso.

- Vamos ver sua habilidade em nossa língua. – disse o professor e voltando se voltando para turma. – Hoje termos uma redação. Tema: Magia.

- Odeio redação. – disse Rony saindo da sala.

- Isso porque você não consegue escrever nada que não seja basquete. – disse Hermione.

- Deixa disso, Mione. – falou Gina. – Ele nunca vai pensar em nada diferente. Ele até pediu para o papai comprar ingressos para o próximo jogo para te levar no seu aniversário.

- Ai é que você se engana, maninha. – disse o ruivo. - Era para uma peça de teatro, e Obrigado por estragar a surpresa.

- Ah, Rony não precisava. – disse a morena o abraçando.

- Quando eu vou arrumar alguém assim? – perguntou Gina.

- Eu se fosse você não fazia essa pergunta alto. – disse Luna. – Você sabe que tem muito meninos de olho em você e podem usar as suas ideias contra você.

- Tem um que pode, que eu não ligo. – disse ela vendo Harry passar. – EI, Harry. Vem cá.

Ele escutou a ruiva o chamando e foi até o grupo.

- O que está achando das aulas? – perguntou a ruiva tentando não continuar o assunto anterior.

- Interessantes, só tomei uma detenção por sua causa. Todos os professores sabem meu nome. Acho que já tive dias piores.

- Se prepare, temos outra aula com Snape. – disse Neville.

- Esse não gostou de mim. – disse Harry. – Problema dele.

- Ele não gosta de ninguém. – disse Luna. – Só alguns...

A menina foi interrompida por uma loira que chegou empurrando todo mundo e parando na frente de Harry.

- Oi, Sou Gabriele Delacour. – disse ela de forma bem sensual. – Posso te mostrar a cidade, hoje mesmo, se você quiser Harry.

- Acho que não será possível. – disse Harry. – tenho compromisso por todas as noites, fica pra outra oportunidade.

Quando Harry se virou para os amigos viu um sorriso no rosto de Gina.

- Vamos perder a aula assim. – disse Neville aflito.

Eles seguiram e logo foram recepcionados por um Snape furioso.

- Vejo que o Sr Potter já arrumou a sua gangue. – disse o professor.

Harry olhou para os amigos, não entendendo nada, até que se lembrou do que Tiago tinha lhe falado.

- Sim. – disse ele.

- Sentem-se. – disse o professor bufando pela empáfia de Harry.

Snape passou a aula toda falando mais alto que o normal, parecendo ainda ter raiva de alguma coisa. Assim como manteve a chuva de perguntas para Harry, que se saiu muito bem. E enquanto todos estavam fazendo a tarefa pedida, Snape parou atrás de Harry e Gina, esperando que ele errasse algo.

Harry se incomodou de ter alguém colado nele daquele jeito, mas já estava acostumado, vários professores anteriores faziam o mesmo, principalmente nas provas. Duda e seu tio eram bem convincentes, e todos desconfiavam dele.

Mas ao parar para pensar o único que fazia isso era justamente Snape, que parecia ser assim com todos.

Logo o sinal tocou encerrando o dia de aula.

- Minha irmã me contou, que o Snape recebeu uma chamada de atenção de um aluno, por pedir que eles fizessem algo perigoso. – disse Parvati Patil.

- Aposto que foi o Tiago. – disse Gina.

- Ele mesmo. – disse a menina que fofocava. – E pelo que parece ele estava certo, Snape teve que buscar no livro para ver e corrigir o que tinha mandado, por isso estava mais azedo que o normal.

- Coisa que eu achei que não fosse possível. – disse Rony.

- Isso porque você não teve que limpar o laboratório depois que o Dumbledore mudou a sua detenção. – disse Neville. – Ele queria que eu arrumasse o estoque dele, depois que apareceu ratos lá dentro.

Todos riram.

Na escada eles se separaram, como Harry não tinha nada para pegar ou colocar no armário, seguiu para a saída do colégio, mesmo passando na frente do seu armário.

Ele suspirou ao ver Duda encostado no seu armário. Atrás dele estavam quatro jogadores de futebol americano, novos companheiros de seu primo.

- Eu quero o seu armário. – disse Duda. – O meu é só metade.

- Se você quer um armário maior, peça para o Filch, ou para o diretor. – disse Harry.

- Não tem mais nenhum disponível, por isso quero o seu.

- Vai ficar querendo. Não sou seu pai, ou sua mãe para ficar tendo que atender todos os seus caprichos. Não me amole. Se contente com o que tem.

- Posso fazer sua vida um inferno. – disse ele sinalizando para os companheiros se aproximar.

Porém nada aconteceu, depois de dois segundos o sorriso no rosto de Duda desapareceu e ele olhou para trás. No lugar dos grandões com jaqueta colorida de jogador, estava um único homem com um casaco de couro.

- Você poderia me dar licença, você está na porta do meu armário também. – disse Tiago. – Seus amigos já foram. Algo como não querer se meter em encrencas.

Duda pareceu levar um choque e se desencostou do armário.

- Ainda quero o que é meu por direito, cheguei aqui primeiro. – disse Duda.

- Isso aqui não é quem vê primeiro, aliás, nada é. – disse Harry calmamente. – Culpa é do seu pai que não viu isso, agora saia da minha frente.

