Como Sobreviver Num Acampamento De Nerds escrita por Pequena em Paranoia


Capítulo 10
Dica 10 - Jamais monte um avestruz.


Notas iniciais do capítulo

Acampamento de Nerds recebeu sua primeira recomendação, que lindo! *-* espero que gostem desse capítulo gigante e amem cada vez o lindo do Matt, own ♥



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Décima Dica: Jamais tente montar num avestruz.

Eu já tinha montado cavalos durante a minha vida toda! Cheguei uma vez a subir em cima de um avestruz, então achei que dessa vez seria moleza! Sério, aves não foram feitas para serem montadas, principalmente as que são quase três vezes maiores que você (não que eu seja uma grande referência de tamanho, mas vá lá!) e que querem ver suas tripas saindo do corpo como aquelas do Acampamento. JAMAIS MONTE UM AVESTRUZ!

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 Meu belo e maravilhoso Quentin brigou por causa do cocô na boca do delinqüente do Matt. Disse várias vezes que nós somos do mesmo time e que temos que resolver nossas diferenças com diálogo e calma, afinal nerds não brigam fisicamente, certo? O problema é que eu não conseguia ter nenhuma conversa com Matt nem que ele só conseguisse ficar calado!

Minha raiva se consolidou numa chama incandescente e explodiu junto com a minha paciência!

- Ele e todos os delinqüentes tarados vão queimar no foto do inferno... – sibilei, fitando com o canto dos olhos Matt sair do banheiro MASCULINO esfregando papel toalha na própria boca.

Eric começou a rir do meu lado. Estávamos nós dois sentados em frente algumas gaiolas pequeninas cheias de pássaros como Scarlet Tanager, Pássaro Azul da Montanha, Cardeal, Peixe Dourado Americano e etc. Eram todos pequenos e coloridos e nós tínhamos de alimentá-los, arrumar suas grades e colocar os nomes científicos todos nas identificações das gaiolas. Para isso um grande livro era necessário! ELE PESAVA MAIS DO QUE EU!

- Você devia levar menos a sério as coisas que o Matt fala. – Eric disse, colocando uma vasilha de alpiste dentro de uma das gaiolas. – Antes a gente levava e tudo mais, mas depois que a Esther chegou no acampamento, ninguém nunca mais deu ouvidos pras besteiras que ele fala.

Rolei meus olhos no livro grosso procurando pelo nome do Cardeal Vermelho.

- Ele e a Esther são o que? Ex-namorados? – falei ainda com a atenção no livro.

- Bem que ele queria... – riu o magricela – Matt é louco pela Esther desde sempre. De propósito ela fica brincando com ele. O que você presenciou não foi mais do que uma maldade dela.

Parei com o livro e escrevi as palavras em latim na frente da gaiola, em seguida olhando para Eric e dizendo:

- Ela deve ser a versão bad girl da Charlotte, aposto.

- Bad girl?! Esther é quase um demônio num corpo de piranha...

Eu parei e comecei a imaginar se Eric tinha realmente dito aquilo com aquela expressão nerdinha que só ele tinha. Demônio e piranha?! O Eric não conseguia nem xingar o diabo da Tasmânia chamado Matt! Aquela garota devia ser mais perigosa do que eu pensava!

Engoli a seco e tentei ao máximo disfarçar que tinha ficado inquieta com aquilo.

- Zeus, que medo dessa garota. – eu murmurei arrastando a mão no próprio rosto.

- Você não tem idéi-

Mas antes que ele pudesse terminar a frase, escutamos um grito entusiasmado de Marlene. O grito era agudo e agonizante, tive a cega impressão de que ela estaria se machucando, mas nããão! Nos levantamos e a vimos correr de um lado pro outro com um pedaço de papel na mão, entregando-o para Quentin na mesma hora.

- Ora, vejam só! Azuis já têm sua primeira pista! Faltam nove!

O sinal da primeira pista fez com que todos se entreolhassem e dispersassem no segundo seguinte. A gritaria só não foi POUCA!

- Loucos... – eu sibilei, em seguida olhando para Eric – Eu cansei dessa história de pistas desde ontem!

- Todos estão cansados, mas só a sombra da visão de poder vencer os Vermelhos reacende a nossa vontade. – ele riu, sacudindo a areia da própria bermuda.

