(3ª pessoa)

10 dias depois

–Vai dormir, pelo amor de todos os deuses do metal, James... – Brian reclamava com Jimmy, pois o mesmo não parava de cantar e batucar no chão com suas baquetas novas. – São 4:00 da manhã e você ainda ta ai me enchendo. Eu vou te matar garoto!

– Calma, calma... sem estresse, querido amigo. – Jimmy sorriu, porém Brian lançou-lhe a pior carranca possível.

– Se você não parar de cantar e de fazer barulho com essas merdas, vou ter que testar sua masculinidade-que no caso, é quase nula- e enfiar essas porcarias no seu orifício rugoso traseiro ok? – Brian falou já se levantando e indo em direção ao amigo. Jimmy se encolheu, antes tacando as baquetas em qualquer canto do quarto e afundando seu rosto nos travisseiros.

Jimmy havia ido dormir na casa de Brian, pois com seus pais viajando novamente, e com todos os acontecimentos, se sentia mais seguro. Mal Brian conseguiu fazer Jimmy dormir, já tiveram que acordar para ir a escola. Brian roncava alto na cama, quando Jimmy acordou. O maior, se aproveitando da situação, e fazendo jus ao posto de melhor amigo, correu até a cozinha, pegando um balde de água gelada e subindo novamente para o quarto do amigo. “1,2,3” contou, logo depois, jogando toda a água em cima do ser que dormia tranquilamente.

–AAAAAAAAAAAAAAAH! – O garoto se levantou sem entender nada, porém quando viu o outro rindo histericamente, saiu atrás do mesmo pela casa. – SULLIVAN QUAL É O SEU PROBLEMA?

– O meu nenhum, o seu é que você está molhado. – Riu, se escondendo atrás do sofá.

– EU VOU TE MATAR CARALHO! Não acredito que fez isso! – Seu rosto estava vermelho de ódio.

– Que porra de gritaria é essa aqui em baixo? – McKenna apareceu do nada na ponta da escada, olhando sonolenta para os dois.

– Nada, vai dormir! – Brian disse emburrado, torcendo para que Kenna estivesse com sono demais para perceber seu estado.

– Eu joguei água nele, e agora ele ficou putinho. – Jimmy sorria radiante, quando McKenna percebeu o estado do irmão, todo seu sono foi embora, dando lugar a um sorriso enorme e uma risada escandalosa.

– Parem de rir seus otários. – Brian deu um soco no braço de Jimmy.

– Não dá. – Continuaram rindo na sala, enquanto Brian ia até a cozinha preparar seu café da manhã, mesmo estando molhado.

“Ah, se ele pensa que vai ficar por isso, pode ir esperando. Seu dia ainda vai chegar Sullivan.” O garoto pensava enquanto deixava um sorrisinho sinistro escapar por seus lábios.

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Depois de algum tempo se preparando, Brian e Jimmy saíram para a escola. A mesma não ficava longe da casa de Brian, daria até para ir a pé, mas a preguiça e o frio que fazia aquela manhã, os impedia de ir andando sem congelar.

– Eu devia te deixar ir andando, Sullivan.

– Também te amo, Bri.

Rapidamente chegaram ao portão, indo em direção as vagas reservadas aos alunos. O carro de Matt já estava lá e o de Johnny também. Estacionaram entre os dois carros dos amigos e saindo, logo os encontraram reencostados no muro de tijolos da entrada. Johnny e Zacky conversavam sobre Lacey, Matt e Val se beliscavam e Michelle e Leana tentavam entender os outros dois.

– Olá pessoas. – Jimmy saiu saltitante, agarrando-se a Johnny, que ao receber o peso do maior, quase foi ao chão, mas se apoiou no muro.

– Jimmy seu idiota! – Johnny batia no amigo, que se defendia na medida do possível, obviamente rindo.

– Parem com isso crianças! – Leana puxou Jimmy, dando-lhe um beijo na bochecha, perto da boca. – Por que Brian está com essa cara? – A menina sussurrou para o maior.

– Eu joguei um balde de água gelada nele agora de manhã, depois a Kenna riu dele e agora ele ta bem puto. – Os dois riram.

– Cadê o resto? – Brian, que até então estava quieto e emburrado, se manifestou.

