I Hate You, My Perfect Twin escrita por AshirogiMuto


Capítulo 8
Okinawa - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Esse ficou grande. U.U'
Abaixo mais uma foto de Taketomijima.



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O início do alvorecer chegou aos olhos fechados de Sora, o garoto de cabelos castanho alourados estava deitado ao lado de seu melhor amigo, Haru, o mesmo guardava o maior segredo de Sora, sua paixão pela britânica Alice, que os acompanhavam na viajem a cidade litorânea de Taketomijima em Okinawa.


Sora viu seu amigo dormindo com uma expressão calma e já conhecida. Não quis acordá-lo por ser muito cedo, mesmo sabendo que Haru é quase um morcego quando se trata de acordar cedo. O garoto que se encontrava agora sentado olhando as fotos na câmera digital, muitas tiradas por Tori e Fuyu, levando em consideração Alice e Momoko, as únicas garotas do grupo.


Alice vestia um biquíni branco bem simples e pouco revelador, não era isso que Sora procurava, estava querendo olhá-la da forma mais inocente e abobalhada de paixão possível sem os olhares indiscretos dos outros. Notava principalmente a beleza caracteristicamente europeia, os longos e sedosos cabelos levemente cacheados os olhos claros e brilhantes e o sorriso sincero (o que para ele é muito raro) que ela estampava enquanto brincava e assistia o pôr do sol com os outros. Lembrou-se também da sua ida à ala hospitalar, Sora sentiu breves náuseas por poder tocar na branca e aveludada pele da garota. Notou que uma das mãos estava com manchas vermelhas e um pouco inchadas que segundo a garota coçavam. Eram sintomas de alergia, sem duvida, são os mais comuns – O que será? – ele disse tão pensativo que acabou acordando Haru que estava com o rosto marcado pelo travesseiro e o cabelo bagunçado.

– O que será o que? – disse o garoto passando a mão no rosto – eu estava dormindo tão bem – reclamou – sonhando com a Momoko – murmurou.

– Ah, nada... – Sora tentou arranjar um motivo – sobre a Alice, nada importante.

– Sei – Haru disse com bico debochado – toda vez que pensava na Momoko era algo importante.

– Você não me deixa em paz desde que soube que eu gosto dela, podia dar uma trégua.

– Ah, mas é divertido.

– Só por que já conseguiu a sua – disse Sora apontando para o amigo.

– Exatamente – disse Haru apontando para Sora imitando uma pistola.

– Por que você não fala com ela de uma vez? – Haru aproximou-se do amigo – não precisa dizer “eu te amo” – Haru soltou um leve riso.

– Você já ouviu falar de “não conseguir falar com a pessoa de quem gosta”? – ele disse aproximando-se.

– Não.

Sora deu um soco realmente forte na cabeça do amigo que mesmo rindo derramou algumas lágrimas de dor – Isso é para você não ficar tirando uma com a minha cara – ele levantou o punho como ameaça.

– Para – Haru pegou o punho do amigo e abaixou-o lentamente – eu estava brincando, desculpa – Haru sabia que o amigo detestava o jeito criança de Haru que fazia Sora se sentir culpado.

– Tá – ele disse se sentindo totalmente culpado – vai fazer a comida.


XXxxXX


Fuyu se encontrava em sua cama, o quarto em um breu total, pensativo ele lembrava cada milésimo de segundo que tinha passado beijando Momoko, sabia que não podia fazer isso novamente, mas os olhos grandes, a pele aveludada, a doce voz e os cabelos longos e sedosos eram como sangue em uma água cheia de tubarões, onde não se preocupam com sentimentos apenas com a satisfação e prazer.


Não sabia como iria falar com o irmão, ele que vive aos pés de Momoko dando beijos nos cantos e olhares indiretos.


Como eu vou comer? Haru é quem cozinha... e pelo silêncio dos corredores não tem ninguém. Acho que vou agora. Como alguma coisa bem rápida nem que seja um simples “cup lámen”. Não vai me fazer bem, mas não tenho outra alternativa.


Fuyu se levantou da forma mais rápida e esgueirou-se como um gato até a porta para não acordar Tori e Alice? Quando ele tinha dormido ela não estava lá. Isso não importa. Abriu a porta da forma mais silenciosa possível e fechou-a da mesma forma. Suspirou de alivio e encontrou Momoko em pé na porta do seu quarto. Estava pálida e parecia estar petrificada.

