Eu Sou Sua Escuridão escrita por BoseBlut


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oiii, td bem?
Vou postar este capítulo e não faço ideia de quando vou poder postar o próximo, ando tendo uns problemas com internet :3
Então, eu tava pensando em mudar o nome da fic, talvez esteja meio sombrio demais, sei lá... eu mudaria para "Save my Heart" mas depois eu vejo isso, de qualquer forma, boa leitura =)



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Bill não conseguia ver nada. Estava tudo fora de foco e enevoado. Parecia estar em um quarto totalmente branco e então uma cabeça surgiu na sua visão. Se esforçou para conseguir enxergar e viu Tom sobre ele, com os olhos vermelhos e fundos como se ele não dormisse há dias, apenas chorava. E continuou chorando, deixando que as lágrimas pingassem no rosto de Bill quando o olhou de cima. Abriu a boca, e seus lábios tremiam quando murmurou uma única palavra:

– Bill...

Bill sentiu uma dor terrível se espalhar pela sua cabeça e piscou, tentando não perder Tom de vista, mas tudo se escureceu ao seu redor.

Quando abriu os olhos de novo, viu que estava no quarto de Eric. Na cama dele. Então se lembrou do que havia acontecido na boate e levou a mão até a cabeça, onde encontrou um curativo cuidadosamente colocado.

– Você dorme bastante. – Ouviu a voz de Eric e olhou para o lugar de que ela vinha. Eric estava sentado em uma poltrona perto da porta da sacada. Tinha um livro aberto em uma das mãos, iluminado pela luz que entrava pela cortina. Levantou-se e caminhou até Bill.

– Que livro é esse? – Bill perguntou, se apoiando em um dos cotovelos para conseguir ver melhor o garoto.

– O Vampiro Armand. É um dos meus preferidos... – Ele sorriu sem Bill saber o porquê. Nunca havia lido aquele livro. Ele estava nu da cintura para cima, como da outra vez e usava o mesmo jeans rasgado nos joelhos. Deixou o livro cair sobre o colchão da cama e pulou em cima de Bill, deixando uma perna de cada lado do corpo dele.

– O que está fazendo? – Bill perguntou, sentindo o peso do garoto em cima de si.

– Bill. – Eric disse, depositando o peso do seu corpo nas mãos pousadas no peito do vocalista – Você quer viver?

 Ignorando a pergunta, Bill o olhou confuso, subitamente se sentindo envergonhado.

– Que quer dizer? – Respondeu, sentindo seu coração bater mais rápido – É claro que eu quero viver!

Eric abaixou a cabeça até tão perto que Bill precisou olhar para o outro lado.

– Olhe para mim. – Eric segurou o rosto dele com uma das mãos com unhas parcialmente desbotadas pintadas de preto e Bill ficou consciente de como o toque dele era frio, sentindo-se constrangido. – Não sei por que estou aqui, Kaulitz. Mas eu posso te ajudar – Roçou os lábios nos dele e sussurrou as palavras –, se quiser viver.

– Eu quero... – Bill começou a dizer sem saber se respondia ao que ele falava ou ao desejo do seu corpo. Eric subitamente se levantou e se afastou, voltando a pegar o livro caído na cama.

– Ótimo. Aquele cara deve ser um assassino e está atrás de você. Da próxima fez que ver um gancho afiado indo na sua direção, me faça o favor de desviar e não desmaiar logo depois.

– Eu não estava esperando... Por que teria um assassino atrás de mim? E Tom, o que aconteceu com ele?

– Não sei o que se passa na cabeça de assassinos, apenas sei que ele o quer morto, obviamente. E apenas você, portanto, Tom está bem  –Eric sorriu – Encontrei com ele enquanto te arrastava para fora. Estava bêbado o suficiente para não ver o sangue em você e acreditou quando eu disse que você estava em coma alcoólico. Muito atencioso, seu irmão.

– Quanto tempo eu apaguei?

– O dia todo.

– Acho que tenho que ir... – Bill se levantou, olhando receoso para Eric.

