Sem Dizer Adeus escrita por PinkNeonFantasy


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Eu realmente te amo.
Eu quero dar a volta,
Correr atrás de você, alcançá-lo
Mas a tristeza do crepúsculo fragou minha coragem.



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Após o intervalo, Julie não conseguia se concentrar na aula, não parava de pensar no que Leonardo a tinha pedido.

¨Gostar de alguém é muito estressante... Se eu ajudar o Leonardo nessa, ele vai estar me devendo uma gigantesca!¨. Julie estava perdida em sua reflexão, olhando para o nada. Ainda mais agora, ela pensara em como podia se beneficiar também nessa história toda. “Vou fingir também estar namorando com alguém, com o Leonardo, já que o Daniel sempre acusa estarmos juntos. Quero ver como ele reage de ver que ‘é verdade’.”. Julie teme sair ferida ao saber o resultado, mas tinha que tentar, se não a dúvida corroeria sua mente até deixa-la doida. “Tá .. E sobre a Anne, ela nunca me disse que sentia alguma coisa pelo Leonardo... E nem disse pra ninguém, ninguém sabe, ela não pode reclamar ... Nem o Daniel poderia...”. Julie para por um instante. “Essa gente que ama não deixa fácil.”

O sinal da saída bate, trazendo Julie de seus pensamentos, nem sentira a aula passar. Ao sair da sala, ela vê Leonardo.

- Tenho uma resposta para você. – Julie vai determinada até ele.

- Já pensou? – Leonardo até pensa que ela recusaria ao ver toda sua determinação para falar.

- Sim. Mas olha, se eu te ajudar, você também finge namorar.. comigo?

- Você também? – Leonardo parece surpreso. – Tá mas, eu preciso só em algumas horas na escola, e só pra ela... E você?

- Na escola também.. ou na rua.. na verdade não sei. – Julie não tem um plano ainda de como mostrar que está namorando para um fantasma. – Quando eu precisar, posso te pedir? – Julie pergunta, triste com no que está se metendo.

- Pode, claro. E ... Obrigado. – Leonardo prossegue. – E desculpa..

- Obrigada. E desculpa. – Julie diz também.

- Vamos..

Leonardo e Julie deixam a escola, enganados por pensarem que só eles sabiam do que iriam fazer.

Enquanto iam para casa, Julie e Leonardo haviam combinado de ir visitar Anne em sua casa à tardinha, já que a mesma não tinha ido à escola no dia. Leonardo dissera que só precisariam fingir na escola, mas automaticamente já era um começo, pois estariam indo até Anne só eles dois.

Quando se está ansioso ou temeroso com algo, o tempo não ajuda. Parece que é de propósito, e Julie se sentia assim, mas finalmente deu a hora de ir.

- Daniel.. – Julie iria falar com Daniel, na sala, mas é interrompida.

- Cheguei! – Rebecca diz, aparecendo.

- Ah.. oi. – “Tá vendo, não consigo de novo falar normalmente com ela.” Julie pensa.

- Chega mais. – Daniel chama Rebecca.

- Gente, eu vou sair. – Julie avisa com o coração apertado, ela certamente não queria deixar os dois sozinhos. – Vou na Anne agora, querem vir? – Julie os chama, quase ordenando.

- Bem.. – Daniel começa, mas é interrompido.

- Você vai sozinha? – Rebecca pergunta, como se não soubesse. Ela agora estava sentada ao lado de Daniel no sofá, de pernas cruzadas.

- ...Não.. – Julie responde.

- Ah não? Quem mais vai? – Para piorar, Rebecca pergunta, descruzando as pernas, fingindo estar interessada.

- O Leonardo e eu.. – Julie não mente, mas agora sabe que eles não iriam, pela cara que Daniel fez. Ela está triste.

- Ah.. – Rebecca se acomoda no sofá e mexe nos cabelos de Daniel gentilmente, demonstrando agora desinteresse. Ela conseguiu, iria ficar sozinha com Daniel.

- Tchau.. – Julie diz, se virando para ir, nem esperando mais uma resposta.

- Julie. – Daniel a chama, se levantando. Isso deixou Julie cheia de esperança, tirando o controle sobre seu sorriso em seu rosto que aparecera sem permissão. – O Pedrinho falou pra te entregar isso. – Daniel mostra um papel.

- O ..Pedrinho? –Julie se sente como um vidro sendo quebrado.

- Sim, olha, é alguma coisa sobre biscoito. Vê aí--

Julie arranca o papel da mão de Daniel e sai correndo do apartamento. Lágrimas escapam de seus olhos. “Isso nunca vai dar certo, é impossível! Ela tem vantagem, ela é fantasma também!” Julie pensa enquanto corria para longe do apartamento, querendo que isso a afastasse do que estava sentindo agora, abandono.

- O que que deu nela? – Daniel pergunta.

- Deve estar atrasada. – Responde Rebecca, sabendo que não era bem assim.

- Não, tem alguma coisa. – Daniel iria atrás dela.

- O Leonardo, ela vai com ele. Não acha que está tudo bem com ela?

- Se a Julie foi com ele. – Daniel diz, indo se sentar novamente. – Não deve estar regulando normal, logo não está tudo bem com ela. – Daniel conclui, ironicamente.

- Bobo, deixa ela. – Rebecca fala, mal sabia Daniel que ela queria mesmo o que disse.