– Você está bem?

– N-não fa-faça a-aquilo... no-novame-mente. – ela dizia rubra e com “vergonha” estampada na testa.

– Aquilo o quê?


Ela não entendeu direito simplesmente retornou ao seu quarto apressadamente e trancou-se lá.


Agora o problema seria quando todos estivessem juntos.

Chegando à cozinha Fuyu senta na cadeira mais próxima, passou as mãos no rosto, bocejou, espreguiçou-se e viu Haru olhando fixamente para ele. Fuyu deu um salto e caiu.


– Não faça isso – disse – qual é o seu problema?

– O meu? – Haru apontou para si – nenhum... é você que está assustado só de me ver. Não esta mais se exibindo para o espelho?

– Há há há – Fuyu riu sarcasticamente.

– O que vai querer?

– Pode ser “cup lámen”.

– NÃO – disse alto – vou fazer comida.

– Pode ser uma torrada e suco de laranja.

– O.K.


Fuyu não olhava Haru, nem quando conversavam. Fuyu notou como o irmão aparentava feliz depois do ocorrido antes das provas.


– Haru...

– Sim.

– Posso te contar uma coisa.

– Claro – Haru entregou com prato com duas torradas quentes e um copo cheio de suco – o que foi?

– E-eu acho que estou gostando de alguém.

– Sério!? – Haru arqueou as sobrancelhas – e quem seria?

– Bem...


– NÃO!! EU NÃO ACREDITO!


Fuyu foi interrompido por Alice que acabara de descer as escadas com marcas de lágrimas no rosto. A garota sentou ao lado de Fuyu, pegou uma das torradas e comeu furiosa. Tori desceu ofegante apenas de cueca (típico) deu um “oi” para os gêmeos e tentou fazer Alice olhar para ele bruscamente com a mão e a garota respondeu com a palma aberta em seu rosto.

– Como pôde? – Tori disse no chão com uma grande marca vermelha em seu rosto – sua vadia – Tori voou para a garota, tentou bater nela, mas foi impedido por Fuyu e Haru.

– Parô – Fuyu dizia empurrando Tori para longe da garota – vem, vamos conversar... mas antes vai se vestir.


Quando voltou de regata e bermuda, Tori foi para fora da casa com Fuyu para conversar.


– O que aconteceu? - Fuyu disse sentando na grama.

– Aquela garota depois que dormiu comigo disse o nome daquele pirralho oxigenado nos MEUS braços!

– Só isso? - Fuyu deu de ombros - ela podia estar sonhando...

– Exatamente - Tori esperava que Fuyu dissesse isso - ela sonhando com ele, e depois de dormir comigo, como? - ele disse abrindo os braços.

– Mas as pessoas podem sonhar com as coisas mais bizarras possíveis.

– Você parece o seu irmão falando assim - Tori disse rindo - mas ela parece estranha desde o nosso encontro na estação de trem.

– Por enquanto e melhor você tentar fazer as pazes com ela.

– Como?

– Da mesma forma que ontem. Repita a dose.


XXxxXX


Alice estava sentada em seu quarto com um copo de leite com acuçar, tinha marcas de choro no rosto - Eu não quero falar sobre isso - ela repetiu para Momoko – você tem que entender que não e tao fácil assim.


– Alice - Momoko tentou de novo - não somos amigas? Conte-me.

– Tenho que repetir?

– E se eu contar outra coisa também?

– Que você se amassa com o nerd do Haru? Isso eu já vi.

– Não e bem essa coisa.

– E qual seria?

– E-eu nem acredito que vou dizer isso - ela olhou para os lados - eu beijei o Fuyu... na verdade ele me beijou.


Alice arregalou os olhos azulados - meu deus, voce tem boa jogada, estou impressionada.

– Agora me conta o seu - Momoko responde rubra.

– Eu acho que... - ela fechou o quarto interio, até a janela - que... ah, eunão consigo dizer isso. Hoje à noite eu te conto - Momoko cruzou os braços - ah vai, hoje à noite eu te digo, me conta sobre o que aconteceu.