- É uma pena que não podemos confraternizar com o inimigo. – falei devagar, arrastando a visão para a frente das bandeiras. Jeon e Jeffrey estavam lá conversando e eu os observava – Fala sério, se não fosse você e a Charlotte, essa equipe estava acabada.

Eric levantou as sobrancelhas e seguiu o meu olhar, tomando um grande susto e falando assombrosamente alto ao que eu preferia que ele tivesse mantido na própria cabeça e levasse para o túmulo:

- Você ta afim do Jeffrey Larsen?!!

Não sei se foi o meu nervosismo que me fez escutar mais alto que o normal o que ele disse, mas de repente eu fiquei mais vermelha do que o Caveira Vermelha depois de uma surra do Steve Rogers. DEPOIS DE UMA SURRA! O CARA JÁ ERA VERMELHO, IMAGINE DEPOIS DE TER APANHADO!

- COMO ASSIM?! – alguém berrou atrás de nós. Nos viramos e demos de cara com Bette Larsen de olhos arregalados e a boca mais aberta que o Grand Canyon surgindo de dentro de um arbusto. Ela tinha escutado toda a nossa conversa de dentro de UM ARBUSTO! Quem diabos se esconde num arbusto na vida real? – Você está gostando do Jeff?! Sua maldita!

- O que há de errado com vocês que enxergam as coisas onde não há NADA?! – eu berrei, estava indignada. Já tinha acontecido a mesma coisa com o Quentin no dia de decidir em que grupo eu ficaria.

Bette Larsen bufou de repente, o que realmente me assustou já que ela estava com uma mancha escandalosa de blush no rosto e coberta de folhinhas. Ela veio até mim e apontou o dedo gordo para o meu peito.

- Nem pense em distrair o meu irmão, sua anãzinha!

Minha feição mudou de indignação para raiva. Retirei lentamente o seu dedo da minha frente e encarei o fundo dos seus olhos.

- Se você encostar outra vez esse dedo nojento em mim, vai se arrepender.

- Duvido que faça alguma coisa... – ela disse, pressionando o olhar.

Provavelmente foi pena que me fez deixar a pobre coitada viva. Por favor! Ela tinha apontado os dedos FEIOS para mim como se eu fosse umazinho qualquer.

“Umazinha”, eu pensei e comecei a rir sozinha quando dei de costas para ela. Eric arqueou as sobrancelhas e começou a me achar meio psicótica, sei lá.

- Devo me preocupar com essa sua cara maníaca? – ele perguntou – Do tipo, eu devo avisar pra Bette REALMENTE não chegar perto de você?

- Deve se preocupar com o que vai comer mais tarde, não com o que está quase certo...

Uma ameaça de leve que ele não deveria levar a sério, mas que até hoje eu penso que levou.

Não passou nem meio segundo para que outra pessoa corresse berrando que havia achado outra pista.

- Vermelhos... – ele murmurou e eu percebi seu olhar preocupado. Eric realmente queria ir atrás da sua própria pista.

- Quer começar a correr atrás de uma? – falei, dando entre ombros.

Ele soltou um fungado e permaneceu olhando dramaticamente pro horizonte antes de falar:

- Não vai ser simples, eles devem ter escondido as pistas onde o pessoal corre menos atrás. Tipo a gaiola gigante das aves tropicais, talvez o lixeiro dos dejetos, o depósito de ração, viveiro das águias ou até mesmo o cercado das avestruzes.

Deixei o queixo cair só de imaginar a quantidade de comida e cocô que aquele bando de aves fazia. Então imaginei uma gaiola cheia de araras berrando loucamente ao lado de uma casa de águias malignas e aterrorizantes.

- O que acha de visitar as avestruzes? – eu falei na maior inocência.

Eric deu entre ombros com um rápido “Ok” e saiu andando no meio do “Parque das Aves” na maior naturalidade. Comecei a repensar se eu havia feito a escolha certa, afinal aquela me parecia a menos perigosa e mais limpinha.

Erro meu.

Nos limites do Viveiro GIGANTE havia um cercado digno de cavalos grandes usados em exposições, mas nãããão! Tinham três avestruzes grandonas que ficavam dando carreira e assustando quem tentava entrar na cerca. E MUITA gente estava do lado de fora tentando entrar, a maioria eram Vermelhos.

Chris veio para o nosso lado rapidamente, dizendo:

- Os Vermelhos têm sete pistas, nós temos apenas cinco. Todos acham que tem alguma pista no pescoço das avestruzes.