Duda levou a mão ao bolso, onde Harry sabia que ele levava um canivete, mas uma mão no seu ombro o atrapalhou.

- O aviso que te dei na semana passada, quando você tentava beijar a Betty, continua valendo. – Era novamente Tiago.

Harry nunca viu Duda suar tanto, nem mesmo quando foi suspenso de uma escola por matar aula, três dias seguidos, num shopping, e ser pego.

- Essa batalha é sua. – disse Duda. – Vamos ver quem ganha a próxima.

- Valeu cara. –disse Harry depois que o primo sumiu correndo.

- Sei que não era necessário, mas adoro ver a reação deles. – disse Tiago. – E também mantem minha fama. Viu como os jogadores sumiram assim que me viram?

- Se eles correrem tanto assim nos jogos, creio que vamos vencer sempre.

As pessoas, que viam os dois conversarem animadamente, começaram a especular sobre a amizade. Aqueles dois juntos deviam ser piores que todo o time de futebol.

Harry voltou para casa, a pé. Ele não se daria o luxo de acompanhar Duda.

Por mais que gostasse de andar, ele teria que arrumar um meio de transporte. Mas pensaria nisso depois, agora ele teria que enfrentar o tio, e depois quem sabe sair para arrumar um emprego.

Chegando perto de casa, ele avistou a Sra Figg carregando uma sacola de compras que parecia muito pesada.

- Oi, Sra Figg. – disse ele chamando atenção dela. – Posso te ajudar com essa sacola.

- Obrigada, Harry. – disse ela passando a sacola para ele. – Normalmente tem um garoto para levar as compras no supermercado, mas hoje ele estava ocupado com a Giselle Meadowes, uma amiga minha, que tinha mais sacolas.

 - Não há de que. – disse ele. – Eu também gostaria de agradecer novamente por me ensinar o caminho da escola, Sra Figg.

- Acho que devemos parar de nos agradecer o tempo todo. E me chame de Arabella.

Ele deixou a sacola dela na cozinha, depois de terminarem de conversar. Harry perguntou onde ele poderia arrumar algum emprego, e ela ficou de pensar. E ele prometeu a ajudar quando possível.

-Por que você demorou tanto? – perguntou Valter assim que ele entrou em casa.

- Boa tarde, tia. – disse ele de forma educada com a tia e disse falando com ela. – Eu voltei para casa a pé e encontrei a Sra Figg pelo caminho e a ajudei com as compras, ela disse que espera você para o chá que combinaram no sábado.

- Obrigada por me lembrar. – disse ela.

Valter estava espumando pela ousadia dele, de se dirigir apenas a tia, e não a ele, mesmo respondendo a sua pergunta.

- Antes de subir moleque, tenho algumas coisas a acertar com você. – disse ele mais vermelho que os cabelos dos Weasley.

- Tenho pouco tempo, vou sair. – disse ele.

- Então vou ser rápido. Você vai trocar de dupla com o Duda assim como de armário.

- Ele já veio reclamar. E, não. Não vou mudar e você não pode mandar eu fazer isso, já que isso é assunto da escola e como tal, você não pode fazer nada. Ele teve a chance dele nas duas coisas. Recebeu um armário ruim por que você não pediu um bom, e ele não reclamou quando devia, ou reclamou, mas não conseguiu nada. Quanto a dupla, bem, não tenho culpa se as meninas acham seu filho nojento, principalmente quando ele tenta agarra-las a força. E foi ela quem me escolheu, e nenhum professor vai mudar isso. Mais alguma coisa?

- Sim, moleque. Guida vai passar um tempo com a gente. Você tem que se comportar.

- Me comportar como? Do jeito mesquinho do seu filho que é um anjo, só para ver umas verdinhas? Ou um retardado, que é como você diz que sou? Ou um adolescente normal que sou? Não, já sei do mesmo modo com que ela me trata.

- Seu.. seu...

- Seu o que? Ela não é nada minha, apenas a irmã do marido da minha tia, logo eu não sou empregado muito menos escravo dela. Se ela me respeitar, eu a respeito. Senão...

- Se mantenha longe dela.

- Mantenha-a longe de mim. E ela que não se atreva a entrar no meu quarto. Não me importo se ela vai ter que dividir o banheiro com o Duda, eu pago pelo meu.

- Certo. – disse Valter entre os dentes.

- E as contas devem ser divididas em cinco, não mais quatro.

- O que? Não você não pode pedir isso. – berrou o tio.

- Eu não vou pagar para ser insultado. Ou isso, ou ajo como vocês dizem para todos como um rebelde sem causa.

- Maldito. Além de ter que aturar essa sua cara todo o tempo, ainda tenho que aturar sua atitude. – desabafou Valter, quase arrancando o bigode. – Combinado. Ela chega na sexta. Até lá quero você com um emprego, não importa qual, mas quero você longe desta casa o máximo possível.

- Eu quero ficar longe desta casa o máximo possível. – rebateu Harry encerrando a discussão e indo para o quarto.

Chegando lá refletiu seu dia, enquanto trocava de roupa. Não era todo lugar que aceitaria ele com aquela roupa.

Ele fez amizades, entrou para um grupo e uma pseudo-gangue, fez inimizades, cultivou as antigas. Se botar na balança ele tem mais amigos que inimigos agora.

Esse seria um ano interessante.


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