XXxxXX


Mesmo com toda gritaria Sora manteve-se vendo as fotos de Alice.

– Sora?!

– ... - Sora continuava em transe olhando fixamente para a câmera.

Haru puxou a câmera igual uma namorada carente - o que você olha tanto?

– A-quele lugar bonito de ontem.

– Seeeeei - ele olhou de novo - "aquele lugar bonito"... da Alice né?

– Baka - Sora se levantou - me devolve?

– Não.

– Por que não?

– Porque, você não vai passar o dia babando em uma foto sendo que tem a versão original lá em baixo.

– É - ele assentiu levantando - acho que ficar preso aqui sonhando é algo deprimente.

– Ainda mais você - Haru abriu a porta - que e um dos mais atléticos da nossa escola.


Haru e Sora ouviram Alice rir alto e alguns múrmuros de Momoko, abriram a porta e encontraram Alice vermelha com marcas de lágrimas segurando a barriga, riu tanto que chegou a sentir dor.


Momoko olhava Haru com uma expressão mesclada de medo e amor.


Alice do nada levantou ainda com um enorme sorriso e puxando Sora e Kanmi que acabara de sair do banheiro.


Momoko agora fixava a janela que entregava uma visão deslumbrante.

– Momoko - Haru finalmente quebrou o silêncio entrando no quarto - aconteceu algo?! Kanmi me chamou porque você estava dormindo em cima da mala, eu tive que te arrumar... não que eu me importe - ele revelou com um leve sorriso - na verdade eu adorei.

– Ah... o-obrigada, eu não sabia que foi você.

– É, o seu irmão queria que eu mudasse a sua roupa, mas depois ele me tirou do quarto e disse que ele mesmo faria isso.

– Aquele pirralho - ela disse baixinho - quero dizer... ah você sabe. Ele é muito bobo.


Haru riu levantando os ombros aproximou-se lentamente da garota e deixou um beijo em sua bochecha.


Momoko ansiava a continuação, mas quando seus lábios estavam para se tocar a garota lembrou-se de Fuyu e virou o rosto fazendo Haru beijar o chão.


– Me desculpe... Fu... Haru.

– Não foi nada - ele encarou a garota e passou a mão sobre sua nuca e ela pós o dedo indicador na boca de Haru.

– Agora não, mais tarde o.k. - ela levantou e se sentiu aliviada por Haru concordar.


XXxxXX


Alice agora estava sentada no sofá divido por Sora, Kanmi fugiu para comer um chocolate que voltou pulando e chorando.


– Sora-senpai, eu me cortei... Aaah... tá sangrando olha.


Kanmi estendeu o dedo ensanguentado que deixava escorrer pequenos pingos.

– Calma - Sora pegou uma toalha e cobriu o corte - não demoro, segure firme essa toalha - Kanmi ansioso respondeu que sim com a cabeça e ficou olhando para Alice que ao lado do menino sorria como uma mãe tentando acalmá-lo.

– Pronto - Sora abriu uma mala de primeiros socorros e estancou o sangue com algodão, desinfetou o machucado(com água oxigenada) a muito contragosto do garoto que soltou um agudo gemido de dor. Por fim ele fez um curativo de cor azul e a prova d'água para não limitar Kanmi da viajem.

– Pronto, acabou - Sora disse passando a mão nos longos e negros fios - em dois ou três dias você pode tirar.

– Valeu. Você é o melhor.

Alice estava boquiaberta ao ver a enorme mala de “primeiros-socorros” de Sora que ia de algodão a fios para fechar pontos.

– Como você consegue? - Alice virou curiosa puxando Kanmi para seu colo - olhar para sangue, ouvir uma reclamação de dor tão agonizante...

– Eu aprendi com meus pais e sendo enfermeiro da escola, nem imagina o que aparece... o que ele fez e super comum e simples de tratar.

– Mas no começo era difícil de suportar... os gritos de dor por exemplo?

– O teste da escola usa isso e coisas piores para se certificarem que não fizeram uma escolha errada.

– ah... - Alice agora estava impressionada no profissionalismo que Sora exercia mesmo com quatorze anos.


XXxxXX


A tarde nenhum dos garotos quis sair da casa, ficaram todos à toa o dia inteiro, Haru ficou na cozinha preparando o jantar, Momoko e Alice ficaram juntas no sofá lendo ao lado de Kanmi que assistia animes na televisão, Tori, Sora e Fuyu disputavam queda de braço.


