Angel escrita por Janny Carter


Capítulo 1
Despedidas e Encontros


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem pessoal! bjos Janny



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1.    Despedidas e encontros
Morar em uma cidade em que nunca estivera antes, não me animava nem um pouco. Seria uma mudança definitiva. Meu pai, Richard Carter trabalhava como assistente de um grande engenheiro de uma empresa privada da região de Boston, mas por uma proposta melhor de emprego resolvemos – em longas e diversas conversas - mudar para Lewinston- Idaho. Tinha a leve impressão de que não gostaria do lugar e que detestaria as pessoas em particular.
Entrei e minha mãe, Katy estava sentada no balcão de mármore que ficava no meio da cozinha simples de minha futura antiga casa. Vi que era um gesto de despedida. E então sentei ao seu lado e olhei para as suas mãos que seguravam a xícara como se fosse fugir de suas mãos se houvesse possibilidade.
-Mãe?- perguntei com medo de olhar para seu rosto e ver uma mulher triste e entorpecida.
-Sim Jamie. - ela olhou pra mim, tentado disfarçar a decepção sem sucesso.
-Quer que eu leve algo mais para guardar no carro? – tentei puxar assunto para não fazer a pergunta obvia.
Não ouvi resposta alguma, só um aperto no coração ao ver minha mãe derramar uma lágrima que percorria seu rosto de forma lenta e dolorosa. Hesitei um pouco, mas a abracei com tanta força que parecia que estávamos nos despedindo. Tremi com o pensamento. Tinha muitas perguntas, mas não sabia por onde começar. E então olhando para a cozinha, me dei conta de que estava tudo no lugar e arrumado como sempre. Não me dera conta antes que todas as coisas que levamos pertenciam a mim e a meu pai. O que estava acontecendo? Aquilo era realmente uma despedida?
Não queria acreditar e ignorar todo o que vira e percebera naquela noite.
E então me afastei de minha mãe e a encarei com um olhar de reprovação e lancei as perguntas como um raio.
-O que... O que você está fazendo? Vai nos deixar é isso?- eu piscava repetidamente como se não acreditasse no que estava acontecendo.
-Filha eu... Eu e seu pai vamos nos separar! – aquela afirmação dura e fria foi como uma faca enfiada bem no meio do meu peito. Isso era demais para uma garota de 17 anos não era? Meu pai podia entrar pela porta e dizer que era mentira e todos iriamos juntos viver felizes em um lugar distante e chato. Mas não, nada aconteceu apenas o silêncio permanecia entre eu  e minha mãe.
Depois de alguns minutos, que pareceram horas. Levei as mãos ao rosto e depois olhei diretamente pra ela e perguntei.
-Por quê?- questionei fria e dura por entre os dentes.
Katy, a quem já não conseguia mais chamar de mãe fez uma longa pausa e voltou a mim para responder.

-Me apaixonei por outra pessoa filha, e... eu e seu pai conversamos sobre isso a algum tempo, e resolvemos te contar hoje por que não haveria tempo e nem alternativa para você mudar de ideia.
Então era isso, eles agiram por minhas costas e o pior, eu iria a um lugar que não queria. Não estava mais nada certo nem claro pra mim. Quando meu pai atravessou a sala, vindo em direção a cozinha, me virei e o vi com um olhar tão calmo que tive a certeza de quem era o monstro na história toda. Voltei-me e olhei repulsivamente para Katy e me retirei. Subi as escadas correndo e entrei em meu quarto já vazio e bati a porta com força.
Sentada no chão, pus as mãos no rosto como se houvesse alguém que pudesse me ver chorar. Senti um leve sopro em meus cabelos longos e negros. Parei de chorar, enxuguei as lágrimas com a manga da blusa de algodão que vestia e levantei o rosto. Meu olhar foi de encontro à janela que dava para a parte lateral direita da casa que se encontrava aberta. Levantei e me direcionei a ela, olhando com curiosidade. Será que meu pai havia esquecido de fechar? Bom isso deixou de importar assim que cheguei à janela e me posicionei em frente a ela. Era uma sensação boa, o vento gelado batia contra minha pele branca e me fazia tremer, mas era bom e me fez relaxar, por um momento meus problemas desapareceram.
Depois de ficar alguns minutos sozinha e experimentando uma forma de esquecer tudo, tive de abrir os olhos e encarar a realidade. Mas algo me chamou atenção. Havia alguém parado lá em baixo no jardim, espantada enrijeci com a ideia de alguém em olhando. Ouvi passos e tive a impressão de que se aproximavam do meu quarto, ignorei. Quando olhei de novo pela janela, “ele” havia sumido. Parei por um longo minuto e fiquei pensando se o reconhecia de algum lugar.
Mas fui interrompida por meu pai que entro em meu quarto, talvez preocupado com o que eu pudesse estar fazendo.
-Jamie você está bem? – perguntou em um tom assustadoramente preocupado.
-Sim. – falei sacudindo a cabeça e respirando fundo para voltar à realidade. – Sim, sim estou bem! - menti
- Filha eu... – ele não sabia como começar, então o interrompi.
-Olha pai, eu não quero falar mais nada sobre isso ok. Já está tudo pronto? Não devemos ir? – falei fingindo não me importar mais com o que tinha acontecido, só sabia que iria com meu pai.
Ele me fitou por um momento, cerrou os olhos e soltou o ar dos pulmões como que estivesse prendendo a respiração.
-Então tá filha, vamos então. – falou meio confuso e deu de ombros.
Descemos as escadas juntos. Ao passar pela sala Katy me fitou e eu desviei o olhar e me virei para meu pai.
-Vou esperar no carro! – falei quase sem voz.
Quando cheguei do lado de fora, minha máscara caiu. Uma dor insuportável tomou conta de mim, não queria chorar não seria da minha natureza. Entrei no carro e sintonizei na rádio e estava tocando uma música tão linda e ao mesmo tempo tão triste, me concentrei nela por um instante de olhos fechados e logo vi que não seria uma boa ideia a dor aumentou. Abri os olhos rapidamente e o vi, sim era ele bem ali parado no meio da rua e me olhando.
Fiquei um pouco assustada, mas logo quis saber quem era. Hesitei dentro do carro e o observei e ele fazia o mesmo. Ele era alto, tinha cabelos castanhos e um rosto de dar inveja a qualquer um que o visse, ele era inacreditavelmente lindo. Olhei imediatamente para traz para ter certeza de que ele olhava mesmo para mim, e quando me virei para ver ele sumira de novo.
E pensei. Que droga porque ele faz isso? Saí do carro para procura-lo. Caminhei até onde o vira em pé e fiquei procurando, procurando e procurando olhei para traz e dei literalmente de cara com ele. Na mesma hora meu coração disparou, ele me segurou pela cintura, come se eu estivesse prestes a cair. E eu não consegui parar de olhar em seus olhos, verdes eu pensei, não era muito nítido à noite. Eu percebi também que não respirava.
-Olá Jamie. – falou como se nos conhecêssemos de algum lugar.
-Oi. – não consegui falar mais nada, além disso.
-Tudo bem com você? – perguntou sem mais nem menos. Ele devia estar se divertindo com minha cara de boba.
Como eu podia estar imóvel daquela forma diante de alguém que jamais vira antes?  Ele continuava me segurando e olhando em meus olhos, só que agora meio confuso por minha reação.
Continua...


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