Como Sobreviver Num Acampamento De Nerds escrita por Pequena em Paranoia


Capítulo 9
Dica 09 - NUNCA entre sem bater.


Notas iniciais do capítulo

Depois de um longo e tenebroso inverno, ACAMPAMENTO DE NERD VOLTOU! uhul! Eu tenho até abril para fazer pelo menos cinco capítulos dessa fanfic (fora os das outras três hihihi) então acho que dá pra fazer algo legal. Terminei agorinha o capítulo e juro que eu ri imaginando a confusão da Lucy com o Matt. Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/195989/chapter/9

Nona Dica: NUNCA entre sem bater.

Bem, pela passagem anterior, vocês devem ter percebido quão importante é essa dica. SÉRIO, nunca se esqueça de bater antes de entrar!!! Experiência própria, ou tristeza própria (tanto faz). Sempre há algo inesperado do outro lado. Se possível, sequer tente espiar! A curiosidade já matou o gato, dizia o sábio.


.


Acordar com o som dos pássaros é algo agradável... Pena que os grunhidos da Anna Pierce e de Louise Morgan incomodavam e não deixavam que eu pregasse os olhos de maneira alguma durante a madrugada e na manhã seguinte ao “acidente” – se é que podemos chama-lo assim.

Ok, até parece que eu consegui dormir com aquela visão terrível martelando minha cabeça.

Quando entrei no refeitório escutei apenas o silêncio. Olhei para um lado e olhei para o outro, escutando vários risinhos contidos e vários chiadinhos irritantes que me deixaram com frios na espinha, reações involuntárias com o ombro e coisas do gênero. Comecei a piscar o olho direito. Eu começaria a entrar em colapso em 3... 2...

– Bom dia, Lucy! – alguém riu nas minhas costas, me tirando do transe da vergonha e intimidação pelas risadinhas e olhares gozadores.

Virei-me e dei de cara com Jeon sorrindo feito um idiota.

– Bom dia... – falei devagar. – Posso perguntar por que está tão feliz?

– Não é óbvio? – Jeon riu – Já sei do que aconteceu ontem na “cabana do pescador”...

Revirei os olhos e sai andando na direção de qualquer mesa que eu pudesse sentar e não me sentir a piada do dia. Jeon começou a rir e me seguir pelo caminho da verginha.

– Ei ei ei, espera! – ele berrava. Sentei-me num lugar vazio e ele caiu de uma vez do meu lado, dando-me um susto que eu, no meu estado normal, não levaria – Relaxa, garota! Só porque você viu o Matt pelad-

– NÃO pronuncie esse nome na minha frente! – bufei.

Ele riu outra vez.

– Certo, não vou falar! Mas é bom você pensar que ele está ainda pior do que você, afinal foi o amiguinho dele que ficou de fora...

– CHEGA DE DETALHES. – surtei, tomando um gole do meu suco. Então parei e soltei um riso esganiçado – E eu não acredito que você chamou o você-sabe-o-quê dele de “amiguinho”... Que palavra mais gay.

Jeon deu entre ombros e também começou a dar goles no suco.

Tive rapidamente um flash do dia anterior e quase cuspi tudo para fora. Não que fosse algo extraordinário olhar um cara nu. Eu já vi caras nus antes! Não me entendam mal, estou falando que já vi meus irmãos nus, meu pai, um cara numa revista e sem querer na internet. SEM QUERER! O problema era que eu nunca tinha visto ao vivo ninguém que não tivesse o mesmo sangue que eu nem nada. Ainda mais quando eu conheço essa tal pessoa há apenas dias.

De repente outra pessoa se sentou do meu lado. Olhei lentamente e vi o sorriso aberto e repentino, grande e, sei lá... Não tenho adjetivos para ele. Era Jeffrey.

– Bom dia. – ele falou, baixando levemente a cabeça para poder falar comigo. – Como foi sua noite?

– Bom dia, Jeffrey. – respondi meio acuada. Eu realmente não queria escutá-lo falando sobre o que aconteceu na noite passada. – Não precisa realmente perguntar isso, não é legal.

Jeffrey levantou o rosto como se fosse uma surpresa.

– Ah, desculpa. Eu queria ser educado, talvez não tenha escolhido as palavras certas. – ele disse, chegando a rir um pouco. – Estou perguntando se você conseguiu dormir, está com grandes olheiras, garota azul.

Ah, espera, eu estava rodeada de “inimigos”... Se bem que o Jeffrey falava como se fosse um príncipe e o Jeon era asiático. Meu crime era perdoável.

– Não tanto quanto eu queria... Fico me perguntando se o “garoto” conseguiu dormir também, haha.

