E Se Seus Sonhos Se Tornassem Realidade? escrita por bksbm


Capítulo 1
E se seus sonhos se tornassem realidade?




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- Você tem certeza disso?

- Absoluta!

Dez segundos passaram demoradamente enquanto Castle e Beckett mergulhavam nos olhares um do outro. Últimos olhares antes de iniciarem o ato de maior intimidade já registrado na história. Não era a primeira vez e, depois da forma como foi, também não será a última. Afinal, sexo é uma necessidade e estavam apenas se satisfazendo, não? Não. Não era só sexo. Era mais que isso, e os dois sabiam.

- Meu Deus, Castle...

 - Eu sei. Foi incrível...

Beckett havia chegado mais cedo ao trabalho e os rapazes ainda não estavam lá. Pilhas e pilhas de relatórios a serem executados, e ainda sob pressão de sua chefe. O caso havia terminado após duas semanas de uma investigação complicada. Mas, no fim das contas, marido e filha foram responsáveis pela morte de uma mulher de 32 anos, após decidir que estava se separando para morar com outra pessoa. Outra mulher, melhor dizendo. Pouco importava... Desde que se tornara policial já tinha visto de tudo e mais nada lhe surpreendia.

Seu café havia chegado, o que quer dizer que seu portador (e participante assíduo dos seus últimos sonhos), estava presente.

- O que é que você está fazendo aqui? Eu não te liguei...

- Eu sei. Estou entediado, e nem um pouco afim de assistir os ensaios macabros de Martha Rodgers na sala do meu apartamento.

- E Você ousou deixar a sua filha sozinha, de cobaia?

- Nah... A Alexis saiu com o novo namorado, ou melhor, futuro namorado...

- Já está sentindo o abandono da filha é? – E sorri, sarcasticamente – E, por acaso, aqui é o lugar certo para procurar diversão? Já viu o tamanho da pilha de relatórios que temos para terminar?

- O que é que eu posso fazer se você é a única que me agüenta?

- Que jeito... Você ajuda a resolver os casos.

- Sinto a sua consideração...

Os dois riem. De repente, o silêncio toma conta do ambiente. O barulho do teclado volta a soar, enquanto Beckett voltava ao trabalho, tentando disfarçar o clima diferente que sempre acontecia quando ele a olhava daquele jeito e com aquele sorriso. Lembrava-se nitidamente do incidente passado, e do que havia ouvido no momento em que ele tentava salvar sua vida. Toda essa confusão, sob o disfarce da perda de memória, juntamente com seus sonhos, a deixavam mais confusa do que o normal, ultimamente. E o pior de tudo é que dessa vez nem Lanie poderia saber... O que iria dizer? “Estou tendo sonhos eróticos com o homem que disse que me ama, a meses atrás”?! Melhor não.

No momento em que Castle parecia abrir a boca para iniciar uma conversa, Ryan aparece, revoltado com os preparativos do seu casamento, e da escravidão que vinha passando com sua noiva. Ah, e salvando o momento desconfortável.

- Espera. Jenny, eu não quis dizer isso! Espera... – A ligação cai – Droga. Mais essa agora...

- Ahn... Bom dia?!

- Bom dia Beckett. Hey Castle.

- Problemas com a Jenny? – Pergunta Castle, sem responder ao seu cumprimento.

- Sim. Há duas semanas ela não olha na minha cara direito, nem conversa comigo, nem... nem...

- Nossa. Isso sim é grave!

- Vocês homens deveriam parar para pensar que ela está prestes a se casar! Deixem de ser interesseiros! Só pensam em sexo! Ryan, isso é normal. Ela está fazendo de propósito para te deixar assim. Faz parte do processo. – Completa o discurso de defesa.

- Faz parte? Fazendo de propósito? Se os meus casamentos tivessem sido assim, eu não teria me casado... – Ryan e Castle riem

- Se os seus casamentos tivessem sido assim, talvez um deles ainda tivesse durado!

- Beckett 1 X Castle 0!

- Sério. Você faria isso com um futuro marido? DUAS SEMANAS?

- Pode ter certeza que sim. – Sai levando parte dos relatórios em direção da sala da Capitã Gates, e sorrindo ironicamente enquanto abandonava, aos poucos, o olhar curioso dele.

Esposito chega direcionando-se para a sua mesa, e tomando sua parte do trabalho, sem cumprimentar os colegas.

- Nossa... pensei que só eu estivesse entediado hoje. Bom dia.

- Antes fosse tédio. E vocês, qual o problema?

- Jenny...

- Tédio mesmo. Graças a Deus não tenho mas esse problema com uma mulher...

Ryan e Esposito se olham, e apontam seus olhares para Castle, como numa intimação. De fato, o que tinha o maior problema ali era ele. A Beckett representava um ‘perigo’ maior que qualquer outra, e ele não sabia e nem tinha como disfarçar mais.