Espremi os olhos para olhar melhor e percebi que havia uma coleira com uma caixinha de couro no pescoço de cada avestruz.

- Ou seja, três opções para uma pista. – eu disse, coçando o nariz. As aves fediam.

- Ou três pistas, uma em cada uma. Ninguém sabe e ninguém tem coragem de entrar no cercado. – Chris falou e Eric choramingou.

E eu até hoje não entendo porque me voluntariava SEMPRE para essas tarefas que ninguém queria ou que todos evitavam. Psicólogos diriam que era uma necessidade minha de provar meu valor porque venho de uma família grande (na qual eu sou apenas a filha do meio). Mas eu digo que é por pura falta de opção! Eu era a única que seria capaz de pegar aquelas pistas!

Arregacei as mangas e falei devagar para Eric:

- Sabe, eu costumava ir para a fazenda do meu tio quando era mais nova e lá meus primos brincavam de “domar” os cavalos que não eram treinados. Uma vez levaram uma avestruz e eles tentaram fazer o mesmo. Eu fui a única que conseguiu subir na ave...

- Não está falando sério, está? – Eric balbuciou com os olhos arregalados.

- O truque é segurar o início das asas e não cair pra trás. – eu ri.

Foi de repente que, em meio àquela situação boa de moral, eu levei um grande susto quando o IMBECIL, IDIOTA, DELINQUENTE, GAY, BURRO, IDIOTA (ops, já disse isso) do MATT ME ASSUSTOU!

- A Polegarzinha Thumbelina vai mesmo montar o avestruz? – ele disse no meu ouvido, fazendo com que eu pulasse e fechasse a cara no mesmo segundo.

- O que você está fazendo aqui? – bufei, batendo o pé no chão.

- Querendo filmar um filme de comédia com essa cena.

Revirei os olhos e coloquei os pés na primeira tábua do cercado, já chamando a atenção dos olhares raivosos das avestruzes. Virei o rosto para Matt e mandei um tchauzinho com uma piscadela.

- Aprenda como se faz, senhor delinqüente.

Respirei fundo para poder pular no cercado, mas perdi a concentração quando escutei ele e Chris cochicharem:

- Dez pratas como ela cai de cara no chão. – Matt disse.

- Vinte se ela for parar inconsciente na enfermaria. – Chris riu.

Cuspi para os dois, mas antes de voltar a atenção para as aves, senti apenas a carreira que uma das três me deu. O que resultaria numa bela de uma queda, mas que eu impedi com um passo para trás.

Engoli a seco, a avestruz era maior do que eu pensava.

- Eric, vou precisar que você chame a atenção de uma para mim. – falei, tentando não tremer. – E preciso de um lenço ou um cinto.

- Eu posso chamar a atenção, mas não tenho nenhum cinto. – ele falou.

Fitei a cintura de Matt de imediato e soltei um risinho superior, pedindo o cinto que prendia as calças dele.

No fim das contas, o delinqüente ficou segurando as calças com desconforto, o que foi, devo admitir, LINDO!

Eric começou a bater na madeira, sempre próximo a mim, chamando a atenção dos monstrinhos. Um deles ameaçou correr atrás dele, mas me viu. Aves inteligentes do diabo... Comecei a chamar também, prendendo o cinto no meu pescoço para que fosse fácil de pegar depois, afinal ele já estava a postos para amarrar um pescoço.

- Vem aqui, lindinha! – Eric chamava. Todos riram.

- Se você a chamar de lindinha, é bem capaz de ela se apaixonar. – Matt brincou.

Não sei se ela realmente se apaixonou, mas o “lindinha” funcionou. A avestruz foi na direção de Eric – que eu devo observar que gritou escandalosamente de medo – quando eu corri ao seu lado, pulando por cima da cerca para poder subir em cima da ave. Por meio segundo eu quase caí de costas! Mas consegui me agarrar no pescoço dela rapidamente! E AQUILO FOI DEMAIS!

Todo mundo começou a berrar de felicidade (menos os Vermelhos, lógico) e as outras duas aves começaram a abrir as asas freneticamente. Enquanto isso eu peguei o cinto e amarrei no bico da avestruz que eu tinha montado o mais rápido possível, passando minha perna por debaixo de suas asas.