– Como uma pedra. – Jeon riu-se. – Sinceramente, acho que só você ficou paranoica com isso.

– Eu não fiquei paranoica! – briguei, empinando o nariz e fechando o cenho – Diga-me se não é verdade que todos estão rindo nas minhas costas?!

Nós três pulamos os olhos para trás e foi fácil perceber que as pessoas olhavam para mim e riam por conta do “acidente”.

Então, pararam de rir! Na entrada do salão chegou a presença mais odiada... Matt entrou com sua cara de sempre, preguiçoso, rabugento e sonolento como nas manhãs anteriores, tinha sua camisa preta do Led Zeppelin, um jeans rasgado e mexia no nariz freneticamente.

– E lá vem Matt e o amiguinho. – Jeon riu.

Não evitei segui-lo com o olhar. Não evitei, e sinto nojo de mim por admitir isso, olhar para o amiguinho.

– Ai que horror! – balancei as mãos e tentei ao máximo encolher minha cabeça entre as mãos e a mesa – Eu realmente tinha que estar LÁ?! NAQUELA hora?!

Jeon e Jeffrey passaram a mão nas minhas costas ao mesmo tempo. Minhas situação estava mais que terrível! Estava assustadoramente vergonhosa! E eu não estava dramatizando, estava?!

– Ela é tão dramática. – riu Jeon.

– Eu imagino que o amiguinho dele seja feio...

– PAREM DE FALAR NISSO! – berrei, batendo vezes e mais vezes a cabeça na mesa dos inimigos vermelhos.

– Falar de quê, pinguim? – uma voz cortou o vento e por um segundo eu pensei que fosse Matt. Eu seria capaz de voar no pescoço dele de raiva! Sorte a de Jonathan que não era... Era, como disse, Jonathan.

E antes que eu pudesse falar com quem fosse, um grande gongo soou e lá estava o grande Sr. Turner.

– Senta aí, irmão! – Jeon falou, chamando Jonathan para sentar entre nós dois.

– Do que todo mundo está falando? – Jonathan falou, fazendo minha espinha retorcer – Parece que só eu estou de fora.

Eu e Jeon arregalamos os olhos, enquanto Jeffrey só foi capaz de rir.

– Sério que você não escutou nada do que o acampamento todo está falando?! – Jeon berrou como um idiota.

Jonathan acenou com a cabeça negativamente.

– Bom dia, queridos campistas! – disse o Sr. Turner, alegremente. – Ontem tivemos nossa primeira noite de anfitriões, e devo dizer que os Verdes mostraram seu valor! Mas, principalmente, aos nossos queridos Brancos que já estão em primeiro lugar! – as palmas se resumiram apenas aos membros da equipe – Seguidos pelos Vermelhos e Azuis com seus 60 pontos e pelas outras equipes com 20.

Então Jonathan se aproximou de nós, cochichando:

– Podem me dizer o que aconteceu?! O Matt está estranho e a Esther está rindo como uma louca toda vez que passa por ele.

Arregalei os olhos para Jeon como ameaça, mas ele não deu importância.

– A Anna Pierce...

– Quem diabos é Anna Pierce?! – ele balbuciou.

– É a garota que você ficou na prova de coragem no ano passado. Mas isso não importa! – Jeon murmurava, remexendo-se freneticamente e tentando não chamar muita atenção por causa do discurso do Sr. Turner – O que estou dizendo é: Ela fez com que a Lucy entrasse na cabana do pescador. E parece que a Esther fez com que o Matt também entrasse. O engraçado de tudo isso foi que a Lucy pegou o Matt completamente nu... Não eram só as mãos que ele estava abanando.

Jonathan parou por um segundo com a mesma cara que estava e soltou um riso alto e descontrolado. Inevitavelmente, todos começaram a olhar para nós.

– Jeon e Jonathan, não estou atrapalhando a conversa de vocês, estou? – Sr. Turner falou um tanto estressado – Ótimo. Voltando ao que eu falava, depois do almoço os Vermelhos e os Azuis serão distribuídos no campo das aves. Os Laranjas farão uma expedição para...

Não escutamos mais nada. Os meninos começaram a me dar tapinhas alegres. Estaríamos juntos no campo das aves, mas eu não conseguia me animar. E, lógico, eu ia encontrar o delinquente e o amiguinho dele...


.


– Lucy? Está tudo bem? – Eric me cutucou e eu saí do transe mental.

Tinha cocô de passarinho no meu pulso.

– Que nojo... – falei como quem fala “Ai, que pena...” e sacudi a mão o quanto pude para tirar a nhaca, o que foi completamente inútil já que eu só consegui jogar um pouco no chão.