– E eu achei que você tivesse dito que queria viver... Mas vá em frente, saia sozinho e a pé com um assassino te procurando por aí.

– Você não tem um carro?

– Não – Respondeu prontamente.

– Como chegou aqui me carregando desmaiado então?

Eric gargalhou secamente.

– Tenho meus métodos, você não vai querer saber. – Respondeu, olhando curioso para Bill. – Existem taxis, se você ainda não sabe.

De alguma forma, Bill não acreditava que Eric havia chamado um taxi para trazê-lo até o seu apartamento.

– Então o que sugere que eu faça? Fique aqui no seu quarto para sempre?

– Eu realmente não me incomodaria se você ficasse. – Eric disse. – Acredito que eu possa te entreter nesse tempo.

 Bill revirou os olhos, procurando o celular nos bolsos até perceber que não estava usando suas próprias roupas.

– Onde estão as minhas roupas e o meu celular? – Perguntou, olhando em volta.

– Seu celular eu não sei. Sua camisa se sujou de sangue e sua calça de vômito. Você devia olhar por onde desmaia... – Eric manteve o tom irônico.

Bill sentiu-se subitamente invadido. Pensar que aquele garoto havia trocado as roupas dele enquanto ele dormia fez com que ele arregalasse os olhos, imaginando o que mais havia acontecido. Eric observava a expressão dele, se divertindo.

– Juro que não fiz nada. – Levantou a mão direita e a colocou sobre o peito. – Nada que você não quisesse... – Encarou a expressão do outro e acrescentou, revirando os olhos  – É brincadeira.

Olhando para ele, subitamente Bill se deu conta de que aquela aura negra não estava em torno dele. Um leve brilho negro o contornava, mas era apenas isso. Sem aquela escuridão, ele parecia sereno, sem nenhum tipo de preocupação. As marcas no seu pulso provavam que a calma que ele aparentava era apenas exterior.

– Onde foi parar sua escuridão? – Perguntou. Eric olhou para ele através de seus profundos olhos azuis e se aproximou.

– Ela tende á sumir quando você está por perto.

– Por quê? O que afinal de contas é essa coisa?

 Eric deixou a cabeça pender para um lado, pensando no que responder.

– Nasci entre os mortos, Bill. Minha cidade foi varrida por uma peste e minha mãe morreu ao me dar a luz. Desde o primeiro momento da minha vida eu vi o sofrimento alheio. Nasci com a capacidade de sentir a dor dos outros e é isto o que essa Aura Negra é. Absorvo a dor das pessoas e ela vem diretamente á mim e se acumula ao meu redor. Não há escapatória disso. Eu posso sentir quando alguém não está bem e mesmo que eu fuja, haverá outros. Sempre há gente sofrendo ao meu redor por que eles se sentem atraídos por mim, é como se soubessem que eu posso aliviá-los. – Pausou, se aproximando mais de Bill, segurando o livro em uma das mãos. – Sou russo, assim como o Vampiro Armand. Fui resgatado horas depois de nascer pelo meu tio que me trouxe até a América. Ele me manteve por perto por que sabia que havia algo em mim que fazia com que ele se sentisse bem, embora não enxergasse nada ao meu redor como você. Morreu de uma doença crônica, mas não sem antes me agarrar pelo colarinho e me fazer absorver tudo de ruim que ele sentia. Me culpava pela morte de todo o vilarejo em que nasci e principalmente pela morte da sua irmã, minha mãe. Dizia que só consigo atrair dor. E estava certo quanto a isso.

Ele terminou de falar. Bill o olhava com compaixão, embora Eric mantivesse sua expressão neutra.

– Não te conheço, Kaulitz. Mas minha escuridão some quando você está por perto. Tudo se esvai e o que resta é apenas a dor que você sentia pelo seu amigo que morreu. Uma parcela ínfima do que realmente há no total.

Bill estendeu as mãos e colocou as dele entre as suas. Passou um dedo de leve pelas cicatrizes dos cortes no pulso e passou os braços em volta dele, protetoramente.

– Não faça mais isso. – Murmurou, afagando seus cabelos.


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