Lá estava eu, a amazona das avestruzes com uma mão na suposta coleira-delinquente e a outra segurando uma das asas.

- Alguém quer uma carona? – brinquei, soltando piscadelas para todos.

Joguei a coleirinha com a caixinha para Eric, que ainda estava se recuperando do susto.

- Temos uma pista! – ele berrou, levantando o papel enquanto todos gritavam.

Foi então que mais um pesadelo começou. Marlene veio correndo na nossa direção com gritos e mais gritos.

- OS VERMELHOS TÊM OITO PISTAS! NÓS TEMOS SETE!

- Oito agora! – Chris falou animado. – Podemos ganhar o desafio de a Lucy pegar as pistas das outras avestruzes.

COMO ASSIM SE A LUCY PEGAR?! Montar numa avestruz NÃO É FÁCIL! Eu podia ter quebrado algum osso! Mas nããão! Eu tinha que pegar a caixa de outras DUAS AVESTRUZES RAIVOSAS!

- Vamos lá, Lucy! Você consegue! – Matt berrou num entusiasmo duvidoso, principalmente depois que eu o ouvi chamar meu verdadeiro nome.

Tentei correr atrás dos diabos de duas pernas com penas com a minha própria. Por sinal, eu até poderia apelidá-la de Lily... Enfim...

Corri atrás das aves com Lily, mas ela se mostrou muito teimosa, sempre correndo para o lado contrário e balançando a cabeça ferozmente. Segurei-me o máximo que podia, tentando não cair para trás. O problema foi que fui traída por Lily!

Lily repentinamente ergueu-se, abrindo as asas bem alto e esticando as pernas! EU CAÍ COM AQUILO! Lily tinha me traído e eu tinha caído! Caído de bunda no chão bem no meio de três avestruzes raivosas e sedentas do meu sangue.

Minhas pernas bambearam e eu nem consegui gritar. Saí correndo feito uma louca para a cerca! Lily e as outras me seguiram correndo e eu quase achei que não fosse conseguir se não tivesse colocado meu pé na primeira tábua e Matt e Eric não tivessem me puxado para fora do cercado. Olhei novamente e lá estavam as avestruzes do demônio me olhando.

- Essa foi por pouco... – eu falei ofegando.

- Pouco demais. – alguém atrás de nós falou com desdém. Virei ainda sem ar e dei de cara com Esther Devosso de braços cruzados e um bico metido na boca – Por pouco não virava comida de passarinho, Azul.

Eu e Eric estreitamos o olhar, mas Matt ficou com a cara ainda mais boba que o normal. Pobre coitado, ela era uma vaca.

- O que está fazendo aqui, Esther? – Eric murmurou, ajudando-me a levantar.

- Só me certificando de que não passariam mais de nós. Vocês conseguiram outra pista no depósito de rações com a minha irmã. – ela disse como se fosse cuspir. QUE VACA! – Então eu vim empatar o jogo.

Foi assim que o diabo mais feio e insuportável que a traidora Lily aproximou-se do cercado segurando algo em mãos e chamando uma das aves que não era Lily.

- O que ela está fazendo? – murmurei para Eric, mas ele e Matt estavam tão curiosos quanto eu, então não me deram atenção.

A avestruz chegou perto de Esther bem devagar, olhando sempre para o que ela tinha na mão. Então ela soltou um tipo de comida que eu não vi direito o que era. Enquanto a ave pegava no chão o que ela tinha jogado, Esther se estendeu para retirar a caixinha do pescoço.

- E os Vermelhos empatam. – Esther falou, retirando uma pista da caixinha. – A última pista é nossa...

Seu olhar se lançou sobre a última avestruz, assim como o meu e o de todo mundo ao redor.

- Esse avestruz é meu. – eu disse antes que Esther pegasse mais comida do bolso.

Bati com toda a força que tinha na mão dela, fazendo com que todos os restos caíssem no chão, chamando Lily e as outras duas.

E foi assim que eu surtei e quase parei num hospício. Eu simplesmente pulei para dentro do covil das feras como uma louca! EU ESTAVA LOUCA, SÓ PODIA!

- LUCY! – Eric berrou.

- Garota louca! – Matt gritou e pulou logo em seguida ao meu lado.

- Idiota! Não era para ter me seguido! – eu gritei para ele.

- Idiota?! Você ta louca de pular aqui sozinha?! QUASE MORREU, CATATAU!  - Matt cuspiu como se eu fosse culpada por ele ter pulado comigo.