– Hm, Lacey deve estar com Joel, ele chegou meio sei lá. Benji e Tuck estavam discutindo sobre alguma bobagem que eu não sei do que se tratava, e o cabeludo estava bem afetado. Não sei... Enfim, eles já devem estar na sala. – Michelle respondeu, abraçando a cintura de Brian e o mesmo rodeou seus braços pelos ombros da garota.

Logo, todos já estavam na sala. Nesses dias, coisas estranhas ainda aconteciam.., Jared e Frank pediram transferência de turma e Gerard não apareceu ainda. Isso estava chateando muito os amigos. Principalmente Joel, pois o mesmo sentia falta do até então, namorado. Percebeu-se também um certo sumiço de seu irmão mais novo, Mikey. Já um tempo ele não comparecia a escola, o que preocupava mais ainda os amigos, por não haverem noticias de Gerard e agora seu irmãozinho também.

A aula começou e então a classe se calou por completo. Assim como os amigos, os alunos estavam apreensivos quanto o sumiço do garoto. Não que ele fosse um exemplo de popularidade, mas era estanho saber que um colega um dia estava ali, e mais de um mês depois, não estava mais.

O diretor até sugeriu fazerem uma homenagem aos garotos, porém o grupo impediu que isso acontecesse. Disseram que iriam a policia pedir ajuda, mais precisamente, ao policial Mark, o mesmo que os ajudou no caso de Jimmy.

No intervalo, os meninos saíram com Lacey e as garotas e Joel permaneceram na sala. Apreensivos com a falta de informação,ligaram para o policial Mark, mas a recepcionista disse que o mesmo não poderia atende-los, sendo que havia sido elevado. A voz da moça estava meio embargada, como se tivesse chorado por dias. Estranhando, disseram á mulher que era urgente, então a mesma os disse para passarem lá durante a tarde. Concordaram e desligaram o telefone.

Gena que até então estava quieta, ligou os fatos, o que os fez suspeitar cada vez mais que algo estava errado.

– Gente! – Todos a olharam. – Lembram do que esse ser aqui achou? O crânio? – Perguntou apontando para Joel. Assentiram. – Se esse elevado for um jeito mais fofo de dizer que o policial Mark, vocês sabem... se foi? Por que acredito não ser a única a perceber a voz da moça...

– Por que vocês meninas sempre falam isso? Se ele, foi pra um lugar melhor, o que a gente faz? E outra, sabe como eu vou me sentir se descobrir que isso é verdade? – Joel falou quase chorando, e isso tocou o coração das garotas.

– Desculpa Joel. Sabemos como é difícil pra você, mas não podemos deixar de considerar as possibilidades. – Val e Leana o abraçaram.

– Ta... vamos chamar os outros, temos que decidir que merda a gente vai fazer agora. Eu quero meu Gee e não vou desistir até acha-lo. Antes de tudo ele é meu amigo, assim como vocês. Vocês estão comigo? – Joel se levantou, secando as lagrimas e tentando parecer forte, porém seu olhar era vazio e denunciava sua raiva e tristeza.

– Claro Joel. Como você disse, somos todos seus amigos e isso não vai mudar. Mich, vamos chamar os caras. – Gena a puxou porta afora.

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– Fica quieto animal! – O garoto gritava raivoso para a figura magra a sua frente.

O outro, por estar amordaçado e com muita fome, somente concordava com a cabeça e logo se calava. Temia que algo acontecesse consigo e seu irmãozinho. Ele se perguntava onde estavam todos, por que ninguém havia ido procura-los e se iriam morrer na mão da pessoa desconhecida que segurava uma arma a cabeça de seu irmão.

– Por favor, não faça nada com ele. – Falava com dificuldade, mas o que falava era entendível o suficiente.

– Não posso garantir. – O homem por trás da mascara sorriu maldoso. – Mas minha intenção não é machuca-los, ainda. Só quero ver o pânico instalado sobre seus amiguinhos idiotas.

–Q-quem é você?

– Já disse para nunca me perguntar isso! – Chutou Mikey com força na perna que machucou durante a primeira tentativa de sair dali, e o menino começou a soluçar. – Fiquem quietos. Amanhã eu volto para ver como estão. – Saiu porta afora, deixando os dois irmãos feridos e fracos.

– Tenho certeza que estão atrás de nós. Relaxa, estou com você. Eles vão nos achar. – O mais velho abraçou o irmão e os dois adormeceram, os rostos manchados por lagrimas.