Eric ficou apenas rindo até apontar onde era o banheiro para que eu pudesse limpar minhas mãos.

A nossa tarefa ali era simples, cuidas das aves. Só que não tinha limite para o número de aves no acampamento! Era maior que um zoológico só aquele espaço ao leste da Grande Casa. Tinha várias gaiolas gigantes de pelo menos três metros de altura, fora um cercado das emas e avestruzes.

– Juntem-se aqui, azuis! Azuis! – Quentin berrava a frente da bandeira azul enquanto a monitora dos vermelhos fazia o mesmo ao seu lado. Juntamos todos dos dois grupos na frente das bandeiras, justamente na frente banheiro e nem assim eu pude tirar as fezes de passarinho do pulso.

– Hoje a tarefa de vocês parecia tão boba, tão fácil... – a monitora dos vermelhos falou tranquilamente – Então pedimos permissão para o Sr. Turner para melhorar um pouco.

– Vocês têm a missão de cuidar das aves: alimentar, tocar a água, procurar se alguma está machucada e etc... Mas para que ninguém enrole, nós escondemos algumas pistas entre os pássaros, nas suas patas ou até mesmo em seus ninhos. O grupo que encontrar 10 pistas ganha trinta pontos ao final do dia! – Quentin falou num entusiasmo tão belo e admirável. Esforcei-me para não babar.

– Vocês estão dispensados até a hora do almoço! Mas já vou avisando que não estão fáceis as pistas! – a monitora riu sadicamente.

Num segundo, todos começaram a dispersar. Ao que parecia trinta pontos era coisa pra caramba, fora que nós e os Vermelhos estávamos empatados na pontuação geral.

Suspirei e fui até o banheiro em si, tinha de lavar as mãos.

O único problema foi que eu abri a porta e me deparei com um cara de costas subindo as calças. Fechei a porta no mesmo segundo já com o coração pulando do peito! NÃO PODIA ESTAR ACONTECENDO OUTRA VEZ! Olhei para frente da porta e lá estava o símbolo do toalete feminino.

“O que está acontecendo?! Alguém deve estar fazendo essa brincadeira de propósito comigo!” eu pensei num desespero dramático, recostando-me no mesmo segundo na porta do banheiro.

Quis respirar fundo e pensar que o cara podia ter errado sem querer o banheiro e logo sairia mais envergonhado do que eu... Mas NÃO! No instante que eu me recostei na madeira, o infeliz que tinha entrado no banheiro feminino abriu e eu caí com tudo no chão, parando entre as pernas de ninguém menos do que o delinqüente chamado Matt!

– Me espiando outra vez, escoro de braço? – ele caçoou de mim.

Levantei-me no mesmo segundo mais vermelha do que a bandeira do outro grupo.

– Ora seu! – bufei, apontando o dedo no peito magro dele – Você! Você entrou no banheiro feminino! A culpa não é minha! Seu! Seu!

Ele riu e tirou o meu dedo do próprio peito, dizendo:

– Franguinha, se você quer ficar mais próxima é só pedir...

Meu queixo caiu. Sua cabeça começou a se transformar num grande saco de pancadas pronto para levar um soco meu.

– Você é mesmo muito ridículo... – rosnei, revirando os olhos.

– Você que não resiste ao meu charme... – Matt continuou rindo, já passando pelo meu lado com seu jeitinho metido a desvirtuado.

Eu juro por tudo que é mais sagrado que tentei me controlar. Tentei com tudo que tinha força em mim, mas não consegui.

– MATT!!! – eu berrei antes de correr e pular nas costas dele.

Eu PULEI nas costas dele, escutei os seus gritos agonizantes e comecei a coçar ferozmente seu couro cabeludo. E pior, pegar meu pulso cheio de cocô de passarinho e esfregar no nariz dele!

– SUA LOUCA! O QUE?! O QUE VOCÊ TA FAZENDO?! O QUE É ISSO?! AAAAAAAAAAAH!

Minha vingança foi maligna e os risos de todo mundo ao nosso redor foram altos. Agora eu estou rindo disso, mas na hora eu podia ter matado aquele garoto enforcado de tanta raiva!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, gostaram dos surtos dramáticos da Lucy? kkk. Se tiverem gostado, sugiro que deem uma olhada na minha fanfic nova "O Fora do Ano", a garota é MIL VEZES mais dramática que a Lucy fofa kkkk. Não esqueçam das reviews, ok? (:
ACAMPAMENTO DE NERDS TA DE VOLTA! *-*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Como Sobreviver Num Acampamento De Nerds" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.