Eu Sou Sua Escuridão escrita por BoseBlut
Notas iniciais do capítulo
Meio depressivo né? T.T td bem, vai melhorando... Ou não KKKKKKK
Ele dormiu naquela noite se sentindo a pessoa mais estúpida do planeta e imaginando o porquê de estar tão fascinado com aquele garoto ao ponto de ir até a casa dele. Apesar de que aquela aura negra poderia ser motivo suficiente para uma investigação. Ou a prova de que ele estava enlouquecendo.
Ainda estava se xingando quando caiu no sono. Por um breve momento ele sonhou com Andreas. Sonhou que havia conseguido correr e se esticar para puxá-lo de volta daquela avenida, antes que o carro o atropelasse. Então nada teria acontecido e eles iriam estar bem.
O que era uma tremenda mentira, ele pensou ao acordar e se lembrar do sonho. Se Andreas estivesse vivo ainda estariam brigando. Nunca iriam ficar bem por que Bill nunca aceitaria aquela garota como pretendente do amigo. Quase a expulsara do funeral, mas se fizesse isso, logo as revistas de fofoca iriam ficar sabendo e criariam fábulas em cima da história para explicar os eventos. Ele não queria chamar mais atenção para si.
Dando casualmente de ombros, percebeu que já não fazia diferença o que teria acontecido ou não, estava acabado. Decidiu tomar um banho e cantarolou uma das suas próprias canções enquanto ia para o banheiro.
Afundou na banheira e relaxou até a hora em que decidiu estar pronto para iniciar aquele novo dia. Deveria ir até o estúdio que Andreas indicara e dizer que aceitava o papel no filme, antes que encontrassem outro para substituí-lo. Encontrou com Tom esparramado no sofá da sala e avisou onde estava indo, pegando as chaves do carro na mesa perto da porta.
O estúdio ficava perto do shopping em que ele havia feito compras no outro dia. E perto do prédio em que Eric morava.
Vai se atrever a ir lá de novo? Uma das vozes na sua cabeça perguntou. Ou talvez simplesmente esteja se apaixonando por esse garoto? Respondeu outra voz.
Bill passou a mão pela testa e decidiu que não para a segunda voz. Não estava se apaixonando, mas decididamente precisava ir até aquele prédio. O que aquele garoto estaria pensando dele, depois de ele tê-lo seguido por duas vezes e estacionado na sua porta por uma manhã inteira? Ele precisava esclarecer isso. Deixar claro o que estava acontecendo.
Mas simplesmente não sabia o que estava acontecendo. Não sabia por que havia seguido o garoto em primeiro lugar e para aquilo não havia explicação. Porém Bill sentia que devia ir até o prédio, nem que fosse apenas para uma rápida olhada.
Ele estacionou o carro na porta do edifício, mordendo o lábio inferior, e se forçou a continuar até a entrada. Não havia ninguém trabalhando no lugar, mas havia energia elétrica e ele pode entrar no elevador e se dirigir para o andar em que vira o garoto no dia anterior.
Hesitante, Bill permaneceu parado quando as portas do elevador finalmente se abriram para que ele saísse. Parou, em frente a porta do apartamento e bateu de leve na porta.
Uma, duas, três vezes. Ninguém respondia. Não ouviu um único som no interior do apartamento e achou que aquilo era estranho.
Claro que o garoto podia ter saído. Ele podia nem mesmo morar ali. E se não morasse, que mal havia em tentar abrir a porta?
Para a surpresa de Bill, a porta estava aberta e ele entrou. Um típico apartamento de classe média. Sofás, tapetes e uma cozinha. Assustadoramente parecido com o apartamento de Andreas, ele imaginou, mas era mentira. O apartamento de Andreas foi planejado e construído de acordo com o estilo dele, era cheio de enfeites e detalhes na cor púrpura que o amigo tanto gostava. Já este, limitava-se a duas cores: preto e branco.
Insistindo na loucura, Bill continuou se aprofundando no apartamento, percebendo que estava vazio naquele momento, mas que era possível que o garoto morasse ali. Abriu uma porta e se viu num quarto enorme, com uma cama de casal e cortinas pretas que bloqueavam quase toda a luz do sol. Seus pés afundaram no tapete felpudo que cobria todo o chão. Com cuidado, ele analisou cada detalhe, vendo que atrás da cortina havia uma sacada de portas fechadas e que foi ali que Eric o encarou no outro dia. Um toco de cigarro estava jogado ao chão.
Voltando para o quarto, viu que havia uma porta além daquele que ele passara para entrar. Provavelmente o banheiro. Uma curiosidade anormal se apossou dele e ele abriu a porta. Era um banheiro enorme, digno do tamanho do quarto. O hotel deveria ter sido um lugar caro. Havia uma banheira ao fundo, mas não foi aquilo que chamou a atenção de Bill.
Eric estava ali, caído no chão. Estava sem camisa, como Bill o havia visto na sacada, descalço e usando um jeans rasgado nos joelhos. Sua cabeça se recostava casualmente á parede e ele parecia estar inconsciente. Uma das mãos segurava uma garrafa de vodka quase completamente vazia enquanto a outra...
A outra manchou o chão de vermelho quando os dois cortes no pulso expeliram o sangue através das veias. O sangue ainda estava úmido e lentamente escapava pelos cortes, se espalhando pelo mármore do piso e manchando a calça do garoto enquanto se misturava a água no piso. Ao seu lado, uma lâmina de Gilette estava jogada com descaso.
Eric mexeu a cabeça e piscou se dando conta de que Bill estava ali.
– Ah... é você. – Ele riu com desdém, deixando a cabeça pender de novo, parcialmente consciente.
Bill o encarou aflito. O que devia fazer?
Sem dizer uma palavra, ele se agachou ao lado de Eric e passou um dos braços por trás das costas dele. Em seguida estava carregando o garoto nos braços até o quarto, se dando conta de que ele não era muito pesado e de que deveria estar congelando de frio. Bill o colocou na cama e voltou ao banheiro para procurar algo que pudesse ajudar a estancar o sangramento dos cortes.
Voltou trazendo uma caixinha de primeiros socorros que encontrou no armário da pia do banheiro e se sentou ao lado do garoto na cama. Eric parecia vagamente consciente e se limitou apenas a encará-lo enquanto ele cuidava dos seus ferimentos.
Quando terminou, ele se levantou sem saber ao certo o que deveria fazer. Foi até ali com a intenção de se desculpar por persegui-lo e por fim havia invadido a casa do garoto sem ser convidado, ainda que tenha o ajudado, nem mesmo sabia se Eric queria a sua ajuda.
Eric olhou para ele e quando Bill fez menção de sair, ele esticou o braço machucado, agora enrolado por uma faixa, e puxou a mão de Bill.
– Não vá... – Murmurou, puxando Bill com mais força. – Fique.
Bill mordeu o lábio, subitamente notando o toque da mão dele no seu braço. Suspirou e se sentou de novo na cama, decidindo que era o melhor a ser feito.
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