Sem Dizer Adeus escrita por PinkNeonFantasy
Notas iniciais do capítulo
Mesmo que o dia de hoje seja tão difícil como esse
Um dia se tornará uma linda lembrança
Se eu conseguir dizer tudo o que sinto...
– Você não me disse que ele fala com humanos. – Uma voz de homem dissera isso, e só poderia ser um fantasma para ter visto Rebecca.
Ela tenta se soltar, sabendo que ela o havia reconhecido e por isso não gritaria, ele a solta.
– Tadeu! Você quase me mata do coração..!! – Diz Rebecca, respirando pesado.
– Rebecca, o que esse Daniel está fazendo é perigoso. Estou falando sério.
– Só é perigoso se você contar..
– O Demétrius não fica em um lugar só não, tenta entender, se ele andar por aqui e ver o belo trabalho que estou fazendo por acobertar esse fantasma, ele não vai ficar muito feliz.
– Tadeu, deixa que eu o protejo.. Por favor, não fale nada..
– E quem é que vai proteger a você? Esquece aquela humana, vai, para com isso..
– Não posso.. Se você vier e for amigo dele também você vai entender.
– Não, não quero me meter nesse assunto.
– Vamos, Tadeu.. – Rebecca se aproxima, tentando convencê-lo com uma carinha triste.
– .. Rebecca, não dá.
– Então como é que fica?
Por uns segundos, ficam em silêncio, Tadeu pensando preocupado e Rebecca com as mãos na cintura para não demonstrar medo do que possa ser a resposta dele.
–... Olha, faça o que quiser..
– Você vai contar?
– ... Não.
Rebecca se sente aliviada, ela corre, dá um pulo e abraça Tadeu pelo pescoço, ele retribui o abraço. Ela fica sendo segurada pelo seu amigo, ele é forte e alto por trabalhar para Demétrios.
– Obrigada..
– Cuidado com aquele lá, hein.
– Ai mas por que você não só apareceu e falou comigo?? Que susto... - Diz Rebecca sendo posta no chão de volta.
– Só assegurando que ninguém mais ouvisse. Eu não quero te encrencar mais.
– Vamos pra casa, vem. – Rebecca diz com um leve sorriso, acariciando o rosto de Tadeu. Ele, por sua vez, segura Rebecca bem perto de si e deixam a construção juntos.
No apartamento, a tarde se passa como qualquer outra tarde chata. Daniel e Julie estavam no sofá, cada um do seu lado, ele mexia no celular de Julie e ela apenas assistia televisão.
– Que tanto você futuca no meu celular? – Julie pergunta, incomodada com isso. Ela antes havia tentado pegar o celular da mão de Daniel, porém ela se viu numa situação constrangedora com ele: Daniel esticava o braço para Julie não pegar o celular, ela tentava alcançar o celular, mas logo percebeu que estavam deitados no sofá, Julie em cima de Daniel.
– Só tentando me distrair desse programa chato que você gosta. – Daniel diz.
– Tá chato mesmo.. – Julie tem que concordar. – Mas Daniel, você não quer .. me contar sobre a Rebecca?
– Não.
– Ué por que?
– Porque eu não quero, simples. – Daniel joga o celular de volta para Julie.
– Ai não tem nada mais pra fazer, vai, me conta alguma coisa dela.
– Você não vai com a cara dela, por que eu gastaria minha saliva?
– Não é que eu não vou com a cara dela. Eu só não a conheço.
– Hum, sei. Mas eu vou contar, pra você ver que não tem motivo pra ficar nessa bobeira com ela.
– Tá, conta..
– Eu e os meninos conhecemos a Rebecca quando a gente viajava por aqui. Um dia, escutamos um solo de guitarra de uma casa na rua que a gente estava passando.
– Era a Rebecca..??
– Shh deixa eu continuar. Então, eu quis continuar ouvindo, a pessoa que estava tocando dominava muito bem uma técnica que eu ainda não conseguia. O Félix tava reclamando do sol e foi embora, o Martim também. Eu fiquei sentado na calçada só ouvindo, até a pessoa parar de tocar. No outro dia, o Martim disse ter visto uma menina sair daquela casa quando ele passava pela mesma rua. Cara de pau do jeito que ele é, ele conv--
– Como se você não fosse.
– Escuta. Ele conversou com a menina, descobriu o nome dela.
– ..Rebecca?
– É, Julie, ela. Culpa do Martim ela virou nossa amiga. Ela me ensinou uns truques novos com a guitarra, também tinha bateria e baixo. – Daniel para por uns segundos, antes de continuar. – E uma voz linda.
– Como que ela morreu? – Julie não quis saber de rodeios, perguntou logo, ela não estava gostando do jeito que Daniel falava de Rebecca.
– Ela disse que foi no mar, por causa de um idiota num jet-ski.
– ..Ela disse “idiota”?
– Não, só estou complementando.
– Ah. – Julie está com outra visão de Rebecca agora, ela parecia mais legal. “Talvez legal de mais..” Julie pensa, antes de prosseguir. – Você deve gostar muito dela, não é? Pra ela aturar seu orgulho e te ajudar com a guitarra..
– Eu.. – Daniel hesita um pouco em continuar. – Já cheguei a gostar dela.
– j..Já, é? – Julie sentira as palavras de Daniel como se fossem espadas em seu coração, mas ela tentava não deixar isso aparecer, falhando um pouco. – E a..aí?
– Você tá bem?
– Tô, claro. Eu vou beber uma água. – Ela se levanta. Na frente de Daniel ela forçava um sorriso, mas de costas para ele sua expressão é outra, enquanto pensava “Que bobeira, deixa eles, Julie..!”.
Julie pega um copo, coloca Sprite e senta-se à mesa. Daniel vai até ela, na cozinha.
– Você não está bem mesmo. – Ele conclui.
“Droga, ele sabe.” Julie pensa, antes de falar. – Por que diz isso?
– Não sabe nem o que é água mais. – Daniel diz, indo sentar-se na cadeira ao lado de Julie.
– Nada a ver, eu quero beber isso. – Julie diz. – Quer?
– Não, obrigado.
Passam se uns minutos sem falarem nada. Julie tentava se recompor, o que era fácil. Daniel geralmente não era calmo ou gentil, e mesmo que tenham acontecido coisas que a deixam com um pouco de vergonha só de lembrar ou pensar no que poderia acontecer depois, ela conseguia agir normalmente.
– Daniel.. Por quanto tempo você gostou da Rebecca? – Julie pergunta, apesar de ainda se sentir insegura com esse assunto.
– Uns 3 anos ou mais. Quando eu virei fantasma ainda gostava dela.
“Mais tempo do que eu pensei..” Julie pensa.– E, tipo.. ela sabia? - “Será que eles..”
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Será?? Daniel.. e Rebecca? x_x'