Dois dias se passaram. Dias que Sirius usou para refletir sobre tudo. Não valia a pena acabar com uma amizade por causa de algo assim. Não sabia o que fazer com o menino mascarado, mas por enquanto não o atacaria.

Ele chegou à casa dos amigos e encontrou com Samanta pegando uma carta de uma coruja.

- Por que você não está lá dentro? Corujas entram em casa, que em me lembre. – disse ele assustando a ruivinha.

- E que... Sabe... Hum... – disse Samanta.

- Sua mãe deve estar muito satisfeita que você não puxou seu pai quando se trata de inventar desculpas. Tinha dia que até eu acreditava no que ele falava para os professores.

- Eu não queria mentir. – disse ela. – Eu tenho me correspondido com um amigo, e achei que papai não ia gostar.

- Um namorado? – perguntou ele com um sorriso malicioso.

- Não. – disse ela rapidamente. – ainda não. Ele lutou comigo em Hogsmeade. Temos conversado desde então.

- Lutou contra comensais? Aposto que é um Grifinório.

- Corvinal.  – disse ela. – Coragem não é exclusivo dos leões.

- Verdade.

Eles entram na casa. Sammy escondeu a carta no bolso, leria depois.

- Almofadinhas. Quanto tempo? - disse Tiago com bom humor.

- E que... – disse Sirius.

- Deixa disso, cara. – falou o maroto de óculos.

Neste momento, uma gatinha se esfregou nas pernas de Sirius.

- Mas que isso? – perguntou ele.

- Você não vem aqui a muito tempo, as coisas mudam. – disse Tiago com um sorriso.

- Mas são dois dias. – reclamou ele.

- Para quem chegava pro café e saia só pra dormir, isso é muito tempo.

- Eu não tenho culpa se meu elfo não sabe cozinhar. – disse o moreno pegando a gatinha no colo.

- Vamos. Aluado e Tonks estão tomando um lanche na cozinha.

- Já estão assim? Perdi tempo mesmo.

- Eles chegaram de mãos dadas, mas nada de falar qualquer coisa.

- Esse Aluado é lento mesmo. – disse Sirius.

- Um cachorro cuidando de uma gatinha. Já vi de tudo nesta vida. – disse Remo.

- Não é minha. – disse Sirius indignado, mas continuando a fazer cafuné no animal.

- Então de quem é? – perguntou Tonks.

- Caos. – respondeu Lilian.

- Vocês não acham que possa ser uma armadilha. – disse Sirius.

- Já disse que essa casa tem muita proteção, é claro que verificamos. – disse Tiago. – Essa casa é mais protegida que a sua.

- Verificamos até mesmo se é uma animago. – disse Lilian. – Até mesmo a medalhinha, nós conferimos.

Sirius não tinha notado a pequena peça presa por uma corrente no pescoço da gatinha. Nele tinha apenas uma coisa. Uma letra ‘M’.

- E impressão minha, ou esse ‘M’ não está centralizado. – disse Remo.

- Isso é verdade. – disse Sirius, que por algum motivo não largava a gatinha.

- Que graça tem ser sempre igual. – disse alguém da porta.

Todos se viraram para a porta e encontraram Harry e Gina.

Sirius segurou a gata para evitar que fosse levada dele.

- Hum. – disse Tonks. – Até pra mim é difícil ser tão parecida com alguém e tão diferente ao mesmo tempo.

- Parece que você pertence ao lado bom da família, que sinceramente ninguém merece a Bella. – disse o moreno.

- Encontros de família são bem divertidos com os Black. – disse Gina.

- Você nem imagina. – disse Sirius com um sorriso, mas voltando a ficar sério.

- Que tal pararmos com formalidades e pularmos para os assuntos importantes. – disse Harry.

- Eu ainda não acredito em você. – disse Sirius.

- Por quê? – perguntou Harry. – Que eu me lembre, nós nunca tínhamos nos encontrado até a Toca.

- Por quê? Você pergunta. – disse Sirius. – Você é o responsável pela minha dor. Custei anos para conseguir ter algo com a Emmy, e quando eu vou me casar com ela, você a mata.

Ele só não partiu para cima de Harry, por ter a gata no seu colo. M passou a passar a cabeça no seu peito como se o acalmasse.

- Nunca matei ninguém em combate. – disse Harry. – Nem nenhum inocente ou alguém contrário a Voldemort.

- Eu vi. – disse Sirius. – Você a pegou no colo depois dela receber vários feitiços agressivos. Nem me deu a chance de tentar salva-la.

- Se é isso que você acredita, no momento, não posso te ajudar. – disse Harry.

- Você tem a teimosia dos dois, nunca pensei que isso fosse possível, Harry. – disse Remo.

- Aluado. – disse Sirius.

- Que foi? Agora eu acredito. – disse o professor de DCAT. – Mais teimoso que Pontas e Lilian, só seus filhos.

- Isso me inclui Tio? – perguntou Samanta aparecendo na cozinha.

- Claro que inclui. – disse o lobisomem. – Me recordo que precisamos usar o Hagrid para te tirar de Hogsmeade na última visita.

- Tava procurando a Gina. – disse a ruivinha. – agora achei.

Samanta puxou o irmão e a cunhada para o quarto.

- E ai? – perguntou Lilian para o melhor amigo do marido.

- Ninguém que cuida de uma gatinha pode ser ruim. Ele ainda vai me falar o que fez com Emmy.

- Acho que ela está mais perto que acreditamos. – disse Tiago.