Quando o relógio bateu sete horas todos já reclamavam de fome – ei, Haru qual é o jantar? - Tori disse empurrando Fuyu para a sala.

– Curry - Haru respondeu servindo o primeiro prato - mega apimentado.

– Não - Momoko virou com o rosto horrorizado - Haru me diga que é mentira e que você fez outro só que menos apimentado.

– Não... eu perguntei se alguém se opunha à picância e ninguém respondeu, pareceu que nem me escutaram.

– E não escutamos - respondeu Sora rindo.


E assim foi servido o jantar. O prato era chamativo graças ao contraste do arroz branco e fofinho do outro um molho vermelho como sangue que exalava um forte e amedrontador cheiro de pimenta.


Haru foi o primeiro a comer não demostrava muita reação, mas não tardou a beber um bom gole d'água. Sora e Tori começaram a competir para ver qual dos dois comia mais rápido o curry sem chorar ou demonstrar reações visíveis. Não deu nem um minuto e os dois estavam tossindo e com as faces tão vermelhas quanto o molho.


Alice e Fuyu comiam com indiferença sem pressa e mastigando lentamente sem deixar o copo com água de lado.


Momoko olhava a cena com medo, remexeu com a colher o arroz e com cuidado pegou um pouco de curry quando levou a boca sentiu o gosto milhares de pimentas misturadas com carne e a língua arder junto da face e quando a mistura desceu pela garganta quis sentir aquilo de novo e foi comendo cada vez mais, limpou o prato muito antes dos outros e repetiu duas vezes.


– Momoko-chan pega leve, pimenta de mais pode causar problemas - Sora alertou com o rosto marcado por lagrimas.

– Tá... só vou comer mais um pouco...

E a garota acabou sua refeição junto com os outros, a diferença e que seu prato estava totalmente limpo e o dos outros manchados e com pedaços de arroz avermelhados.


XXxxXX


Momoko, sozinha, estava lavando a louça calmamente, pensando, sentindo a garganta levemente sensível, consequência do curry mega apimentado.


– Eu não devia ter comido quatro pratos - ela disse passando a mão no pescoço. Tá ardendo...

– Sora avisou...


Fuyu apareceu do seu lado colocando sua mão sobre a mão ensaboada da garota que estava em cima da pia. Momoko tirou rapidamente a mão, enxaguou-as e secou, subiu rapidamente para seu quarto.


– Merda - Fuyu murmurou batendo a mão na mesa, uma faca de lâmina grossa e afiada estremeceu e caiu com a mesma no chão. Um calafrio subiu em seu corpo e arrepiou toda a epiderme do garoto. Imaginando o que poderia acontecer caso a faca não fincasse no tablado.


Fuyu agachou e apanhou a faca e passou a ponta do dedão para ver se era afiada, o resultado foi um finíssimo corte que desprendia gotas avermelhadas.


Subindo para o segundo andar encontrou novamente a garota abrindo a porta do quarto, ele parou no antepenúltimo andar e quando foi abrir a boca a garota já tinha sumido.


Por que ela não fica nem meio minuto na minha frente. Até parece que eu violentei ela. Fuyu pensou intrigado.


– Fuyu... pode vir aqui?! - Alice disse com a porta do quarto aberta apenas para mostrar seu rosto.

– Claro.


Fuyu estava em território totalmente desconhecido, o quarto tinha um cheiro leve de perfume, várias roupas cuidadosamente dobradas e um celular rosa carregando em um canto.


– Fuyu vou ser breve - ela disse fechando um livro - eu sei sobre você e a Momoko-chan - Fuyu congelou, hesitou e em seguida grudou sua testa a da garota.

– Não sei como você soube, mas saiba que se abrir a boca, sua vida vai se tornar um inferno antecipado.

– O que eu quero é pouco.

– Sério!? Assim eu fico mais tranquilo! - Fuyu disse abrindo os braços - O que você quer?

– Você.


Continua...


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Notas finais do capítulo

Sim, neste eu misturei muitos arcos da história.
Esse ficou longo por que fiquei escrevendo no celular e só editei na hora de postar.
Reviews?



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