Einstein provou que o tempo é relativo. 2-D não era capaz de entender a ciência do discurso dele, mas era a prova viva que ele estava certo. O tempo nunca passou tão rápido.

Noodle sorria para 2-D e caminhava despreocupadamente em sua direção. 2-D estava nervoso, suas pernas pareciam pesadas e só conseguia andar lentamente. Cada passinho que dava, o frio na barriga aumentava, apesar do calor emanado pelo sorriso da amada.

Finalmente, estavam próximos. 2-D podia sentir o peso da sua respiração. Era agora, não tinha como adiar. Olhou para trás rapidamente, procurando o apoio em Russel, mas o grandão já havia se afastado - para dar privacidade aos dois, talvez.

- E aí, D? Soube que quer falar comigo - ela disse, sem tirar o sorriso do rosto por nenhum segundo. 2-D notou o quanto gostava daquele sorriso.

- Sim, eu q-quero falar com você - respondeu o rapaz de cabelo azul, incerto. As palavras faziam força em sua garganta, não querendo sair. Culpa da timidez, do medo de levar um fora.

- Pode falar então, 2-D - ela retrucou. Ele já estava quase perdendo sua coragem, quando teve um vislumbre do que poderia acontecer: se fosse rejeitado, chegaria ao fundo do poço. Mas se fosse algo mútuo, ele podia ser feliz, finalmente. É agora, pensou.

- Noodle, eu gosto de você - disse, sem olhar para ela, de solavanco. As palavras o libertaram, 2-D sentiu um alívio tão grande que pode encarar sua amada novamente e completar: - Na verdade, eu te amo.

Noodle o encarou espantada. O seu sorriso voltava vagarasomente ao seu rosto. Era um sorriso diferente do que 2-D, ou qualquer outro, já tinha visto. Era um sorriso mais real, aquele que vem do fundo da alma.

2-D entendeu o que ele significava e, antes de ouvir a resposta da garota, já sabia o que ela diria.

Ele seria feliz, finalmente.