Passa-se um tempo, eles estavam conversando. Até que Rebecca coloca em ação um plano.

 – Hein, vamos à escola da Julie amanhã? – Ela propõe a Daniel.

- Fazer?

- Sem que ela saiba! Sei que você deve gostar disso. – Rebecca tenta ser convincente, sem dar maiores razões para o que pedira.

- O que a gente iria fazer lá, Rebecca?

Rebecca não pode dizer seus motivos a ele. Ela não é má e não pensa em só si mesma, pelo contrário, quer proteger seu amigo.

- Lá foi minha escola. – Rebecca começa. – Eu quero ir lá ver como está agora, ver essa nova geração, mas não quero ir sozinha. Vaai, vamos comigo. – Ela fala de uma vez.

- Tá.

- Mesmo?? – Ela quase achou que não conseguiria fazê-lo aceitar.

- Sim. Eu não tenho nada pra fazer mesmo.

- Legal. Então amanhã a gente se vê. – Rebecca se levanta.

- Ué já vai?

- Sim, vou dormir. Afinal, temos escola amanhã. Ela sorri.

- Verdade. Até amanhã. – Daniel sorri também.

Na rua, Rebecca vai andando um pouco apressada e séria para casa. Tadeu aparece do lado a seu lado.

- E aí. – Rebecca diz. – Você ouviu?

- Você pareceu uma atriz profissional. – Tadeu diz.

- Vejo que meus dons não morreram. – Ela diz, agora diminuindo a velocidade dos passos. – Estamos parecendo criminosos agindo às escuras, Tadeu. Coisa horrível.

- Não pensa assim, Rebecca, nossos motivos são válidos. Você está salvando seu amigo. – Tadeu coloca o braço em volta dos ombros de Rebecca.

- ‘Salvar’ parece uma coisa bem ruim nesse momento. – Ela conclui, e prosseguem em seu caminho para casa.

No outro dia, a manhã estava bonita, com pássaros cantando alegremente ao longe. Apenas eles pareciam estar alegres de verdade.

- Você vai mesmo, não é, Julie? – Leonardo conversava com Julie. Estavam na hora do intervalo, e nesse dia, Anne não havia perdido o horário e fora à escola.

Daniel e Rebecca tinham ido sem que Julie soubesse. Rebecca, para cumprir o que disse sobre querer rever o colégio, tinha ido dar uma volta por ele com Daniel, mas estavam voltando para perto de onde Julie estava.

- Tá vendo, esse Leonardo não larga do pé dela e ela nega. – Daniel diz, vendo os dois. Ele ainda não estava perto o suficiente para ouvir o que conversavam.

Julie continuava a falar com Leonardo.

- Sim mas, ó não precisa mais fingir pra mim não. – Ela diz.

- Ah é? Desistiu, Julie? – Leonardo pergunta.

“Não tenho chance mesmo. E não posso fazer isso com Daniel.. Não posso e não vou.” – Não quero mais. – Julie fala.

- Parece ter acontecido alguma coisa. – Daniel diz. – Quero falar com ela. – Ele fica visível para Julie, mas ela ainda não o percebe.

- Pera aí, Daniel. – Rebecca diz, de braços cruzados, sem estar visível para Julie. – ..Daqui a pouco a gente vai falar com ela.

Nesse momento, Julie e Leonardo viram Anne vindo um pouco longe no pátio  da escola, mas em direção a eles.

- Pronta? – Leonardo pergunta num tom só para Julie ouvir.

- Shh. – É só o que ela diz. Ela sentia seu coração acelerar, estava com medo.

Sem mostrar que viu Anne, Leonardo segura Julie pela cintura, de frente para ele. Vai aproximando seu rosto do dela, sem pressa. Ele começa dando uns beijos na bochecha de Julie, tentando demorar para não ter que partir para o plano B, beijar Julie de verdade. Mas Anne já passa por eles, e Leonardo finge só agora ver a Anne.

- Ah, oi, Anne. – Leonardo diz, de mãos dadas com Julie, a qual queria morrer nesse instante.

- ... Me desculpe, não era minha intenção atrapalhar.. vocês dois.. – Anne dá um sorriso forçado e tímido, mas sai triste, encurvada e cabisbaixa.

Julie tira sua mão da de Leonardo, de cabeça baixa. Foi uma das experiências mais terríveis que ela já teve.

- Se.. – Julie ousa arriscar umas palavras. – Foi do jeito que você queria, pode ir já.

Ele olha para Julie, mas ela não olha para Leonardo, o qual entende e se retira.

Julie suspira, certa de que não faria algo assim outra vez. “Tomara que dê em alguma coisa isso. Não pode ter sido em vão.” Julie pensa e se vira para deixar aquele lugar, mas para, com sua respiração presa. Ela vê Daniel.

Não era para Daniel ter visto tudo aquilo, Julie desistira de fazer uma coisa dessas a ele, mas não foi conforme ela queria. Agora ela sentia seu coração desesperado, mas não conseguia agir. Ela teve que assistir a Daniel dar as costas para ela, com uma expressão desapontada, e ir.

- Daniel! – Julie o chama, segurando lágrimas. Ele não para, não se vira. Ela vai em direção a ele, mas ele desaparece.

Julie já não pode conter as lágrimas. Nem o medo de, além de não ter o coração de Daniel, perdê-lo definitivamente.


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