- De qualquer forma, se o Castle não pode ajudar, e a Beckett defende seu time até o fim, o que é que eu faço para convencer a Jenny de esquecer essa idéia sem sentido?

- Vocês não...

- Não. Há duas semanas.

- Oh, Bro... Pelo menos ela tem um motivo, já no meu caso...

Castle ri. Beckett volta a sua mesa.

- Bom dia Espo. Eu realmente espero que vocês melhorem esse astral. Não quero ser contagiada...

- O Esposito e a Lanie também não estão se entendendo muito bem... Se é que você me entende.

- Ao Ryan eu já disse que existe um motivo e deve ser respeitado, agora sobre a Lanie... Boa sorte. Só você pode resolver.

- Você sabe o que é?

- Claro que não. Mas existem coisas que mulher nenhuma resiste, basta descobrirem.

Os três a olham assustados. Era meio constrangedor receber este tipo de conselho ou ter este tipo de conversa com alguém que era considerada sua irmã, apesar de ser sua superior, e tudo mais.

- Agora vão trabalhar, porque não pretendo passar todo o meu dia aqui.

Como Castle não tinha o que fazer, continuou no lugar que estava. Assim como no mesmo tédio de quando chegara.

- Castle, eu preciso ir falar com a Lanie sobre umas coisas, depois vou embora. Vai ficar aqui?

 - Ahn... Não posso ir junto?

- Melhor não. Vai fazer alguma coisa útil.

- Ok. Vou para casa, dormir. É a única coisa útil que tenho em mente...

- É. Cada um com suas prioridades. Vejo-te em breve, tchau.

- Tchau...

Pobre Beckett. Mesmo depois de quatro anos ainda não reconhecia a forma de convencer descaradamente alguém, de que estava falando a verdade. Lanie estava terminando de arrumar sua sala e seus objetos de trabalho quando Beckett chegou.

- Ei Beckett. Algum problema? Alguém foi assassinado hoje?

- Não. Nem espero que seja, pelo menos...

- O que te traz aqui então? Fugindo do desconforto com o Castle? Soube que ele veio aqui...

- Não... Quer dizer, sim...

- Vai. O que é que você quer realmente falar? Eu te conheço... Quando quer alguma coisa, vai direto ao ponto, então, tem algum problema aí. – Completa, tirando as luvas de trabalho.

- Bom... Eu realmente não ia falar isso para ninguém, nem nada, mas... É o seguinte. Eu tenho tido uns sonhos meio... Esquisitos, ultimamente.

- Sobre...

- Não é sobre... É com quem.

- Ai Meu Deus. Que tipo de sonho?

- É exatamente esse o maior problema...

- Katherine Beckett, você está tendo sonhos eróticos com o seu colega de trabalho?

- Eu sei. Eu sei. É errado! O que é que eu faço?

- Bom, eu diria para colocá-los em prática, mas como você é um pouco difícil, pode querer atirar em mim por isso. Então vou te dizer que isso só pode significar uma coisa.

- O que?

- Que você realmente espera que eles se realizem.

- Lanie, por favor, né?!

- O que? Vai dizer que você não vê que aquele homem é completamente louco por você? Você não me engana mais... Aliás, não engana mais ninguém!

Enquanto as duas conversavam, Castle esperava na porta. Ou melhor, ouvia a conversa escondido. Quer diversão maior do que entra em perigo com uma mulher armada?

- Não engano por que não tenho nada com o que enganar, ok?! Agora, favor não comentar isso com ninguém. Se não tem uma forma de ajudar, pode esquecer.

- Beckett, você quer mesmo que esses sonhos acabem? – E ri – Aposto que não. Mas tudo bem, não vai sair daqui. Boa sorte essa noite...

- Não achei um pingo de graça.

Minutos antes Castle já tinha se retirado. Entrar em risco é legal, ser pego, nem um pouco! Beckett vai para casa, tomar um banho, ler e relaxar um pouco, enquanto nenhum maníaco cometia assassinatos pela cidade. Seu celular estava na estante, ao lado da sua banheira, quando o ouviu vibrar.

- Mensagem? Quem me mandaria uma mensagem?

- E se os seus sonhos se tornassem realidade? RC”

E no exato momento ela sabia. Sabia que, de alguma forma, ele descobrira sobre seus sonhos. Lanie teria contado? Ou talvez chegasse aos ouvidos de Esposito e fosse repassado? Não. Eles não teriam coragem de comprar uma briga com ela. Mas então, como? Será que sabia dos detalhes também? Bom, uma coisa é certa, se as coisas já estavam constrangedoras antes, agora ficariam milhares de vezes piores!


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