Paramos de gritar de repente com um grunhido. Ao mesmo tempo olhamos para frente e lá estavam as avestruzes malignas nos encarando.

- Puta que... – murmurei, em seguida olhando para Matt... MAS QUEM DISSE QUE ELE ESTAVA LÁ?! O idiota começou a correr e gritar, atraindo a atenção das aves – Imbecil! Está chamando pra você!

- Essa é a intenção! – ele gritou.

Entendi o plano então. Ele era a isca!

Procurei imediatamente por Lily, e só então percebi que ela estava sem o cinto. Tive de vasculhar o chão em milésimos de segundo para achar o cinto de Matt! Estavam bem ao centro, então eu corri com tudo para pegar, me jogando dramaticamente no chão como uma louca e levando alguns gritos da torcida. Levantei-me e procurei entre as avestruzes a que ainda tinha a caixinha da pista. Quando a vi, não pensei duas vezes em dar uma de vaqueira e tentar amarrar o cinto no seu pescoço.

Errei.

- IDIOTA! – Matt gritou outra vez, ainda correndo como um desesperado em círculos ao meu redor – Acerta logo senão eu morro!

Não consegui nem respirar. Joguei outra vez, mas agora de olhos fechados e já sem esperança... EU ACERTEI! Tipo, quais são as chances disso acontecer?

- Eu acertei! – gritei, escutando aplausos e berros.

O problema foi que não tive nem tempo de aproveitar a glória e comecei a ser arrastada pelo avestruz. Realmente arrastada, mesmo com toda a minha força tentando me puxar pro lado contrário!

- Eu vou te matar, sua formiga imprestável!

- Me chama assim que eu solto o cinto e deixo ela te comer vivo! – rosnei para Matt, ainda sendo arrastada.

Realmente achei que fosse soltar, mas de repente alguém pulou para dentro do cercado. Alguém pulou com velocidade e caiu bem na minha frente, segurando o cinto e puxando de uma vez, fazendo com que a avestruz caísse e todas as outras se assustassem, parando de correr atrás de Matt e começando a grunhir loucamente.

Mantive meus olhos fechados até ter certeza de que a corrida tinha parado. Havia muita areia e eu engoli um bocado, me engasgando e começando a tossir.

- Você está bem?! – a pessoa que pulou me perguntou.

Abri os olhos e lá estava Jeffrey com o braço estendido e o pé pisando no cinto, o que impedia que a ave maldita se levantasse.

- O que você fez? – balbuciei com a boca entreaberta, vendo o sorriso simples e encantador de Jeffrey. Ele parecia um príncipe tão grande quando Quentin.

NÃO, NINGUÉM CONSEGUE SER MAIS BONITO QUE QUENTIN! JAMAIS!

- Salvei você o Matt. – ele riu. – Vamos lá, está tudo bem.

Levantei-me com sua ajuda e vi que Matt tinha pulado ser fôlego para fora do cercado.

- O-obrigada, eu acho... – falei devagar, acuada entre os ombros. Então olhei devagar  para a avestruz deitada e imobilizada, fitando Jeffrey devagar – Você não vai pegar a pista?

Ele riu outra vez, falando com um tom de conformidade:

- Eu até pegaria, mas se eu tirar meu pé desse cinto, a avestruz foge. Então ou alguém do meu grupo entra aqui ou você vai ter que pegar...

Nós dois paramos e encaramos todos que estavam ao nosso redor. Ninguém mexeu um músculo, nem mesmo a vaca da Esther. Tudo apontava para mim! Então caminhei devagar até o pescoço da ave e peguei a caixinha, retirando o último papelzinho bem devagar...

- OS AZUIS GANHARAM! – Eric berrou e todos os outros Azuis que estavam em volta berraram animados, enquanto os Vermelhos me amaldiçoavam com ódio.

“Nós ganhamos por minha causa!” eu pensei na hora. Mas não, nós ganhamos porque Jeffrey Larsen pulou no ninho dos monstros para salvar a mim e a Matt. Suspirei bem fundo... Ele estaria afim de mim? Será?!


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Notas finais do capítulo

Jeffrey é um amooooooor mimimi e o Matt é um fofo quando xinga a Lucy kkk. Não esqueçam das reviews, seus lindos! :D um grande beijo para todos!



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